Alternativas para combater a violência urbana nos estados brasileiros

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O filósofo brasileiro Raimundo Teixeira, em 1889, adaptou o lema positivista “Ordem e Progresso” não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, no contexto hodierno, enfrenta significativos estorvos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente, entre eles, a violência urbana representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, uma vez que tal postura resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Esse lastimável panorama é calcado na inoperância estatal e possui como consequência o aumento de homicídios.

De início, há de se constatar a débil ação do poder público enquanto mantenedora da problemática. Acerca disso, o filósofo Thomas Hobbes, no livro “Leviatã”, defende a incumbência do Estado em propiciar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que possuem um papel inerte em relação a violência urbana. Esse cenário decorre do fato de que uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como o fortalecimento da segurança pública. Logo, é notório que a omissão do Estado perpetua a problemática no Brasil.

Por conseguinte, estabelece-se o alargamento no número de homicídios. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, FBSP, foram registrados, no Brasil, 47,5 mil assassinatos ao longo de 2021. Partindo de tal pressuposto, a falta de ações preventivas em relação à violência urbana acarreta num aumento da insegurança popular, visto que sem as devidas medidas governamentais há uma vulnerabilidade social e grande possibilidade de pessoas inocentes serem vítimas de tragédias, seja por parte de facções criminosas ou de assaltantes, principalmente em áreas de maior pobreza e invisibilidade perante o Estado, onde infelizmente jovens, por não possuirem condições favoráveis de vida, ingressam ao mundo do crime. Portanto, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, deste modo, que é mister a atuação governamental na violência urbana nos estados brasileiros. Assim, cabe ao governo – responsável pela efetivação dos direitos constitucionais na sociedade –, juntamente com o Ministério da Educação – cuja função é zelar pela qualidade do ensino e pelo cumprimento de suas normatividades –, por meio de campanhas em escolas públicas, conscientizar os jovens sobre os malefícios do crime em virtude de oportunidades e também, por meio de programas beneficentes, conduzir assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de seus filhos ou dependentes, a fim de tornar o espaço urbano um lugar seguro, visando a ordem e o progresso nacional.

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4 Correções

  1. Introdução

    Excelente parágrafo. Apresenta contextualização, problematização e tese. Nenhuma observação a ser feita.

    D1

    “Esse cenário decorre do fato de que uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista […]”
    *Não faz muito sentido dizer que um governante se orienta por um viés individualista. Entendi sua colocação, entretanto, faria mais sentido se o termo “individualista” fosse substituído por populista, esquerdista, socialista ou, simplesmente, corrupto.

    D2

    “[…] acarreta num aumento da insegurança popular, visto que (vírgula) sem as devidas medidas governamentais (vírgula) há uma vulnerabilidade social […]”

    Conclusão

    “[…] é mister a atuação governamental *na violência* (no combate à violência) urbana nos estados brasileiros.”
    “Assim, cabe ao governo […]” *Qual esfera do governo? Goveno Federal, Estadual… ?

    Obs. A conclusão está muito boa, e bem detalhada. Porém, em uma redação em que o tema trata do combate à violência, não faz muito sentido utilizar a educação como o principal meio de intervenção. Quem combate o crime é a polícia e o recrudescimento do vigor das leis. Nesse sentido, a educação seria um complemento dessa solução.

    Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.
    200 – Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência.

    Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.
    200 – Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativoargumentativo.

    Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
    200 – Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista.

    Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
    200 – Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

    Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
    160 -Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

    Espero que minhas cosiderações auxiliem na evolução de seus textos. Bons estudos !!!

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  2. CARACA, que redação maneira!!!
    não sou muito boa em pontuar, mas aqui vão algumas dicas:
    ” Lamentavelmente, entre eles, ” entre eles quem??? os brasileiros? vc não tinha citado antes., você citou nação, então você poderia ter utilizado “Lamentavelmente, nela, …”

    Seu d1 tá muit bem feito. Você expôs uma causa, argumentou e amarrou o parágrafo com a citação!!
    essa consequência do D2 tá mto boa.. você mostrou como o tema atenta conta a vida das pessoas.

    Agora sua proposta de intervenção eu acho que eu mudaria um poquinho, por que vc citou como causa a falha do estado em garantir a segurança e propôs uma ação conjunta com um órgão da educação puxando para um lado mais da PREVENÇÃO contra o crime. Então eu deixaria explicito que seria necessário solucionar a desigualde social que impulsiona o problema. Eu trabalharia meu D1 nessa causa: a desigualdade social, pois ai eu acho q faria mais sentido a minha conclusão focar nisso, sabe?
    Não sei se deu pra entender…

    Então, como sua causa foi a falha do governo em GARANTIR a segurança, era melhor que vc trabalhasse em cima disso na proposta.

    De resto, meus parabéns! vc foi topppppp <3

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  3. Você poderia melhorar um pouco na argumentação, visto que você não colocou sua opinião dos desenvolvimentos, mas de resto, está ok, você utilizou repertório e conseguiu conciliar com o tema. Sua conclusão está com os 5 elementos. Se atente nas próximas redações para melhorar esses pontos, e busque ler redações nota mil. Procure também modelos prontos, eles ajudam bastante

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  4. Ótima forma de introdução do tema, foi possível perceber de forma clara e coerente os tópicos frasais (inoperância do estado, juntamente com o efeito causado na sociedade, que se refere ao aumento de homicídios). Porém, no terceiro parágrafo, onde está a parte do desenvolvimento da segunda tese, percebe-se alguns erros de competência número 1, haja visto que são
    argumentos com parágrafos muito longos, faltou o uso de vírgulas em certos momentos. A título de exemplo:
    “Partindo de tal pressuposto, a falta de ações preventivas em relação à violência urbana acarreta num aumento da insegurança popular, visto que sem as devidas medidas governamentais há uma vulnerabilidade social e grande possibilidade de pessoas inocentes serem vítimas de tragédias, seja por parte de facções criminosas ou de assaltantes, principalmente em áreas de maior pobreza e invisibilidade perante o Estado, onde infelizmente jovens, por não possuirem condições favoráveis de vida, ingressam ao mundo do crime. Portanto, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.”
    (possíveis erros ortográficos – possuírem)

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