TEXTO 1
[quote]A Copa do Mundo e os interesses da população
Por Fernando Paganatto e Mateus Novaes
Desde o anúncio da cidade de São Paulo para uma das sedes da Copa do Mundo e a consequente escolha do futuro estádio do Corinthians, no bairro de Itaquera, como um dos palcos dos jogos do mundial, vivemos um furor com a perspectiva de assistirmos a este grande evento, enfim realizado em nossa terra após 64 anos distante do país do futebol e, ainda, com o sonho de valorização da cidade e uma melhora nas condições de vida com o legado que o campeonato deveria deixar.
Nós, como torcedores, também comemoramos a escolha do Brasil e nos alegramos com a possibilidade de participarmos de um evento desta importância. Porém, o que a história dos últimos mundiais demonstra, bem como as ações do Comitê Organizador Local (COL) e do poder público é que a Copa, ao invés de ser instrumento democrático de inclusão, como o futebol sempre foi, tem estado a serviço de outros interesses, como a especulação imobiliária, o mau uso do dinheiro público e o favorecimento de grandes empresas, como as empreiteiras e os patrocinadores do evento. Isso fica evidente quando atentamos para o fato de que o controle das obras e as decisões sobre a organização do mundial ficam somente sob o jugo da FIFA, COL/CBF e seus parceiros comerciais, excluindo a população do debate.
Com isso, participar deste mundial como espectador será privilégio para poucos. Os jogos amistosos da seleção brasileira utilizados como prévia para a Copa – contra a Holanda, no Serra Dourada (Goiânia), e contra a Romênia, no Pacaembu (São Paulo) – tiveram seus ingressos mais baratos vendidos, respectivamente, a R$ 150 e R$ 140 e os mais caros a R$ 800. Em um país onde metade da população vive com até um salário mínimo (R$ 545), representaria desembolsar ao menos 26% de sua renda mensal para assistir a um jogo no assento mais barato. E isso não é só para o mundial. Em levantamento feito pela ANT-SP, de acordo com a expectativa de lucros da diretoria corintiana, para que a obra do estádio seja comercialmente viável, os ingressos para os jogos do clube deverão sofrer uma variação de 96% em relação ao valor atualmente cobrado no Pacaembu, chegando a uma média de R$ 75,00, equivalente a 14% do salário mínimo.
Quando afirmamos que os interesses da população não estão sendo levados em consideração, estendemos este alerta para o que chamamos de “legado da Copa do Mundo”. O fato é que os investimentos em obras de infraestrutura, que vêm dentro do pacote para o evento, não estão sendo pensados para atenderem os atuais moradores das regiões dos estádios nas cidades-sede. Os bairros carentes escolhidos como locais de intervenção para o mundial, não os foram para trazer o desenvolvimento para uma população empobrecida e sim como um plano de valorização imobiliária das regiões. É o caso de Itaquera, onde as obras para a Copa do Mundo incluem novas vias de acesso e um inconsequente parque linear, para o qual estão previstas desapropriações de favelas, que há muito ocupam áreas de risco e jamais receberam a devida atenção do Estado, e a manutenção de condomínios de padrão mais elevado, contrastando com o tratamento voltado aos moradores mais vulneráveis. (…)
Adapato de http://carosamigos.terra.com.br/index2/index.php/correio-caros-amigos/1775-a-copa-do-mundo-e-os-interesses-da-populacao[/quote]
TEXTO 2
[quote]Trechos da entrevista de Leandro Uchoa, jornalista da Caros Amigos, que percorreu as 12 cidades sedes da Copa do Mundo no Brasil, concedida ao programa de rádio Faixa Livre:
“O número de removidos por conta da organização da Copa do Mundo e das Olimpiadas no Estado do Rio será maior que 170 mil, ou seja, um em cada mil brasileiros está sendo removido de sua casa por conta da Copa do Mundo. Este é o legado que estamos recebendo.”
“Em janeiro e fevereiro deste ano, viajei pelas 12 cidades fazendo uma pesquisa sobre os impactos sociais e ambientais e cheguei a este quadro assustador. Você anda pelo Brasil e encontra um quadro positivo de brasileiros que estão unidos tentando resistir , mas também encontra um quadro assustador com obras superfaturadas, a truculência policial, as cidades sendo repensadas, um novo modelo de cidades neoliberais que passam a ser encaradas como um espaço a ser vendido que tem que atrair turistas e empresários, neste espaço não cabem moradores de rua e nem favelas.
Adaptado de http://fpcopa2014manaus.blogspot.com.br/2012/05/ontem-tambem-saiu-no-programa-de-radio.html[/quote]
Texto 3
[quote]Copa do Mundo: os elefantes brancos
Para colocar os 12 estádios do Brasil prontos e adequados para Copa do Mundo de 2014, prevê-se gastar R$ 6,95 bilhões. O valor é mais alto do que o despendido para o mesmo fim na África do Sul. Embora tenha usado nove estádios – portanto, três a menos que o Brasil —, o país africano gastou R$ 4,1 bilhões na construção e reforma de suas arenas para receber o Mundial — a previsão inicial era de R$ 2,1 bilhões. Na Alemanha, para 2006, calcularam inicialmente R$ 2,2 bilhões de gastos para os 12 estádios-sede, mas no final o resultado foi quase 50% a mais: R$ 3,3 bilhões. Por outro lado, a Rússia já anunciou que pretende direcionar recursos para construção e reformas de estádios para a Copa de 2018 algo em torno de R$ 16 bilhões — o país indicou 16 estádios para a competição.
Quase no mesmo período em que a FIFA anunciava as cidadessede da Copa das Confederações em 2013 — evento-chave para testar a eficiência do país para receber a Copa do Mundo um ano depois —, entidades e organizações diversas no Brasil tratavam de falar aos quatro ventos as arenas que sediarão jogos do megaevento e são candidatas a “elefante branco” após o Mundial em 2014. Essas candidatas são: Arena Pantanal (Cuiabá), Arena Amazônia (Manaus), Arena Pernambuco (Recife), Estádio Nacional de Brasília e Arena das Dunas (Natal).
Na última Copa, na África do Sul, apenas um dos cinco estádios construídos para o torneio não é subutilizado. Trata-se do Soccer City (com 95 mil lugares), em Johanesburgo, que é administrado pela iniciativa privada. A praça esportiva tornou-se lucrativa com jogos de rúgbi e críquete, além de shows.
O suntuoso Green Point, na Cidade do Cabo, que custou mais de R$ 1 bilhão, é pouco utilizado. Outros, como o Peter Mokaba, em Polokwane, e Mbombela, em Nelspruit, são considerados “elefantes brancos”.
Adaptado de http://www.augustodiniz.com.br/2011/08/copa-do-mundo-os-%E2%80%9Celefantes-brancos%E2%80%9D/[/quote]
Texto 4
[quote]Economia do Brasil passará por um efeito alavanca
A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil tem sido motivo de grande polêmica na sociedade. De um lado há os que são a favor do empreendimento, apostando em grandes investimentos em infraestrutura e desenvolvimento interno. Já outros desacreditam os projetos do governo e dizem que o evento trará grandes gastos públicos, e que o montante deveria ser investido em setores mais carentes, como saúde e educação.
No entanto, algumas medidas positivas estão sendo tomadas. Pode-se citar, como exemplo, a propositura pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça, Gilmar Mendes Ferreira, de um acordo de cooperação técnica com o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014, com o objetivo de oferecer a ex-detentos vagas de trabalho nas obras realizadas para a competição. Tal medida figuraria como forma de ressocialização, através de parcerias com empresas que ofereceriam postos de trabalho a estas pessoas extremamente marginalizadas pela sociedade e vítimas de preconceito, pois insertas em um sistema penitenciário falido, dissociado de seu escopo legal de reinserção na sociedade. Se o projeto realmente sair do papel, será uma verdadeira conquista e resgate da dignidade humana destas pessoas que já pagaram sua dívida para com a sociedade.
Certo é que a economia do País passará por um efeito alavanca, em que todas as áreas terão ganhos. As cidades que sediarão os jogos serão as primeiras a serem beneficiadas com grandes projetos de infraestrutura, como a preparação dos estádios, seja recuperando os já existentes, seja pela construção de novos prédios, além da reformulação do sistema de transporte público, melhoria no sistema de segurança e até mesmo na movimentação da iniciativa privada na infraestrutura de turismo, com a construção de novos hotéis, restaurantes, o que inevitavelmente acarretará a geração de empregos em diversos setores da economia. (…)
Adaptado de Guilherme Nunes, http://www.investne.com.br/Opiniao/vantagens-e-desvantagens-da-copa[/quote]
TEXTO 5
[box type=”shadow”] Coloque-se no lugar de um jornalista que deve escrever um artigo de opinião para um grande jornal discutindo a relação entre a Copa do Mundo no Brasil e os interesses da população brasileira. [/box]
A redação não tem limites de linha, porém, os vestibulares no geral fornecem ao candidato uma folha pautada contendo de 30 a 40 linhas. Tente não passar desse limite. Leve em conta o tamanho da sua letra de mão na hora de escrever seu texto no computador.
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