No documentário “Em Cárcere”, ambientado no Centro de Detenção de Pinheiros (SP), é retratada a rotina e alguns entraves diários dos detentos, inclusive o déficit do número de vagas por cela. Paralelamente às telas, o encarceiramento massivo sem o fornecimento de condições dignas é um obstáculo que deve ser revisto. Isso se evidencia não só pela seletividade penal, mas também pelo anteparo frágil a essa coletividade na esfera social.
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função de fatores históricos e sociais, tais como racismo estrutural e vulnerabilidade econômica, há uma seletividade penal dirigida aos pobres, pretos e periféricos. Em 2019, o Departamento Penitenciário Nacional apresentou dados que apontam que dos mais de 700 mil encarceirados ao menos 64% são negros. Nessa lógica, para a colunista Juliana Borges, não se pode mais responder com cadeia a problemas sociais. Semeia-se, portanto, um espaço onde as prisões não são apenas ambientes de privação de liberdade, mas elemento de controle.
Outro desafio enfrentado é a inobservância estatal para com esta população, uma vez que não são disponíveis recursos para absorver toda demanda. Segundo a Lei de Execução Penal (LEP), é direito do presidiário e dever do Estado a assistência à saúde e educação, além da jurídica, religiosa e social. Entretanto, o tratamento desumano e insalubre visto nos parques carcerários revela a inaplicabilidade deste regulamento. Assim, o sistema prisional potencializa a marginalização e distancia o detido da reinserção na sociede hodierna.
Depreende-se, pois que o Estado deve tomar providências para amenizar o quadro atual. Urge que o Ministério da Justiça incentive a aplicação de penas alternativas àqueles que não oferecem perigo para comunidade, por meio da prestação de serviços à entidades públicas, com o fito de diminuir os efeitos deletérios da superlotação. Em adição, os departamentos policiais devem combater e repudiar a ação preconceituosa de alguns agentes, a partir de campanhas de conscientização e, também, da criação de uma linha telefônica para denunciar a ação abusadora, a fim de promover a segurança de todos, sem discriminação.
glauberx1Aprendiz
Superlotação da população carcerária no Brasil
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AyameAntunes
Oie, tudo bem?
Achei sua redação muito boa, com um tema super interessante. Acredito que o que poderia ser melhorado, seja na questão de conclusão e intervenção, visto que mostra como agir perante ao problema.
Ou seja, deve-se lembrar que as prisões em si possuem quais finalidades? A de reinserção do presidiário na sociedade, certo? Então, pode-se ofertar mais tarefas, cursos, para profissionalizá-los, dentre outras coisas. Ou, pensando ainda na prevenção do problema, haver um investimento maior na educação, para que as crianças, quando cresçam, não comentam tais crimes e sejam levadas a esta vida.
madriele03
nota 01 – 180 – demonstra excelente domínio da norma padrão, apresentando pouquíssimos ou nenhum desvio gramatical leve e de convenções da escrita.
nota 02 – 200 – desenvolve muito bem o tema proposto, explorando os principais aspectos.
nota 03 – 200 – argumentação é consistente e revela excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo.
nota 04 – 200 – demonstra pleno domínio dos recursos coesivos, articulando as partes do texto sem apresentar inadequações na utilização desses recursos.
nota 05 – 180 – elabora uma proposta de intervenção clara e inovadora, que se relacione bem com a tese e que esteja bem articulada com a discussão desenvolvida no texto. Os meios para realizar a proposta ficam explícitos.