Iniciante

O custo de ser famoso

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Certa vez, o cineasta americano Andy Warhol afirmou que no futuro, todos terão seus quinze minutos de fama. Tais palavras se efetivam no mundo contemporâneo, visto que a internet, sendo um dos principais veículos rumo à fama, proporciona a disseminação de conteúdos e informações, além de democratizar o acesso à criação de perfis por parte daqueles que buscam um espaço para apresentarem o melhor de si. No entanto, pode-se inferir que a fama tem um custo e seu valor é alto, uma vez que a constante comparação com o outro, as expectativas criadas e o excesso de exposição são fatores que afetam a individualidade do indivíduo e podem comprometer seu bem-estar e sua saúde mental.

Em primeiro plano, convém ressaltar que no mundo globalizado, a fama está condicionada à popularidade virtual relacionada às redes sociais, sendo que o número de seguidores e a quantidade de “likes” são indicadores da popularidade de alguém, e capazes de elevar um determinado perfil à situação de verificação, o que consequentemente a torna uma celebridade. A partir disso, pode-se vincular o fenômeno ao conceito de sociedade do espetáculo, teoria proposta pelo sociólogo francês Guy Debord. Nela, o autor evidencia que os seres humanos apenas publicam aquilo que gostariam que os outros soubessem, criando uma visão idealizada de si e do próximo, o que colabora para a baixa autoestima.

Ademais, nota-se que grande parte do grupo social que alimenta o sonho de alcançar a fama tem uma visão distorcida acerca do que é ser considerado famoso, já que a busca por prestígio e reconhecimento são valores intrínsecos ao modelo capitalista, que exige sempre a melhor versão de si e enaltece o status social. Entretanto, os aspectos negativos se evidenciam pela elevação dos casos de ansiedade e depressão acompanhados por crises de identidade. Outrossim, é comum que o excesso de publicação pela mídia, acentue a voz social do indivíduo, o que gera uma pressão maior naquilo em que se envolve.

Portanto, diante de uma conjuntura marcada pela perseguição desenfreada pela fama, sem o devido conhecimento sobre os malefícios que a mesma pode ocasionar, torna-se imprescindível reverter o cenário a partir dos locais onde ela é incentivada, ao se apropriar dos mecanismos que a internet pode oferecer, e utilizá-los com a finalidade de conscientizar a respeito dos perigos que a fama encobre. Desse modo, pode-se promover uma ruptura com a modernidade líquida, ideia proposta por Zygmunt Bauman, ao se buscar substituir a efemeridade de uma conjuntura confortável e idealizada, por uma realidade autêntica e feliz.

Obs: redação modelo UFSC

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3 Correções

  1. Dei uma lida superficial sobre como é avaliada a prova da UFSC para vir aqui. Antes de sugerir uma nota, deixarei algumas sugestões que você deve filtrar com base no que professores que conhecem a prova te ensinaram, até porque você não parece ter aprendido a escrever ontem. Parabéns pelo texto, já de antemão.

    Frases longas costumam ser um problema. A uma, pelo número de erros que potencializam, já que criam situações textuais complexas de resolver. A duas, porque tornam a leitura cansativa, para o escritor e para o leitor, criando desatenção. A três, porque te colocam num looping de raciocínio do qual se pode não ser tão fácil de sair produtivamente. O ideal, então, é sempre escrever frases mais curtas, contendo uma ou duas ideias, para tornar o tornar mais dinâmico e menos problemático.

    Aprendi que a introdução tem algumas funções a cumprir. Uma delas é a de indicar, de dar as bases do que será escrito, de forma a não causar surpresas no leitor e de forma a possibilitar que você mesma “puxe” essas bases para construir os argumentos. É como se o texto, têxtil, fosse um tecido a ser costurado, com linhas que você deixaria soltas para pegar o gancho no desenvolvimento. Se o cerne da sua escrita argumentativa está no desenvolvimento, talvez à introdução coubesse um certo suspense, de modo que não me faz sentido ler operadores de argumentação (visto que, uma vez que…) já no primeiro parágrafo. Inclusive por isso é que as introduções costumam ter 50, 60 palavras; a sua tem 115. Bom, se os seus professores assim a ensinaram, rendo-me a eles, mas deixarei essa sugestão conforme as funções da introdução: apresentar o tema, apresentar a tese e deixar “fios soltos”. Todo o resto argumentativo eu gostava de colocar no desenvolvimento, até para organizar melhor as ideias e não deixá-las incompletas na correria introdutória.

    Um outro ponto que a gente vê bastante no Enem é a ideia de tópico frasal como sendo uma frase curta, objetiva e simples que vai trazer o resumo daquele argumento a ser desenvolvido. Quando você escreve uma frase com 55 palavras, ela perde a ideia de resumo e ganha contornos argumentativos que podem bagunçar o leitor. Você, como leitora, terá momentos na vida em que não entenderá o que um parágrafo quis dizer, daí a recomendação que você tem que seguir é voltar ao tópico frasal para entender o centro da discussão e, se necessário, voltar à tese daquele texto. Por isso é importante ter esses locais-chaves do texto para o leitor, inclusive para o leitor cansado.

    Compreender a importância dos “fios soltos” Tópico Frasal pode ajudá-la a construir um segundo parágrafo que não seja expositivo. Você precisa de dois argumentos e conseguir enxergá-los em cada parágrafo do desenvolvimento vai ajudar o corretor também. Seu segundo parágrafo soa como uma continuação do primeiro, quando, em verdade, já deveria estar argumentando sobre a sua tese de que o custo da fama é alto. Percebe que só ao final daquele 2º parágrafo o texto vai falar de algum custo (a baixa autoestima)?

    Por fim, uma última questão em que eu gostaria de te ver pensando era a não surpresa na conclusão. O texto argumentativo tem na conclusão o momento de maior concordância que o leitor deve ter. Ali ele lerá ideias que poderia concluir sozinho a partir dos seus argumentos. Então não é recomendável introduzir um conceito novo, que fará o leitor refletir mais uma vez, quando na verdade ele já queria estar fechando a opinião sobre o que foi dito no texto. E aí, se ele tem perguntas a fazer, o texto não tem mais espaço para responder. Fica por isso mesmo? Hm, pode ser difícil não conseguir colocar todas as suas ideias num texto, mas essa é uma prova com limite de linhas, e o teste é justamente sobre a sua capacidade de selecionar quais são as ideias mais persuasivas que você pode apresentar e desenvolver. Ideias novas na conclusão podem gerar a suspeita que o candidato só lembrou delas lá no fim do texto, e que começou o texto sem saber como iria terminá-lo. Um perigo, pois, para a ideia de projeto de texto.

    Esses e outros ajustes, porém, não tiram deste texto a boa nota que ele merece.

    Na norma culta, encontrei alguns erros que eu imagino serem consertados pela redução de palavras por frase. Atribuiria nota 2, de 2,5.
    Na adequação à proposta temática, darei 2,5. Você abordou satisfatoriamente o problema proposto.
    Na coerência e na coesão também não vi problemas, com alguns deslizes que eu não como são pontuados na UFSC, então atribuo 2,5.
    Na argumentação é que vi problemas maiores de organização dissertativa, especialmente no segundo parágrafo, em que não vejo grandes explicações sobre o problema da autoestima, qual a sua relevância ou qual a sua relação com a fama, além do que já expliquei anteriormente sobre surpresas. 1,5.

    Com isso, a minha nota ficaria 8,5. Já que notas não são tão importantes quanto resolver os problemas de organização textual, estou aberto a quaisquer dúvidas.
    Abraço e bons estudos!

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  2. Certa vez, o cineasta americano Andy Warhol afirmou que (,)no futuro, todos terão seus quinze minutos de fama. Tais palavras se efetivam no mundo contemporâneo, visto que a internet, sendo um dos principais veículos rumo à fama, proporciona a disseminação de conteúdos e informações, além de democratizar o acesso à criação de perfis por parte daqueles que buscam um espaço para apresentarem o melhor de si. No entanto, pode-se inferir que a fama tem um custo e seu valor é alto, uma vez que a constante comparação com o outro, as expectativas criadas e o excesso de exposição são fatores que afetam a individualidade do indivíduo(1) e podem comprometer seu bem-estar e sua saúde mental.
    (1) pleonasmo, invidualidade do indivíduo

    Em primeiro plano, convém ressaltar que(,) no mundo globalizado, a fama está condicionada à popularidade virtual relacionada às redes sociais, sendo que o número de seguidores e a quantidade de “likes” são indicadores da popularidade de alguém, e capazes de elevar um determinado perfil à situação de verificação, o que consequentemente a torna uma celebridade. A partir disso, pode-se vincular o fenômeno ao conceito de sociedade do espetáculo, teoria proposta pelo sociólogo francês Guy Debord. Nela, o autor evidencia que os seres humanos apenas publicam aquilo que gostariam que os outros soubessem, criando uma visão idealizada de si e do próximo, o que colabora para a baixa autoestima.

    Ademais, nota-se que grande parte do grupo social que alimenta o sonho de alcançar a fama tem uma visão distorcida acerca do que é ser considerado famoso, já que a busca por prestígio e reconhecimento são valores intrínsecos ao modelo capitalista, que exige sempre a melhor versão de si e enaltece o status social. Entretanto, os aspectos negativos se evidenciam pela elevação dos casos de ansiedade e depressão acompanhados por crises de identidade. Outrossim, é comum que o excesso de publicação pela mídia, acentue a voz social do indivíduo, o que gera uma pressão maior naquilo em que se envolve.

    Portanto, diante de uma conjuntura marcada pela perseguição desenfreada pela fama, sem o devido conhecimento sobre os malefícios que a mesma pode ocasionar, torna-se imprescindível reverter o cenário a partir dos locais onde ela é incentivada, ao se apropriar dos mecanismos que a internet pode oferecer, e utilizá-los com a finalidade de conscientizar a respeito dos perigos que a fama encobre. Desse modo, pode-se promover uma ruptura com a modernidade líquida, ideia proposta por Zygmunt Bauman, ao se buscar substituir a efemeridade de uma conjuntura confortável e idealizada, por uma realidade autêntica e feliz.

    Achei seu texto bem estruturado, coeso e com boa argumentação.
    Só marquei alguns poucos detalhes de pontuação que observei.

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  3. Prezada;

    No que tange ao tema, você entendeu a proposta apresentada.
    Quanto ao texto, pode melhorar na organização das ideias, tendo em vista a progressão textual.
    A redação apresenta coerência diante das ideias claras e bem articuladas, porém não tem opiniões profundas, deixando a desejar (um pouco) na consistência argumentativa.
    Coesão boa, mas questionável, por conta dos períodos longos e construção dos parágrafos.
    No que concerne à norma culta, apresenta grau satisfatório, pois não há muitos desvios gramaticais, identificado apenas um pleonasmo, alguns problemas de pontuação, demonstrando plena compreensão e domínio da modalidade escrita e formal da língua portuguesa, apesar dos ínfimos equívocos retro citados.

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