Cracolândias no Brasil – um problema de saúde e segurança pública.

A constituição cidadã – documento jurídico mais importante do país – promulgada em 1988, prevê em seu artigo 6º o direito a saúde e segurança pública como inalienáveis a todo cidadão brasileiro. Entretanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase quando se observa a problemática das cracolândias no Brasil, dificultando, pois, a universalização de tão importante direito social. Diante de tal perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que cooptam para esse quadro.

Em primeira análise, deve-se ressaltar a inércia governamental acerca do combate ao crescimento das cracolândias. nesse sentido, a ausência de fiscalização, mapeamento e patrulha policial favorece a livre circulação e comercialização de ilícitos nessas regiões demarcadas por traficantes. Essa conjuntura, segundo a obra “Sereis como deuses” da jurista Cláudia Piovezan, resulta dos desmandos e “aberrações jurídicas” protagonizados pelo poder judiciário. Um verdadeiro desserviço à população que é, infelizmente, escancarado no país.

Outrossim, é fundamental apontar a inversão de papéis do sistema de saúde como propulsor da crescente do número de dependentes químicos no país. Segundo o documentário “O fim das nações”, desde a década de 70, órgãos americanos de saúde pública incentivam a população a usarem entorpecentes e opioides, o que causou uma epidemia de overdoses que naturalmente não se restringiu aos Estados Unidos. Diante de tal exposto é inconcebível que os órgãos de saúde pública insistam em fazer o contrário do que manda suas atribuições.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é mister que os poderes judiciário e executivo, por meio de leis, reforcem as ações policiais em áreas críticas de compra e venda de drogas a fim de restaurar a ordem nessas localidades. Ademais, o sistema de saúde deve-se fazer atuante em campanhas conscientizadoras sobre as causas e efeitos da dependência química, para frear a existência de novos dependentes. Assim, se consolidará uma sociedade íntegra, onde os poderes trabalham em conformidade e harmonia com suas atribuições, tal como defende Cláudia Piovezan