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Cultura do cancelamento no meio virtual brasileiro
Mr.Crozma
1 - 448 palavras. 2 - Ousadia ou humildade? 3 - Vícios de linguagem: expressões ultrapassadas e autoritárias. 1. Uma boa redação consegue nota mil com cerca de 350 palavras. Se você gasta 100 palavras a mais, isso significa tempo de prova e desgaste mental, duas coisas que, combinadas, atrapalham baLeia mais
1 – 448 palavras. 2 – Ousadia ou humildade? 3 – Vícios de linguagem: expressões ultrapassadas e autoritárias.
1. Uma boa redação consegue nota mil com cerca de 350 palavras. Se você gasta 100 palavras a mais, isso significa tempo de prova e desgaste mental, duas coisas que, combinadas, atrapalham bastante qualquer rendimento na parte objetiva. Sua meta deverá ser reduzir o número de palavras sem perder de vista o cumprimento das funções textuais que a dissertação pede.
2. Se é do Enem que estamos falando, ousadia tanto não é o que o corretor quer que modelos copiados da internet conseguem notas altas. Outros vestibulares valorizam, sim, a originalidade, a escrita solta, mas não é o caso para o Enem, que, inclusive, oferece um manual de correção, dando todo o caminho para se padronizarem as redações, que é o que está acontecendo para o boom de redações modeladas que você poderá ler por aqui. Adequar-se a uma escrita mais resguardada é uma estratégia importante no Enem. Em outras palavras, quem gosta de escrever deve, por coerência, odiar a redação Enem. Leia sempre os manuais de correção, que podem ser encontrados aqui: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem/outros-documentos
3. Abandonar os vícios de linguagem adquiridos no período da faculdade é recomendável.
As expressões “enfim” e “ou seja”, por exemplo, são abomináveis numa dissertação-argumentativa. A primeira porque você transmite ao leitor uma ideia de cansaço: você mesmo cansou do que escreveu, por que não o leitor não deve se sentir cansado? E, se cansou, não deveria ter sido mais sucinto? Bom, a segunda passa uma ideia ainda pior: se você precisa de um “ou seja”, você deve concordar que a frase anterior não foi bem explicada, a ponto de você precisar repetir a ideia. Mais: se o corretor entendeu aquela ideia, soa como se o leitor fosse burro a ponto de precisar de duas explicações. Em suma, você não tem rigorosamente nada a ganhar o “ou seja”
Expressões retóricas também não merecem qualquer lugar aqui. “Realmente”, “sem dúvidas”, “de fato”… Essas e outras palavras te dispensam de provar aquilo que você disse, o que é sempre problemático quando se trata de uma argumentação, ainda mais quando você não for trazer fatos facilmente verificáveis na vida real. Você não pode dizer que “sem dúvidas” o seu argumento é o que define os rumos daquele debate. Se eu discordo de você sobre a sensação de impunidade, por exemplo, aquela passagem chama a minha atenção e ganha um peso que não teria se a escrita se abstivesse da retórica.
É importante lembrar que o Enem é um debate público e nacional, sempre haverá opiniões divergentes que precisam ser respeitadas no nosso discurso.
Acho que esses avanços já estariam de bom tamanho para a próxima redação. Bons estudos, Daniel!
See lessA desigualdade de gênero no mercado de trabalho
Mr.Crozma
1 - A importância de revisar. 2 - É preciso estudar pontuação. 3 - Atente-se para o uso dos conectivos corretos. 4 - Leia sobre o assunto. 1. Eu vou me abster de apontar todos os erros porque é extremamente cansativo, além de especialmente frustrante quando o erro vem da falta de cuidado na hora deLeia mais
1 – A importância de revisar. 2 – É preciso estudar pontuação. 3 – Atente-se para o uso dos conectivos corretos. 4 – Leia sobre o assunto.
1. Eu vou me abster de apontar todos os erros porque é extremamente cansativo, além de especialmente frustrante quando o erro vem da falta de cuidado na hora de enviar o texto para a correção. Essa falta de cuidado é nítida quando o “em primeiro plano” aparece no terceiro parágrafo, sem contar os vários pequenos erros de grafia que não parecem ser do seu desconhecimento, motivo pelo qual todos os outros erros de norma culta restam prejudicados para a avaliação. Como vou saber se você está errando de fato ou se simplesmente colocou aquela vírgula ali por distração?
A revisão é fundamental para nós que vamos corrigir, seja para entender em que nível você está, seja para poupar tempo. A revisão é um hábito que você deve construir para você também, pois é normal cometer erros bobos de primeira viagem, e uma releitura mais concentrada no sentido do seu texto certamente evitará frustrações por erros que você saberia consertar. Como exemplo da quantidade de erros, deixo o primeiro parágrafo:
“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. De maneira análoga,(1) ao trecho do poema de Carlos Drummond De Andrade, pode-se estabelecer uma relação metafórica entre as “Pedras(2) no caminho” e os desafios a(3) desigualdade de gênero no mercado de trabalho(4) que(5) não distante do poema(6) ocorre diariamente no Brasil(7) uma vez que(8),(9) esse entrave precisa ser retirado do âmbito social. Tal empecilho,(10) decorre da falte(11) de oportunidades para mulheres e de estrutura governamental para eliminar as mazelas trazidas pelo impasse.
1 – Vírgula indevida.
2 – Por que maiúscula? Aspas não são pontuações.
3 – Comeu letra e seria considerado falta grave no Enem.
4, 5, 6 e 7 – Faltaram vírgulas.
8 – Operador argumentativo “uma vez que” errado.
9 – Vírgula indevida.
10 – Idem.
11 – Grafia errada.
Só neste primeiro parágrafo já dá pra imaginar uma nota 120 na C1.
2. Mesmo que haja erros de digitação, eles não justificam tanto erro de pontuação. Cada vírgula conta como um desvio de norma culta no Enem, e essa matéria precisará de um estudo concentrado se você quiser tirar notas melhores na C1. Pontuação é uma matéria difícil de entender porque suas regras envolvem o conhecimento de outras matérias, então se prepare para ter um bom material, quem sabe um bom caderno vindo das aulas que tiver no ano. Sugiro que leia sempre textos formais e não tenha receio e parar e pesquisar toda vez que se sentir em dúvida. Vírgula é um trabalho de longo prazo que você tem tempo para aprender.
3. É muito ruim perder ponto na C4. O Enem não tolera o uso de conectivos com sentido reverso. Foi isso o que aconteceu no “uma vez que” do primeiro parágrafo. Naquela situação, “retirar o entrave” seria uma conclusão/consequência desejada para o problema da “pedra no caminho”. O “uma vez que”, porém, apresenta causa, e não conclusão. Esse erro proíbe que você tire mais de 160 na C4, e se eles se repetirem o suficiente, a nota 120 pode aparecer aqui, nessa que é a competência mais fácil de gabaritar. Tome muito cuidado com o uso dos seus conectivos.
4. Vejo que teve problemas em formular argumentos para a defesa da sua ideia. Considere aproveitar que o ano está só começando para ler mais, formar mais opiniões. Você não precisa iniciar o seu ano de estudos já tendo uma perfeita compreensão da desigualdade no mercado de trabalho, então abuse do seu tempo para ganhar repertórios concretos, até pra sua vida como cidadã mesmo. O Estado não vai ser a resposta pra tudo, e nem tudo que está errado é crime. Acompanhe os debates nas redes sociais, leia livros, tenha uma formação de opinião conforme bate o seu coração, de acordo com as lutas que você quer travar. Com o devido cuidado, escrever sobre esse tema passará a ser algo agradável para você.
Eram essas as considerações mais importantes que eu tinha para lhe oferecer, e espero que você tenha um ótimo ano de estudos!
See lessO custo de ser famoso
Mr.Crozma
Dei uma lida superficial sobre como é avaliada a prova da UFSC para vir aqui. Antes de sugerir uma nota, deixarei algumas sugestões que você deve filtrar com base no que professores que conhecem a prova te ensinaram, até porque você não parece ter aprendido a escrever ontem. Parabéns pelo texto, jáLeia mais
Dei uma lida superficial sobre como é avaliada a prova da UFSC para vir aqui. Antes de sugerir uma nota, deixarei algumas sugestões que você deve filtrar com base no que professores que conhecem a prova te ensinaram, até porque você não parece ter aprendido a escrever ontem. Parabéns pelo texto, já de antemão.
Frases longas costumam ser um problema. A uma, pelo número de erros que potencializam, já que criam situações textuais complexas de resolver. A duas, porque tornam a leitura cansativa, para o escritor e para o leitor, criando desatenção. A três, porque te colocam num looping de raciocínio do qual se pode não ser tão fácil de sair produtivamente. O ideal, então, é sempre escrever frases mais curtas, contendo uma ou duas ideias, para tornar o tornar mais dinâmico e menos problemático.
Aprendi que a introdução tem algumas funções a cumprir. Uma delas é a de indicar, de dar as bases do que será escrito, de forma a não causar surpresas no leitor e de forma a possibilitar que você mesma “puxe” essas bases para construir os argumentos. É como se o texto, têxtil, fosse um tecido a ser costurado, com linhas que você deixaria soltas para pegar o gancho no desenvolvimento. Se o cerne da sua escrita argumentativa está no desenvolvimento, talvez à introdução coubesse um certo suspense, de modo que não me faz sentido ler operadores de argumentação (visto que, uma vez que…) já no primeiro parágrafo. Inclusive por isso é que as introduções costumam ter 50, 60 palavras; a sua tem 115. Bom, se os seus professores assim a ensinaram, rendo-me a eles, mas deixarei essa sugestão conforme as funções da introdução: apresentar o tema, apresentar a tese e deixar “fios soltos”. Todo o resto argumentativo eu gostava de colocar no desenvolvimento, até para organizar melhor as ideias e não deixá-las incompletas na correria introdutória.
Um outro ponto que a gente vê bastante no Enem é a ideia de tópico frasal como sendo uma frase curta, objetiva e simples que vai trazer o resumo daquele argumento a ser desenvolvido. Quando você escreve uma frase com 55 palavras, ela perde a ideia de resumo e ganha contornos argumentativos que podem bagunçar o leitor. Você, como leitora, terá momentos na vida em que não entenderá o que um parágrafo quis dizer, daí a recomendação que você tem que seguir é voltar ao tópico frasal para entender o centro da discussão e, se necessário, voltar à tese daquele texto. Por isso é importante ter esses locais-chaves do texto para o leitor, inclusive para o leitor cansado.
Compreender a importância dos “fios soltos” Tópico Frasal pode ajudá-la a construir um segundo parágrafo que não seja expositivo. Você precisa de dois argumentos e conseguir enxergá-los em cada parágrafo do desenvolvimento vai ajudar o corretor também. Seu segundo parágrafo soa como uma continuação do primeiro, quando, em verdade, já deveria estar argumentando sobre a sua tese de que o custo da fama é alto. Percebe que só ao final daquele 2º parágrafo o texto vai falar de algum custo (a baixa autoestima)?
Por fim, uma última questão em que eu gostaria de te ver pensando era a não surpresa na conclusão. O texto argumentativo tem na conclusão o momento de maior concordância que o leitor deve ter. Ali ele lerá ideias que poderia concluir sozinho a partir dos seus argumentos. Então não é recomendável introduzir um conceito novo, que fará o leitor refletir mais uma vez, quando na verdade ele já queria estar fechando a opinião sobre o que foi dito no texto. E aí, se ele tem perguntas a fazer, o texto não tem mais espaço para responder. Fica por isso mesmo? Hm, pode ser difícil não conseguir colocar todas as suas ideias num texto, mas essa é uma prova com limite de linhas, e o teste é justamente sobre a sua capacidade de selecionar quais são as ideias mais persuasivas que você pode apresentar e desenvolver. Ideias novas na conclusão podem gerar a suspeita que o candidato só lembrou delas lá no fim do texto, e que começou o texto sem saber como iria terminá-lo. Um perigo, pois, para a ideia de projeto de texto.
Esses e outros ajustes, porém, não tiram deste texto a boa nota que ele merece.
Na norma culta, encontrei alguns erros que eu imagino serem consertados pela redução de palavras por frase. Atribuiria nota 2, de 2,5.
Na adequação à proposta temática, darei 2,5. Você abordou satisfatoriamente o problema proposto.
Na coerência e na coesão também não vi problemas, com alguns deslizes que eu não como são pontuados na UFSC, então atribuo 2,5.
Na argumentação é que vi problemas maiores de organização dissertativa, especialmente no segundo parágrafo, em que não vejo grandes explicações sobre o problema da autoestima, qual a sua relevância ou qual a sua relação com a fama, além do que já expliquei anteriormente sobre surpresas. 1,5.
Com isso, a minha nota ficaria 8,5. Já que notas não são tão importantes quanto resolver os problemas de organização textual, estou aberto a quaisquer dúvidas.
See lessAbraço e bons estudos!
Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
Mr.Crozma
Dehalss, O Enem tem um critério muito estranho sobre fuga ao tema. "Basta mencionar as palavras-chave", diz o manual. Vi uma vez, por aqui, uma redação que não sabia o que era o estigma e o tratava como algo bom na tese, daí partiu para os argumentos genéricos clássicos de negligência estatal e alguLeia mais
Dehalss,
O Enem tem um critério muito estranho sobre fuga ao tema. “Basta mencionar as palavras-chave”, diz o manual.
Vi uma vez, por aqui, uma redação que não sabia o que era o estigma e o tratava como algo bom na tese, daí partiu para os argumentos genéricos clássicos de negligência estatal e alguma outra coisa. Cravei tangência e disse que ela tiraria menos de 500. O Enem deu 720 e um amigo da menina ainda foi na correção dizer que não era fuga parcial ao tema kkkkk.
Eu não posso cravar qual vai ser a sua nota, e pelo menos aqui você cita o registro civil como algo importante de se ter, mas houve tangência ao tema quando não demonstrou entender o que era a invisibilidade por falta de registro. O tema não era apenas “acesso à cidadania”, e fica muito clara a negligência a essa parte da frase-tema quando da hora da proposta de intervenção, em que você sequer cita a palavra “não registrados” no meio dos refugiados, dos presidiários e dos sem-teto.
Enfim, darei duas notas: uma considerando a possível tangência; outra descartando essa possibilidade, porque o critério de tangência, pro Enem, ainda é problemático.
C1: 160
Alguns erros de vírgula e crase se destacam, mas ainda pesa a demonstração de domínio dos recursos linguísticos, com nenhuma afetação desses erros na compreensão da leitura.
C2: 40
C3: 40
C4: 200
C5: 40
É tão mais fácil corrigir fuga ao tema que eu nem imagino algum corretor não atribuindo fuga a um texto que dá a oportunidade, mas vamos à esperança no “basta citar todos os elementos”:
C1 e C4 teriam as mesmas notas,
C2: 200 (porque a pertinência só precisa estar vinculada a um dos elementos do tema; e porque o uso produtivo pode estar vinculado à discussão de forma pontual)
C3: 120 (projeto de texto com algumas falhas, já que
1. não ficou provada a relação dos europeus com o seu argumento 1;
2. não há como saber do texto como funciona a negligência do Estado para com os não registrados;
3. casas de apoio não ajudariam os não registrados de maneira alguma e não estariam atreladas aos seus argumentos, que chegam a falar em “falhas legislativas”, sugerindo, então, uma proposta para o âmbito do Poder Legislativo;
4. no primeiro parágrafo, não fica claro se o texto sugere uma analogia meramente teórica com o Estado Nazista sobre essa questão, o que seria um equívoco;
Dentre outros deslizes.
C5: 160/200
Muito difícil afirmar que há detalhamento, apesar de o corretor poder apontar a “coerência com a Carta Magna” como efeito do efeito. Para o 160, eu consideraria que a efetuação do direito é o mesmo que tornar constitucional a atuação do Estado sobre aquela questão.
É difícil, mas como eu já vi no último Enem, vai que aparece um 880 pra alegrar a sua vida? Mas aí tu comemora como “ufa”, tá? Kkkkk
Boa sorte!!!
See lessInvisibilidade e registro civil: garantia do acesso à cidadania no Brasil
Mr.Crozma
Olá, Thais. Estou aqui limpando as redações antigas sem correção e a sua a última. Como parece ter sido a do seu Enem, deixo aqui a minha aposta de nota: C1: 200/160 (o corretor pode encucar com aqueles parênteses substituindo as vírgulas que você não quis colocar, provavelmente porque encheria de vLeia mais
Olá, Thais. Estou aqui limpando as redações antigas sem correção e a sua a última. Como parece ter sido a do seu Enem, deixo aqui a minha aposta de nota:
C1: 200/160 (o corretor pode encucar com aqueles parênteses substituindo as vírgulas que você não quis colocar, provavelmente porque encheria de vírgulas a frase; além desses parênteses, há um desvio em “o privando”, que tem duas regras exigindo ênclise, pela vírgula e por ser gerúndio. Fora esses possíveis desvios, excelente padrão de escrita que deveria fazer o corretor dispensar a punição).
C2: 200.
C3: 160/200 (geralmente o Enem dá 200 aqui, mas há um problema quando o primeiro argumento traz causa e o segundo traz consequência: ambos falarão de uma mesma ideia. Daí o que se tem é o risco de repetição argumentativa – ora, população ter assistência do Estado não é o mesmo que o Estado não estar assistindo? Por isso me incomoda dizer que foi estratégico, mas muitos fazem assim e eu imagino que vários recebam 200 com essa estrutura que passa desapercebida na correria dos corretores).
C4: 200. Não sei se foi sorte, mas o “a priori” só não desconta ponto aqui porque precedeu uma frase realmente apriorística.
C5: 200.
Eu particularmente daria 960, mas vejo possíveis tanto o mil quanto o 920, sem demagogia alguma. Qualquer nota fora disso seria um absurdo. Boa sorte!
See lessA questão da maternidade solo no Brasil
Mr.Crozma
Eu caçaria motivos pra tirar o mil do seu texto só por ler que você desenhou pro corretor que a Segunda Guerra foi um fato histórico kkkkk Encontrei uns errinhos de norma culta que podem ser ignorados pelo corretor. Só uma correção fria não dá mil pra textos como esse. Sabe-se lá se eles gostam mesmLeia mais
Eu caçaria motivos pra tirar o mil do seu texto só por ler que você desenhou pro corretor que a Segunda Guerra foi um fato histórico kkkkk
Encontrei uns errinhos de norma culta que podem ser ignorados pelo corretor. Só uma correção fria não dá mil pra textos como esse. Sabe-se lá se eles gostam mesmo das redações para as quais dão mil.
Como exemplo dos errinhos, faço a correção do primeiro parágrafo:
No fato histórico conhecido como “Segunda Guerra Mundial”, as esposas de diversos homens que foram à guerra tornaram-se mães solos após a morte dos pais de suas crianças, enfrentando dificuldades financeiras e sociais, aliado(1) ao preconceito da sociedade. Em paralelo com a realidade brasileira, muitas mães solteiras ainda enfrentam problemas, sendo que(2) em muitos casos(3) não possuem o apoio necessário para continuar com suas vidas. Portanto, a questão do abandono paternal e a ineficiência estatal no auxílio a essas mães intensificam a problemática.
1 – Concordância com “dificuldades financeiras e sociais”. Aliadas.
2 e 3 – Vírgulas no adjunto adverbial deslocado com 03 ou mais palavras.
Mas a gente tem que fazer correções leves e elevar a autoestima do aluno quando se está perto da prova. Te deixar se preocupando com essa bobeirinhas a poucos dias da prova é que é errado.
See lesstema: Educação Empreendedora no Brasil
Mr.Crozma
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendLeia mais
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendedorismo.
Educação é um tema que sempre ativa os padrões reconhecidos pela nossa mente e a gente corre o risco de caminhar no automático. Espero que isso não tenha acontecido no seu Enem. Se me ler, saiba que quero notícias suas. Pelo menos por distração eu acho que ninguém tangenciaria o tema do registro civil. Por desconhecimento, certamente. Não foi o seu caso, aposto.
Apesar de tangenciar, redação com ótimos valores culturais e linguísticos. Destaco a atenção que você provou na substituição de palavras e espero que tenha feito uma prova com essa mesma pegada!
See lesstema: Importância da arte para o desenvolvimento crítico dos cidadãos
Mr.Crozma
Acho que o seu maior desafio é escrever mais palavras. Como está próximo da prova, o que sugiro é que passe esse tempo lendo, ganhando ideias, principalmente sobre as referências que você já tem. Por exemplo, há uma discussão muito interessante sobre como o 1984 de Orwell não foi mais profético do qLeia mais
Acho que o seu maior desafio é escrever mais palavras. Como está próximo da prova, o que sugiro é que passe esse tempo lendo, ganhando ideias, principalmente sobre as referências que você já tem. Por exemplo, há uma discussão muito interessante sobre como o 1984 de Orwell não foi mais profético do que Huxley, em seu Admirável Mundo Novo. Encaixar uma debate como esse na prova poderia ajudar a preencher espaços.
Incorporando uma crítica que o Braga propôs no link, é importante vincular essas discussões que você trouxe à realidade em que nos encontramos. Quais são os valores de 1984, de Aloísio Azevedo, para a nossa sociedade? Há desenvolvimento crítico dos cidadãos a partir da arte no Brasil? Aliás, há arte crítica no Brasil? São perguntas desse tipo que você pode se fazer quando faltarem ideias para evoluir o texto.
No mais, texto agradável de ler e com poucos erros de português.
Uma dica importante de você adotar seria reduzir o tamanho das frases. Frases grandes tendem a criar problemas de norma culta, como no segundo parágrafo, onde o “a despeito disso” vem seguido de repetição de palavras e frase incompleta. Responda, a partir exclusivamente da frase que escreveu: qual é o algo que “pode ser visto na obra “O Cortiço”?
Tome muito cuidado com esses erros – que podem ser vistos como “palavra esquecida” -, pois eles travam a leitura e a tornam muito desagradável para quem lê, então são erros que chamam atenção e custam alto na nota.
Um último que trava a leitura foi o “Pois” precedido de ponto final, lá no último parágrafo. Só use o ponto final quando a frase só fizer sentido se lida por si só.
Boa prova, rapaz!
See lessObstáculos à implementação de uma educação financeira no Brasil
Mr.Crozma
1 - Introdução por referência cultural. 2 - Primeiro argumento fraco. 3 - Produtividade argumentativa. 4 - Organização da proposta. 5 - Norma culta. 1. Sobre a introdução, é sempre uma brecha que você cria quando constrói um cenário sociocultural e o retoma ao longo do texto. Ainda que eu ache forçaLeia mais
1 – Introdução por referência cultural. 2 – Primeiro argumento fraco. 3 – Produtividade argumentativa. 4 – Organização da proposta. 5 – Norma culta.
1. Sobre a introdução, é sempre uma brecha que você cria quando constrói um cenário sociocultural e o retoma ao longo do texto. Ainda que eu ache forçado só voltar a trazer o filme que citou apenas no fim do texto, essa lembrança denota mais projeto de texto do que a referência abandonada nas primeiras linhas simplesmente para puxar aquele analogamente. A válvula de escape para iniciar um texto sempre foi a introdução tradicional, aquele “muito/pouco se discute a respeito de…”. O que aconteceu com a divulgação de textos nota mil foi a criação desse hábito de iniciar o texto com um filme – e é um hábito perigoso, visto que por vezes caem temas bem complicados de associar a um filme, principalmente no nervosismo de uma prova. Enfim, esse é um problema que o corretor facilmente encontraria no Enem e chamaria de “brecha”, que vai afetar a competência 3. Para além do Enem, sugiro que estruture válvulas de escape menos dependentes de repertório. Ah, e é mito dizer que “é bom sempre iniciar com um repertório”. Quer dizer, se você faz o repertório conscientemente no desenvolvimento, até uma introdução brega como a clássica pode tirar mil. Aliás, só não vemos mais clássicas tirando mil porque o que tira o mil de muita gente não é a competência 2, mas a competência 1.
2. Cuidado pra não se enrolar com um argumento apenas porque ele se encaixa no seu padrão argumentativo de atacar um Estado ou um colégio. A educação financeira é tão mais fácil de ser feita pelos pais! É que eles próprios têm dificuldades financeiras, daí talvez fosse mais interessante pensar em educação financeira para adultos. Tipo, quais são as ferramentas que um professor tem se o pai que dá a mesada, se a mãe que o filho de presentes? Enfim, tudo isso pra dizer que eu tô livre pra questionar o seu argumento porque não houve produtividade, ou seja, não vi comprovada a pertinência do seu argumento, e isso é ausência de exploração dos efeitos. O leitor não vai presumir que uma coisa está errada porque intuitivamente é errada. Prove, explique o máximo que puder. Você tá chamando professores de desqualificados, tá atacando grade curricular de universidades… Meu, não se deixe iludir (leia-se: EVITE) por construções como “é notável”, “é evidente”. Tem nada evidente num prova, pode provando kkkk
3. Daí remendo a observação pro terceiro parágrafo também. Seus parágrafos estão com basicamente 3 frases. Tente fazer 5, para encaixar uma ou duas consequências/efeitos. Quer dizer, isso pensando em fechar brechas, né? 200 na C3 pode ser difícil se você escrever poucas linhas de desenvolvimento.
4. E esse desenvolvimento vai ficar apertado se você não for bem organizado na proposta. Aqui você não precisa fazer construções linguísticas complexas, envolvendo inversões, múltiplas orações dentro de uma frase… Mano, corretor chega aqui exausto, só querendo contar os elementos, de preferência na ordem do manual: agente, ação, modo, finalidade e o único varia consistentemente é o detalhamento.
Governo acione o MEC? Daí este por sua vez? Não, isso é complicar as coisas sem necessidade. “É necessário que o MEC…”. Enfim, facilita a vida do corretor aqui pra ele mesmo não inventar teorias que descontem pontos de você por bobeira.
Nessa mesma proposta você faz uso de um “por conseguinte” que é acompanhado de um “também”. Ora, ali se trata de uma nova proposta então? Opa, então no primeiro não houve detalhamento; no segundo não houve agente. Olha que beleza, sua nota vira 160 em vez de 200 por interpretação do corretor. Repensa isso aí, meu amigo. Consequência não introduz ação, mas a estrutura dali está toda montada para introduzir uma ação.
5. Abaixo, todos os erros de norma culta que eu encontrei:
Na série sul coreana “Round 6”, retrata-se o cotidiano angustiante de sujeitos endividados e (1)sua busca incessante pelo dinheiro. Analogamente, a realidade brasileira se enquadra na trama, pois, uma vez que a educação financeira é negligenciada no país, a população está suscetível as(2) mazelas relacionadas ao uso indevido do dinheiro. Dessa forma, tal cenário é fruto tanto da má formação do corpo docente acerca(3) da educação financeira,(4) quanto da cultura brasileira que rejeita esse ensino.
1 – Não coma artigos, eles são elementos coesivos e, por vezes, custam caro. Vai depender do olhar atento para o paralelismo/formalidade. “Retrata-se o… e A”.
2 – Faltou com a crase. “Estar … a algo”.
3 – Quem se forma, se forma EM algo.
4 – “Tanto quanto” é expressão que não se separa por vírgula. Não sei qual é o nível de tolerância na prática para essa vírgula quando a frase é muito longa, mas não é esse o caso.
Primeiramente(1), é notável que a sociedade sofre com a falta de qualificação dos professores para lecionar acerca(2) das finanças. Sob essa ótica, necessita-se que(3) antes de partir(4) para o ensino(5) haja um corpo docente qualificado para tal. Contudo, segundo o Ministério da Educação (MEC), não há uma disciplina obrigatória de educação financeira nos cursos de licenciatura. Depreende-se, então, que esse obstáculo deve ser vencido para que seja possível levar(6) o ensino de qualidade para os ensinos de nível fundamental e médio.
1 – Primeiramente não existe, tal qual o segundamente. Não sei, meeesmo, qual é o nível de intolerância à palavra no Enem, mas, se lembrar, evite-a. Coloquialmente até eu uso, ok? Aqui eu sou o corretor cruel.
2 – Agora é por repetição de palavra. Não se vicie no acerca.
3 e 5- Adjunto adverbial deslocado, com 3 ou mais palavras, pede vírgulas.
4 e 6 – Vi oralidade nas duas expressões, partir e levar. Fica como exercício procurar palavras mais formais que as substituam.
Segundamente(1), a cultura do Brasil é retrograda(2) quando se trata de dinheiro. Paralelamente(3), os brasileiros adotam uma postura conservadora em relação ao dinheiro(4), visto que(5) por ser um país que enfrentou inúmeras inflações, como a hiperinflação de 1980, o dinheiro(6) se tornou um tabu e, por isso, debates sobre assuntos de suma importância, como(7),(8) rentabilidade e controle de gastos, são negligenciados. Logo, é imprescindível que haja ações dos aparatos governamentais para subverter esse escopo(9).
1 – Eu duvido que você já tenha lido essa palavra em algum formal que seja! Olha, na dúvida, não escreve. Quer dizer, em treino pode inventar à vontade, falo é da hora da prova.
2 – Faltou o acento.
3 – Como assim “paralelamente”? Você repetiu as ideias, ser retrógrado e ser conservador aqui eram sinônimos, não? Bom, é importante estar consciente do que deve escrever depois de um tópico frasal, e esse local é geralmente de explicação daquele resuminho que nenhum leitor é obrigado a entender. “Por que a cultura brasileira é retrógrada sobre o dinheiro?” é a pergunta que o leitor vai se fazer quando lê o seu tópico frasal muito bem feito, e é ela que você vai desenvolver.
4 e 6 – Repetições de palavra. Repetir palavra é problema de C4, hein.
5 – Faltou a vírgula aqui.
7 – Repetição de palavra.
8 – Vírgula indevida.
9 – Te falar que linguagem erudita não pega muito bem não, até chama atenção do corretor para os seus erros de norma culta e deixa o seu trecho meio irônico. Não dá pra descontar pontos diretamente, mas ô chamar a atenção do corretor sem necessidade, hein, cuidado que a mão pesa.
Portanto, urge que o Governo acione o MEC, e este(1) por sua vez(2) implemente(3) de forma obrigatória(4) o ensino da educação financeira, nos cursos de licenciatura, para que esse conhecimento possa ser lecionado por professores capacitados nas escolas municipais e estaduais. Por conseguinte, faz-se necessário(5) também uma mudança nos ensinos fundamental e médio, por meio da Base Nacional Comum Curricular(6) para tornar obrigatório o ensino da educação financeira nessas etapas da formação,(7) assim(8) os jovens terão contato desde cedo com a temática.(9) Para que(10) assim(11)(12) a sociedade possa se conscientizar e se sentir segura ao debater sobre finanças no futuro.
1 e 2, 3 e 4 – Adjuntos adverbiais deslocados “por sua vez” e “de forma obrigatória”. Sei que fica horrível encher de vírgulas, mas elas não seriam necessárias se a estrutura fosse melhor pensada.
5 – NecessáriA mudança.
6 – Vírgula.
7 e 8 – Aqui no 7 pedia uma pausa maior, como a de ponto final ou, minha preferida, a pausa do ponto-e-vírgula. Daí vírgula isolando o “assim”, que é termo explicativo.
9 – Já aqui a pausa era menor do ponto final, oração subordinada.
10, 11 e 12 – O “assim” daqui é uma palavra repetida, além de não estar isolada.
Por ora é só; ficaria lá pros 800, mas eu não me preocuparia muito com nota em janeiro. Abraços!
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giiovanabn
Competência 1 - domínio da norma culta da língua escrita-160 Competência 2 - compreender a proposta da redação-200 Competência 3 – coerência do texto -200 Competência 4 - conhecimento dos mecanismos linguísticos-190 Competência 5 - proposta de intervenção para o problema abordado-200 su redaçao temLeia mais
Competência 1 – domínio da norma culta da língua escrita-160
Competência 2 – compreender a proposta da redação-200
Competência 3 – coerência do texto -200
Competência 4 – conhecimento dos mecanismos linguísticos-190
Competência 5 – proposta de intervenção para o problema abordado-200
su redaçao tem uns erros gramáticas mas tirando isso esta muito boa. nota 950
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