Cotas raciais ou desiguais?

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Na curta-metragem “Dois Estranhos”, o cartunista Carter James tenta voltar para casa para encontrar o seu cachorro após de um bem-sucedido primeiro encontro, porém acaba sendo vítima de um policial racista e é baleado. Para sua surpresa, ao invés de morrer, ele acaba revivendo o dia inteiro novamente. Ao relacionar essa obra cinematográfica com a realidade brasileira, é possível perceber que pessoas negras e pardas sofrem preconceito diariamente em qualquer lugar e circunstância, inclusive ao tentar ingressar em universidades. Sendo assim, o Brasil adota ações afirmativas para garantir o lugar dessas pessoas nesses locais, chamadas de cotas raciais, nas quais são motivo para grandes debates.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar a desigualdade presente no país, que gera benefícios a classe rica. Logo, a educação oferecida pelo Governo a população de baixa renda é muito precária, a qual acarreta a necessidade da existência de cotas, gerando oportunidades de inserção de pessoas negras em escolas superiores.

No entanto, não há como promover  a igualdade social quando há privilégio a um determinado grupo de pessoas. Diferentemente da Nigéria, por exemplo, a classe pobre na nação brasileira não é constituída somente por pessoas negras, mas também por outras etnias, causando a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o assunto.

Diante disso é responsabilidade do Governo investir na educação para a população de baixa renda, de forma com que os alunos tenham uma melhor preparação para o ensino superior, sem a necessidade de cotas. Além disso, as universidades devem oferecer a mesma quantidade de vagas para todos. Só assim é possível combater a diferença social na educação brasileira.

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8 Correções

  1. Olá! Espero que esteja tudo bem por aí ;-)
    Na sua introdução, nas linhas 1 e 2, você escreveu a expressão “após de”. Isso está incorreto, a frase deveria ter sido escrita da seguinte forma: “…para encontrar o seu cachorro após um bem-sucedido primeiro encontro”. Um ponto positivo na sua escrita foi relacionar a obra citada com o contexto brasileiro (isso é muito importante!). A última frase do parágrafo, entretanto, ficou um pouco estranha no trecho “o lugar dessas pessoas nesses locais”, primeiramente porque você já havia escrito “lugar” duas linhas atrás (e devemos evitar a repetição de palavras), mas principalmente porque o sentido fica vago, já que “lugar” e “local” são sinônimos, então sua frase não ficou objetiva o suficiente. Quando você escreveu “…cotas raciais, nas quais são motivo…” (L6), você deveria ter escrito “…cotas raciais, as quais são motivo…”. A expressão “nas quais” resulta da contração de em+as quais, e não temos necessidade da preposição “em” ali porque você está somente retomando o sujeito.
    Além disso, perceba a estrutura do seu texto em relação aos parágrafos. A sua introdução está muito maior do que qualquer outro parágrafo, e isso não é o ideal. O primeiro parágrafo é o mais curto, trazendo a contextualização e a sua tese. É no desenvolvimento que você deve realmente expor seu domínio e repertório, então eles tendem a ser mais longos (contendo cerca de 7 linhas em cada um dos dois parágrafos). A proposta de intervenção também é crucial, afinal, ela representa uma competência inteira (200 dos 1000 pontos!).
    A ideia de dividir o desenvolvimento em dois parágrafos está correta. Uma possibilidade é utilizar o primeiro parágrafo para causa e o segundo, para consequência do problema abordado.
    No D1 (primeiro parágrafo de desenvolvimento), a sua primeira frase está boa, e a última também, mas faltou algo entre elas, faltou explanar mais sobre o seu ponto de vista, como você chegou nessa conclusão?
    Algumas observações ortográficas: “…a educação oferecida pelo Governo a população de baixa renda…” (L8) aqui temos um evento de crase, o correto é “…a educação oferecida pelo Governo à população de baixa renda…”. Uma dica é: quando ficar em dúvida se vai acento grave ou não na letra “a”, tente substituir o substantivo por algo masculino, nesse caso, podemos substituir “população” por “povo”. Perceba que a frase ficaria: “…a educação oferecida pelo Governo ao povo de baixa renda…”. Se, ao fazer esta substituição, “a” virar “ao”, PRECISAMOS colocar o acento grave, afinal ao = a + o, assim como à = a + a (preposição + artigo). Além disso, releia o trecho: “…a qual acarreta a necessidade da existência de cotas…”(L8). O verbo “acarreta” exige preposição “em”, porque alguma coisa acarreta em algo, assim, podemos corrigir para “a qual acarreta na (em + a) necessidade da existência de cotas”.
    No seu D2, a citação do caso da Nigéria não ficou bem “linkada”, ou seja, relacionada com o seu texto. Sempre, ao usar um repertório, busque interpretá-lo a favor do ponto de vista que você está defendendo no seu texto. Isso quer dizer que, já na introdução, você precisa se posicionar, mostrar qual é a sua tese; e, ao longo dos desenvolvimentos, você vai trazer repertórios que mostrem que você está certa (mas você precisa convencer o leitor disso, não basta só colocar a citação lá). Qual é o “olhar cuidadoso sobre o assunto” (L12)? Você precisaria ter explicado. Além disso, quando você disse que há um problema nas cotas porque nem todas as pessoas pobres são negras, na verdade, existem cotas para renda baixa, independentemente da etnia, que enquadrariam essa parcela da população.
    A proposta de intervenção fica no último parágrafo, que nem você colocou, entretanto, precisa contar com cinco elementos: agente, ação, meio, finalidade e detalhamento. No seu caso, você escreveu da seguinte forma:
    Agente (quem): Governo
    Ação (o que): investir na educação para a população de baixa renda
    Finalidade (porque): de forma que os alunos tenham uma melhor preparação para o ensino superior, sem a necessidade de cotas
    Faltou o meio pelo qual o governo vai investir na educação para a população de baixa renda. Poderia ser, por exemplo, por meio da construção de escolas nas periferias. O detalhamento pode ser feito de qualquer um dos outros quatro elementos da proposta: agente, ação, meio ou finalidade. É como se você fosse “enfeitar” a sua ideia para ela parecer melhor aos olhos do corretor, ou para ficar mais claro.
    Comentário geral: você está no caminho certo, já entendeu o gênero dissertativo-argumentativo, só precisa continuar treinando para aperfeiçoar os seus textos, precisa explicar melhor a sua tese e defendê-la com mais argumentos ao longo dos parágrafos.
    As notas que eu daria em cada competência (mas eu não sou corretora, sou estudante, como você):
    I Demonstrar domínio da norma da língua escrita. 100/200 (você cometeu alguns erros ortográficos).
    II Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 100/200
    Eu não sei qual era o tema, mas assumindo que fosse algo como “A necessidade de cotas no Brasil”, está ok, você está dentro, mas a sua estrutura dissertativo-argumentativa ainda precisa melhorar.
    III Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 120/200 faltou relacionar melhor os repertórios com sua tese.
    IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 120/200
    V Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. 120/200
    Nota final: 560

    Boa sorte nos estudos! Espero ter ajudado na sua caminhada. <3

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  2. Na curta-metragem “Dois Estranhos”, o cartunista Carter James tenta voltar para casa para encontrar o seu cachorro após de um bem-sucedido primeiro encontro, porém acaba sendo vítima de um policial racista e é baleado. Para sua surpresa, ao invés de morrer, ele acaba revivendo o dia inteiro novamente. Ao relacionar essa obra cinematográfica com a realidade brasileira, é possível perceber que pessoas negras e pardas sofrem preconceito diariamente em qualquer lugar e circunstância, inclusive ao tentar ingressar em universidades. Sendo assim, o Brasil adota ações afirmativas para garantir o lugar dessas pessoas nesses locais, chamadas de cotas raciais, nas quais são motivo para grandes debates.

    — Olha, o correto é aparecer a tese e os argumentos na introdução. Tipo, eu não sei qual lado você defenderá. Essa parte deu ao seu texto uma cara de notícia, a qual você apenas expõe. Você disse o Brasil adota ações afirmativase explicou o porquê, massemdeixar o seuponto de vista eem evidência.

    “Em primeiro lugar, é importante ressaltar a desigualdade presente no país, que gera benefícios a classe rica. Logo, a educação oferecida pelo Governo a população de baixa renda é muito precária, a qual acarreta a necessidade da existência de cotas, gerando oportunidades de inserção de pessoas negras em escolas superiores.”

    No entanto, não há como promover a igualdade social quando há privilégio a um determinado grupo de pessoas. Diferentemente da Nigéria, por exemplo, a classe pobre na nação brasileira não é constituída somente por pessoas negras, mas também por outras etnias, causando a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o assunto.

    — No D1 você apoia as cotas, já no D2 você cita os pontos negativos dela, não é algo que se deve fazer em um texto dissertativo-argumentativo.

    — Você usa um repertório na D2, mas senti falta de um na D1.

    — Tente deixar os desenvovimentos mais completos, pois esses não possuem conteúdo suficiente para apoiar seus argumentos.

    — Outra coisa, só dá pra entender o que você vai fazer após ler os desenvolvimentos, sendo que o certo é já deixar claro na introdução o que será abordado a seguir e o seu pontode vista.

    — Também senti falta do ponto de vista mais firme, pois ainda parece que você está apenas jogando pontos negativos e positivos.

    “Diante disso é responsabilidade do Governo investir na educação para a população de baixa renda, de forma com que os alunos tenham uma melhor preparação para o ensino superior, sem a necessidade de cotas. Além disso, as universidades devem oferecer a mesma quantidade de vagas para todos. Só assim é possível combater a diferença social na educação brasileira.”

    — Com a conclusão fica evidente o seu ponto de vista, mas, infelizmente, você deveria ter defendido ele o texto inteiro, deixando claro oseu posicionamento. Eu só entendi qeu você não apoia as cotas agora.

    — Ah, eu senti falta do meio.

    + Pontos finais:

    – Tente colocar tese e argumentos na introdução. No d1 e d2 use trópico frasal para resumir seu argumento em cada Desenvolvimento, utilize repertório. No fim, interligue o repertório ao seu argumento, para dar uma base sociocultural e mostrar que aquilo não surgiu do nada.

    – Conclusãosemprecom os 5 elementos: agente, ação, meio, detalhamentoe finalidade.

    Lembrando que não sou professor e estoudando a minha opinião.

    Ah, o texto está bem escrito, mas nãose encaixa muito no padrão enem.

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  3. Olá, segue alguns detalhes dos quais me atentei ao ler a redação e que desejo compartilhar contigo:

    Primeiro Parágrafo:
    – O contexto inicial ficou incompleto, recomendo buscar mais clareza;
    – Evite fazer coisas como intitular “policial racista”; procure ser formal dizendo apenas “policial”, pois já é suficiente para entender o contexto;
    – “após de” – “de” é desnecessário;
    – “nas quais” não está bem colocada. Pode ser substituído por “as quais, contudo, são motivo de vários debates, o que deve ser analisado.”
    Segundo e Terceiro Parágrafo:
    -Você iniciou com “Em primeiro lugar”, sendo que não existe coesão com o parágrafo anterior.
    -Esses dois parágrafos deveriam estar em unidade, não separados. Ou seja, deveriam ser um único.
    Último Parágrafo:
    – Ficou incompleto. procure apresentar o que deve ser feito, quem é responsável pela execução, como implementar, o que será alcançado com a ação e detalhamento.

    No geral, procure atentar-se a detalhes como os conectores, a redação como unidade textual, maior detalhamento e desenvolvimento argumentativo claro em toda a redação.

    Ademais, desejo bons estudos.

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