TEXTO I
“Integração regional é entendida como um processo dinâmico de intensificação em profundidade e abrangência das relações entre atores, levando à criação de novas formas de governança político-institucionais de escopo regional. O Brasil é atualmente parte de inúmeros processos de integração. Seja em nível sub-regional, sul-americano ou latino-americano, as instituições regionais das quais o país faz parte são numerosas e abrangem uma grande gama de temas. Nota-se, contudo, que esse longo processo de institucionalização das relações com os vizinhos, ainda que múltiplo e resiliente, não frutificou em uma política abrangente e consensuada. Apesar de o país considerar a integração regional uma de suas prioridades – expressa inclusive no artigo 4° da Constituição Federal de 1988 -, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) são constantemente acusados de serem processos imperfeitos ou fracassados. Além disso, organizações como a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) seguem desconhecidas do grande público”.
Fonte: ESTRE, Felipe. Integração sem sentido: desafios da política brasileira para integração regional. Em Revista Conjuntura Global – Acesso em 23.08.2021.
TEXTO II
“A integração regional é parte integrante e indivisível do pilar que compõe a estratégia de inserção internacional, de desenvolvimento e de política externa do Brasil. Assim, o país se apresenta como centro polarizador e dinamizador da integração latino-americana: 1) como um ator indispensável para a construção de um diálogo político internacional que contribui para a formação de outra estrutura de governança global; 2) como liderança na América Latina por sua influência política e geoestratégica, além de possuir capacidades materiais, organizacionais e doutrinárias para a formulação de um projeto em conjunto com o seu entorno estratégico; 3) por já desempenhar um papel central nos processos de integração e no seu aprofundamento e; 4) por possuir centros de crescimento industrial e de inovação que podem engendrar resultados de importância regional e internacional.
A característica central que atualmente distingue a América Latina do resto do mundo é a desigualdade. A expectativa é de um processo em que as diversas iniciativas se tornem sinérgicas, ao mesmo tempo em que o enfrentamento da desigualdade, a busca da desconstrução das assimetrias regionais, a construção de uma identidade regional, a instauração de uma complementaridade, cooperação e autodeterminação entre os povos e as nações, a ampliação da participação de componentes sociais e a projeção/inserção internacional mais soberana representem um objetivo comum. Este é o papel central do Brasil no desenvolvimento e na integração da América Latina.”.
Fonte: RODRIGUES, Bernardo. O papel do Brasil na integração regional latino-americana. Link de acesso: http://www.dialogosinternacionais.com.br/2016/07/o-papel-do-brasil-na-integracao.html – Acesso em 23.08.2021.
TEXTO III
“A expressão integração regional designa o processo pelo qual os territórios pouco ou nada conectados uns aos outros formam pouco a pouco um conjunto regional distinto do resto do mundo. Esse conjunto é mais do que a simples soma de suas partes. Muitos especialistas admitem dois tipos de integração regional: A integração dita ″formal″ é a menos difícil de definir. Os países podem entrar em um acordo regional e formar um espaço comum: podemos dizer, por exemplo, que os seis países fundadores da Comunidade Econômica Europeia se integraram no espaço comunitário em 1958. Podemos assim dizer que o NAFTA, o MERCOSUL, a UNASUL, o CAFTA-RD, a ASEAN são exemplos de integração regional, pois os países membros fazem parte de um acordo regional. Entrar no acordo significa integrar uma parcela do espaço mundial definida por esse acordo, sem prejuízo daquilo que ocorre no seu interior. Trata-se de um processo top down (de cima para baixo) controlado pelos governos.
Existe também uma integração regional ″funcional″, chamada por vezes de ″real″ ou ″aprofundada″. Trata-se do processo pelo qual as interações entre os territórios contíguos crescem a tal ponto que elas terminam por ser mais intensas no interior do que com os territórios situados no exterior. O crescimento das interações é perceptível na geografia das práticas dos atores em todos os níveis (indivíduo, empresas, instituições, etc.). Os conjuntos regionais integrados são lidos, assim, na geografia das práticas sociais, econômicas e políticas e não necessariamente nos limites dos grandes conjuntos fundados sobre os acordos. São as práticas que fazem a região e permitem a leitura dos seus contornos”.
Fonte: https://journals.openedition.org/confins/8939 – Acesso em 23.08.2021.
A partir da leitura dos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão da língua portuguesa, a respeito do tema: Desafios da integração regional no Brasil. Selecione e organize fatos e argumentos relacionados a distintas áreas do conhecimento que contribuam para a defesa de um ponto de vista. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
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