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Tema: Sexo Título: A saúde atribuída através do sexo. Modelo ENEM, por favor :)
Mr.Crozma
1 - Temas ENEM. 2 - Conectivos. 3 - Frases gigantes. 4 - Matérias em que você deve focar. 5 - Tudo o que eu consegui encontrar 1. O Enem pode até, num outro governo, falar sobre o assunto (e não tema) sexo, mas nunca vai pedir um tema com aspectos positivos, obrigando o candidato a inventar problemaLeia mais
1 – Temas ENEM. 2 – Conectivos. 3 – Frases gigantes. 4 – Matérias em que você deve focar. 5 – Tudo o que eu consegui encontrar
1. O Enem pode até, num outro governo, falar sobre o assunto (e não tema) sexo, mas nunca vai pedir um tema com aspectos positivos, obrigando o candidato a inventar problemas para conseguir apresentar uma conclusão propositiva. Eis o grande problema que fez com que vários colegas apontassem problemas na construção de suas ideias: este não é um tema Enem!
Você terá muitos problemas se adotar a estratégia do Enem para qualquer tema que aparecer nas suas provas. É provável que a sua professora tenha outras intenções com ele, e aí é importante você perguntar a ela quais são as outras formas de concluir um texto dissertativo-argumentativo. Dou alguns exemplos: conclusão por ironia; por metáfora; por questionamento… A propositiva é só uma, a mais comum de ser cobrada em vestibulares, mas nem de longe a mais legal de se construir. É aí que reside a diferença entre o cursinho e o colégio: no primeiro, você não tem a obrigação de escrever bem, basta ser funcional – cumprir as funções que estão no edital da sua prova -, ao contrário do segundo, que te prepara para a vida.
2. Com a cabeça no Enem, inventar no uso de conectivos é simplesmente LOUCURA. Você repetirá os seus conectivos preferidos o ano inteiro, enchendo o saco do seu professor, porque na correção oficial o corretor estará lendo o seu texto pela primeira vez. Seja diferente na escolha dos seus preferidos, mas use-os à exaustão nesta reta final.
Isso porque errar em conectivos significa perder pontos na competência mais fácil de gabaritar. Se você usar um conectivo de tom adversativo no lugar de um conclusivo, isso é falta grave, então não invente em conectivos, principalmente nos que ligam parágrafos.
Mais uma vez: no contexto do colégio, invente, crie, teste; no vestibular, nem pensar. As redações nota mil são um porre de ler.
3. Abaixo você verá uma lista enorme de erros que você poderá evitar com uma estratégia de redução do tamanho das frases. O ideal é que cada frase ocupe em torno de 1.5 e 2 linhas. Isso não é uma regra, mas se você escrever várias frases com uma média muito acima disso, desconfie que possa estar fazendo algo errado. O terceiro parágrafo foi todo escrito em uma única frase, e isso é um erro: se a maioria dos seus parágrafos for escrito em frase única, sua nota na competência 1 não passa de 120.
Se você simplificar, vai garantir pelo menos um 160, até porque o 200 é muito difícil. Dói dizer isto, mas o Enem pontua mais quem não se complica e pune quem arrisca, quem tenta sem sucesso fazer construções frasais mais complexas. Eu anoto os seus erros e vou explicar cada um deles porque quero te dar a chance de aprendê-los e ter o prazer de escrever, mas não acho que a sua estratégia para a prova deva ser estudar cada um destes erros; se quiser, passe reto por eles. Corrijo-os também porque ela é pública e pode ajudar outros colegas.
Pra você, que escreveu 396 palavras, o ideal seria reduzir o tamanho do texto e escrever até em frases simples, diretas, sem ousadia; isso te impede de subir aos 200 pontos na C1, mas te afasta dos 120. Vai da estratégia que achar melhor para os seus objetivos.
4. Fiz, porém, uma lista de erros mais comuns na sua redação.
Esse/Este: numa prova de redação você raramente vai fazer uso do esTe. Com o T, o pronome se refere ao que está na frente. “O problema é este: falta de miojo em casa.” Quando se referir ao que vem atrás, use sempre o S.
Paralelismo: sempre reflita sobre o que conecta os seus complementos. É esse paralelismo que torna a leitura mais agradável, então não poupe repetição de preposições. Raramente a omissão desses termos é necessária. Vale a pena estudar isso por fora.
Posso dizer a mesma coisa sobre a vírgula em orações adverbiais. Se eu for escrever muito sobre isso aqui, a correção vira um livro.
Palavras sem sentido: o corretor percebe quando você usa uma palavra estranha para evitar a repetição, mas isso torna a leitura complicada, traz até dor de cabeça. A repetição “rara” não impede você de conseguir 200 na C4; já a perda de sentido da frase pode complicar até nos quesitos argumentativos. Seja bem consciente na troca de palavras e treine bastante justamente as palavras que você percebe que mais repete. Cuidado com as substituições oferecidas pelo google. Confie num dicionário.
5. Todos os que eu encontrei, com a ressalva que já fiz: é possível reduzir o suficiente para alcançar 160 na C1 até o dia da prova. Confia nas dicas que eu passei? Apesar dos vários erros, sua C1 ainda pode ser avaliada no 120 pela proporção com o número de palavras. Evitando os erros repetidos, você aumenta bem as suas chances de 160 na C1.
Na série “Educando sexo”(1) a sexóloga, mãe de Otis (o protagonista)(2) relata a importância de praticar o sexo após a 1ª(3) vez feita(4), que baseia-se em obter mais saúde física e psicológica, como a produção de serotonina, o hormônio da felicidade. No entanto, trazendo estas(5) verdades para a realidade, sabe-se que a prática exagerada desse(6) ato sexual mencionado anteriormente(7),(8) pode resultar em vício, isso é,(9) a necessidade(10) de relacionar-se intimamente com outros indivíduos.
1 – Vírgula pro adjunto adverbial com mais de 3 palavras.
2 – Digamos que você não vai usar parênteses na sua prova de redação. Aqui use vírgulas.
3 – Sempre por extenso: primeira.
4 – Feita o quê? Essa frase ficou incompleta ou sem sentido.
5 – Essas.
6 – Você não citou nenhum ato sexual em específico; ele é genérico: de um ou de qualquer ato.
7 – Aqui houve um pleonasmo que talvez possa ser explicado pelo erro do “desse”. Se fosse “esse”, já era certa a sua “menção anterior”. Lembre-se da explicação sobre o Esse/Este no ponto 4.
8 – Vírgula separando sujeito e verbo. Esse é o problema das frases gigantes. Você claramente sabe que não pode separá-los por vírgula, mas se esquece quando está há muito pensando naquela frase.
9 – Aqui são dois erros. O primeiro é que a expressão é “isto é”, sempre “T”, mas você não vai cometer esse erro porque o mais grave é que nunca fará sentido você usar uma expressão para repetir ideias que você acha que o corretor não entendeu: isso é sinal de que você mesma crê que não escreveu bem aquela frase e que ela precisa ser reescrita. “Ou seja” e “isto é” a partir de hoje estão proibidos nas suas redações, ok?
10 – Essa “necessidade” é mais específica; uma necessidade “anormal” para se tornar efetivamente um vício.
Ademais(1), a fonte informativa UOL conscientiza que(2) segundo médicos(3) como ginecologistas, psicólogos, e neurocientistas, afirmam que praticar o sexo pode ser muitíssimo benéfico para aliviar o estresse, combater a insônia, aliviar dores de cabeça, e (4)também(5) contribuindo para o bom humor juntamente(6)* a disposição para lidar com diversas situações negativas ou não(7). Entretanto, destaca-se que(8) por assuntos íntimos ainda serem tratados como inadequados na atualidade, observa-se(9) que(10) apesar de o sexo ser uma ferramenta facilitadora, ainda assim há de ser normalizada a distribuição de informações sobre tal ato sexual, para que(11) desta(12) forma(13) a população nacional venha a tomar mais conhecimento sobre este(14) meio que não somente serve para o prazer, mas também(15) para atribuir saúde aos demais envolvidos.
1 – O segundo parágrafo é onde você começa a argumentar, uma função completamente diferente da que é exercida pelo primeiro, então não fará sentido nunca uma adição aqui; faz, sim, sentido no terceiro parágrafo, que cumpre a mesma função argumentativa que cumpre o segundo parágrafo.
2 e 3 – Vírgula. Sempre que você se referir a um “conforme”, “segundo”, vai querer dar ênfase a essa autoridade, então usará vírgulas para destacá-la. Tem uma regrinha de português que justifica essas vírgulas também: oração adverbial conformativa pede vírgulas, mas acho que assim é mais difícil de entender kkkk.
4 e 5 – “E também” é uma redundância, mas o “também”, nesse caso, é aceito como uma ênfase na adição, e essa ênfase deve ser apontada com as vírgulas. Sem elas, redundância desnecessária. Não há necessidade de dar essa ênfase, inclusive.
6 – Juntamente também é uma adição diferente, acentuada, e vai precisar de destaque com a pausa da vírgula, mas por que não usar o “e”? Nesse caso, além da ausência de vírgula, houve o problema da crase: junto a alguma coisa.
7 – Negativas ou positivas. Esse “não” quebra a expectativa do leitor.
8 – Vírgula na oração adverbial causal.
9 – Destaca-se, observa-se… Eco para ser evitado.
10 – Vírgula na oração adverbial concessiva.
11 e 13 – Vírgulas para destacar a expressão explicativa/conclusiva.
12 – Desta/Dessa.
14 – Este/Esse.
15 – Aqui o problema é a ideia: prazer e saúde não estão na mesma categoria?
Diante desse ocorrido(1), vale mencionar e explicitar(2) que a prática com bastante frequência do sexo pode ser um problema na vida do indivíduo, pois(3) segundo psicanálises(4)(5) os hormônios provocados pelo ato sexual —como o homônio do prazer—(6), se constantemente(7) obtido(8) por este(9) meio íntimo, os estímulos neurológicos tornam-se uma necessidade, o(10) qual o praticante ficará obstinado a obter, e incapacitando-o em sua relação intrapessoal, ou seja(11), não tendo(12) o controle sobre suas emoções, (13)consciência e (14)foco nas diversas outras áreas de sua vida.
1 – Não houve ocorrido algum no texto até aqui!! É adição: ademais, além disso. Inverteu os parágrafos na hora de passar pro site?
2 – Mencionar e explicitar num mesmo parágrafo determinada declaração me parece contraditório. Acho que você quer assumir para si tamanha responsabilidade como a de explicitar. Sê humilde, mantenha-se nas menções.
3 e 4 – Vírgula da oração adverbial conformativa.
5 – Psicanalistas.
6 – O travessão tem espaço, tá? “sexual — como o hormônio do prazer —, se”.
7 – Não é da constância que você está reclamando. É do exagero.
8 – Obtidos. Plural na frase gigante.
9 – Esse/Este.
10 – A qual (felicidade) ou os quais (estímulos neurológicos). Preferível “a qual”.
11 – Mesmo problema do “isto é”.
12 – Quem “não tendo”? Os estímulos neurológicos? Olha o problema da frase gigante aí de novo.
13 e 14 – “Suas” não se aplica a consciência e foco, então você deve repetir o pronome: suas emoções, sua consciência e seu foco, de preferência com o artigo definido. “Sobre as suas emoções, a sua consciência e o seu foco”.
Contudo(1), faz-se necessário o agir do Ministério da Saúde(2) juntamente ao Ministério da Comunicação(3) quanto a(4) conscientização da população(5) dos(6) demais benefícios consequentes da prática do sexo, como(7) por exemplo(8)(9) desenvolvendo(10) palestras com profissionais especializados na área sexóloga esclarecendo(11) os atributos da relação intimamente sexual. Todavia(12), para que seja(13) formado(14) jovens conhecidos(15) do vício sexual, com o objetivo de disseminar(16) pessoas que possam não sofrer tal problema social e íntimo, é mister que aja(17) uma ação do Ministério da Educação objetivada à estruturação e(18) encaixe de professores sexólogos que não apenas instruam os alunos, mas também conscientizem os estudantes dos possíveis problemas exaltados. Desta(19) forma, aos poucos conquista-se(20) a resolução do vício sexual e(21) desconhecimento da saúde atribuída(22) através(23) do sexo.
1 – Portanto. Nada de inventar.
2 e 3- Vírgulas de novo.
4 – Crase.
5 – Comunicação, conscientização, população. Eco, evite-o.
6 – “A respeito dos”, ou “sobre”.
7, 8 e 9 – Mais uma vez, o problema é de pleonasmo: o “como” já introduz um exemplo; se quiser enfatizar, ponha a segunda expressão entre vírgulas. E, não, essa ênfase também não é necessária.
10 – Quebra de paralelismo: “o agir” pede “o desenvolvimento”.
11 – Assim como aqui pede “o esclarecimento”, ou: “de forma a esclarecer os atributos”. Evite o gerúndio, ele empobrece a relação entre as orações.
12 – Não era esse o conectivo que você queria usar meeesmo! Todavia não é adição.
13 e 14 – Sejam formados jovens.
15 – Informados. Ser conhecido tem um sentido bem diferente. Conhecedores, no máximo. Conscientes. Palavra demais no texto traz esse tipo de problema também.
16 – Informar também. Se o objetivo era evitar a repetição, alertar. Prefira a repetição em lugar de usar palavras desconhecidas! Mudar o sentido da frase é muito mais grave.
17 – Haja. Verbo haver.
18 – Objetivada à estruturação e AO encaixe. Paralelismo de novo.
19 – Dessa/Desta.
20 – Aos poucos se conquista. Menor dos seus desvios.
21 – A resolução do e do.
22 – Obtida, alcançada, conquistada, recebida. Atribuir é outra coisa.
23 – Nunca use “através”. Use “por meio de”. Através é um termo da física, atravessar.
Se restaram dúvidas, minha DM segue à sua disposição! Dessa vez a redação veio sem erros de digitação e por isso fiz questão de corrigi-la. Foco nos 4 primeiros pontos que destaquei, ok? Até a próxima!
See lessEvasão Escolar em Questão no Brasil (ENEM)
Mr.Crozma
Sem ter informações suas como a idade ou o projeto, torna-se difícil fazer algumas presunções a seu respeito. Espero, então, que receba de bom grado algumas preocupações que tenho a respeito da sua forma de estudar. Começamos pelo começo: tese é adjetivo, é posicionamento, é a firmeza da sua posiçãoLeia mais
Sem ter informações suas como a idade ou o projeto, torna-se difícil fazer algumas presunções a seu respeito. Espero, então, que receba de bom grado algumas preocupações que tenho a respeito da sua forma de estudar.
Começamos pelo começo: tese é adjetivo, é posicionamento, é a firmeza da sua posição a respeito do tema. Dizer o que a Constituição diz é apenas um fato. Adjetivo seria citar que “infelizmente” há evasão escolar, apesar da garantia constitucional. Eu diria, porém, que não há nenhuma contradição pelo direito constitucional não estar sendo posto em prática. Ele é o nosso projeto de nação e, portanto, sempre inacabado, sempre necessitado de vigilância. A razão constitucional apenas revela a importância do tema para a nação, e não exatamente algo que seja um absurdo quando não posto em prática. Use essas reflexões para melhorar a sua abordagem no primeiro parágrafo, já que ele corre o risco de ser avaliado como embrionário, devido à pouca quantidade de palavras que investiu ali. Expor a tese de forma clara e solene é uma garantia de coerência para o resto do texto, que à tese responde com argumentos. Para o corretor, que não te conhece, isso é de extrema importância para avaliar positivamente o seu texto.
Minha maior preocupação, na verdade, é que o seu texto não está mal escrito, mas tem poucas palavras, o que sugere uma leitura prévia a respeito do tema. Bom, isso é perigoso no sentido de criar uma escrita ilusória, que não tende a se repetir na hora da prova. Se você estiver sentindo necessidade de ler sobre o tema, é fundamental que procure melhorar a escrita com temas em que você já tenha alguma propriedade pessoal para falar. Gosta de carnaval? Então escreva sobre carnaval. Tem intimidade com algum deficiente? Então fale sobre acessibilidade. É mais ou menos essa a ideia para quem está começando. Concomitante, você também aprofundará o seu conhecimento em outros temas a partir de leituras mais densas e genéricas. Não é para fazer leitura direcionada, menos ainda para memorizar dados. Dados na hora de um tema fora da expectativa podem ser bem perigosos. Dados retirados dos textos de apoio só servem para alcançar o 120 na C2. Você talvez queira os 200.
Mais do que os 200, você definitivamente não quer fazer um texto curto, e os dados estão te induzindo a pensar que eles não precisam de explicação, que eles se bastam em si mesmos. Ora, imagine-se discutindo com um ser humano escroto: “se abandonaram os estudos por gravidez, a Constituição não tem nada a ver com isso; e a pobreza, que pobreza? Pagamos os impostos e garantimos até comida gratuita para as crianças em escolas públicas!”
Talvez se imaginando a enfrentar um troglodita você consiga entender que dados não bastam. Pense comigo que os dados da gravidez precoce podem, sim, ser complementados por pensamentos sobre políticas de informação, por mais profundidade nas consequências da evasão para essas meninas e por reflexões históricas sobre o papel da mulher no Brasil. Quanto mais você preencher as lacunas, mais o troglodita se apequena.
No segundo argumento, vi que tentou formular causa e consequência. É importante aprofundar com causa da causa e consequência da consequência. Nessas horas, reflexões econômicas, sociológicas, psicológicas, históricas… Enfim, todo tipo de matéria que você possa agregar para legitimar a sua argumentação conta muito.
Na C3, o corretor procura brechas argumentativas, e eu conto algumas que eram para ser evitadas pelo bom escritor que você promete ser. Leia os manuais de correção. Se você sabe como fazer a C5, saberá tranquilamente conquistar os 200 nas outras competências. Link no meu perfil.
Sua prioridade é aumentar a produtividade, nem que seja para garantir uma boa avaliação na C4.
Bons estudos!
See lessObstáculos para a implementação do ensino domiciliar no Brasil (ENEM)[FIXAREI A MELHOR CORREÇÃO]]
Mr.Crozma
Na pandemia eu tinha tempo para fazer correções com calma, com capitulações e até planejamento de texto. As circunstâncias mudaram e têm dificultado as minhas correções, mas agradeço-lhe pelo convite e aqui me faço presente. Seu foco de estudos deve ser a parte coesiva. Há muitos pontos desconexos pLeia mais
Na pandemia eu tinha tempo para fazer correções com calma, com capitulações e até planejamento de texto. As circunstâncias mudaram e têm dificultado as minhas correções, mas agradeço-lhe pelo convite e aqui me faço presente.
Seu foco de estudos deve ser a parte coesiva. Há muitos pontos desconexos porque você está privilegiando a urgência de um repertório reconhecidamente legitimado.
Outro aspecto em que você merece melhorar é na escolha dos argumentos. É até difícil distinguir a alegada “falha no sistema educacional” da “negligência estatal”. Quanto mais específico você for nos seus argumentos e exemplos, mais fácil é driblar contradições/confusões não tão aparentes, como essa a que me referi. Isso me faz pensar até se o tema que você trabalhou tem o estilo do Enem. Este é um caso mais de regulamentação pelo Poder Legislativo do que propriamente um problema do Judiciário ou mesmo do Executivo. Na real, se a maioria da população é contra o homeschooling, não há sequer um problema em não haver uma regulamentação, o que tornaria bem complicado terminar o texto com propostas de intervenção.
Das várias problematizações que eu poderia fazer quanto ao texto que aqui corrijo, cito como prioridades suas as correções que se seguem:
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Elon Musk, fundador de grandes empresas (Tesla, Spacex, entre outras)(1), afirmou por várias vezes em entrevistas que qualquer pessoa pode aprender o que quiser sem necessariamente frequentar uma faculdade, além de dizer que certificados escolares não são requisitos obrigatórios de suas empresas. No contexto nacional(2), existem muitos entraves para a implementação do ensino domiciliar, fruto do conservadorismo do sistema educacional atual,(3) e também(4) por(5) consequência da negligência estatal.
1 – Este é o meu primeiro “evite parênteses”. Pense, por exemplo, em: “fundador de grandes empresas, como a Tesla e a Spacex…”
2 – A fala do Elon Musk não veio como um “contexto internacional”, até porque ele não representa a política internacional no que tange ao ensino domiciliar. O cuidado que estou lhe pedindo é para não perder pontos bobos na C4 por falhar na conexão entre as frases. Aliás, a segunda frase não tem conexão com a primeira, até porque Elon Musk não cita o ensino domiciliar. Há muito a melhorar aqui, exatamente aqui nessa parte da introdução. Se está começando agora, pense em fazer introduções clássicas, guardar as referências para um espaço onde consegue desenvolver melhor.
3 – Este pode ser um erro ou não a depender do n. 5.
4 – O “e também” geralmente é redundante, mas a expressão passa a ser aceita quando o “também” serve para enfatizar a adição. Não sei bem o uso geral é nesse sentido, mas é interessante destacar o “também” entre duas vírgulas, para confirmar a ênfase, ou simplesmente não escrevê-lo.
5 – A preposição “por” se refere a que verbo? Pense sempre em manter um paralelismo entre as preposições: fruto DO… e DO… muitos entraves PARA e… PARA… Inclusive foi essa a dúvida que me impediu de avaliar a vírgula no n. 3.
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Primeiramente(1), constata-se a permanência da estrutura funcional do modelo educacional(2) uma prática errônea que impede o progresso escolar.(3) Na música “Cidade 2000”(4) do cantor de Trap – gênero musical derivado do Rap –(5) Matuê, um trecho da obra artística ressalta os transtornos obtidos pelo modelo de ensino atual, considerando os equívocos da metodologia adotada: “esse sistema falho, ir pra escola é um atraso”(6). Nesse viés, verifica-se o prendimento(7) ao complexo funcional contemporâneo do modelo “ensino-aprendizagem”(8) um impedimento maléfico para a obtenção vantajosa do homeschooling(termo em inglês que significa: ensino domiciliar)(9).
1 – Não existe a palavra. Ela é aceita genericamente, inclusive por mim, mas pense com a cabeça do pior corretor possível. É, ele pune isso aqui. Então, use “em primeiro lugar”. Aliás, já eleja os seus conectores e repita-os à exaustão.
2 – Faltou uma vírgula aqui, mas percebi que havia erros de digitação, então vou evitar comentar de forma aprofundada coisas que você pode já saber, como o tema das orações adjetivas.
3 – Mais uma vez, falta um operador argumentativo que você apresente ao leitor para guiá-lo no que está querendo dizer. Aqui normalmente recomendo fazer uma explicação do tópico frasal, então espero que use um “Isso porque…” ou variações disso. Operadores argumentativos atuam fortemente na sua C3 também, pois te ajudam a organizar melhor as ideias. O seu objetivo no Enem não é tacar um monte de repertórios sem coesão lógica, pelo menos se veio me procurar, pois ainda corrijo pensando no mil.
4 – Vírgula, mesmo caso das orações adjetivas.
5 – Vírgula depois do travessão também existe. O travessão serve apenas para destacar um comentário e, portanto, não substitui a necessidade da vírgula.
6 – Pense em fazer um jogo de palavras, transformando a citação direta em citação indireta. Com isso, cortará as aspas e terá mais mobilidade para desenvolver as suas próprias ideias também.
7 – Tome cuidado para não inventar palavras na busca pela não repetição. “Poucas” repetições ainda são toleradas no nível mais alto da C4.
8 – Nova vírgula de oração adjetiva. Tema a ser pesquisado por ti.
9 – O “não use parênteses” aqui vem junto com um “não use estrangeirismos”. As repetições de palavras que constem na frase-tema são liberadas.
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Ademais, o estado(1) deve ter condutas morais e justas, devido(2) seu poder de interferência na sociedade. Portanto(3), a(4) esferas públicas educacionais,(5) não devem intervir na(6) modalidade(7) de ensino a ser(8) frequentadas pelos estudantes, pois(9) como defende o filósofo contemporâneo Robert Nozick em sua teoria da ética e justiça, o governo(10) tem que fornecer aos cidadãos o consentimento libertário de tomar atitudes, desde que não tire a liberdade dos outros. Dessa forma, percebe-se que o estado(11) pratica decisões imorais(12) ao impedir o ensino domiciliar, como fez o Supremo Tribunal Federal (STF)(13) ao revogar um projeto de lei aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados no ano de 2022(14).
1 – Estado, no sentido que você usou, é sempre grifado em maiúsculo. Existe o Estado e os estados, e acho que você sabe a diferença entre eles, visto que escreveu corretamente lá no último parágrafo. Erro de digitação compromete a minha correção detalhada e deve chamá-lo a atenção para quando tiver que revisar a sua folha de prova. Não descuide da revisão nos treinos.
2 – Devido a + o. Preposição necessária. O uso do artigo é sempre recomendado para a fluidez do texto.
3 – Nunca fará sentido que a segunda frase do desenvolvimento já seja uma conclusão. Aqui é onde você gasta linhas explicando e justificando o seu posicionamento. Da primeira frase eu espero que venha qualquer raciocínio, menos um conclusivo.
4 – Concordância… Ou digitação. Todo desvio conta.
5 – Até agora não te vi colocar uma vírgula separando o sujeito e o verbo, então devo contar como desatenção?
6, 7 e 8 – Concordância também. Por que não pois tudo no plural?
9 – Vírgula, por um novo motivo. Priorize, porém, os erros mais repetitivos.
10 – Maiúscula, no mesmo sentido de Estado.
11 – Sim, Estado.
12 – Pense bem nos adjetivos que você usará, especialmente na hora de concluir. Quando você conclui atribuindo uma relação lógica que não existe, isso anula toda a força argumentativa que pretendia passar. Não existe moralidade em decisões jurídicas. Decisões são legais ou ilegais, constitucionais ou inconstitucionais.
13 – Veja, ao informar que o Supremo Tribunal Federal é representado pela sigla STF, você está dizendo para o leitor ficar atento à sigla, pois ela aparecerá mais vezes no texto. Só que dificilmente você repetirá a sigla, até por conta do problema da repetição evitável dos termos. Por isso, evite meeeesmo usar os parênteses, já que eles não nos servem muito nesse espaço de prova com trinta linhas.
14 – Eu não costumo recomendar usar estratégias argumentativas que excedam o conhecimento do nível médio. É até difícil para o corretor condenar ou aprovar o seu conhecimento jurídico. Eu tenho formação jurídica para criticar isso aqui, mas isso não deveria importar para a minha avaliação, entende? Aí você entra num campo que não vale a pena, ainda mais se você pode trocar as estratégias para exemplos de famosos, analogias com filmes, contra-argumentação do senso em comum, entre outras bem mais simples.
Portanto, o Estado, com(1) apoio do MEC (Ministério da Educação e Cultura)(2) deve reelaborar suas diretrizes – no quesito educacional –, com uma reformulação de leis na Constituição Federal Brasileira de 1988, para(3) fim de legalizar o ensino residencial. Com isso, torna(4) uma sociedade mais justa e moral para todos os cidadãos, levando em consideração a teoria filosófica de Robert Nozick.
1 – Aqui eu peço o artigo, normalmente ele contribui para a leitura agradável.
2 – Vírgula.
3 – Para o fim de legalizar; ou, a fim de legalizar.
4 – Quem ou o que torna uma sociedade mais justo e moral? O “isso” não pode ser, pois ele está precedido de uma preposição, e não de um artigo, estando proibido, portanto, de ser um sujeito, ainda mais estando separado do verbo por uma vírgula. Acabou se tornando um verbo sem sujeito.
Seu foco não deve ser a nota, mas a organização dos raciocínios e o reparo dos erros repetidos que constatei. Estás na faixa dos 700-800.
Fique à vontade para tirar dúvidas sobre a minha correção e, mais uma vez, peço desculpas por não conseguir fazer algo mais aprofundado.
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Mr.Crozma
1 - 153 palavras. 2 - Breves considerações. 1. Em qualquer vestibular que cobre 30 linhas, você deve buscar preencher pelo menos 25 delas, se quiser cumprir ou mostrar ao corretor que está tentando cumprir as funções que o texto dissertativo-argumentativo pede, de preferência 25 linhas escritas comLeia mais
1 – 153 palavras. 2 – Breves considerações.
1. Em qualquer vestibular que cobre 30 linhas, você deve buscar preencher pelo menos 25 delas, se quiser cumprir ou mostrar ao corretor que está tentando cumprir as funções que o texto dissertativo-argumentativo pede, de preferência 25 linhas escritas com uma caneta ponta fina, 0.7.
Um texto com 150 palavras vai ter algo em torno de 13 linhas ocupadas, e talvez você fique angustiada por não conseguir escrever ou travar de vez em quando. Muito bem: a resposta para isso está sempre na compreensão do que o corretor quer ler em cada etapa do seu texto.
Em uma linha de introdução você não consegue cumprir as três principais tarefas que lhe foram atribuídas para aquele primeiro parágrafo:
I. Apresentar/contextualizar o tema
É aqui que você prova que entendeu qual é o tema, mostrando ao corretor que você falará a mesma língua que a dele.
— e essa função você cumpriu.
II. Expor a sua opinião/tese
Não existe dissertação-argumentativa sem a tese, que é a razão de existir dos argumentos. É por isso que você tem enormes dificuldades para argumentar quando não coloca claramente o seu posicionamento.
Perceba que, no Enem, o seu posicionamento é direcionamento pela banca, então você não tem muitas opções: vai defender o preconceito? Ainda assim, é importantíssimo colocar que o preconceito merece ser combatido, até para você ter a sacada de que o seu texto está sendo escrito para convencer os preconceituosos, por exemplo. Aí você consegue entender melhor como vai funcionar a argumentação e o quanto você precisa se dedicar a ela.
— essa você ficou devendo.
III. Antecipar os próximos passos argumentativos
Já vi chamarem de “spoiler”. Eu prefiro a ideia de “fios soltos”, mas o importante não é tanto o nome, mas a ideia que está por trás disso. O seu corretor quer saber se você tem um projeto de texto. Então, você prova que tem um projeto quando mostra pro corretor que já sabia o que ia argumentar antes mesmo de começar a desenvolver.
Peço que perceba em várias redações que são postadas aqui o quanto aquele final da introdução tem sempre aquela estrutura que vai dar “pistas” sobre os argumentos, e aí veja como essas pistas argumentativas se relacionam com os dois argumentos que estarão sendo apresentados.
Para fazer essas pistas, você já precisará ter definidos quais os seus argumentos, e aí é lembrar que o argumento é a sua estratégia de persuasão para convencer o leitor que a sua tese/opinião está correta.
Um último detalhe: a sua opinião sempre vai problematizar, no Enem. O seu objetivo final é apresentar uma proposta de intervenção, então você não vai poder dizer que não há problema, ou não há o que ser feito sobre aquele tema.
2. Você demonstra ser alguém com muito potencial de crescimento pela forma como se expressa, tanto nesse texto quanto nas correções que li de você. Não tenho por que lhe encher de informações se ainda estamos em janeiro. Com a devida intensidade nos estudos, tenho certeza de que chegará preparada em novembro.
Siga praticando redação, dê ênfase inicial ao estudo da teoria, pois é importante saber o que se espera do seu texto, e tente resolver a sua dúvida sobre qual curso vai fazer antes de as aulas voltarem, porque essa escolha pode afetar os rumos dos seus estudos, a depender dos pesos e das notas que cada curso demanda. Uma dica minha seria estudar para o curso mais concorrido. Se não gostar do curso no primeiro semestre, tem o sisu do segundo semestre para fazer o outro.
Bons estudos, e se quiser refazer só a introdução e me enviar por mensagem, está autorizada.
See lessO trabalho escravo nos dias atuais (estilo UNESP – sem prop. de intervenção obrigatória)
Mr.Crozma
1 - Cinebiografia. 2 - Clímax argumentativo. 3 - Norma culta. 1. Pra mim, é inusitado ler uma referência histórica que você tinha sendo apresentada como uma referência cultural. Argumentativamente soa mais persuasivo fazer o leitor pesquisar, se necessário, a referência histórica. Chama a atenção, tLeia mais
1 – Cinebiografia. 2 – Clímax argumentativo. 3 – Norma culta.
1. Pra mim, é inusitado ler uma referência histórica que você tinha sendo apresentada como uma referência cultural. Argumentativamente soa mais persuasivo fazer o leitor pesquisar, se necessário, a referência histórica. Chama a atenção, também, que a sua referência seja uma abolicionista norte-americana, considerando todo o nosso passado recheado de figuras heroicas abolicionistas, Luiz Gama sendo a maior delas.
Essas são duas pequenas frustrações, porém, que não sei como a sua banca avalia. Deixo essas reflexões para que você mesma julgue a partir dos filtros que a tornaram uma excelente escritora.
2. Um detalhe que importa para a sua argumentação foi a ordem que escolheu para os seus argumentos. Claramente o racismo tem mais impacto sobre o trabalho análogo à escravidão do que a falta de informação. Não é por desconhecimento legal que as pessoas têm o direito de abusar dos limites laborais de um ser humano, além de termos um outro problema: nos grandes centros urbanos há muita gente submetida a ilegalidades trabalhistas por desconhecimento, mas essas ilegalidades não ultrapassam os limites corporais desses trabalhadores.
Sendo assim, o clímax argumentativo estabelece que o seu argumento mais forte venha depois, por pelo menos dois motivos: a melhor maneira de manter o leitor interessado no texto é não quebrando expectativas, tornando a leitura gradativamente mais interessante; além disso, você precisa provar ao leitor que não travou no meio da leitura e pensou num argumento qualquer para preencher espaço. Por isso, seria mais adequado inverter a ordem dos seus argumentos.
3. Abaixo, alguns raros erros que consegui encontrar:
O filme norte-americano “Harriet” retrata a história de Harriet Tubman, uma das figuras mais relevantes na luta contra o sistema escravocrata na América. Na trama, a protagonista, interpretada pela atriz Cintia Erivo, atua diretamente na concessão do direito à liberdade de diversos indivíduos submetidos a esse regime de segregação, incluindo a si mesma. Hodiernamente, o trabalho escravo não se restringe às cinebiografias, sendo ainda uma realidade no Brasil, potencializada pelo preconceito internalizado e pela falta de informação.
— Perfeito, só com um detalhe sobre o “incluindo a si mesma”, que você poderia trocar para evitar uma ambiguidade aparente quando se associa o “si mesma” ao “regime de segregação”, por causa da preposição “a”.
Em primeiro lugar, faz-se necessário referenciar o livro “A integração do negro da sociedade de classes”(1) de Florestan Fernandes, que trata da discriminação racial no país e de(2) seu papel na dificuldade de inserção da população afrodescendente no corpo social brasileiro. Atualmente, as formas de trabalho análogas à escravidão no território nacional são, em maioria, desempenhadas por minorias, como imigrantes e negros. Na cidade de São Paulo, especialmente, a Secretaria de Inspeção do Trabalho lida frequentemente com a descoberta de cidadãos bolivianos submetidos a condições de ofício desumanas – como baixa remuneração e turnos laborais de longos períodos. Destarte, com a manutenção de práticas de segregação no pais(3), dificulta-se (4) absorção integral de grupos vulneráveis à sociedade, como discutido na obra do sociólogo brasileiro, mantendo-se um ambiente propício à ocorrência de sistemas de trabalho hostis.
1 – Vírgula, porque só há um autor daquele título.
2 – Da discriminação e DO seu papel. Paralelismo.
3 – País.
4 – Esqueceu o artigo. Se só pode ser definido, tem que vir o artigo definido.
— Um detalhe sobre a argumentação. O exemplo dos bolivarianos sugere xenofobia, que devia ser inclusa como argumento.
Outrossim, a carência de informação também atua na permanência da problemática. Segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos, todo indivíduo tem direito a condições de trabalho dignas e favoráveis, incluindo proteção contra o desemprego e remuneração adequada. Contudo, apesar do que é afirmado no documento promulgado em 1948 pela Organização Mundial das Nações Unidas, a dignidade do trabalhador no país ainda não é assegurada em sua totalidade, visto que práticas(1) de serviço como a troca de mão-de-obra por moradia ou alimentação, a falta de frequência salarial e as jornadas de trabalho maiores que o estipulado por lei não garantem o bem-estar do proletariado e são formas de ofício atuais da escravidão, ainda pouco discutidas. Assim, sem o conhecimento da população sobre os diversos critérios que incluem o trabalho ilegal no Brasil, este continua a perdurar.
1 – Aqui seriam condições de serviço, em vez de práticas.
Portanto, o preconceito racial e a ignorância popular constituem agentes que influenciam a ocorrência do cenário hodierno. Mesmo com legislações que condenam a escravatura e (1) suas vertentes, esse sistema de trabalho, que deveria ser tido como irrepetível e reprovável, ainda se expressa em seus formatos contemporâneos. Logo, entende-se a necessidade de combate a essa realidade, com atuação direta do Estado e da sociedade civil, visando a(2) promoção do bem-estar coletivo, tal como realizado por Harriet Tubman.
1 – A escravatura e AS suas vertentes. Paralelismo.
2 – Crase.
Acho que não receberia nota máxima, mas por detalhes que nem de longe te tirariam de uma disputa pelas maiores notas do vestibular. Excelente texto!
See lessNecropolítica e poder
Mr.Crozma
1 - Tese suspensa. 2 - A necropolítica brasileira. 3 - Exposição ou argumentação. 4 - Norma culta. 1. Os temas que você está se propondo a fazer são bem mais difíceis do que os da Vunesp, então a ideia é positiva por te manter em contato com conceitos que servirão de base para o seu posicionamento nLeia mais
1 – Tese suspensa. 2 – A necropolítica brasileira. 3 – Exposição ou argumentação. 4 – Norma culta.
1. Os temas que você está se propondo a fazer são bem mais difíceis do que os da Vunesp, então a ideia é positiva por te manter em contato com conceitos que servirão de base para o seu posicionamento na prova. O problema é você se acostumar com isso e montar estratégias a partir daí.
Em temas polêmicos, não há razão para suspender a tese e apresentá-la só ao final do texto. Talvez, inclusive, a suspensão tenha feito com que você não visse a polêmica: necropolítica, o que o Brasil tem a ver com isso?
2. No Brasil, a necropolítica está consolidada na discussão das políticas de segurança pública e do racismo, de forma que eu dificilmente imagino a banca cobrando um tema desses sem oferecer textos de apoio que o direcionassem a esse debate. Nesse sentido, quero manifestar a minha leve frustração ao ler dois argumentos distantes do Brasil tanto no espaço quanto no tempo. Apesar disso, compreendo a dificuldade de interpretar o tema naquele formato do link.
3. Algo que me chama a atenção nos seus argumentos é o caráter expositivo que eles ganharam por se concentrarem em explicar exemplos. Acredito que o seu texto tomou esse formato porque você compreendeu o tema como se tivesse que explicar o conceito do Mbembe, em vez de relacioná-lo à realidade brasileira.
De toda forma, devo dizer que o exemplo não encerra discussões. Eu posso apresentar vários exemplos de busca por dinheiro/poder que não resultaram em genocídio, e o mesmo vale para a formação de ideias discriminatórias, e aí a sua estratégia argumentativa se esvazia. Um exemplo fecha o outro.
O ideal é você pensar o argumento como Tópico Frasal + Explicação do Tópico Frasal + Aprofundamento Argumentativo (com combinação de estratégias argumentativas). O exemplo é o acessório que, em poucas linhas, ilustra aquilo que você esclareceu, que era a razão maior por trás de um mero exemplo.
Porque, explicando a sua declaração (a busca pelo poder e pelo dinheiro causam a necropolítica), você perceberia a brecha que isso tem quando você analisa a democracia. O certo seria mesmo não buscar poder e dinheiro? Não explorar regiões? Então é muito importante tomar o cuidado de não partir para o exemplo e deixar que o leitor tire conclusões precipitadas sobre o que você queria dizer.
Às vezes você estava pensando em como a democracia consegue barrar o autoritarismo pelo sistema de freios e contrapesos institucionais (um Poder fiscaliza o outro), mas o corretor não vai poder presumir o que você sabia porque já na segunda frase havia uma técnica de persuasão. Vai com calma, você ainda tem um bom espaço para escrever.
4. Todos os erros que encontrei:
A necropolítica, termo cunhado pelo pensador camaronês Achille Mbembe, reflete o poder de alguns Estados ao decidir quais indivíduos devem viver e quem deve morrer. Tal fato pode ser explicado nas motivações, geralmente econômicas ou ideológicas.
O primeiro motivo para o problema, fator econômico, é notório,(1) a busca pelo dinheiro e pelo poder que traz(2). Isso pode ser visto, hodiernamente, no atual genocídio cultural uigure, no oeste da China, ligado as(3) riquezas minerais da região, e por este grupo possuir crença e hábitos distintos do resto da China, herdeiros da dinastia Han. Com efeito, esse temor chinês gera a destruição desse grupo(4), seja em razão das execuções ou pela(5) morte cultural, impondo a cultura Han para o povo islâmico.
1 – Aqui caberia o dois-pontos, além de você não precisar explicar o que o corretor teria entendido, que o primeiro motivo era o econômico. Você, inclusive, usa esse “primeiro motivo” para evitar a repetição da palavra.
2 – Quem traz?
3 – Crase. Ligar a algo.
4 – Repetição da palavra ‘grupo’.
5 – Falta de paralelismo: em razão de… e de…
Outro ponto,(1) é que as relações de poder negativas podem ter raízes ideológicas, relacionadas com a formação de maiorias com ideias descriminatórias(2). Um grande exemplo é o Nazismo alemão, cuja crença estava na superioridade da raça ariana. Tal pensamento (3) ligado a(4) difusão do humanismo darwinista, que entendia haver grupos humanos superiores, (5) homem branco. Com efeito(6), realizaram o genocídio mais conhecido em toda a história, o massacre dos judeus.
1 – Vírgula separando sujeito e verbo. Cuidado com a mudança de hábitos coesivos. Nos treinos, essa parte automática é pra diversificar repetidamente. se vai usar “em primeiro plano” e o corretor não reclamou, use-o sempre.
2 – Discriminação, com ‘i’.
3 – Comeu um “era” aqui?
4 – Crase.
5 – Aqui também era uma oportunidade de dois-pontos e era legal usar o artigo “o”.
6 – Esse conectivo não diz nada, é inerte, mas o problema maior não é a improdutividade dele, mas repeti-lo. Há tantos recursos coesivos que a repetição de algum deles é vista com um olhar bem punitivo.
Nesse sentido, é necessário reforçar o papel da democracia nos Estados modernos, além positivar os direitos fundamentais, (1) que todos indivíduos, sem exceção, devem ter acesso.(2) Entender que o modelo democrático liberal não é perfeito, mas é a melhor ferramenta da humanidade frente esses tipos de atrocidades.
1 – A que. Todos os indivíduos devem ter acesso a os direitos fundamentais.
2 – Esse “entender” é uma continuação do “é necessário”, então não podia ser separado por ponto final. Ficaria uma frase gigante e direta, um problema ao qual você deve sempre se atentar.
Seu texto tem qualidades, informações novas, poucos erros e uma quantidade boa de conectivos. Detalhes de aprofundamento temático seriam difíceis de cobrar e, portanto, cabe uma recomendação: não deixe de treinar com algum tema que tenha a estrutura da prova, até para treinar a sua interpretação temática, que é o que me preocupa neste momento contigo.
Valeu, Rodrigo! Mantenha essa pegada que tu vai chegar pra prova.
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Mr.Crozma
1 - 448 palavras. 2 - Ousadia ou humildade? 3 - Vícios de linguagem: expressões ultrapassadas e autoritárias. 1. Uma boa redação consegue nota mil com cerca de 350 palavras. Se você gasta 100 palavras a mais, isso significa tempo de prova e desgaste mental, duas coisas que, combinadas, atrapalham baLeia mais
1 – 448 palavras. 2 – Ousadia ou humildade? 3 – Vícios de linguagem: expressões ultrapassadas e autoritárias.
1. Uma boa redação consegue nota mil com cerca de 350 palavras. Se você gasta 100 palavras a mais, isso significa tempo de prova e desgaste mental, duas coisas que, combinadas, atrapalham bastante qualquer rendimento na parte objetiva. Sua meta deverá ser reduzir o número de palavras sem perder de vista o cumprimento das funções textuais que a dissertação pede.
2. Se é do Enem que estamos falando, ousadia tanto não é o que o corretor quer que modelos copiados da internet conseguem notas altas. Outros vestibulares valorizam, sim, a originalidade, a escrita solta, mas não é o caso para o Enem, que, inclusive, oferece um manual de correção, dando todo o caminho para se padronizarem as redações, que é o que está acontecendo para o boom de redações modeladas que você poderá ler por aqui. Adequar-se a uma escrita mais resguardada é uma estratégia importante no Enem. Em outras palavras, quem gosta de escrever deve, por coerência, odiar a redação Enem. Leia sempre os manuais de correção, que podem ser encontrados aqui: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem/outros-documentos
3. Abandonar os vícios de linguagem adquiridos no período da faculdade é recomendável.
As expressões “enfim” e “ou seja”, por exemplo, são abomináveis numa dissertação-argumentativa. A primeira porque você transmite ao leitor uma ideia de cansaço: você mesmo cansou do que escreveu, por que não o leitor não deve se sentir cansado? E, se cansou, não deveria ter sido mais sucinto? Bom, a segunda passa uma ideia ainda pior: se você precisa de um “ou seja”, você deve concordar que a frase anterior não foi bem explicada, a ponto de você precisar repetir a ideia. Mais: se o corretor entendeu aquela ideia, soa como se o leitor fosse burro a ponto de precisar de duas explicações. Em suma, você não tem rigorosamente nada a ganhar o “ou seja”
Expressões retóricas também não merecem qualquer lugar aqui. “Realmente”, “sem dúvidas”, “de fato”… Essas e outras palavras te dispensam de provar aquilo que você disse, o que é sempre problemático quando se trata de uma argumentação, ainda mais quando você não for trazer fatos facilmente verificáveis na vida real. Você não pode dizer que “sem dúvidas” o seu argumento é o que define os rumos daquele debate. Se eu discordo de você sobre a sensação de impunidade, por exemplo, aquela passagem chama a minha atenção e ganha um peso que não teria se a escrita se abstivesse da retórica.
É importante lembrar que o Enem é um debate público e nacional, sempre haverá opiniões divergentes que precisam ser respeitadas no nosso discurso.
Acho que esses avanços já estariam de bom tamanho para a próxima redação. Bons estudos, Daniel!
See lessO custo de ser famoso
Mr.Crozma
Dei uma lida superficial sobre como é avaliada a prova da UFSC para vir aqui. Antes de sugerir uma nota, deixarei algumas sugestões que você deve filtrar com base no que professores que conhecem a prova te ensinaram, até porque você não parece ter aprendido a escrever ontem. Parabéns pelo texto, jáLeia mais
Dei uma lida superficial sobre como é avaliada a prova da UFSC para vir aqui. Antes de sugerir uma nota, deixarei algumas sugestões que você deve filtrar com base no que professores que conhecem a prova te ensinaram, até porque você não parece ter aprendido a escrever ontem. Parabéns pelo texto, já de antemão.
Frases longas costumam ser um problema. A uma, pelo número de erros que potencializam, já que criam situações textuais complexas de resolver. A duas, porque tornam a leitura cansativa, para o escritor e para o leitor, criando desatenção. A três, porque te colocam num looping de raciocínio do qual se pode não ser tão fácil de sair produtivamente. O ideal, então, é sempre escrever frases mais curtas, contendo uma ou duas ideias, para tornar o tornar mais dinâmico e menos problemático.
Aprendi que a introdução tem algumas funções a cumprir. Uma delas é a de indicar, de dar as bases do que será escrito, de forma a não causar surpresas no leitor e de forma a possibilitar que você mesma “puxe” essas bases para construir os argumentos. É como se o texto, têxtil, fosse um tecido a ser costurado, com linhas que você deixaria soltas para pegar o gancho no desenvolvimento. Se o cerne da sua escrita argumentativa está no desenvolvimento, talvez à introdução coubesse um certo suspense, de modo que não me faz sentido ler operadores de argumentação (visto que, uma vez que…) já no primeiro parágrafo. Inclusive por isso é que as introduções costumam ter 50, 60 palavras; a sua tem 115. Bom, se os seus professores assim a ensinaram, rendo-me a eles, mas deixarei essa sugestão conforme as funções da introdução: apresentar o tema, apresentar a tese e deixar “fios soltos”. Todo o resto argumentativo eu gostava de colocar no desenvolvimento, até para organizar melhor as ideias e não deixá-las incompletas na correria introdutória.
Um outro ponto que a gente vê bastante no Enem é a ideia de tópico frasal como sendo uma frase curta, objetiva e simples que vai trazer o resumo daquele argumento a ser desenvolvido. Quando você escreve uma frase com 55 palavras, ela perde a ideia de resumo e ganha contornos argumentativos que podem bagunçar o leitor. Você, como leitora, terá momentos na vida em que não entenderá o que um parágrafo quis dizer, daí a recomendação que você tem que seguir é voltar ao tópico frasal para entender o centro da discussão e, se necessário, voltar à tese daquele texto. Por isso é importante ter esses locais-chaves do texto para o leitor, inclusive para o leitor cansado.
Compreender a importância dos “fios soltos” Tópico Frasal pode ajudá-la a construir um segundo parágrafo que não seja expositivo. Você precisa de dois argumentos e conseguir enxergá-los em cada parágrafo do desenvolvimento vai ajudar o corretor também. Seu segundo parágrafo soa como uma continuação do primeiro, quando, em verdade, já deveria estar argumentando sobre a sua tese de que o custo da fama é alto. Percebe que só ao final daquele 2º parágrafo o texto vai falar de algum custo (a baixa autoestima)?
Por fim, uma última questão em que eu gostaria de te ver pensando era a não surpresa na conclusão. O texto argumentativo tem na conclusão o momento de maior concordância que o leitor deve ter. Ali ele lerá ideias que poderia concluir sozinho a partir dos seus argumentos. Então não é recomendável introduzir um conceito novo, que fará o leitor refletir mais uma vez, quando na verdade ele já queria estar fechando a opinião sobre o que foi dito no texto. E aí, se ele tem perguntas a fazer, o texto não tem mais espaço para responder. Fica por isso mesmo? Hm, pode ser difícil não conseguir colocar todas as suas ideias num texto, mas essa é uma prova com limite de linhas, e o teste é justamente sobre a sua capacidade de selecionar quais são as ideias mais persuasivas que você pode apresentar e desenvolver. Ideias novas na conclusão podem gerar a suspeita que o candidato só lembrou delas lá no fim do texto, e que começou o texto sem saber como iria terminá-lo. Um perigo, pois, para a ideia de projeto de texto.
Esses e outros ajustes, porém, não tiram deste texto a boa nota que ele merece.
Na norma culta, encontrei alguns erros que eu imagino serem consertados pela redução de palavras por frase. Atribuiria nota 2, de 2,5.
Na adequação à proposta temática, darei 2,5. Você abordou satisfatoriamente o problema proposto.
Na coerência e na coesão também não vi problemas, com alguns deslizes que eu não como são pontuados na UFSC, então atribuo 2,5.
Na argumentação é que vi problemas maiores de organização dissertativa, especialmente no segundo parágrafo, em que não vejo grandes explicações sobre o problema da autoestima, qual a sua relevância ou qual a sua relação com a fama, além do que já expliquei anteriormente sobre surpresas. 1,5.
Com isso, a minha nota ficaria 8,5. Já que notas não são tão importantes quanto resolver os problemas de organização textual, estou aberto a quaisquer dúvidas.
See lessAbraço e bons estudos!
Invisibilidade e registro civil: garantia do acesso à cidadania no Brasil
Mr.Crozma
Olá, Thais. Estou aqui limpando as redações antigas sem correção e a sua a última. Como parece ter sido a do seu Enem, deixo aqui a minha aposta de nota: C1: 200/160 (o corretor pode encucar com aqueles parênteses substituindo as vírgulas que você não quis colocar, provavelmente porque encheria de vLeia mais
Olá, Thais. Estou aqui limpando as redações antigas sem correção e a sua a última. Como parece ter sido a do seu Enem, deixo aqui a minha aposta de nota:
C1: 200/160 (o corretor pode encucar com aqueles parênteses substituindo as vírgulas que você não quis colocar, provavelmente porque encheria de vírgulas a frase; além desses parênteses, há um desvio em “o privando”, que tem duas regras exigindo ênclise, pela vírgula e por ser gerúndio. Fora esses possíveis desvios, excelente padrão de escrita que deveria fazer o corretor dispensar a punição).
C2: 200.
C3: 160/200 (geralmente o Enem dá 200 aqui, mas há um problema quando o primeiro argumento traz causa e o segundo traz consequência: ambos falarão de uma mesma ideia. Daí o que se tem é o risco de repetição argumentativa – ora, população ter assistência do Estado não é o mesmo que o Estado não estar assistindo? Por isso me incomoda dizer que foi estratégico, mas muitos fazem assim e eu imagino que vários recebam 200 com essa estrutura que passa desapercebida na correria dos corretores).
C4: 200. Não sei se foi sorte, mas o “a priori” só não desconta ponto aqui porque precedeu uma frase realmente apriorística.
C5: 200.
Eu particularmente daria 960, mas vejo possíveis tanto o mil quanto o 920, sem demagogia alguma. Qualquer nota fora disso seria um absurdo. Boa sorte!
See lesstema: Educação Empreendedora no Brasil
Mr.Crozma
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendLeia mais
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendedorismo.
Educação é um tema que sempre ativa os padrões reconhecidos pela nossa mente e a gente corre o risco de caminhar no automático. Espero que isso não tenha acontecido no seu Enem. Se me ler, saiba que quero notícias suas. Pelo menos por distração eu acho que ninguém tangenciaria o tema do registro civil. Por desconhecimento, certamente. Não foi o seu caso, aposto.
Apesar de tangenciar, redação com ótimos valores culturais e linguísticos. Destaco a atenção que você provou na substituição de palavras e espero que tenha feito uma prova com essa mesma pegada!
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