Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil

  • 1

Durante o governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha, muitas pessoas, especialmente judeus foram reprimidas, tendo seus direitos civis relativizados, uma vez que para o autoritário apenas a raça ariana importava. Nessa perspectiva, evidencia-se na conjuntura brasileira hodierna essa mesma problemática social – perda da cidadania – que necessita de mecanismos eficazes para a garantia do acesso dessa no país. Desse modo, a fim de compreender tal, destaca-se o alheamento social e a inadimplência governamental.
Em primeiro plano, é válido salientar que a herança de uma mentalidade perpassada pelos europeus durante o Brasil Colônia apresenta íntima relação com a existência desse cenário. Diante disso, em “O Bicho”, poema de Carlos Drummond de Andrade, remete um panorama de desprezo ao ser humano, representando-o como um animal selvagem e sem dignidade. Sob essa ótica, observa-se que o contexto denotado pelo autor modernista reflete a atualidade vivenciada no país, já que diversas pessoas enfrentam diariamente dificuldades para o convívio social, como por exemplo ex presidiários – afetados pela “perda de identidade” – ou indivíduos em situação de rua – que possuem seus direitos inválidos devido a “ficha suja”, devido a discriminação arraigada na coletividade, tendo em vista que isso impossibilita ainda mais a sociabilização desses. Destarte, é imprencindível buscar-se medidas que modifiquem esse quadro no Brasil, já que a invisibilidade e a ausência desse direito civil corrobora ao regresso da nação.
Em segundo plano, é fundamental pontuar a negligência estatal acerca da temática da garantia da dignidade humana. Nesse viés, de acordo com o artigo 6º da Constituição de 1988, é direito de todo cidadão o acesso a cidadania e o registro civil. De maneira análoga, percebe-se que em prática, na modernidade, esses benefícios não são garantidos, haja vista que, há falhas na estrutura legislativa brasileira, isso explica a elevada taxa de pessoas desaparecidas no Brasil, devido a relativização do poder público em adotar estratégias que possibilitam esse privilégio à todos. Sendo assim, urge a necessidade de metamorfosear esse estorvo, com o objetivo de evitar que mais indivíduos sejam oprimidos como ocorreu com os judeus na Alemanha.
Infere-se, portanto, que é de extrema importância promover o direito a cidadania e a visibilidade social no país. Para tanto, compete aos Ministérios da Mulher e dos Direitos Humanos e o da Cidadania, atrelado ao Poder Legislativo a criação de um Plano Cidadão, por meio da implantação de casas de apoio aos refugiados, sem teto, ex-presidiários e indivíduos que por alguma forma tornaram-se inválidos diante da comunidade, com o fito de possibilitar a segurança e dignidade desses seres humanos, pois só assim efetuar-se-ia tal direito. Dessa forma, tornar-se coerente a Carta Magna Brasileira.

Compartilhar

3 Correções

  1. Competência 1- Demonstrar domínio da norma da língua escrita: 160/200
    (Cuide com pontuação, crase e regência, opte por um vocabulário claro e objetivo, de fácil compreensão)

    Competência 2- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo: 200/200
    (Excelente repertório!)

    Competência 3- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: 200/200
    (Ótima agrumentação vinculada à tese, percebe-se uma linearidade e fluidez no seu texto)

    Competência 4- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: 200/200

    Competência 5- Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos: 200/200

    Nota final: 960/1000

    • 1
  2. Dehalss,

    O Enem tem um critério muito estranho sobre fuga ao tema. “Basta mencionar as palavras-chave”, diz o manual.

    Vi uma vez, por aqui, uma redação que não sabia o que era o estigma e o tratava como algo bom na tese, daí partiu para os argumentos genéricos clássicos de negligência estatal e alguma outra coisa. Cravei tangência e disse que ela tiraria menos de 500. O Enem deu 720 e um amigo da menina ainda foi na correção dizer que não era fuga parcial ao tema kkkkk.

    Eu não posso cravar qual vai ser a sua nota, e pelo menos aqui você cita o registro civil como algo importante de se ter, mas houve tangência ao tema quando não demonstrou entender o que era a invisibilidade por falta de registro. O tema não era apenas “acesso à cidadania”, e fica muito clara a negligência a essa parte da frase-tema quando da hora da proposta de intervenção, em que você sequer cita a palavra “não registrados” no meio dos refugiados, dos presidiários e dos sem-teto.

    Enfim, darei duas notas: uma considerando a possível tangência; outra descartando essa possibilidade, porque o critério de tangência, pro Enem, ainda é problemático.

    C1: 160
    Alguns erros de vírgula e crase se destacam, mas ainda pesa a demonstração de domínio dos recursos linguísticos, com nenhuma afetação desses erros na compreensão da leitura.

    C2: 40
    C3: 40
    C4: 200
    C5: 40

    É tão mais fácil corrigir fuga ao tema que eu nem imagino algum corretor não atribuindo fuga a um texto que dá a oportunidade, mas vamos à esperança no “basta citar todos os elementos”:

    C1 e C4 teriam as mesmas notas,

    C2: 200 (porque a pertinência só precisa estar vinculada a um dos elementos do tema; e porque o uso produtivo pode estar vinculado à discussão de forma pontual)

    C3: 120 (projeto de texto com algumas falhas, já que
    1. não ficou provada a relação dos europeus com o seu argumento 1;
    2. não há como saber do texto como funciona a negligência do Estado para com os não registrados;
    3. casas de apoio não ajudariam os não registrados de maneira alguma e não estariam atreladas aos seus argumentos, que chegam a falar em “falhas legislativas”, sugerindo, então, uma proposta para o âmbito do Poder Legislativo;
    4. no primeiro parágrafo, não fica claro se o texto sugere uma analogia meramente teórica com o Estado Nazista sobre essa questão, o que seria um equívoco;
    Dentre outros deslizes.

    C5: 160/200
    Muito difícil afirmar que há detalhamento, apesar de o corretor poder apontar a “coerência com a Carta Magna” como efeito do efeito. Para o 160, eu consideraria que a efetuação do direito é o mesmo que tornar constitucional a atuação do Estado sobre aquela questão.

    É difícil, mas como eu já vi no último Enem, vai que aparece um 880 pra alegrar a sua vida? Mas aí tu comemora como “ufa”, tá? Kkkkk

    Boa sorte!!!

    • 1
  3. competência 1; faltou introduzir mais o tema com palavras chaves. C:160
    C2: PERFEITO A CONTEXTUALIZAÇAO E A CLAREZA DOS DETALHES; 200
    C:3: HOUVE RETOMADA DO REPERTORIO E UMA OTIMA ARGUMENTACAO DE ESTRATEGIA; 200
    C;4 ; USO DE CONECTIVO DE MANEIRA ADQUADA DEIXOU BEM ESTRUTURADO O SEU TEXTO ;200
    C;5;EXCELENTE CONCLUSAO COM DETALHAMENTO DE QUEM VAI FAZER , COMO SERA FEITO , O QUE SERA FEITO , QUAL A FINALIDADE E A RETOMADA DO TEMA; 200

    • 0

Você precisa fazer login para adicionar uma correção.