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Artigo de opinião – Conceição Evaristo

Artigo de opinião – Conceição Evaristo

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Coloque-se no lugar de um(a) articulista que, depois de ler a notícia “ABL frusta expectativa de campanha por Conceição Evaristo e elege Cacá Diegues como novo imortal”, publicado no Jornal El País, decide publicar um artigo de opinião, que será publicado em um jornal digital, comentando sobre essa decisão. Neste artigo você deve:

  1. Apresentar o que o motivou a escrever o artigo de opinião;
  2. Apresentar o seu ponto de vista sobre o fato de Conceição Evaristo não ter entrado para a Academia Brasileira de Letras.

 

Obs: Para auxiliar na escrita do artigo, além da notícia, também há, na coletânea, um dos poemas da autora.

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Texto 1 

ABL frustra expectativas de campanha por Conceição Evaristo e elege Cacá Diegues como novo imortal

A Academia Brasileira de Letras (ABL) escolheu na tarde desta quinta-feira o cineasta Cacá Diegues, de 78 anos, para ocupar a cadeira de número 7 da instituição, vaga desde abril deste ano com a morte do também cineasta Nelson Pereira dos Santos. A entidade literária, fundada em 1897 no Rio de Janeiro com o objetivo de cultivar a língua portuguesa e a literatura brasileira, frustrou a expectativa daqueles que esperavam que a escolhida fosse a escritora Conceição Evaristo. Negra e nascida em uma comunidade de Belo Horizonte há 71 anos, sua candidatura foi impulsionada por movimentos negros e feministas que buscam uma maior representatividade dentro da ABL, composta por 40 membros efetivos e perpétuos que são, em sua maioria, homens e brancos.

A mobilização em torno de Evaristo começou quando a jornalista Flávia Oliveira lançou a ideia na coluna de Anselmo Gois, no jornal O Globo. “Eu voto em Nei Lopes ou Martinho da Vila. Sem falar na Conceição Evaristo. ‘Tá’ faltando preto na Casa de Machado de Assis”, disse em abril. Uma petição na Internet chegou a reunir mais de 25.000 assinaturas e a hashtag #ConceiçãoEvaristoNaABLfoi criada, fazendo com que a escritora finalmente formalizasse a sua candidatura, no dia 18 de junho. “Assinalo o meu desejo e minha disposição de diálogo e espero por essa oportunidade”, dizia um trecho do documento entregue. Apesar de toda essa campanha, ela recebeu apenas um dos 35 votos. Diegues recebeu 22, enquanto que o editor e colecionador carioca Pedro Aranha Corrêa do Lago, de 60 anos, ficou com 11. A eleição é secreta. Ao todo, havia 11 candidatos.

Diegues é um cineasta reconhecido internacionalmente e um dos fundadores, junto com Glauber Rocha, do Cinema Novo, movimento que nasceu nos anos 60 com o objetivo de discutir as questões brasileiras consideradas urgentes, como a desigualdade social.

Já Evaristo tem dois romances publicados, sendo o principal deles Ponciá Vicêncio (2003), um livro de poema e três de contos, além de ter tido sua obra publicada em dezenas de antologias. Olhos D’Água” recebeu o Prêmio Jabuti em 2015 como melhor obra de contos. A autora é conhecida por abordar sobretudo temas relacionados ao racismo, gênero e classe. Ela é também mestra em literatura brasileira pela PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Sua eleição, ainda que improvável (Diegues e Corrêa do Lago sempre foram considerados os favoritos), despertava expectativas, segundo disse nesta quinta Cristina Warth, diretora da Pallas Editora, que publica as obras de Evaristo. “Sem dúvida ela é o melhor nome entre os que estão concorrendo. Com uma obra literária consistente, é reconhecida nacional e internacionalmente como uma grande escritora da literatura contemporânea”, explicou ao EL PAÍS. “Está mais do que na hora de uma autora negra e mulher fazer parte do grupo de acadêmicos da ABL, especialmente para ocupar a cadeira que tem como patrono Castro Alves, autor de fundamentais textos sobre a condição do negro escravizado no Brasil. Este é o momento de se reconhecer Conceição Evaristo como um dos cânones da literatura de língua portuguesa, para além da sua condição de autora negra”, completou. A escritora ainda não se manifestou. (Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2018/08/30/cultura/1535658767_015684.html. Acesso em 01 de set. 2018)

 

Texto 2 

Vozes-Mulheres 

A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida.

A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.

A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela

A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e fome.

A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.

A voz de minha filha
recolhe em si

a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
O eco da vida-liberdade.
    (Poemas de recordação e outros movimentos, p. 10-11).

 

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Com base nos textos acima e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:

Crise humanitária: possibilidade para resolver esse problema

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