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Atual cenário da leitura no Brasil – Corrigir com os padrões Enem, se possível.
Le.Le.Lê
Olá! Espero que esteja bem. Devo salientar que sou uma estudante, como você, e embora venha me familiarizando com as redações do ENEM, não tenho nenhuma competência profissional para julgar o seu texto. Vou dar o meu melhor de acordo com o que aprendi até agora. Para isso, vou separar minha análiseLeia mais
Olá! Espero que esteja bem. Devo salientar que sou uma estudante, como você, e embora venha me familiarizando com as redações do ENEM, não tenho nenhuma competência profissional para julgar o seu texto. Vou dar o meu melhor de acordo com o que aprendi até agora. Para isso, vou separar minha análise em trechos, na ordem em que aparecem no seu texto, colocando entre aspas as partes que foram escritas por você. Espero ajudá-la!
Introdução:
“…sociedade de classes onde as mazelas sociais…”
Nessa frase, o ideal não é usar “onde”, pois essa palavra é um advérbio de lugar, sendo usado quando estamos retomando sujeitos como um parque, uma cidade, etc. Como “onde” aparece no seu texto se referindo à sociedade, ao meu ver ficaria melhor substituir por “…sociedade de classes na qual as mazelas sociais…”
“…as mazelas sociais é consequência do comportamento populacional.”
Nesse trecho, houve um erro de concordância, tome cuidado com isso. Note que as palavras “as mazelas sociais” estão no plural, portanto é incorreto escrever em seguida “é consequência”, que está no singular. O correto seria “…as mazelas sociais são consequências do comportamento populacional.”
*”conteporaneidade” => contemporaneidade (faltou a letra “m”)
“o atual cenário da leitura no Brasil, que é um problema ocasionado, principalmente pela displicência social.”
Eu trocaria por:
“o atual cenário da leitura no Brasil, um problema ocasionado, principalmente, pela displicência social.” ou
“o atual cenário da leitura no Brasil, um problema ocasionado principalmente pela displicência social.”
É melhor evitar utilizar “que” quando não for necessário, já que costumamos repeti-lo sem perceber, e isso pode prejudicar nossa nota. Além disso, você separou o complemento do verbo nesse pedaço “problema ocasionado, principalmente pela displicência social.”, então essa vírgula está mal colocada. Eu fico em dúvida entre qual das duas formas acima é melhor (duas vírgulas, isolando o advérbio de modo, ou nenhuma), mas penso que colocar uma vírgula só esteja incorreto nesse caso.
Elogio:
“Desse modo, constata -se um impacto motivado não só pela negligência governamental, mas também pela ineficiência midiática.”
É muito bom usar como conectivo “não só … mas também”, tenho a impressão de que os corretores de redação do ENEM apreciam essa escolha.
D1
De modo geral, parece muito bem escrito, mas, por outro lado, assemelha-se muito àquele modelo de redação padrão, ou “coringa”. Apesar de isso funcionar várias vezes, é ruim quando você escreve de um jeito geral demais, porque o desenvolvimento precisa ser bem delimitado (afunilado).
É importante que você use palavras relacionadas ao tema e as utilize com forte argumentação, defendendo seu ponto de vista sem escapar da proposta. As redações nota mil costumam ter entre 7 a 20 palavras da frase temática distribuídas ao longo do texto, evitando repetição próxima, para evitar tangenciar o tema.
“As autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que possuem papel inerte em relação aos índices de desenvolvimento da leitura brasileira. Porém, esse cenário decorre do fato das autoridades, ao se orientar por um viés individualista…”
Aqui você não deveria ter usado porém, porque essa conjunção é adversativa, dando a ideia de que você irá se opor ao que disse anteriormente (as autoridades possuem um papel inerte). Na verdade, você está reafirmando o que disse na frase anterior, porque você vai argumentar que as autoridades agem com negligência. Você poderia só suprimir o “porém” e começar a frase com “Esse cenário…”.
“ao se orientar por um viés individualista, perfaz negligenciando suas responsabilidades, o que acarreta a situação da leitura em território nacional.”
Esse trecho ficou bem confuso, não foi possível entender com clareza o que você quis dizer. Lembre-se, você não precisa usar palavras “difíceis”, sobretudo se elas forem desconhecidas por você e se tiver dúvidas sobre como usá-la. Naturalmente, agora é o momento para você testar coisas novas, está aprendendo, porém, no dia da prova, pode optar pelo simples. A linguagem formal não é necessariamente composta de palavras estranhas; a linguagem formal apenas exige de você coisas como gramática correta. É claro que um vocabulário vasto ajuda bastante, desde que bem utilizado.
Eu reescreveria da seguinte forma:
“Porém, esse cenário decorre do fato de as autoridades, ao se orientarem por um viés individualista, negligenciarem suas responsabilidades, acarretando na deplorável situação do acesso à leitura em território nacional.”
“Assim, devido a uma falha na esfera administrativa, a problemática *se* perdura no país.”
“Assim, devido a uma falha na esfera administrativa, a problemática perdura no país.
Não é preciso colocar o pronome “se”. Pronomes servem para substituir um substantivo (o nome), sendo o sujeito da oração. A sua oração já tem um sujeito: a problemática; por isso é incorreto colocar “se”.
D2
“Ademais, a impraticabilidade da mídia é outro fator que perpetua o entrave.”
Aqui, eu não teria usado “impraticabilidade”, porque parece que você está dizendo que a mídia não é praticada no nosso país, sendo que, na verdade, há muita mídia sendo difundida por aí. O problema não é a viabilidade da mídia, mas sim o que ela veicula, o fato de ela não se envolver com esse assunto, quando ela seria um forte propulsor de mudanças sociais. Eu substituiria por algo como:
“Ademais, a indiferença da mídia é outro fator que perpetua o entrave.”
Outras opções: apatia, desinteresse, etc.
“…as instituições, cujo dever é promover a democracia, não deve se converter em instrumento…”
Erro de concordância, o sujeito da oração é “as instituições” (no plural), enquanto que “não deve se converter” está no singular. Ademais, usar o pronome oblíquo “se” antes do verbo não é uma característica da linguagem formal, exigida pelo contexto da redação do ENEM.
“…as instituições, cujo dever é promover a democracia, não devem converter-se em instrumento…”
Conclusão:
*medidas resolutiva => medidas resolutivas (letra “s” ao final do adjetivo quando o sujeito estiver no plural)
“compete ao Ministério da Educação […] incentive os cidadãos”
*incentive => incentivar
Mesmo que você tenha uma oração no meio de outra, você precisa manter a concordância dentro da “oração externa”, que foi interrompida por “cujo dever é organizar o ensino em território nacional”, mas foi retomada com “incentivar os cidadãos a criarem o hábito de ler”.
Na minha opinião, a proposta de intervenção foi escrita numa frase muito longa, que deixa o texto menos fluído. Seria preferível escrever algo mais ou menos desse modo:
“Portanto, torna-se imprescindível a tomada de medidas resolutivas para aumentar a prática de leitura no país. Para isso, compete ao Ministério da Educação, cujo dever é organizar o ensino em território nacional, incentivar os cidadãos a criarem o hábito de ler. Isso pode ser concretizado por meio da construção de bibliotecas públicas com infraestrutura confortável e interativa para todas as idades. A iniciativa teria como finalidade promover o aumento da prática da leitura pela sociedade, assim formando uma realidade diferente da retratada na animação ‘Moriarty: O Patriota’.”
Elogio: é super válido retomar a contextualização que você usou lá na introdução (Moriarty), agora para fechar o texto; foi uma ótima ideia!
Nota de acordo com as competências:
I: 100
Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita.
II: 160
Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.
III: 140
Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.
IV: 160
Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.
V: 180
Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.
Total: 740
Desculpe se fui excessivamente detalhista, entretanto, isso é fundamental para uma preparação eficiente, afinal, nossa nota é composta da soma de detalhes. Sugiro que reescreva a sua redação de acordo com as sugestões que receber dos usuários aqui nessa postagem, assim você consolidará seu aprendizado. Se possível, poste a nova versão também aqui na plataforma, para vermos sua evolução!
See lessCotas raciais ou desiguais?
Le.Le.Lê
Olá! Espero que esteja tudo bem por aí ;-) Na sua introdução, nas linhas 1 e 2, você escreveu a expressão "após de". Isso está incorreto, a frase deveria ter sido escrita da seguinte forma: "...para encontrar o seu cachorro após um bem-sucedido primeiro encontro". Um ponto positivo na sua escrita foLeia mais
Olá! Espero que esteja tudo bem por aí ;-)
Na sua introdução, nas linhas 1 e 2, você escreveu a expressão “após de”. Isso está incorreto, a frase deveria ter sido escrita da seguinte forma: “…para encontrar o seu cachorro após um bem-sucedido primeiro encontro”. Um ponto positivo na sua escrita foi relacionar a obra citada com o contexto brasileiro (isso é muito importante!). A última frase do parágrafo, entretanto, ficou um pouco estranha no trecho “o lugar dessas pessoas nesses locais”, primeiramente porque você já havia escrito “lugar” duas linhas atrás (e devemos evitar a repetição de palavras), mas principalmente porque o sentido fica vago, já que “lugar” e “local” são sinônimos, então sua frase não ficou objetiva o suficiente. Quando você escreveu “…cotas raciais, nas quais são motivo…” (L6), você deveria ter escrito “…cotas raciais, as quais são motivo…”. A expressão “nas quais” resulta da contração de em+as quais, e não temos necessidade da preposição “em” ali porque você está somente retomando o sujeito.
Além disso, perceba a estrutura do seu texto em relação aos parágrafos. A sua introdução está muito maior do que qualquer outro parágrafo, e isso não é o ideal. O primeiro parágrafo é o mais curto, trazendo a contextualização e a sua tese. É no desenvolvimento que você deve realmente expor seu domínio e repertório, então eles tendem a ser mais longos (contendo cerca de 7 linhas em cada um dos dois parágrafos). A proposta de intervenção também é crucial, afinal, ela representa uma competência inteira (200 dos 1000 pontos!).
A ideia de dividir o desenvolvimento em dois parágrafos está correta. Uma possibilidade é utilizar o primeiro parágrafo para causa e o segundo, para consequência do problema abordado.
No D1 (primeiro parágrafo de desenvolvimento), a sua primeira frase está boa, e a última também, mas faltou algo entre elas, faltou explanar mais sobre o seu ponto de vista, como você chegou nessa conclusão?
Algumas observações ortográficas: “…a educação oferecida pelo Governo a população de baixa renda…” (L8) aqui temos um evento de crase, o correto é “…a educação oferecida pelo Governo à população de baixa renda…”. Uma dica é: quando ficar em dúvida se vai acento grave ou não na letra “a”, tente substituir o substantivo por algo masculino, nesse caso, podemos substituir “população” por “povo”. Perceba que a frase ficaria: “…a educação oferecida pelo Governo ao povo de baixa renda…”. Se, ao fazer esta substituição, “a” virar “ao”, PRECISAMOS colocar o acento grave, afinal ao = a + o, assim como à = a + a (preposição + artigo). Além disso, releia o trecho: “…a qual acarreta a necessidade da existência de cotas…”(L8). O verbo “acarreta” exige preposição “em”, porque alguma coisa acarreta em algo, assim, podemos corrigir para “a qual acarreta na (em + a) necessidade da existência de cotas”.
No seu D2, a citação do caso da Nigéria não ficou bem “linkada”, ou seja, relacionada com o seu texto. Sempre, ao usar um repertório, busque interpretá-lo a favor do ponto de vista que você está defendendo no seu texto. Isso quer dizer que, já na introdução, você precisa se posicionar, mostrar qual é a sua tese; e, ao longo dos desenvolvimentos, você vai trazer repertórios que mostrem que você está certa (mas você precisa convencer o leitor disso, não basta só colocar a citação lá). Qual é o “olhar cuidadoso sobre o assunto” (L12)? Você precisaria ter explicado. Além disso, quando você disse que há um problema nas cotas porque nem todas as pessoas pobres são negras, na verdade, existem cotas para renda baixa, independentemente da etnia, que enquadrariam essa parcela da população.
A proposta de intervenção fica no último parágrafo, que nem você colocou, entretanto, precisa contar com cinco elementos: agente, ação, meio, finalidade e detalhamento. No seu caso, você escreveu da seguinte forma:
Agente (quem): Governo
Ação (o que): investir na educação para a população de baixa renda
Finalidade (porque): de forma que os alunos tenham uma melhor preparação para o ensino superior, sem a necessidade de cotas
Faltou o meio pelo qual o governo vai investir na educação para a população de baixa renda. Poderia ser, por exemplo, por meio da construção de escolas nas periferias. O detalhamento pode ser feito de qualquer um dos outros quatro elementos da proposta: agente, ação, meio ou finalidade. É como se você fosse “enfeitar” a sua ideia para ela parecer melhor aos olhos do corretor, ou para ficar mais claro.
Comentário geral: você está no caminho certo, já entendeu o gênero dissertativo-argumentativo, só precisa continuar treinando para aperfeiçoar os seus textos, precisa explicar melhor a sua tese e defendê-la com mais argumentos ao longo dos parágrafos.
As notas que eu daria em cada competência (mas eu não sou corretora, sou estudante, como você):
I Demonstrar domínio da norma da língua escrita. 100/200 (você cometeu alguns erros ortográficos).
II Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 100/200
Eu não sei qual era o tema, mas assumindo que fosse algo como “A necessidade de cotas no Brasil”, está ok, você está dentro, mas a sua estrutura dissertativo-argumentativa ainda precisa melhorar.
III Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 120/200 faltou relacionar melhor os repertórios com sua tese.
IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 120/200
V Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. 120/200
Nota final: 560
Boa sorte nos estudos! Espero ter ajudado na sua caminhada. <3
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