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Insegurança alimentar presente na sociedade brasileira
Projeto Redação
Olá, espero que goste da correção! Qualquer dúvida, mande-me uma mensagem. Introdução: A obra cinematográfica ”Garapas” [1] de José Padilha, [2] retrata sobre [3] a fome e a insegurança alimentar, onde [4] uma população [5] desassistida, [6] pelo poder público, por falta de uma política de assistêncLeia mais
Olá, espero que goste da correção! Qualquer dúvida, mande-me uma mensagem.
Introdução:
A obra cinematográfica ”Garapas” [1] de José Padilha, [2] retrata sobre [3] a fome e a insegurança alimentar, onde [4] uma população [5] desassistida, [6] pelo poder público, por falta de uma política de assistência, onde [7] a política clássica é evidente e estabelece padrões entre as relações de classes sociais, na qual os direitos do cidadão são negados. Do enredo fílmico para a realidade, a obra é intimamente ligada ao cenário brasileiro contemporâneo, uma vez que a insegurança alimentar é um problema a ser enfrentado no país. À vista disso, é crucial a necessidade de discutir sobre os alicerces que sustentam esse revés, com foco na desigualdade social e na negligência governamental.
Obs.:
1 – Ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial.
2 – Especifique quem é esse homem. Ele é um filósofo, sociólogo? Fale.
3 – Excesso de elemento sintático. Tire esse “sobre”.
4 – Uso inadequado do pronome relativo “onde”, pois ele deve ser usado apenas para se referir a lugar físico. Substitua por “em que”. O Enem não penaliza você por isso, tá?
5 – Ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial.
6 – Equívoco de vírgula.
7 – Novamente uso inadequado do “onde”.
– Seu repertório é legitimado e pertinente, mas ele foi colocado de forma confusa.
SUGESTÃO:
A obra cinematográfica ”Garapas”, do cineasta José Padilha, retrata a fome e a insegurança alimentar, na qual uma população é desassistida pelo poder público por falta de uma política de assistência, pois a política clássica é evidente e estabelece padrões entre as relações de classes sociais, tendo os direitos dos cidadãos negados.
Desenvolvimento 01:
Nessa perspectiva acerca da instabilidade alimentar, presente na sociedade brasileira, é valido ressaltar a desigualdade existente entre os indivíduos. Historicamente, o país é marcado pela diferença econômica entre seus cidadãos, além de conter fatores que contribuem para a quantidade econômica por uma parcela da população total- tal como a concentração fundiária, diferença econômica das regiões do país, entre outras- [1] Vale [2] ressaltar o começo da pandemia da Covid-19, onde [3] agravo [4] o problema da insegurança alimentar no país ao reforçar a desigualdade econômica entre os brasileiros. Com isso, a falta de recursos para a educação, saúde, áreas sociais, cultura e economia e demais vertentes faz com que o problema da desigualdade aumente, prejudicando a massa trabalhadora. Dessa forma, a desigualdade é um fator agravante da insegurança alimentar.
Obs.:
1 – Tire esse “entre outras”. Isso é muito vago. Poderia ter feito assim: “[…] a concentração fundiária e a diferença econômica das regiões do país”.
2 – Equívoco de letra maiúscula. Poderia ter construído um novo período ali. “Ademais, vale ressaltar o […]”
3 – Uso inadequado do pronome relativo “onde”, pois ele deve ser usado apenas para se referir a lugar físico. Substitua por “em que”.
4 – O correto é “agravou”.
– Senti falta de um repertório sociocultural para fundamentar a sua argumentação. A pandemia, na minha opinião, está parecendo argumento, e não repertório.
Desenvolvimento 02:
Observa-se, além disso, que a omissão estatal também agrava o impasse. Nesse quadrante, embora haja programas que se propõem a diminuir a fome, como o “Fome Zero” e “O Programa Nacional de Alimentação Escolar- PNAE”, a falta de investimentos em programas eficientes que amparem e suportam [1] mais número de indivíduos aumenta a insegurança alimentar. Nesse sentido, com a falta de investimentos para estes programas, causa um aumento de famílias que passam por esse problema, tornando mais agravante. Esse contexto de ineficiência das esferas do poder, [2] exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, de Zygmunt Bauman, [3] que a descreve como ativo [4] na sociedade, mas não cumpre [5] seu papel com eficácia.
Obs.:
1 – O correto é “suportem”.
2 – Equívoco de vírgula.
3 – Especifique quem é esse homem. Ele é um filósofo, sociólogo? Fale.
4 – O correto é “ativas”, pois concorda com “Instituições Zumbis”.
5 – O correto é “cumprem”, pois concorda com “Instituições Zumbis”.
– Argumentação boa, mas ainda está superficial. Poderia ter falado as consequências da insegurança alimentar.
Conclusão:
Observa-se, portanto, que medidas são fundamentais para reverter a insegurança alimentar no Brasil, a fim de garantir o direito à alimentação dos indivíduos. Para tanto, cabe ao Ministério da Cidadania – órgão responsável pela proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural- realizar investimentos a programas já existentes que disponibilizam alimentos aos sujeitos vulneráveis. Isso deve ser feito por meio de entrega de cestas básicas, auxílio financeiro, [1] refeições distribuídas, com [2] finalidade de amenizar a desigualdade social existente no país. Isso deve ser realizado por meio de recursos concebidos pelo Tribunal de Contas da União, para potencializar programas que combatem a insegurança alimentar. Com essas medidas, a história retratada em ”Garapas” ficará restrita á [3] ficção.
Obs.:
1 – Tire a vírgula e coloque a conjunção aditiva “e”.
2 – Ausência de elemento sintático. O correto é “com a finalidade”.
3 – Aqui deve ser uma crase “à”, e não um acento agudo.
Nota:
c1: 120
See lessc2: 160
c3: 160
c4: 200
c5: 200
Total: 840, parabéns.
A precarização do trabalho no mundo contemporâneo
Projeto Redação
Olá, espero que goste da correção! Qualquer dúvida, mande-me uma mensagem. Introdução: Segundo Oscar Wilde, escritor britânico, “O [1] primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou [2] nação”. Nessa linha de raciocínio, é preciso dar o primeiro em relação à precarização do trabalho nLeia mais
Olá, espero que goste da correção! Qualquer dúvida, mande-me uma mensagem.
Introdução:
Segundo Oscar Wilde, escritor britânico, “O [1] primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou [2] nação”. Nessa linha de raciocínio, é preciso dar o primeiro em relação à precarização do trabalho no mundo contemporâneo, existente na sociedade brasileira. [3] Nesse sentido, a modernização dos meios de produção e o descumprimento das leis trabalhistas são características associadas a essa precarização.
Obs.:
1 – Só será letra maiúscula quando antes da citação direta estiver posicionado dois pontos (:)
2 – Mantenha o paralelismo sintático. O correto é “[…] na evolução de um homem ou de uma nação”.
3 – O repertório foi bom e é legitimado, mas não há pertinência; todavia, ela poderia ser encontrada na produtividade feita pelo repertório, porém não há.
SUGESTÃO:
No entanto, ao seguir essa linha de raciocínio, percebe-se que a sociedade brasileira não tem tido essa evolução, já que parte do corpo social presencia a precarização do trabalho no mundo contemporâneo, o que faz com que o direito ao trabalho digno seja mutilado.
Desenvolvimento 01:
Diante desse cenário, a crescente modernização dos meios de produção corroboram [1] o problema. Durante a primeira Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, surgiram diversas máquinas e muitas tarefas passaram a ser realizadas de forma mecanizada [2] em fábricas e indústrias, o que fez muitos trabalhadores serem dispensados e ficarem desempregados. De maneira análoga, no atual século XXI, tal impasse persiste e é uma das causas da precarização do trabalho, pois, uma vez que os meios de produção possuem máquinas cada vez mais modernas e eficientes para a realização de tarefas, a mão de obra humana torna-se mais dispensável, ficando à mercê de condições de trabalho degradantes e precárias.
Obs.:
1 – Erro de concordância verbal. O correto é “corrobora”, pois concorda com “a crescente”.
2 – Ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial longo.
Em relação à argumentação, está ok. Só tome cuidado com o tópico frasal, pois você usou as mesmas palavras da tese, use sinônimos para não se prejudicar na Competência 4.
Desenvolvimento 02:
Outrossim, como consequência dessa intensa modernização dos meios de produção e da precarização do trabalho, tem-se o descumprimento das leis trabalhistas. Em meados da década de 1940, Getúlio Vargas, presidente do Brasil da época, criou a Consolidação das Leis Trabalhistas, que garante condições dignas de trabalho, como jornada de no máximo 8 horas e seguro-desemprego. No entanto, com a precarização do trabalho [1] essas leis são descumpridas, visto que as pessoas desempregadas acabam recorrendo a condições pouco dignas de emprego, sem terem seus direitos respeitados, o que demonstra a necessidade de reverter essa situação.
Obs.:
1 – Ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial.
– A argumentação está boa, mas senti falta de um maior aprofundamento. Poderia ter dado alguns exemplos de trabalhos precarizados, como o informal, o qual não garante ao cidadão o direito a férias remuneradas, bem como ao vale alimentação. Além disso, em alguns casos, esse tipo de trabalho não assegura o direito à segurança do indivíduo.
– Cuidado com a retomada da tese, repetiu a mesma coisa.
Conclusão:
Portanto, o Governo Federal [1] deve investir na qualificação de trabalhadores, por meio de* cursos profissionalizantes, que sejam gratuitos e acessíveis a pessoas de todas as idades, a fim de amenizar o desemprego gerado pela modernização dos meios de produção. Ademais, cabe ao Ministério do Trabalho, como instância máxima dos aspectos trabalhistas no país, realizar fiscalizações em grandes e pequenas empresas, por meio de* entrevistas com trabalhadores e donos de núcleos empresariais, com o intuito de garantir que as leis trabalhistas sejam cumpridas. Espera-se, com isso, dar o primeiro passo para a evolução citado por Oscar Wilde.
1 – O recomendável é escrever “governo federal” com as iniciais minúsculas, porém o Enem não vai penalizar você caso faça desse jeito.
* Para evitar a repetição, poderia ter usado: por intermédio de, mediante, a partir…
Nota:
See lessc1: 160
c2: 200
c3: 160
c4: 200
c5: 200
Total: 920, parabéns.
O estigma associado ao HIV na sociedade brasileira
Projeto Redação
Introdução: De acordo com o sociólogo Amitai Etzioni, os indivíduos devem ser capazes de articular tudo aquilo que é bom para a sociedade. Ao traçar um paralelo com a condição de estigma, caracterizado por raízes históricas e pela desinformação, vivenciado pelos portadores do vírus HIV no Brasil, toLeia mais
Introdução:
De acordo com o sociólogo Amitai Etzioni, os indivíduos devem ser capazes de articular tudo aquilo que é bom para a sociedade. Ao traçar um paralelo com a condição de estigma, caracterizado por raízes históricas e pela desinformação, vivenciado pelos portadores do vírus HIV no Brasil, torna-se evidente a negligência dos agentes sociais em articular a inclusão, de forma positiva para a sociedade, desses indivíduos. Diante disso, é imprescindível a minimização dessa realidade.
Análise geral (estrutura, repertório e tema):
Em resumo, o seu parágrafo introdutório está muito bom, pois você o estrutura bem. Você trouxe um repertório legitimado na menção ao sociólogo Amitai, sem pertinência ao tema de forma direta. No entanto, a pertinência ao tema é encontrada no uso produtivo que você faz desse repertório. No que se refere ao tema, a problematização está perfeita, pois você o transforma em um problema e deixa bem evidente.
Dica: apesar de eu ter conseguido encontrar a sua tese junto à transição, aconselho que separe essas duas partes, ficando três períodos, um para cada parte da estrutura da introdução: contextualização, transição e tese.
Desvios gramaticais e problemas de estrutura sintática:
Não há desvios gramaticais e falhas de estrutura sintática nesse parágrafo.
Uso de conectivos e coesão:
Em relação ao uso de elementos coesivos, todos estão posicionados corretamente.
Desenvolvimento 01:
(1) Na série de TV americana, “Grey’s Anatomy”, em uma volta no tempo para a década de 80, em que se pouco sabia sobre a AIDS, um paciente recebe a suspeita de ter contraído a doença, gerando bastante angústia, já que naquele período a doença era tratada com ignorância e preconceito, caracterizada por ser uma doença contraída apenas pelos homossexuais e transmitida pelo ar. Infelizmente, saindo do contexto ficcional a situação também se dá de forma caótica, pois, decorrente do antigo histórico que os indivíduos com HIV possuíam, o julgamento (2) por parte da parcela populacional (3) se torna (4) (5) fator constante no dia a dia. Tal despreparo relacionado à disseminação de pensamentos arcaicos, (6) gera uma dificuldade na obtenção de uma inclusão plena, deixando, assim, deixando (7) o indivíduo à margem da sociedade. Assim, (8) torna-se evidente a necessidade de investimentos na educação (9) a fim de alterar as concepções antigas e sem embasamento da população.
Análise geral (argumentação e repertório):
Aqui, nesse parágrafo, você cumpriu perfeitamente o que foi abordado na tese – raízes históricas, uma vez que você explica muito bem o porquê de o passado influenciar na questão do preconceito com as pessoas com HIV na contemporaneidade. Isso sem deixar lacunas na argumentação. Portanto, nada tenho a pontuar de forma negativa nesse parágrafo.
Em relação ao seu repertório, ele é legitimado, pertinente e produtivo.
Desvios gramaticais:
2 e 3 – Ausência de vírgulas para isolar o adjunto adverbial grande – por parte da parcela populacional.
4 – Devido ao isolamento do adjunto adverbial, você terá que usar a ênclise, empurrando o pronome oblíquo átono “se” para depois do verbo “torna”, ficando “torna-se”.
5 – Ausência de elemento sintático para uma melhor fluidez. Adicione o artigo indefinido “um”. Ficará assim: “[…] torna-se um fator constante […]”
6 – Equívoco de vírgula, pois você está separando “despreparo”, que está atuando como sujeito, de seu verbo “gera”.
7 – Duplicação de elemento sintático.
9 – Apesar de a vírgula não ser obrigatória no adjunto adverbial no final da frase, mesmo que ele seja longo, aconselho que use a vírgula para uma melhor fluidez.
Uso de conectivos e coesão:
1 – Ausência de conectivo interparágrafo, pois o seu parágrafo de desenvolvimento precisa estabelecer uma relação com a introdução. São exemplos destes: Diante desse cenário, Nesse contexto, Sob tal viés, etc.
8 – Repetição do conectivo intraparágrafo “assim”.
Desenvolvimento 02:
Além disso, Aristóteles afirmou que os indivíduos diferentes devem ser tratados de modo positivamente diferente, a partir do seu nível de diferença. Ao relacionar esse pensamento ao contexto atual, é possível perceber que a população soropositiva é tratada de maneira diferentemente pejorativa, por conta da falta de informação. Dessa maneira, é indubitável que a desinformação esteja entre as causas do problema. A partir disso, é gerada uma dificuldade na desestigmatização dessa parcela da população, por conta dos receios de outros indivíduos que (1) por não conhecerem a doença (2) acabam tratando aqueles que são portadores com hostilidade e preconceito, o que pode levar a problemas psicológicos e a (3) autoexclusão.
Análise geral (argumentação e repertório):
Aqui, nesse parágrafo, você cumpriu perfeitamente o que foi abordado na tese – desinformação. No entanto, nesse parágrafo, senti falta de um maior aprofundamento. Note que você não explica o motivo de ocorrer a desinformação, ou seja, quem deveria informar à população sobre isso, mas não informa? Fale, pois isso aqui que você acabou de fazer foi uma lacuna na sua argumentação, isto é, você está dando o papel de preencher as “brechas” da argumentação para o corretor, e isso não pode acontecer.
Desvios gramaticais:
1 e 2 – Ausência de vírgulas para isolar o adjunto adverbial longo – por não conhecerem a doença.
3 – Ausência de crase, pois “se leva, leva a alguma ou a alguém”. Portanto, o correto é “leva à autoexclusão”.
Uso dos conectivos e coesão:
Não há desvios relacionados ao uso de elementos coesivos nesse parágrafo de desenvolvimento. Só tome cuidado com a repetição de termos, como o “por conta”.
Conclusão:
Sendo assim, é notória a necessidade da viabilização de propostas para a desestigmatização do HIV na (1) brasileira. A partir disso, (2) é imprescindível o direcionamento de recursos, a partir da Secretaria Estadual de Educação, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, para a integração das políticas de inclusão, através de debates e projetos, por meio de equipes de saúde (3) juntamente com as famílias e as próprias equipes escolares, a fim de quebrar todas as concepções fora da realidade criadas desde a descoberta da doença. Além disso, (4) é primordial a revisão da Política Nacional de Inclusão, pelo Congresso Nacional, a fim de (5) tirar aqueles indivíduos que se sentem julgados à margem da sociedade em que são colocados. Desse modo, a população estará articulando aquilo que é bom.
Análise geral (elementos e resolução dos problemas):
A proposta de intervenção mais completa apresenta 4 dos 5 passos necessários para a sua formulação (agente, ação, meio, efeito e detalhamento), além de que respeita os direitos humanos. No entanto, faltou o detalhamento.
Além disso, você não retoma os assuntos discutidos nos parágrafos de desenvolvimentos, o que é um problema para a Competência 3.
Desvios gramaticais e problemas de estrutura sintática:
1 – Ausência de elemento sintático. Adicione “sociedade”.
3 – Ausência de vírgula para isolar o adjunto adverbial de valor de meio.
Uso dos conectivos e coesão:
Não há desvios relacionados ao uso de elementos coesivos nesse parágrafo de desenvolvimento.
2, 4 e 5 – Repetições de conectivos. Cuidado com a Competência 4.
Nota por competências:
C1: 160
See lessC2: 200
C3: 160
C4: 160
C5: 160
Total: 840// :)
A IMPORTÂNCIA DA VISIBILIDADE DA MULHER NO ESPORTE
Thamirysbds
Oi! Vi que você colocou 2 redações, vou dar uma olhada nessa e espero que, de alguma forma, possa ajudá-la com os possíveis erros da outra. Desde já, peço que me corrija, caso eu erre em algum ponto, ok? ;) INTRODUÇÃO -- Sobre a estrutura nesse parágrafo, não há muito o que falar, fez corretamente.Leia mais
Oi! Vi que você colocou 2 redações, vou dar uma olhada nessa e espero que, de alguma forma, possa ajudá-la com os possíveis erros da outra. Desde já, peço que me corrija, caso eu erre em algum ponto, ok? ;)
INTRODUÇÃO —
Sobre a estrutura nesse parágrafo, não há muito o que falar, fez corretamente. Entretanto, percebi 3 erros quanto à gramática:
-> Ausência de vírgula: “No filme “Mulan”[,] a personagem…” a preposição “no” pede a vírgula
-> Vírgula desnecessária: “…bem como[,] a carência…” a vírgula em “bem como” você só coloca antes do termo
-> Uso do ‘mesmo’: “gera a desvalorização do mesmo.” o termo ‘mesmo’ é adjetivo de igualdade, jamais o use para retomar palavras/termos anteriores, pois é gramaticalmente errado.
Tenho 2 observações:
-> Você repetiu “personagem”
-> Adjunto adnominal deslocado com 3/+ palavras você coloca entre vírgulas: “no exército[,] disfarçada de homem[,] para substituir…” deixa o texto e a leitura mais organizada.
D1 —
É fato que um parágrafo pequeno, principalmente os de argumentação, não dá pra você defender sua ideia com “unhas e dentes”. Por outro lado, um parágrafo enorme, cansa o leitor e dá a impressão que você está “enchendo linguiça”, em outras palavras, tá enrolando. Então, é sempre bom um parágrafo de tamanho mediano, cuja fundamentação seja a maior parte.
Não há muito o que falar sobre a estrtura, está correta, só está vazia. Você discorreu de forma enxuta sobre o assunto, tão enxuta que eu não consegui ligar a invisibilidade (dito na introdução) com o problema salarial (dito no presente parágrafo). Em uma argumentação mais elaborada, eu tenho certeza que você teria atingido seu objetivo, mas, infelizmente, não foi o caso.
Outro problema foi seu tópico frasal. Acredito que você saiba que o tópico é o “coração” do parágrafo, se você trouxer um tópico falando que 1+1 = 3, vai ter que discorrer e provar isso durante todo o seu parágrafo, trazendo fatos de outras áreas (C2) e, lógico, sua opinião (C3). Seguindo, você começou falando que a mídia não cobre os jogos femininos, porém, na hora de defender isso você acabou trazendo outro assunto, a falta de investimento salarial. Discrepância nítida. Ambos os assuntos têm a ver com a invisibilidade da mulher no esporte, mas faltou fundamentação, ou seja, conexões. Como fazer tais conexões? Simples, basta argumentar mais, defender seu ponto e sua opinião, mostrar ao corretor o que passa na sua cabeça, é isso que o Enem (ou a FGV) vai pedir de você.
Erros:
-> Adjunto adverbial deslocado: “midiática não cobre[,] em horários nobres[,] jogos femininos”
-> Concordância: “entre [a] seleção masculina e [a] feminina”
-> Concordância: “que é refletid[a] em várias áreas” o que é refletida? ‘a diferença de investimento’
D2 —
Aqui cabe tudo que eu falei sobre o D1
Seu tópico, o modo como você escreveu, está sem sentido. ‘Outrossim’ significa “igualmente”, esse “é” logo após não é necessário, ficou parecendo que você queria falar alguma coisa, mas desistiu no meio da frase e encerrou ela logo.
Cadê a tese? Foi ótima a citação de Freud, mas onde que eu leio a parte que você coloca seu ponto de vista? Seu maior problema é a quase ausência de opinião, procure trabalhar mais esse aspecto para poder subir a C3.
Erros:
-Vírgula: “e, por isso, são mais”, no meio da frase, você isola os termos conclusivos
-Uso do ‘mesmo’
CONCLUSÃO —
Completa.
Observação:
-> Coloca ‘atravessar’ no lugar de ‘através’ e veja se faz algum sentido, porque é isso que a palavra significa. O Enem releva tal erro, mas o correto seria “por meio/intermédio de”.
C1: 160
C2: 200
C3: 160
C4: 160
C5: 200
= 880
Bons estudos!
See lessO preconceito contra dependentes químicos no Brasil
Mr.Crozma
1 - 153 palavras. 2 - Breves considerações. 1. Em qualquer vestibular que cobre 30 linhas, você deve buscar preencher pelo menos 25 delas, se quiser cumprir ou mostrar ao corretor que está tentando cumprir as funções que o texto dissertativo-argumentativo pede, de preferência 25 linhas escritas comLeia mais
1 – 153 palavras. 2 – Breves considerações.
1. Em qualquer vestibular que cobre 30 linhas, você deve buscar preencher pelo menos 25 delas, se quiser cumprir ou mostrar ao corretor que está tentando cumprir as funções que o texto dissertativo-argumentativo pede, de preferência 25 linhas escritas com uma caneta ponta fina, 0.7.
Um texto com 150 palavras vai ter algo em torno de 13 linhas ocupadas, e talvez você fique angustiada por não conseguir escrever ou travar de vez em quando. Muito bem: a resposta para isso está sempre na compreensão do que o corretor quer ler em cada etapa do seu texto.
Em uma linha de introdução você não consegue cumprir as três principais tarefas que lhe foram atribuídas para aquele primeiro parágrafo:
I. Apresentar/contextualizar o tema
É aqui que você prova que entendeu qual é o tema, mostrando ao corretor que você falará a mesma língua que a dele.
— e essa função você cumpriu.
II. Expor a sua opinião/tese
Não existe dissertação-argumentativa sem a tese, que é a razão de existir dos argumentos. É por isso que você tem enormes dificuldades para argumentar quando não coloca claramente o seu posicionamento.
Perceba que, no Enem, o seu posicionamento é direcionamento pela banca, então você não tem muitas opções: vai defender o preconceito? Ainda assim, é importantíssimo colocar que o preconceito merece ser combatido, até para você ter a sacada de que o seu texto está sendo escrito para convencer os preconceituosos, por exemplo. Aí você consegue entender melhor como vai funcionar a argumentação e o quanto você precisa se dedicar a ela.
— essa você ficou devendo.
III. Antecipar os próximos passos argumentativos
Já vi chamarem de “spoiler”. Eu prefiro a ideia de “fios soltos”, mas o importante não é tanto o nome, mas a ideia que está por trás disso. O seu corretor quer saber se você tem um projeto de texto. Então, você prova que tem um projeto quando mostra pro corretor que já sabia o que ia argumentar antes mesmo de começar a desenvolver.
Peço que perceba em várias redações que são postadas aqui o quanto aquele final da introdução tem sempre aquela estrutura que vai dar “pistas” sobre os argumentos, e aí veja como essas pistas argumentativas se relacionam com os dois argumentos que estarão sendo apresentados.
Para fazer essas pistas, você já precisará ter definidos quais os seus argumentos, e aí é lembrar que o argumento é a sua estratégia de persuasão para convencer o leitor que a sua tese/opinião está correta.
Um último detalhe: a sua opinião sempre vai problematizar, no Enem. O seu objetivo final é apresentar uma proposta de intervenção, então você não vai poder dizer que não há problema, ou não há o que ser feito sobre aquele tema.
2. Você demonstra ser alguém com muito potencial de crescimento pela forma como se expressa, tanto nesse texto quanto nas correções que li de você. Não tenho por que lhe encher de informações se ainda estamos em janeiro. Com a devida intensidade nos estudos, tenho certeza de que chegará preparada em novembro.
Siga praticando redação, dê ênfase inicial ao estudo da teoria, pois é importante saber o que se espera do seu texto, e tente resolver a sua dúvida sobre qual curso vai fazer antes de as aulas voltarem, porque essa escolha pode afetar os rumos dos seus estudos, a depender dos pesos e das notas que cada curso demanda. Uma dica minha seria estudar para o curso mais concorrido. Se não gostar do curso no primeiro semestre, tem o sisu do segundo semestre para fazer o outro.
Bons estudos, e se quiser refazer só a introdução e me enviar por mensagem, está autorizada.
See lessProblemas no sistema judiciário do Brasil
Mr.Crozma
Quero manifestar publicamente o meu repúdio a correções vingativas. Se a pessoa não consegue lidar com as frustrações esperadas em correções amadoras, há vários profissionais vendendo seus cursos por valores bastante acessíveis, com menção mais do que pertinente a este próprio site. Lamento que o atLeia mais
Quero manifestar publicamente o meu repúdio a correções vingativas.
Se a pessoa não consegue lidar com as frustrações esperadas em correções amadoras, há vários profissionais vendendo seus cursos por valores bastante acessíveis, com menção mais do que pertinente a este próprio site.
Lamento que o ataque tenha sido feito por alguém que teve contato comigo e sabia perfeitamente da minha disposição para atender a pedidos na caixa de mensagens.
Informo que bani o usuário e comuniquei ao site para que retirem a correção por ele feita. Como não devo usar esse espaço sem oferecer uma correção, faço-a dentro dos meus limites de exaustão, pela hora que problemas técnicos me colocam a escrever.
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
1 – O Judiciário como tema. 2 – Referências específicas. 3 – Expressões autoafirmativas. 4 – Qual pessoa usar?
Brevemente, porque são 3h da manhã e eu estou reescrevendo o que perdi por tentar enviar o texto anterior sem ter internet.
1. O Enem não vai cobrar um tema tão amplo, sem elementos delimitadores, o que tornaria quase nula a avaliação da abordagem temática, da possibilidade de fuga ao tema. Procure, portanto, temas que repliquem o estilo de cobrança da sua banca, como são os temas deste site, que possibilitam enxergar claramente qual é o problema que o tema quer ver você trabalhando.
Treinar a interpretação é sempre muito importante para o Enem, porque tangenciar o tema é pior forma de se descartar o candidato da disputa, já que limita a nota de quem tangencia a 520 pontos.
2. Referências específicas de dados e citações importantes são bem vistas por corretores que desconsideram a realidade do candidato na hora da prova. Há anos alerto para a cada vez mais comum cobrança de temas que beiram o exótico. Nesse sentido, muito dificilmente você ou qualquer aluno de cursos de excelência no Brasil teriam memorizado dados que se encaixassem perfeitamente no tema do registro civil. Essa forma de estudar é um risco que você corre o risco de criar um cenário irreal para a prova, o que é completamente desnecessário.
Link no meu perfil vai direcioná-la aos Manuais de Correção do Enem (2019). Sobre a competência 2, vá nas páginas 10 e 11 para descobrir quais as possibilidades de repertório que você tem. Vai ver que dados, tão alardeados como uma necessidade argumentativa do seu texto, são avaliados no mesmo nível dos exemplos. Vai que o conhecimento sobre uma celebridade vinda do BBB tem o mesmo valor do argumento fundamentado em citações de especialistas do Direito. Portanto, há que se treinar as redações de acordo com aquilo que lhe é mais acessível, e eu tenho sinceras e respeitosas dúvidas da capacidade do cérebro humano para a memorização de dados e citações específicas para a enorme variedade de temas que o Enem pode cobrar.
Outro ponto relevante sobre isso é que muitas vezes as referências específicas vêm de consultas direcionadas, o que é extremamente errado para o treinamento de prova. Para o Enem, você deve simular as condições da prova: cronometrar, sem fazer consultas externas, tema surpresa, folha de papel (com cuidado nas rasuras) nas dimensões corretas e, de preferência, fazendo algum bloco de exercícios logo em seguida.
Falei de dois erros que estou sentindo você cometer na sua preparação. Agora falarei de dois pontos textuais que vi na sua redação.
3. O Enem é um debate público e nacional, com opiniões que precisam ser respeitadas e ouvidas. Chamei de expressões autoafirmativas as seguintes: “não há dúvida”, “é evidente”, “é notório”, “fica evidente” e “somente assim”. Essa última, então, me deixa horrorizado sobre como foi sendo incorporada nos textos acriticamente, só porque apareceu numa redação nota mil. E se o corretor conhecer uma outra proposta de intervenção? Ou, pior: se a sua proposta de intervenção ele souber que funciona de jeito nenhum? Aí você cria uma brecha argumentativa completamente desnecessária. O mesmo vale para “não há dúvidas” e o resto: e se o corretor tiver dúvidas? E se não ficar evidente o que você escreveu?
Essa é uma responsabilidade que você chama para as suas afirmações sem qualquer motivo. Opte por “Muito se discute sobre os problemas do Judiciário…”, “é possível observar que…”, “pode-se concluir pela…”, “É importante, portanto…”. Pegou a vibe?
Vamos para a última observação,
4. Vi que o seu texto usa a 1ª pessoa do plural em alguns casos e usa a 3ª pessoa em outros. Evite essa mistura. A recomendação é usar sempre um ou sempre outro, para manter a coerência discursiva. A questão é que, se o Enem gostasse de 1ª pessoa, liberaria o singular também, como outros vestibulares fazem (Uerj, por exemplo). Então, é melhor se afastar do pensamento em equipe no Enem.
Bom, eu tinha feito uma correção muito maior do que esta, então imagino que eu deixei algumas ideias soltas e estou super disposto a esclarecer qualquer coisa que eu tenha falado. Não quero que as minhas poucas palavras sobre a sua preparação não sejam encaradas como importantes por você. A segunda observação, em especial, pode trazer muita insegurança e até desconfiança sobre o que outras pessoas possam ter falado a respeito dos dados no Enem, mas prometo esclarecer qualquer dúvida que você me fizer na Dm. Por ora, são 4 da manhã e eu estou exausto. Sei lá de onde tirei forças para escrever novamente esta correção. Ah, sim, foi do meu repúdio ao comportamento daquele rapaz. Fui!
See lessO trabalho escravo nos dias atuais (estilo UNESP – sem prop. de intervenção obrigatória)
Mr.Crozma
1 - Cinebiografia. 2 - Clímax argumentativo. 3 - Norma culta. 1. Pra mim, é inusitado ler uma referência histórica que você tinha sendo apresentada como uma referência cultural. Argumentativamente soa mais persuasivo fazer o leitor pesquisar, se necessário, a referência histórica. Chama a atenção, tLeia mais
1 – Cinebiografia. 2 – Clímax argumentativo. 3 – Norma culta.
1. Pra mim, é inusitado ler uma referência histórica que você tinha sendo apresentada como uma referência cultural. Argumentativamente soa mais persuasivo fazer o leitor pesquisar, se necessário, a referência histórica. Chama a atenção, também, que a sua referência seja uma abolicionista norte-americana, considerando todo o nosso passado recheado de figuras heroicas abolicionistas, Luiz Gama sendo a maior delas.
Essas são duas pequenas frustrações, porém, que não sei como a sua banca avalia. Deixo essas reflexões para que você mesma julgue a partir dos filtros que a tornaram uma excelente escritora.
2. Um detalhe que importa para a sua argumentação foi a ordem que escolheu para os seus argumentos. Claramente o racismo tem mais impacto sobre o trabalho análogo à escravidão do que a falta de informação. Não é por desconhecimento legal que as pessoas têm o direito de abusar dos limites laborais de um ser humano, além de termos um outro problema: nos grandes centros urbanos há muita gente submetida a ilegalidades trabalhistas por desconhecimento, mas essas ilegalidades não ultrapassam os limites corporais desses trabalhadores.
Sendo assim, o clímax argumentativo estabelece que o seu argumento mais forte venha depois, por pelo menos dois motivos: a melhor maneira de manter o leitor interessado no texto é não quebrando expectativas, tornando a leitura gradativamente mais interessante; além disso, você precisa provar ao leitor que não travou no meio da leitura e pensou num argumento qualquer para preencher espaço. Por isso, seria mais adequado inverter a ordem dos seus argumentos.
3. Abaixo, alguns raros erros que consegui encontrar:
O filme norte-americano “Harriet” retrata a história de Harriet Tubman, uma das figuras mais relevantes na luta contra o sistema escravocrata na América. Na trama, a protagonista, interpretada pela atriz Cintia Erivo, atua diretamente na concessão do direito à liberdade de diversos indivíduos submetidos a esse regime de segregação, incluindo a si mesma. Hodiernamente, o trabalho escravo não se restringe às cinebiografias, sendo ainda uma realidade no Brasil, potencializada pelo preconceito internalizado e pela falta de informação.
— Perfeito, só com um detalhe sobre o “incluindo a si mesma”, que você poderia trocar para evitar uma ambiguidade aparente quando se associa o “si mesma” ao “regime de segregação”, por causa da preposição “a”.
Em primeiro lugar, faz-se necessário referenciar o livro “A integração do negro da sociedade de classes”(1) de Florestan Fernandes, que trata da discriminação racial no país e de(2) seu papel na dificuldade de inserção da população afrodescendente no corpo social brasileiro. Atualmente, as formas de trabalho análogas à escravidão no território nacional são, em maioria, desempenhadas por minorias, como imigrantes e negros. Na cidade de São Paulo, especialmente, a Secretaria de Inspeção do Trabalho lida frequentemente com a descoberta de cidadãos bolivianos submetidos a condições de ofício desumanas – como baixa remuneração e turnos laborais de longos períodos. Destarte, com a manutenção de práticas de segregação no pais(3), dificulta-se (4) absorção integral de grupos vulneráveis à sociedade, como discutido na obra do sociólogo brasileiro, mantendo-se um ambiente propício à ocorrência de sistemas de trabalho hostis.
1 – Vírgula, porque só há um autor daquele título.
2 – Da discriminação e DO seu papel. Paralelismo.
3 – País.
4 – Esqueceu o artigo. Se só pode ser definido, tem que vir o artigo definido.
— Um detalhe sobre a argumentação. O exemplo dos bolivarianos sugere xenofobia, que devia ser inclusa como argumento.
Outrossim, a carência de informação também atua na permanência da problemática. Segundo a Declaração Universal de Direitos Humanos, todo indivíduo tem direito a condições de trabalho dignas e favoráveis, incluindo proteção contra o desemprego e remuneração adequada. Contudo, apesar do que é afirmado no documento promulgado em 1948 pela Organização Mundial das Nações Unidas, a dignidade do trabalhador no país ainda não é assegurada em sua totalidade, visto que práticas(1) de serviço como a troca de mão-de-obra por moradia ou alimentação, a falta de frequência salarial e as jornadas de trabalho maiores que o estipulado por lei não garantem o bem-estar do proletariado e são formas de ofício atuais da escravidão, ainda pouco discutidas. Assim, sem o conhecimento da população sobre os diversos critérios que incluem o trabalho ilegal no Brasil, este continua a perdurar.
1 – Aqui seriam condições de serviço, em vez de práticas.
Portanto, o preconceito racial e a ignorância popular constituem agentes que influenciam a ocorrência do cenário hodierno. Mesmo com legislações que condenam a escravatura e (1) suas vertentes, esse sistema de trabalho, que deveria ser tido como irrepetível e reprovável, ainda se expressa em seus formatos contemporâneos. Logo, entende-se a necessidade de combate a essa realidade, com atuação direta do Estado e da sociedade civil, visando a(2) promoção do bem-estar coletivo, tal como realizado por Harriet Tubman.
1 – A escravatura e AS suas vertentes. Paralelismo.
2 – Crase.
Acho que não receberia nota máxima, mas por detalhes que nem de longe te tirariam de uma disputa pelas maiores notas do vestibular. Excelente texto!
See lessNecropolítica e poder
Mr.Crozma
1 - Tese suspensa. 2 - A necropolítica brasileira. 3 - Exposição ou argumentação. 4 - Norma culta. 1. Os temas que você está se propondo a fazer são bem mais difíceis do que os da Vunesp, então a ideia é positiva por te manter em contato com conceitos que servirão de base para o seu posicionamento nLeia mais
1 – Tese suspensa. 2 – A necropolítica brasileira. 3 – Exposição ou argumentação. 4 – Norma culta.
1. Os temas que você está se propondo a fazer são bem mais difíceis do que os da Vunesp, então a ideia é positiva por te manter em contato com conceitos que servirão de base para o seu posicionamento na prova. O problema é você se acostumar com isso e montar estratégias a partir daí.
Em temas polêmicos, não há razão para suspender a tese e apresentá-la só ao final do texto. Talvez, inclusive, a suspensão tenha feito com que você não visse a polêmica: necropolítica, o que o Brasil tem a ver com isso?
2. No Brasil, a necropolítica está consolidada na discussão das políticas de segurança pública e do racismo, de forma que eu dificilmente imagino a banca cobrando um tema desses sem oferecer textos de apoio que o direcionassem a esse debate. Nesse sentido, quero manifestar a minha leve frustração ao ler dois argumentos distantes do Brasil tanto no espaço quanto no tempo. Apesar disso, compreendo a dificuldade de interpretar o tema naquele formato do link.
3. Algo que me chama a atenção nos seus argumentos é o caráter expositivo que eles ganharam por se concentrarem em explicar exemplos. Acredito que o seu texto tomou esse formato porque você compreendeu o tema como se tivesse que explicar o conceito do Mbembe, em vez de relacioná-lo à realidade brasileira.
De toda forma, devo dizer que o exemplo não encerra discussões. Eu posso apresentar vários exemplos de busca por dinheiro/poder que não resultaram em genocídio, e o mesmo vale para a formação de ideias discriminatórias, e aí a sua estratégia argumentativa se esvazia. Um exemplo fecha o outro.
O ideal é você pensar o argumento como Tópico Frasal + Explicação do Tópico Frasal + Aprofundamento Argumentativo (com combinação de estratégias argumentativas). O exemplo é o acessório que, em poucas linhas, ilustra aquilo que você esclareceu, que era a razão maior por trás de um mero exemplo.
Porque, explicando a sua declaração (a busca pelo poder e pelo dinheiro causam a necropolítica), você perceberia a brecha que isso tem quando você analisa a democracia. O certo seria mesmo não buscar poder e dinheiro? Não explorar regiões? Então é muito importante tomar o cuidado de não partir para o exemplo e deixar que o leitor tire conclusões precipitadas sobre o que você queria dizer.
Às vezes você estava pensando em como a democracia consegue barrar o autoritarismo pelo sistema de freios e contrapesos institucionais (um Poder fiscaliza o outro), mas o corretor não vai poder presumir o que você sabia porque já na segunda frase havia uma técnica de persuasão. Vai com calma, você ainda tem um bom espaço para escrever.
4. Todos os erros que encontrei:
A necropolítica, termo cunhado pelo pensador camaronês Achille Mbembe, reflete o poder de alguns Estados ao decidir quais indivíduos devem viver e quem deve morrer. Tal fato pode ser explicado nas motivações, geralmente econômicas ou ideológicas.
O primeiro motivo para o problema, fator econômico, é notório,(1) a busca pelo dinheiro e pelo poder que traz(2). Isso pode ser visto, hodiernamente, no atual genocídio cultural uigure, no oeste da China, ligado as(3) riquezas minerais da região, e por este grupo possuir crença e hábitos distintos do resto da China, herdeiros da dinastia Han. Com efeito, esse temor chinês gera a destruição desse grupo(4), seja em razão das execuções ou pela(5) morte cultural, impondo a cultura Han para o povo islâmico.
1 – Aqui caberia o dois-pontos, além de você não precisar explicar o que o corretor teria entendido, que o primeiro motivo era o econômico. Você, inclusive, usa esse “primeiro motivo” para evitar a repetição da palavra.
2 – Quem traz?
3 – Crase. Ligar a algo.
4 – Repetição da palavra ‘grupo’.
5 – Falta de paralelismo: em razão de… e de…
Outro ponto,(1) é que as relações de poder negativas podem ter raízes ideológicas, relacionadas com a formação de maiorias com ideias descriminatórias(2). Um grande exemplo é o Nazismo alemão, cuja crença estava na superioridade da raça ariana. Tal pensamento (3) ligado a(4) difusão do humanismo darwinista, que entendia haver grupos humanos superiores, (5) homem branco. Com efeito(6), realizaram o genocídio mais conhecido em toda a história, o massacre dos judeus.
1 – Vírgula separando sujeito e verbo. Cuidado com a mudança de hábitos coesivos. Nos treinos, essa parte automática é pra diversificar repetidamente. se vai usar “em primeiro plano” e o corretor não reclamou, use-o sempre.
2 – Discriminação, com ‘i’.
3 – Comeu um “era” aqui?
4 – Crase.
5 – Aqui também era uma oportunidade de dois-pontos e era legal usar o artigo “o”.
6 – Esse conectivo não diz nada, é inerte, mas o problema maior não é a improdutividade dele, mas repeti-lo. Há tantos recursos coesivos que a repetição de algum deles é vista com um olhar bem punitivo.
Nesse sentido, é necessário reforçar o papel da democracia nos Estados modernos, além positivar os direitos fundamentais, (1) que todos indivíduos, sem exceção, devem ter acesso.(2) Entender que o modelo democrático liberal não é perfeito, mas é a melhor ferramenta da humanidade frente esses tipos de atrocidades.
1 – A que. Todos os indivíduos devem ter acesso a os direitos fundamentais.
2 – Esse “entender” é uma continuação do “é necessário”, então não podia ser separado por ponto final. Ficaria uma frase gigante e direta, um problema ao qual você deve sempre se atentar.
Seu texto tem qualidades, informações novas, poucos erros e uma quantidade boa de conectivos. Detalhes de aprofundamento temático seriam difíceis de cobrar e, portanto, cabe uma recomendação: não deixe de treinar com algum tema que tenha a estrutura da prova, até para treinar a sua interpretação temática, que é o que me preocupa neste momento contigo.
Valeu, Rodrigo! Mantenha essa pegada que tu vai chegar pra prova.
See lessO sistema carceráde rio brasileiro e seus efeitos no século XXI
Mr.Crozma
1 - Sobre que temas escrever? 2 - Autoria dissertativa. 3 - Defina o problema. 4 - Norma culta Fico preocupado quando os vejo treinando temas que não cairão no Enem. Quando o tema de 2020 usou a palavra "estigma", muitos candidatos a ignoraram e foram escrever sobre doenças mentais. Ora, por que acrLeia mais
1 – Sobre que temas escrever? 2 – Autoria dissertativa. 3 – Defina o problema. 4 – Norma culta
Fico preocupado quando os vejo treinando temas que não cairão no Enem. Quando o tema de 2020 usou a palavra “estigma”, muitos candidatos a ignoraram e foram escrever sobre doenças mentais. Ora, por que acreditaram que o Enem iria cobrar a solução para as doenças mentais, um tema tão técnico, de conhecimento tão inacessível à população não graduada? É o mesmo problema com o tema das prisões: complexo, inacessível e até cínico de ser cobrado.
Com isso, é a obrigatoriedade da proposta de intervenção do Enem que deve servir de norte para você imaginar qual tema estará sendo cobrado. Um outro exemplo de como a proposta importa é que temas com solução única ou recém-lançadas também não podem cair, porque deixariam o candidato sem alternativas. Pense no tema da reforma do Ensino Médio. Ela está sendo posta em prática neste ano, a gente nem sabe quais serão os efeitos a médio prazo, então não cairia um tema pedindo soluções para o Ensino Médio.
Vou lhe indicar, então, que tenha sempre um senso crítico quando pegar temas na internet, e aí lembre-se de que os cursinhos também preparam os seus alunos para vestibulares que não têm proposta obrigatória.
2. Vi que toda a sua redação está montada como se desse voz ao que Foucault falou, em vez de você se posicionar como o dono dos seus pensamentos. É como se você tivesse feito um artigo científico, e não uma dissertação-argumentativa. Se você quer soar persuasivo, a sua redação não pode se servir a explicar um autor. Mais: você está correndo o risco de ter um texto expositivo, como claramente foi na elaboração do segundo parágrafo. Autoridades são um mero suporte para ideias que são suas. São um respaldo, não um objeto de análise.
3. Você não pode se deixar seduzir por citar um autor que não trabalha o problema do seu tema. Chega a ser irônico que a frase-tema venha com o elemento delimitador “no século XXI” e o livro trabalhado no texto venha datado de 1975, para falar de um passado que nós brasileiros sequer conhecemos, e há também o elemento regional, “brasileiro”. Você precisa de técnicas para “ir na retinha”, para não se enrolar. É pensar que há técnicas de introdução e você tem que escolher qual delas você vai usar para vários temas. Vai sempre apresentar um autor original? Teria esse autor original para o tema do registro civil, do ano passado? Pense em estar bem treinado para qualquer tema, e você não pode depender ou se vincular dessa maneira a um autor.
Uma forma de não se perder é definir qual é o problema, como ele acontece, quando, por quais causas… Vou pensar nos efeitos do sistema carcerário superlotado:
1. Estigmatização dos encarcerados
2. Criminalização da pobreza pela seletividade penal
3. Laboratório de doenças
4. Mal-estar social
5. Desrespeito aos direitos humanos de uma parte considerável da sociedade
6. Perda de oportunidades de desenvolvimento humano
7. Prejuízo na relação democrática, entre o Estado e a população
8. Não realização das premissas justificadoras da pena de prisão
9. Sufocamento das soluções reais para os problemas enfrentados pelo Código Penal
Esse é um arcabouço razoável de problematizações que você poderia abordar na apresentação do tema. A banca não quer saber dos suplícios da Idade Média quando pensa nos efeitos do sistema carcerário brasileiro atual. Ela vai querer saber qual é o nível de relevância que você dá aos efeitos possíveis e quais deles são passíveis de solução.
Daí lá pelas tantas você abandona os suplícios e passa a falar do que era pra estar falando desde o início. insalubridade, reincidência, mas falta espaço para desenvolver as suas ideias, porque superlotação é premissa, é apresentação de tema. Você tinha era que manifestar a sua opinião sobre esse cárcere superlotado. Sua tese deveria ser sobre isso, mas cadê a sua tese? A sua tese é a de que o Foucault é importante para entender os efeitos do sistema carcerário brasileiro. Bagunçou aí.
Ao não definir o problema, você chegou a propostas que o abastecem! Como posso resolver o problema do sistema carcerário se aumento as penas? É contraditório querer atender à sensação de impunidade num tema em que o problema é o excesso de punição. Também vi uma tendência a falar de redução de maioridade penal… Tudo isso representaria um aumento da população carcerária. Então, Daniel, não se esqueça de definir o problema e ver se essa definição bate com os textos motivadores ou o que eles estão tratando, porque nesse caso eu estou vislumbrando essa possibilidade de você tangenciar os temas de acordo com as primeiras ideias que vêm à sua mente.
4. Vou corrigir erros de norma culta, mas já elogiando o abandono de certas construções que vi na última redação:
O filósofo francês Michel Foucault(1) na obra ”Vigiar e punir”(1975)(2) expõe com clareza a história do processo penal em seu país. Ele passa, portanto, pelos suplícios até chegar às reformas na forma(3) como esse processo(4) foi aplicado. Assim, tal análise torna-se muito útil à temática, em vista da incoerência no ato punitivo, que(5) por sua vez(6) revela mazelas, das quais são(7) importantes de tratar.
1 e 2 – Faltaram vírgulas nessa circunstância de local.
3 – Reforma e forma formam Eco, que é um problema nas dissertações.
4 – Repetição de palavra.
5 e 6 – Vírgulas na expressão explicativa.
7 – Muito cuidado com frases invertidas, você não escreveria “são importantes de tratar as mazelas”.
O livro mostra que(1) antes(2) o poder do estado(3) se aplicava no corpo por meio dos suplícios,(4) não obstante, isso mudou com o confinamento: não era mais sobre o flagelo do apenado, mas sobre o(5) a alma (sua vida controlada pelo tempo)(6). Assim, infere-se que(7) com a superlotação, (8) falta de água, (9) alimentação insalubre e (10) para piorar(11) a ínfima ressocialização(11) o estado(12) detém o tempo, reafirmando apenas (13) sua superioridade. Logo, reverbera (14) sua insuficiência, que gera como resultado a volta dos detentos às infrações e grande revolta na população (já tão inflamada pela sensação de impunidade) (6).
1 e 2 – Vírgula na expressão explicativa. Explicações, detalhes, circunstâncias extras, tudo isso pede isolamento, pede calma para ler e não atrapalhar a leitura. Pense que são expressões por vezes desnecessárias à compreensão da frase, então você quer dar ênfase a esses detalhes, dai a vírgula.
3 – Vi em uma correção sua que você entende que o Estado, entidade pública, deve ser grafado em minúsculo, mas não senhor. Inclusive há exemplos de pontos descontados em redações do manual que lhe indiquei a ler. É fundamental ler os manuais para não cometer esses errinhos bobos.
4 – Não é errado, mas atrapalha a leitura quando o conectivo fica solto, sendo que caberia um ponto-e-vírgula. Já que você constrói situações frasais que aceitam o ponto-e-vírgula, estude esse tipo de pontuação, inclusive para demonstrar conhecimento linguístico, que é o conhecimento que importa para a correção da C1.
5 – Acho que foi erro de digitação.
6 – Não use parênteses para fazer comentários. O certo seria usar um travessão (—), que muita gente usa como traço (-) ou meio-traço (–) por conta do espaço da folha. Parênteses servem a propósitos bem incomuns no Enem, como explicação de sigla, essas coisas.
7 – Faltou a vírgula da frente da explicação.
8 e 9 – Aqui houve quebra paralelismo. Ou você coloca o artigo na frente de toda a enumeração, ou não coloca em nenhuma delas.
10 e 11 – Vírgulas… Você é um cara que gosta de adicionar detalhes, precisa dominar a vírgula nesses casos.
12 – Estado.
13 e 14 – Comeu os artigos sem necessidade. Geralmente essa omissão não é punida quando ela precede um objeto indefinido.
Além disso, o sistema de leis de onde se afirma ”ordem e progresso” tem muitas brechas. Uma delas recai na forma de tratamento de pessoas consideradas ”inimputáveis”. Há dificuldade em um(1) diagnósticos precisos. E(2) mesmo quando da ocorrência destes(3) fica(4) a incógnita sobre os lugares e sobre a eficiência dos mesmos(5). Além disso, a redução da maioridade tal qual a duração para crimes hediondos ainda são desafios que trazem muitos debates para o cenário contemporâneo.
1 – Mais um erro de digitação. Não sei se você comete esses erros escrevendo manualmente. Acho interessante treinar no papel de vez em quando.
2 – “E” não inicia frase. Alguns corretores podem ignorar, porque há divergência, mas eu não arriscaria começar a frase com “E”, “Mas”, “Pois”. A frase tem que fazer sentido por si só. Tu não começa uma conversa com um desconhecido usando “e”. O “Além disso”, por exemplo, traz um “isso” que puxa toda a frase anterior para a inteligência da frase que ele introduz. É o pronome que faz a diferença.
3 – Pediria vírgula, com ou sem o “E”. Acho que você já entendeu a pegada dessas vírgulas.
4 – “Fica” eu sinto que é informal. Pode não ser, eu não sei quais são as barreiras da informalidade que o Enem define, mas, “na dúvida, não coloca”.
5 – “Mesmo” não é pronome pessoal na formalidade. Também fiquei surpreso quando descobri, então pode ser que o corretor deixe passar, mas vale a máxima citada no 4. Nesse caso, ainda houve repetição de palavra.
Por conseguinte, preconiza-se a devida atenção, ou poderá ocorrer um novo ”Massacre do Carandiru”. Logo, para por(1) em prática o exposto por Foucault(2) urge a reformulação no tocante à duração dos crimes (mormente hediondos)(3) pelo Supremo Tribunal Federal, a fim de que haja mais rigor, o que conferirá a satisfação do apelo popular por justiça. Ao mesmo tempo, deverão ser investidas verbas federais para ressocialização, ampliação e construção de novos presídios com fito de minimizar a reincidência. Dessa forma, é possível trazer o equilíbrio tão necessário às mazelas do sistema prisional.
1 – Acento, pôr.
2 – Vírgula.
3 – Já falei dos parênteses.
Sobre a proposta, só uma questão: não é fácil fazer o meio/modo. É preciso que você organize a sua proposta de forma a deixar organizadinho para o corretor só ir contando os elementos da proposta. Eu tive que interpretar que o seu “a fim de que haja mais rigor” seria o modo como se reformularia a pena. Não há tanta necessidade de fazer duas propostas. Só a faz quem está com receio de que o corretor não aceite uma delas ou quem construiu dois parágrafos de argumentação muito distintos, a ponto de precisar realmente resolver um problema de cada vez.
See lessFome no Brasil
Mr.Crozma
1 - Perfil da banca. 2 - Parágrafos embrionários. 3 - Tese e argumentos devem ser o seu foco, mais do que norma culta. 1. Antes de corrigir a redação, quero observar que, apesar de ser uma novidade no concurso da PCJ, a redação tende a seguir os padrões das carreiras policiais. Minha aposta sinceraLeia mais
1 – Perfil da banca. 2 – Parágrafos embrionários. 3 – Tese e argumentos devem ser o seu foco, mais do que norma culta.
1. Antes de corrigir a redação, quero observar que, apesar de ser uma novidade no concurso da PCJ, a redação tende a seguir os padrões das carreiras policiais. Minha aposta sincera seria de ver um tema técnico da segurança judiciária no concurso. Você pode se sentir à vontade trazer esse tipo de tema para cá. Não é incomum aparecer concurseiros da área policial por aqui.
2. De cara, pode-se afirmar que o seu texto ganhará baixa pontuação na Habilidade I (gênero textual) se produzir parágrafos embrionários, que são parágrafos que não se desenvolveram, não demonstraram o porquê de terem sido postos como parágrafos. Além disso, parágrafos embrionários trazem problemas Habilidade II (domínio da escrita), que é o problema de não distinguir parágrafo e frase.
Na OAB eu lembro de ter recebido a orientação para escrever parágrafos embrionários porque deixaria o papel mais limpo, mas a OAB dava 05 folhas para a escrita. Não é o caso de uma prova de concurso. Em 30 linhas, você tem que render muito bem nos parágrafos, e aí parágrafos embrionários são realmente prejudiciais.
Para combater os parágrafos embrionários, você recebe a orientação para escrever pelo menos três períodos por parágrafo. O que eu vou sugerir é que você pense em cada parte do texto como uma função a ser cumprida.
No primeiro parágrafo, você tem a função de apresentar o tema, expor o seu posicionamento sobre ele, além de dar indícios do que será argumentado (adiantamento dos argumentos na última frase, como você pode perceber em várias redações aqui do site).
Nos parágrafos de desenvolvimento (e é recomendável que você faça apenas dois, em vez de três – como fez nesta redação), você tem que apresentar o resumo do seu argumento (Tópico Frasal), explicar o Tópico Frasal e desenvolver esse tópico com estratégias argumentativas (uso de exemplos, de dados, de citações, de comparações, de contra-argumentação, de lógica – causas e consequências).
Na conclusão, você tem duas funções essenciais: retomar a sua tese/opinião e manter o leitor interessado. Técnicas para o manter o leitor interessado no seu texto até o fim envolvem conclusão por referências culturais, por ironia, por reflexão, por ressalvas, por metáforas e por proposta de intervenção.
Em suma, todo parágrafo tem funções e técnicas a exibir. Se você travar, procure lembrar delas e escrever sobre aquilo que está mais preparada a fazer. Às vezes você gosta de filmes e pode fazer referência cultural, ou mesmo uma analogia argumentativa, e isso agrega ao texto possibilidades, até mesmo, de apresentar recursos coesivos, que é o outro problema que parágrafos embrionários criam.
Você não pode deixar de escrever ao menos dois períodos porque, do contrário, você estará perdendo uma chance de apresentar esses recursos de coesão, que são conectivos: além disso, consequentemente, sendo assim, por exemplo, entretanto…
3. Para além de cumprir funções, você tem uma questão de coerência que vai definir muito a força dos seus argumentos, que é a principal parte da pontuação do seu edital. Aliás, considerando que a Habilidade IV vale 05 pontos, preciso insistir enfaticamente: é no desenvolvimento que estão os argumentos. Você não pode escrever poucas linhas no desenvolvimento!
Tópico frasal é o resumo do seu argumento, que está ali exercendo uma função em defesa do seu ponto de vista. O seu ponto de vista, que na dissertação-argumentativa é chamado de tese, é o adjetivo que você dá ao tema. A fome no Brasil, para você, é um problema do Nordeste e está relacionado a falências múltiplas da assistência estatal.
Você vai ter que justificar isso no desenvolvimento, e aí temos um problema. Você recorre a argumentos do senso comum, que apontam corrupção e má gestão sem explicar como se dariam as falhas ou as roubalheiras. Você poderia, por exemplo, detalhar como a falta de reforma agrária afeta a população que não pode sequer plantar os seus alimentos na falta de dinheiro, ou entrar numa discussão sobre como é possível que o mercado queime alimentos para manter preços lucráveis – o que, pra mim, é a maior das incompetências de gestão, um eventual acordo para que esses alimentos fossem direcionados a ongs e movimentos de assistência social. Já que toca a área do direito, poderia trazer à discussão que isso é direito fundamental garantido na Constituição e que é importante que a sociedade esteja vigilante sobre essa questão.
Tenho certeza de que não estou falando de coisas novas a você, e aí a questão é você não se deixar driblar por pegadinhas do seu raciocínio natural. Pense em questões constitucionais, pense em programas políticos cumpridos ou apenas prometidos, seja específica. E aí conseguirá desenvolver a questão argumentativa.
Apesar de eu ver os erros de norma culta constatados pelo amigo Daniel, vendo o edital eu posso garantir que o cenário perigoso para você está na argumentação, e portanto é imprescindível que você ative a sua mente para pensar fora da caixa. Ativá-la vai depender de muitas leituras e muita atenção aos funções paragrafais que você pode cumprir se dominar as estratégias de dissertação que eu apresentei resumidamente e que posso, é claro, explicá-las com mais detalhes se você quiser.
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