Texto 1
Brasil, país de grandes oportunidades e altos preços
Valorização do real e aquecimento da economia colocam São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entre as cidades com mais alto custo de vida do mundo.
Por Karla Spotorno para Infosurhoy.com — 29/03/2012
Levantamento da consultoria de recursos humanos Mercer mostra que São Paulo é a cidade mais cara das Américas. A empresa monitora anualmente o custo de vida em 214 cidades de 160 países. (Paulo Whitaker/Reuters) [protected]
SÃO PAULO, Brasil – Engana-se quem pensa que o país de maioria pobre tem baixo custo de vida. Sai mais caro morar nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro do que em Nova York, Paris, Roma e Londres.
Levantamento da consultoria de recursos humanos Mercer mostra que São Paulo é a cidade mais cara das Américas. A empresa monitora anualmente o custo de vida em 214 cidades de 160 países.
O presidente do escritório da Mercer no Brasil, o venezuelano Alberto Mondelli, 44 anos, enfrenta desde 2008 o alto custo de vida da capital paulista.
Depois de dois anos desembolsando quase US$ 10.000 por mês para pagar aluguel e impostos da casa que confortavelmente comporta ele, a esposa e os quatro filhos, Mondelli decidiu comprar o imóvel.
“Todo mês era a mesma coisa. Eu ficava com dor no coração de pagar todo aquele dinheiro”, diz.
Mondelli diz que já sabia que a vida em São Paulo era cara. Só não sabia que era tanto.
Entre 2009 e 2010, a capital paulista subiu 11 posições no ranking da Mercer, se posicionando como a 10ª cidade mais cara no mundo.
O Rio de Janeiro pulou 17 posições no período, chegando à 12ª colocação. A capital federal, Brasília, aparece em 33º lugar.
Mas o que explica o aumento incomum no custo de vida brasileiro? O principal motivo é o câmbio, dizem especialistas.
“A valorização do real frente ao dólar é o principal motivo”, explica Renata Herrera, consultora de Capital Humano da Mercer no Brasil.
Na última década, a cotação do dólar caiu do patamar de R$ 3,80 para os atuais R$ 1,80.
A valorização de mais de 100% na cotação da moeda brasileira até gera discrepâncias. Há casos de presidentes de subsidiárias ganhando no Brasil mais do que os presidentes mundiais de multinacionais quando os salários são convertidos para dólar.
(Adaptado de http://infosurhoy.com/cocoon/saii/xhtml/pt/features/saii/features/main/2012/03/29/feature-01)
Texto 2
BRASIL perde turistas estrangeiros e nacionais diante de preços altos
Preços dos pacotes no Brasil são muitos caros e turistas nacionais vão para o exterior
A baixa de visitantes vizinhos é uma das causas para um fenômeno econômico: triplicou, em cinco anos, a desvantagem entre os gastos de turistas brasileiros no exterior e os de estrangeiros aqui.
Os estrangeiros até aumentaram as despesas, em 15%, mas as dos brasileiros mais que dobraram, ampliando a disparidade: de US$ 5,2 bilhões, em 2008, para US$ 15,6 bilhões, em 2012.
Do cerca de 1 bilhão de desembarques no mundo em 2012, só 0,5% foi no Brasil. Além da recessão argentina, a crise europeia e os altos custos nacionais explicam os dados. “Nossos turistas estão gerando mais emprego lá fora”, diz Flávio Dino, presidente da Embratur.
PREÇOS DE PACOTES
A advogada Liane Magalhães fez as contas: ir à praia na Republica Dominicana era mais barato do que passear uma semana na Bahia. Grávida de seis meses, a economista Patrícia Correia montou um roteiro de descanso e compras em Miami, nos EUA.
Enquanto isso, a mestre em linguística Fabiana Pfluger, que mora em Constanz, na Alemanha, preteriu o Brasil, onde vive sua família, para passear na Turquia. Fator determinante: a estadia num resort, com refeições, custava a metade do preço.
Há consenso de que o Brasil é um país caro, e isso tem afetado a imagem do país.
“O custo Brasil é inviável para o turista médio internacional”, diz o professor Mario Carlos Beni, para quem os valores desencorajam até mesmo quem tem renda em euros, libras ou ienes, moedas mais valorizadas. “Não é só a passagem aérea, mas o hotel e os serviços também.”
Por causa das grandes distâncias entre as cidades brasileiras, os turistas que querem conhecer várias regiões se assustam com o custo.
Uma boa opção seria uma ação conjunta na região para oferecer pacotes incluindo vários países da América do Sul, não só o Brasil.
“Enquanto o turismo no mundo todo é intrarregional, aqui ainda é muito fraco”, reconhece Flavio Dino, presidente da Embratur.
(Adaptado de http://www.bahiaja.com.br/turismo/noticia/2013/05/05/brasil-perde-turistas-estrangeiros-e-nacionais-diante-de-precos-altos,59786,0.html#.UZCP8Sv88Vk extraído de uma reportagem do jornal Folha de São Paulo)
Texto 3
Por que tudo custa tão caro no Brasil
Por Alexandre Versignassi e Felipe van Deursen
Perguntaram ao ganhador do Big Brother:
– E aí? O que você vai fazer com o seu milhão?
– Vou comprar um apartamento em Brasília.
– E com o resto?
– O resto eu financio pela Caixa!
Essa piada já rola há um tempo em Brasília. Mas serve em qualquer lugar. De 2008 para cá, só em São Paulo, os imóveis subiram 163%. R$ 1 milhão é o novo R$ 380 mil no Banco Imobiliário da vida real. O metro quadrado na capital paulista e no Rio já está entre os mais altos do mundo. Nos bairros ricos, então, haja Big Brother: um apartamento de 100 m² no Leblon custa a mesma coisa que um em Paris – R$ 2 milhões. E já começam a aparecer nos classificados coberturas de R$ 20, R$ 30 milhões.
Aqui embaixo, as leis não são diferentes. O Big Mac brasileiro é o quinto mais caro do mundo. Enquanto os moradores de Tóquio pagam R$ 7 por ele, nós gastamos R$ 11,25 – e olha que o Japão não é exatamente um país conhecido pelo baixo custo de vida. Em Paris, que também não está na lista das cidades mais baratas da Terra, você paga R$ 25 por uma coxa de pato. Isso no Chartier, um restaurante badalado do bairro mais fofo da cidade, Montmartre. Na nem tão fofa assim São Paulo, o mesmo pedaço de pato pode custar até R$ 70 – e não consta que o dono do restaurante pague ao pato para que ele venha voando de Montmartre até a Vila Madalena.
Com o frango é diferente: ele vai voando, sim. Boiando, na verdade – congelado dentro de um cargueiro, mas vai. Daqui até a Europa. O Brasil tem de frango quase o que a China tem de gente (1,26 bilhão, segundo o IBGE). É o maior exportador do mundo. Parte desse efetivo galináceo vai para a Alemanha após a morte. E alguns desses penados possivelmente acabam no Görlitzer Park, onde os berlinenses fazem fila para comprar pratinhos de halbHähnchen (meio frango). Custa R$ 9,50 lá, com batata frita. No Brasil é quase R$ 20. Sem batata frita.
E não é só frango que a gente manda ao mar e que é vendido mais barato lá fora. Mandamos carros. O Gol sai da fábrica em São Bernardo do Campo (SP) e desliza de cargueiro até o México. O modelo básico lá é o 1.6 quatro portas, com ar-condicionado. Aqui, um Gol assim sai por R$ 37 mil. Lá, Dona Florinda e Professor Girafales podem pagar R$ 23 mil pelo mesmo “Nuevo Gol”. Se o Quico fizer birra e quiser um carro mais vistoso, dá até dá para pensar num Camaro. Lá custa R$ 65 mil. Aqui, R$ 190 mil. Com a diferença, dá para pagar um ano e quatro meses de diárias no Las Brisas Acapulco, um dos melhores hotéis do balneário mexicano.
Agora, quando o carro é caro mesmo, a diferença fica épica. Sigam-me os bons: o conversível mais invocado da história deve chegar ao Brasil em 2013. É o Lamborghini Aventador LP 700-4 Roadster. Aqui, ele vai ter uma etiqueta de preço tão grande quanto o nome: R$ 3 milhões. E pelo menos três brasileiros já reservaram os deles. Mas então, Eike: se você deixar para gastar esses R$ 3 milhões nos Estados Unidos, pode comprar um helicóptero, um apartamento em Manhattan e mais o mesmo Lamborghini! Olha só: lá ele custa R$ 890 mil. Com os R$ 2,1 milhões de diferença dá para comprar o apartamento (R$ 1,2 milhão) e o helicóptero (R$ 920 mil).
E um apartamento nos Jardins então, à venda por R$ 30 milhões? Cinco suítes, oito vagas na garagem… Uau. Mas com essa grana você compra um palácio na França (R$ 14,4 mi), uma vila em Portugal (R$ 8,6 mi), uma fazenda na Itália (R$ 3,4 mi), uma cobertura no litoral da Espanha (R$ 2,2 mi) e mais um chalé nos Alpes (R$ 1,4 mi). E ainda sobra um troco para o lanche. Se for um Big Mac, melhor ainda. Ele é mais barato em todos esses países.
E é isso que os brasileiros vêm fazendo, por sinal: deixar para comprar em outros países. Você sabe: iPad, enxoval de bebê, maquiagem… Todo mundo volta carregado. O português das vendedoras de Miami já está melhor que o nosso. E tinha de estar mesmo: o gasto de brasileiros no exterior é o que mais cresce no país. O PIB travou, mas a quantidade de dólares que gastamos lá fora sobe que é uma beleza. Eram US$ 10,9 bilhões em 2009. Hoje são US$ 22 bi. Dá um crescimento de 19,5% ao ano. O do PIB, no mesmo período, subiu só 2,7% por ano. Ou seja: estamos consumindo o PIB dos outros, já que o nosso está caro demais. Por que está caro demais? Porque o Brasil ganhou na Mega-Sena. E está gastando tudo no bar.
(Adaptado de http://super.abril.com.br/blogs/crash/pagina-exemplo/)
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Os textos acima tratam do Custo Brasil, um assunto que está muito em voga na nossa sociedade devido ao crescimento econômico do nosso país. Com base nesses textos e no seu conhecimento de mundo, escreva uma redação dissertativa-argumentativa discutindo a seguinte questão:
Os altos preços no Brasil podem prejudicar o crescimento econômico?
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A redação não tem limite de linhas, porém, os vestibulares no geral fornecem ao candidato uma folha pautada contendo de 30 a 40 linhas. Tente não passar desse limite. Leve em conta o tamanho da sua letra de mão na hora de escrever seu texto no computador.
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