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tema: Educação Empreendedora no Brasil
Mr.Crozma
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendLeia mais
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendedorismo.
Educação é um tema que sempre ativa os padrões reconhecidos pela nossa mente e a gente corre o risco de caminhar no automático. Espero que isso não tenha acontecido no seu Enem. Se me ler, saiba que quero notícias suas. Pelo menos por distração eu acho que ninguém tangenciaria o tema do registro civil. Por desconhecimento, certamente. Não foi o seu caso, aposto.
Apesar de tangenciar, redação com ótimos valores culturais e linguísticos. Destaco a atenção que você provou na substituição de palavras e espero que tenha feito uma prova com essa mesma pegada!
See lesstema: Importância da arte para o desenvolvimento crítico dos cidadãos
Mr.Crozma
Acho que o seu maior desafio é escrever mais palavras. Como está próximo da prova, o que sugiro é que passe esse tempo lendo, ganhando ideias, principalmente sobre as referências que você já tem. Por exemplo, há uma discussão muito interessante sobre como o 1984 de Orwell não foi mais profético do qLeia mais
Acho que o seu maior desafio é escrever mais palavras. Como está próximo da prova, o que sugiro é que passe esse tempo lendo, ganhando ideias, principalmente sobre as referências que você já tem. Por exemplo, há uma discussão muito interessante sobre como o 1984 de Orwell não foi mais profético do que Huxley, em seu Admirável Mundo Novo. Encaixar uma debate como esse na prova poderia ajudar a preencher espaços.
Incorporando uma crítica que o Braga propôs no link, é importante vincular essas discussões que você trouxe à realidade em que nos encontramos. Quais são os valores de 1984, de Aloísio Azevedo, para a nossa sociedade? Há desenvolvimento crítico dos cidadãos a partir da arte no Brasil? Aliás, há arte crítica no Brasil? São perguntas desse tipo que você pode se fazer quando faltarem ideias para evoluir o texto.
No mais, texto agradável de ler e com poucos erros de português.
Uma dica importante de você adotar seria reduzir o tamanho das frases. Frases grandes tendem a criar problemas de norma culta, como no segundo parágrafo, onde o “a despeito disso” vem seguido de repetição de palavras e frase incompleta. Responda, a partir exclusivamente da frase que escreveu: qual é o algo que “pode ser visto na obra “O Cortiço”?
Tome muito cuidado com esses erros – que podem ser vistos como “palavra esquecida” -, pois eles travam a leitura e a tornam muito desagradável para quem lê, então são erros que chamam atenção e custam alto na nota.
Um último que trava a leitura foi o “Pois” precedido de ponto final, lá no último parágrafo. Só use o ponto final quando a frase só fizer sentido se lida por si só.
Boa prova, rapaz!
See lessObstáculos à implementação de uma educação financeira no Brasil
Mr.Crozma
1 - Introdução por referência cultural. 2 - Primeiro argumento fraco. 3 - Produtividade argumentativa. 4 - Organização da proposta. 5 - Norma culta. 1. Sobre a introdução, é sempre uma brecha que você cria quando constrói um cenário sociocultural e o retoma ao longo do texto. Ainda que eu ache forçaLeia mais
1 – Introdução por referência cultural. 2 – Primeiro argumento fraco. 3 – Produtividade argumentativa. 4 – Organização da proposta. 5 – Norma culta.
1. Sobre a introdução, é sempre uma brecha que você cria quando constrói um cenário sociocultural e o retoma ao longo do texto. Ainda que eu ache forçado só voltar a trazer o filme que citou apenas no fim do texto, essa lembrança denota mais projeto de texto do que a referência abandonada nas primeiras linhas simplesmente para puxar aquele analogamente. A válvula de escape para iniciar um texto sempre foi a introdução tradicional, aquele “muito/pouco se discute a respeito de…”. O que aconteceu com a divulgação de textos nota mil foi a criação desse hábito de iniciar o texto com um filme – e é um hábito perigoso, visto que por vezes caem temas bem complicados de associar a um filme, principalmente no nervosismo de uma prova. Enfim, esse é um problema que o corretor facilmente encontraria no Enem e chamaria de “brecha”, que vai afetar a competência 3. Para além do Enem, sugiro que estruture válvulas de escape menos dependentes de repertório. Ah, e é mito dizer que “é bom sempre iniciar com um repertório”. Quer dizer, se você faz o repertório conscientemente no desenvolvimento, até uma introdução brega como a clássica pode tirar mil. Aliás, só não vemos mais clássicas tirando mil porque o que tira o mil de muita gente não é a competência 2, mas a competência 1.
2. Cuidado pra não se enrolar com um argumento apenas porque ele se encaixa no seu padrão argumentativo de atacar um Estado ou um colégio. A educação financeira é tão mais fácil de ser feita pelos pais! É que eles próprios têm dificuldades financeiras, daí talvez fosse mais interessante pensar em educação financeira para adultos. Tipo, quais são as ferramentas que um professor tem se o pai que dá a mesada, se a mãe que o filho de presentes? Enfim, tudo isso pra dizer que eu tô livre pra questionar o seu argumento porque não houve produtividade, ou seja, não vi comprovada a pertinência do seu argumento, e isso é ausência de exploração dos efeitos. O leitor não vai presumir que uma coisa está errada porque intuitivamente é errada. Prove, explique o máximo que puder. Você tá chamando professores de desqualificados, tá atacando grade curricular de universidades… Meu, não se deixe iludir (leia-se: EVITE) por construções como “é notável”, “é evidente”. Tem nada evidente num prova, pode provando kkkk
3. Daí remendo a observação pro terceiro parágrafo também. Seus parágrafos estão com basicamente 3 frases. Tente fazer 5, para encaixar uma ou duas consequências/efeitos. Quer dizer, isso pensando em fechar brechas, né? 200 na C3 pode ser difícil se você escrever poucas linhas de desenvolvimento.
4. E esse desenvolvimento vai ficar apertado se você não for bem organizado na proposta. Aqui você não precisa fazer construções linguísticas complexas, envolvendo inversões, múltiplas orações dentro de uma frase… Mano, corretor chega aqui exausto, só querendo contar os elementos, de preferência na ordem do manual: agente, ação, modo, finalidade e o único varia consistentemente é o detalhamento.
Governo acione o MEC? Daí este por sua vez? Não, isso é complicar as coisas sem necessidade. “É necessário que o MEC…”. Enfim, facilita a vida do corretor aqui pra ele mesmo não inventar teorias que descontem pontos de você por bobeira.
Nessa mesma proposta você faz uso de um “por conseguinte” que é acompanhado de um “também”. Ora, ali se trata de uma nova proposta então? Opa, então no primeiro não houve detalhamento; no segundo não houve agente. Olha que beleza, sua nota vira 160 em vez de 200 por interpretação do corretor. Repensa isso aí, meu amigo. Consequência não introduz ação, mas a estrutura dali está toda montada para introduzir uma ação.
5. Abaixo, todos os erros de norma culta que eu encontrei:
Na série sul coreana “Round 6”, retrata-se o cotidiano angustiante de sujeitos endividados e (1)sua busca incessante pelo dinheiro. Analogamente, a realidade brasileira se enquadra na trama, pois, uma vez que a educação financeira é negligenciada no país, a população está suscetível as(2) mazelas relacionadas ao uso indevido do dinheiro. Dessa forma, tal cenário é fruto tanto da má formação do corpo docente acerca(3) da educação financeira,(4) quanto da cultura brasileira que rejeita esse ensino.
1 – Não coma artigos, eles são elementos coesivos e, por vezes, custam caro. Vai depender do olhar atento para o paralelismo/formalidade. “Retrata-se o… e A”.
2 – Faltou com a crase. “Estar … a algo”.
3 – Quem se forma, se forma EM algo.
4 – “Tanto quanto” é expressão que não se separa por vírgula. Não sei qual é o nível de tolerância na prática para essa vírgula quando a frase é muito longa, mas não é esse o caso.
Primeiramente(1), é notável que a sociedade sofre com a falta de qualificação dos professores para lecionar acerca(2) das finanças. Sob essa ótica, necessita-se que(3) antes de partir(4) para o ensino(5) haja um corpo docente qualificado para tal. Contudo, segundo o Ministério da Educação (MEC), não há uma disciplina obrigatória de educação financeira nos cursos de licenciatura. Depreende-se, então, que esse obstáculo deve ser vencido para que seja possível levar(6) o ensino de qualidade para os ensinos de nível fundamental e médio.
1 – Primeiramente não existe, tal qual o segundamente. Não sei, meeesmo, qual é o nível de intolerância à palavra no Enem, mas, se lembrar, evite-a. Coloquialmente até eu uso, ok? Aqui eu sou o corretor cruel.
2 – Agora é por repetição de palavra. Não se vicie no acerca.
3 e 5- Adjunto adverbial deslocado, com 3 ou mais palavras, pede vírgulas.
4 e 6 – Vi oralidade nas duas expressões, partir e levar. Fica como exercício procurar palavras mais formais que as substituam.
Segundamente(1), a cultura do Brasil é retrograda(2) quando se trata de dinheiro. Paralelamente(3), os brasileiros adotam uma postura conservadora em relação ao dinheiro(4), visto que(5) por ser um país que enfrentou inúmeras inflações, como a hiperinflação de 1980, o dinheiro(6) se tornou um tabu e, por isso, debates sobre assuntos de suma importância, como(7),(8) rentabilidade e controle de gastos, são negligenciados. Logo, é imprescindível que haja ações dos aparatos governamentais para subverter esse escopo(9).
1 – Eu duvido que você já tenha lido essa palavra em algum formal que seja! Olha, na dúvida, não escreve. Quer dizer, em treino pode inventar à vontade, falo é da hora da prova.
2 – Faltou o acento.
3 – Como assim “paralelamente”? Você repetiu as ideias, ser retrógrado e ser conservador aqui eram sinônimos, não? Bom, é importante estar consciente do que deve escrever depois de um tópico frasal, e esse local é geralmente de explicação daquele resuminho que nenhum leitor é obrigado a entender. “Por que a cultura brasileira é retrógrada sobre o dinheiro?” é a pergunta que o leitor vai se fazer quando lê o seu tópico frasal muito bem feito, e é ela que você vai desenvolver.
4 e 6 – Repetições de palavra. Repetir palavra é problema de C4, hein.
5 – Faltou a vírgula aqui.
7 – Repetição de palavra.
8 – Vírgula indevida.
9 – Te falar que linguagem erudita não pega muito bem não, até chama atenção do corretor para os seus erros de norma culta e deixa o seu trecho meio irônico. Não dá pra descontar pontos diretamente, mas ô chamar a atenção do corretor sem necessidade, hein, cuidado que a mão pesa.
Portanto, urge que o Governo acione o MEC, e este(1) por sua vez(2) implemente(3) de forma obrigatória(4) o ensino da educação financeira, nos cursos de licenciatura, para que esse conhecimento possa ser lecionado por professores capacitados nas escolas municipais e estaduais. Por conseguinte, faz-se necessário(5) também uma mudança nos ensinos fundamental e médio, por meio da Base Nacional Comum Curricular(6) para tornar obrigatório o ensino da educação financeira nessas etapas da formação,(7) assim(8) os jovens terão contato desde cedo com a temática.(9) Para que(10) assim(11)(12) a sociedade possa se conscientizar e se sentir segura ao debater sobre finanças no futuro.
1 e 2, 3 e 4 – Adjuntos adverbiais deslocados “por sua vez” e “de forma obrigatória”. Sei que fica horrível encher de vírgulas, mas elas não seriam necessárias se a estrutura fosse melhor pensada.
5 – NecessáriA mudança.
6 – Vírgula.
7 e 8 – Aqui no 7 pedia uma pausa maior, como a de ponto final ou, minha preferida, a pausa do ponto-e-vírgula. Daí vírgula isolando o “assim”, que é termo explicativo.
9 – Já aqui a pausa era menor do ponto final, oração subordinada.
10, 11 e 12 – O “assim” daqui é uma palavra repetida, além de não estar isolada.
Por ora é só; ficaria lá pros 800, mas eu não me preocuparia muito com nota em janeiro. Abraços!
See lessO estímulo a doação de órgãos no Brasil
Mr.Crozma
É muito difícil imaginar este texto recebendo notas menores do que 900, mas eu incorporo o corretor rigoroso e gosto de apontar tudo o que sinto que você é capaz de resolver. Um grande problema que eu vejo na sua argumentação é separar duas ideias que estão intimamente ligadas, a falta de informaçãoLeia mais
É muito difícil imaginar este texto recebendo notas menores do que 900, mas eu incorporo o corretor rigoroso e gosto de apontar tudo o que sinto que você é capaz de resolver.
Um grande problema que eu vejo na sua argumentação é separar duas ideias que estão intimamente ligadas, a falta de informação e a falta de divulgação. É fácil imaginar uma relação de causa e consequência entre os dois fatores, de tal maneira que vejo como falha argumentativa distanciá-las com um “outrossim”. Também não é aconselhável produzir dois parágrafos em relação de causa e consequência, porque esta é uma técnica de aprofundamento argumentativo, e aí espera-se que ela seja aplicada dentro de um mesmo parágrafo, com o intuito de preservar a ideia de que você deve trabalhar dois argumentos distintos. Um tema como esse é difícil porque é específico, demanda conhecimentos que não estão na nossa rotina, então não deixe de buscar informações direcionadas a ele.
Isso eu peço até porque o argumento da “pouca divulgação” é complicado de comprovar, e eu acho que você concorda com isso pois usou a expressão “isto é”, revelando, conscientemente ou não, uma dificuldade de desenvolvimento daquela informação. Sim, todo “ou seja” é mal visto numa dissertação-argumentativa e você deve evitá-lo com todas as suas forças, porque você está revelando que não conseguiu escrever bem a frase anterior.
Buscando entender qual seria o problema da divulgação sobre doação de órgãos, li um texto acadêmico sobre o maior impacto que elas têm quando feitas em novelas, e talvez esse fosse um caminho mais adequado do que simplesmente dizer que não há informações o suficiente. Isso é difícil de afirmar até mesmo porque vivemos na Era Informacional, não é? O que não falta é oportunidade de aprendizado; talvez, sim, falta de sensibilidade (sentir o outro) e empatia (ajudar o outro).
Um passo pra trás na sua argumentação, quero dizer que a citação não contribuiu para o seu argumento, certamente não tanto quanto o exemplo. Uma maneira que eu encontraria de dar à citação o papel que ela merece num desenvolvimento seria tirar as aspas, transformando-a em citação indireta, para misturar uma ideia sua com a ideia trabalhada na citação. Haveria formas de trabalhar o impacto que a “enfermidade” tem no tema, especialmente porque o argumento era sobre doação de órgãos (!). Essa foi uma perda de oportunidade que eu lamentei, e eu acho que vocês se distanciam muito da frase por causa das aspas, do ponto final, dos dois-pontos… Enfim, uma maneira mais íntima de tratar a frase que impactou vocês nos estudos pode gerar ótimos resultados para a ideia de “texto estratégico”.
No mais, errinhos bobos de português e um perigoso “desse modo” ao qual você precisa se atentar para não correr o risco de receber 200 na C4 por inadequação.
A doação de órgãos(1) no atual cenário brasileiro(2) se encontra precária e pouco noticiada para a maioria da população. Muitas pessoas, mesmo com diversos dados e pesquisas, ainda acreditam em vários mitos acerca da doação de órgãos, dificultando a vida de diversos pacientes que necessitam dessa contribuição. Sendo assim, a desinformação por parte da sociedade e a escassa discussão em relação ao tema contribuem para o baixo índice de doação de órgãos no Brasil.
1 e 2 – Vírgulas no adjunto adverbial com mais de três palavras. Cada uma delas conta como desvio; portanto, tenha atenção nisto aqui.
A princípio(1), o fato de muitos cidadãos não terem o real conhecimento sobre esse tema contribui para muito preconceito e ignorância. Como disse Cícero, advogado da República Romana, “A(2) ignorância é a maior efemeridade do gênero humano”. Desse modo(3), a falta de informação é a principal causa para as pessoas recusarem(4) doar órgãos, acreditando em teorias da conspiração, mitos e notícias falsas; por exemplo, diversas pessoas ainda acreditam(5) que doar órgãos deforma o corpo. Consequentemente, esse desencontro de informações entre a ciência e o senso comum se torna extremamente nocivo tanto para o conhecimento científico como para os indivíduos que necessitam dessas doações, que muitas vezes é um caso(6) de vida ou morte.
1 – Não é um erro, mas uma oportunidade para a seguinte dica: não invente com conectivos. Um erro neles é 160 na C4. Eleja os recomendados pelo seu professor e fica com eles até o fim, por mais tediosos que sejam.
2 – Eu não sei se algum corretor tiraria pontos disso, mas a citação que não é introduzida por dois-pontos se inicia com minúscula, como se fosse uma continuação da fala, não fazendo sentido em iniciar com a maiúscula. Obviamente não tenho material para confirmar isso, mas é assim que leio em teses de doutorado, pelo menos. Eu, na dúvida, iria pelo caminho da citação indireta, até pelos motivos que indiquei anteriormente.
3 – Aqui é o problema do conectivo automático. O que é o “desse modo”? Indicador de conclusão. Como eu posso concluir que a falta de informação é a principal causa da baixa doação de órgãos a partir dessa citação? Mais: se a ideia era usar um conectivo neutro, eu primeiro não recomendo (porque o corretor quer ver você estabelecendo essas conexões de sentido entre frases), segundo não ajuda a construir produtividade; a frase tende a ficar solta após um conectivo inerte, gerando as tais “brechas”.
4 – Recusarem-se a. Tenho pouquíssimas leituras a fazer sobre esta observação aqui, apenas sei que o verbo reflexivo é quando o objeto do verbo é a própria pessoa que conjuga o verbo. Bom, aqui você pode ter ficado em dúvida sobre quem doa, se a própria pessoa ou se é a família kkkk. Eu certamente deixaria passar este erro, mas a manifestação de vontade da pessoa em vida é (ou deve ser, constitucionalmente falando pelo respeito às decisões do falecido) o que decide. O problema é que as pessoas não se manifestam, e aí a lei manda a família decidir, e a família tende a não decidir, ou seja, não doar.
5 – Aqui é uma repetição do radical “acreditar”. Há outras repetições ao longo do texto que não estão contidas na frase-tema e merecem a sua atenção, como a mídia. Palavras que envolvem o centro do seu argumento têm se repetido.
6 – Doações, que muitas são casos. Plural.
Outrossim, a baixa divulgação da mídia e dos meios de comunicação sobre esse tema prejudica o estímulo a(1) doação de órgãos no cenário brasileiro. À medida que a mídia(2) possui uma grande influência no pensamento da população, sendo muitas vezes responsável por pensamentos irreais acerca de assuntos polêmicos, o atual trabalho acerca do tema não se demonstra eficiente. Isto é(3), existe uma falta de divulgação de informações corretas e científicas acerca da doação de órgãos, o que contribui para o pensamento ignorante de uma grande parcela da população(4), dificultando o serviço de diversos hospitais e profissionais da saúde. Dessa forma, devido a grande responsabilidade da mídia, é preciso que os dados transmitidos apoiem a doação de órgãos e desmistifique(5) a opinião de muitos indivíduos.
1 – Sempre que puder, coloque a crase, ou, mais genericamente, o artigo. Demonstração de conhecimento; aprimoramento da coesão; facilitação da leitura – motivos não faltam.
2 – Palavra repetida.
3 – Já comentei o “ou seja”, “isto é” no plano teórico, mas aqui tem o erro de que essas expressões explicativas não iniciam frases, pelo menos formalmente. Ponto-e-vírgula no máximo.
4 – Palavra diferente repetida.
5 – Plural. Desmistifiquem.
É evidente, portanto, que medidas estratégicas precisam ser tomadas para amenizar essa situação. Logo, é necessário que o Ministério da Saúde, com o auxílio dos diversos meios de comunicação, crie campanhas que tenham como objetivo refazer o pensamento da população sobre esse assunto. Essas campanhas devem(1) ser no estilo “verdadeiro ou falso”, tendo como foco as opiniões mais disseminadas(2) mas que não possuem provas científicas e veracidade. A partir dessas ações, espera-se reduzir o preconceito acerca desse tema no Brasil atual.
1 – Palavras rigorosas/restritivas (devem, é necessário, é claro, é óbvio…), apesar de recomendadas para enfatizar um posicionamento, evito de recomendá-las porque podem levantar uma brecha óbvia: como assim “só podem ser no estilo verdadeiro ou falso”? Kkkk. Aqui eu recomendo incorporar o espírito de proposta feita em debate público, que está sendo realizando em conjunto com milhões de pessoas… Podem, é interessante, é útil, pode se demonstrar eficaz… E assim vai.
2 – Rara ausência indevida de vírgula – acredito que por cansaço.
Daria 880, com 160 na C4 pelo uso incorreto do “desse modo”, bem como pela repetição de algumas palavras.
See lessFome no Brasil, como enfrentar esse problema? (Se possível coloquem nota pfv).
Mr.Crozma
I - Frases gigantes. II - Organização argumentativa. III - Nota I - Frases que ultrapassam o limite de 02 linhas (25 palavras, mais ou menos) combinam diversas orações que pedem construções complexas o suficiente para lhe dar uma bela de uma dor de cabeça. Limite o tamanho das suas frases e você verLeia mais
I – Frases gigantes. II – Organização argumentativa. III – Nota
I – Frases que ultrapassam o limite de 02 linhas (25 palavras, mais ou menos) combinam diversas orações que pedem construções complexas o suficiente para lhe dar uma bela de uma dor de cabeça. Limite o tamanho das suas frases e você verá que os erros de norma culta diminuirão, além de você provavelmente perceber mais facilidade para organizar os pensamentos, reler o que escreveu, para não se perder. O leitor também agradece.
II – Escrever primeiro um tópico frasal; após, uma explicação desse tf; após, o aprofundamento. Essa parece ser uma fórmula que garante a coerência.
O primeiro argumento trata de uma negligência estatal, mas que não foi provada. O Estado não funcionar e o Estado não cumprir a Constituição são quase repetições de uma mesma ideia. Talvez a Constituição servisse de ênfase pontual no aprofundamento, mas eu, pelo menos, gostaria de vê-la explicando o que é essa negligência estatal, por que ela acontece, como ela acontece, que tipo de relação se estabelece entre essa negligência e a fome, qual é o problema de as pessoas terem que migrar… Enfim, isso tudo são opções de abordagem argumentativa que você tem. Obviamente não precisa responder a tudo, só àquilo que você achar mais importante para o seu argumento – e, claro, aquilo que você melhor conseguir escrever.
O segundo traz a pandemia para a discussão, e eu não sei até que ponto devemos pensar nessas circunstâncias temporárias para argumentar no Enem, já que o problema da fome é antigo no Brasil. Dificilmente, inclusive, o Enem traz temas com recorte temporário. Esses são problemas que persistem ou persistirão, independentemente dessas circunstâncias.
Está proibida de pensar em covid como argumento? Claro que não. A pandemia vai marcar a nossa geração em vários aspectos, mas tome sempre o cuidado de não torná-la o seu centro argumentativo em temas cuja força infelizmente parece resistir ao tempo, para demonstrar que conhece o “pré-pandemia”.
III – Senti que as notas dos colegas foram rigorosas. Sem dúvidas a C1 poderia receber 120, mas as 400 palavras também pedem um equilíbrio. Encontrei 25 erros, alguns que não foram apontados pelos outros, mas também não acho que deva ser o seu foco nos estudos agora. Imagino que, na prova, receberia 160.
C2 seria 200 pelo repertório introdutório, apesar de eu não curtir essa estratégia. Entendo a sua dificuldade argumentativa e, então, o seu maior esforço na introdução. Argumentos são guiados por perguntas; você deve saber se fazer essas perguntas que o corretor pode fazer.
C3 imagino com 160, mas também poderia receber 120, já que não vislumbrei desenvolvimento do primeiro argumento, mas esse sou eu, do Direito. Ah, sei lá o quanto a faculdade influencia a minha leitura sobre argumentos constitucionais.
C4, 160. Aqui, eu estaria sendo rigoroso pela repetição de algumas palavras, como “junto com”, “família” e uma sequência de pois-pois-pois ali entre o 2º e o 3º parágrafos que dava pra evitar.
C5, 200. Você parece estar sabendo o que faz, aqui.
Caso tenha alguma dúvida, não se importe de me perguntar.
See lessAs lacunas da adoção no Brasil
Mr.Crozma
Como estratégia de prova e ciente de que o mil é alcançável com menos de 400 palavras, sempre vou sugerir que reduza o número de palavras, de forma a ganhar tempo de prova, reduzir o estresse e diminuir as chances de o corretor encontrar alguma discordância de norma culta que ultrapasse os 03 errosLeia mais
Como estratégia de prova e ciente de que o mil é alcançável com menos de 400 palavras, sempre vou sugerir que reduza o número de palavras, de forma a ganhar tempo de prova, reduzir o estresse e diminuir as chances de o corretor encontrar alguma discordância de norma culta que ultrapasse os 03 erros que tiraram o seu mil no último exame. Como são poucos os que seguem essa sugestão, talvez eu devesse usar outros argumentos, mas os desconheço no momento, e então devo pedir desculpas por não convencê-la disso.
A nota do Angelo me chamou a atenção, e aí fui verificar o que ele tinha visto de errado no seu texto. Dou alguma razão às duas notas abaixo de 200 dele.
Sobre a C1, três* desvios podem justificar um 160:
– “liderados” ou “vivia” (1º parágrafo, 1ª frase): eu sinceramente não sei se contaria como desvio, mas a concordância, que era opcional, cobrava, portanto, uma opção; seria curioso dar 160 por causa disso;
– “fica” (2º parágrafo, 3ª frase): por caracterizar, pra mim, uma oralidade;
– ausência de vírgula após a oração adverbial deslocada “para obter o progresso social” (mesmo parágrafo, 4ª frase);
*menção especial a “vai ao encontro de Lassalle”, que, numa leitura rápida, pode sinalizar um erro, já que veio num contexto de contradição. Não foi um erro, mas em busca de tirar o mil de alguém, me parece que aqui o corretor teria uma oportunidade.
Sobre a C3, uma primeira observação sobre algumas palavras que você deveria evitar. “Evidente”, “indubitável”, “somente”; tudo isso chama uma responsabilidade para o que você disse que não era necessária, e aí gera perguntas que podem tirar o 200 da C3 de bobeira.
Como assim um exemplo de novela torna “evidente” um problema? Novela é prova? Um exemplo, sozinho, é suficiente para tornar incontestável algum argumento?
Sobre o “indubitável” eu até eu levei um susto; não se comprometeu, mas poderia, de tal forma que eu nunca recomendaria o uso dessa palavra numa argumentação, ainda mais sobre leis.
Por fim, o “somente”, que aí beira o desrespeito com outras propostas que não a sua e é facilmente contestável, até porque o Enem só propõe temas que têm mais de uma saída, que não têm resposta pronta.
Agora, sobre a estratégia argumentativa. Eu vejo que muitas linhas foram gastas desenvolvendo informações que não agregavam tanto assim. Lembro do meu professor dizendo que exemplo bom é aquele de uma linha, que serve para ilustrar algo que o próprio escritor já disse. Quando vejo 3, 4 linhas de narrativa, fico incomodado. Dela, me surgem as perguntas:
– por que adolescentes são “teoricamente mais difíceis de educar”? Por que a ênfase no teoricamente? Mas, de fato, elas não são mais difíceis de educar?
– o que explica o fato de haver adolescentes a serem adotados? Por que não foram adotados quando tinham menos de 12 anos? Menos de 4 anos?
Em seguida, a citação sobre igualdade e progresso: não houve uma exposição argumentativa sobre o que leva os mais jovens a serem adotados, então como posso chegar à conclusão comparativa de há desigualdade de tratamento entre crianças e adolescentes?
Não explorar aquele “teoricamente” fez muita falta para entender o seu critério de igualdade, até porque o princípio inclui tratar os desiguais de forma desigual. Será que estamos fazendo certo ao esperar que o mesmo processo adotivo sirva para crianças de 03 anos e crianças de 11 anos? Acho que era um debate possível de ser feito aqui.
Sobre o segundo argumento, tenho um preconceito especial com o “isto é”, tal qual com o “ou seja”. Você não deve perder espaço explicando algo que já disse; numa argumentação, é quase que uma confissão de que não explicou bem na primeira declaração, e aí você vai gastar mais linhas dizendo a mesma coisa e, talvez, chamando o leitor de burro, como se ele não tivesse entendido a primeira frase, desperdiçando o tempo dele.
O centro da sua argumentação aqui era apresentar outra contradição, mas você não aprofundou essa correlação entre lei e realidade, em que, nesse caso, eu sequer imagino ser o caso de culpa da lei ou de seu descumprimento. A realidade brasileira é um tanto complicada no que tange à compatibilidade.
É um tema difícil, que fique claro, e talvez por isso nunca seja cobrado no Enem, já que as propostas nem mesmo o Poder Judiciário consegue resolver. Seja como for, parece que há um padrão argumentativo em ti, de buscar contradições para contra-argumentar. Eu sugiro, portanto, que não se deixe driblar por palavrinhas mágicas que nada trazem argumentativamente, como o “indubitável”, e explique com mais profundidade o cerne das contradições que você promete explorar.
Para responder a mais perguntas, imagino que precise reduzir alguns trechos. Vejo possibilidades em quase todas as frases, e aí uma menção honrosa à conclusão, que até excede a quantidade de elementos a cumprir.
Mas era um tema difíci,l e eu entendo esses excessos como demonstração fiel de que você é uma ótima estudante. Não sinto ser possível que você tire menos de 920.
Parabéns, uma das melhores relações palavras-erros que já encontrei.
See lessA prática de bullying nas escolas do Brasil
Mr.Crozma
Li que sua dificuldade é argumentar e vim ver o que estava acontecendo com a sua escrita. Uma primeira mudança que sugiro é enxergar os argumentos não como "causas", mas "ideias a serem explicadas". As suas ideias. Então, o tema – bullying nas escolas – não é um consenso. Há uma divergência da qualLeia mais
Li que sua dificuldade é argumentar e vim ver o que estava acontecendo com a sua escrita.
Uma primeira mudança que sugiro é enxergar os argumentos não como “causas”, mas “ideias a serem explicadas”. As suas ideias.
Então, o tema – bullying nas escolas – não é um consenso. Há uma divergência da qual se deve extrair uma tese problematizante (qual adjetivo você atribui ao bullying nas escolas?). Digo isso porque há seres incivilizados que argumentarão que o bullying não é um problema, e aí é importante visualizar essa opinião contrária para conseguir se situar no campo argumentativo: você está argumentando porque há quem defenda um posicionamento contrário.
Pensando nesse adjetivo (o bullying é bom ou ruim?), talvez você se sinta mais no papel de apresentar argumentos, e não “causas” de um problema que, pelo menos a princípio, não é um consenso, por mais que a gente queira que seja. Numa dissertação-argumentativa, você se coloca no papel de convencer alguém.
Então, não é “tem como causas o preconceito e a falta de debates”, mas “pode ser explicado pelo preconceito e pela falta de debates”. Talvez, assim, você consiga assumir uma postura de compromisso com essa síntese argumentativa, que virá em forma de tópico frasal.
A estrutura do desenvolvimento, então, é tópico frasal + explicação do tópico frasal + aprofundamento argumentativo. Isso quer dizer que, primeiro, você apresenta a síntese da sua ideia, depois explica o que quer dizer com ela e, por fim, usa técnicas argumentativas para demonstrar a força dessa sua ideia.
No primeiro argumento, me parece que a relação entre a primeira e a segunda frase não ficou clara, já que ele prometeu argumentar que o preconceito extrapola os limites do colégio, mas, logo em seguida, apresenta um dado referente ao preconceito dentro das escolas e fica por isso mesmo, trazendo, em seguida, uma consequência que não explica os motivos de a síntese do argumento citar o “meio social”.
Além disso, vejo neste argumento uma limitação da produtividade à mera explicação de uma consequência, sem aprofundar as chamadas “causa da causa” e “consequência da consequência”. Lembre-se de que o exemplo não é, por si só, uma força. O exemplo é só um complemento facilitador do argumento, mas ele, por si só – insisto -, não é forte, arrebatador, encerrador de questionamentos, brechas, contra-argumentos que, enfim, vão pesar na nota da C3.
No que se refere ao segundo argumento, não há uma explicação do tópico frasal. Eu não consigo entender o que é o silenciamento familiar e a citação trazida no lugar da explicação piora ainda mais o meu entendimento: a família produz silêncio ou mau exemplo? Ela se omite ou contribui ativamente para o bullying nas escolas? Isso, a priori, é uma contradição que você devia explicar com mais cuidado.
Mais cuidado seria guardar a citação para o aprofundamento. Aqui no começo as suas palavras são ainda mais bem-vindas, porque é você explicando um resumo de argumento que foi traduzido em forma de tópico frasal. Após a explicação é que você será capaz de definir se a citação tem pertinência para convencer ou se será necessário o uso de outra técnica argumentativa.
Falando sobre técnicas argumentativas, há uma variedade grande o suficiente para ser combinada, caso você sinta que precisa dar mais força ao seu argumento. O aprofundamento argumentativo nasce da baixa persuasão que tem uma mera exposição de argumento (tópico frasal) e a sua explicação. Daí surgem a causa da causa e as consequências; a interdisciplinaridade (uso de conceitos de alguma matéria, como a biologia, a história, a psicologia etc.); o exemplo; a analogia; a autoridade; os dados estatísticos; a contra-argumentação; a dedução; a indução… A lista é longa, mas deu pra passar a ideia do que quis dizer sobre combinar estratégias de argumentação, né?
Espero ter oferecido um caminho para te deixar mais à vontade para argumentar e me coloco à disposição para eventuais dúvidas.
A propósito, a nota da Liliane ficou um tanto pesada; a sua nota aqui, olhando por alto, seria por volta de 800. Me atrevo a dizer que ninguém aqui do site tiraria 80 em qualquer uma das competências, exceto os que tangenciarem o tema.
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Mr.Crozma
I - 231 palavras. II - Tema Enem. III - Conectivos. IV - Proposta. I - Essa quantidade de palavras deixaria o seu texto com umas 8 linhas sobrando. Isso significa que, no mínimo, uma má impressão você estaria deixando para o seu corretor. Não me parece que você não saiba escrever, então pode ser queLeia mais
I – 231 palavras. II – Tema Enem. III – Conectivos. IV – Proposta.
I – Essa quantidade de palavras deixaria o seu texto com umas 8 linhas sobrando. Isso significa que, no mínimo, uma má impressão você estaria deixando para o seu corretor. Não me parece que você não saiba escrever, então pode ser que a folha em que esteja treinando não seja a adequada, o tamanho da letra ou da caneta está muito grande… Enfim, reveja essa questão, porque a busca pela produtividade ideal demanda umas 100 palavras a mais. Produzir mais significa fechar brechas argumentativas, cumprir as promessas da introdução, demonstrar conhecimento argumentativo. Quanto mais escrever, mais “estratégico” ele fica. Combine estratégias argumentativas, se for o caso, e explore mais as causas das suas ideias: isso tudo é exigência de C3.
II – O tma que você escolheu é um pouquinho aberto e me faz desconfiar que você não está treinando para o Enem, mas, como não falou nada, pressuponho que seja Enem e aí lhe peço que tome cuidado na hora de escolher os temas. O tema Enem traz um problema social mais concreto, mais focado. “Solidariedade” está mais para assunto, do qual puxo vários tópicos nos mais diferentes aspectos da vida em sociedade. Treinar com temas assim pode atrapalhar a sua percepção na hora da prova, te fazendo correr um risco bobo de tangenciar o tema por não se acostumar a escrever sobre um problema mais específico.
III – Outra competência em que você deve pensar quando produz a argumentação é a C4. Há diversos momentos nos quais senti falta de um operador argumentativo. qual é a relação entre a primeira e a segunda frase da introdução? A relação entre o primeiro argumento e a explicação dele é um “de fato” mesmo? Alimento estragando na geladeira é um problema da “atualidade”? Quais mais recursos argumentativos você pode me demonstrar? Uma relação de causa, cadê? Intensidade? Uma comparação? Bom, essas coisas caberiam mais se houvesse mais palavras, entende? É isso que quero dizer, que quanto mais variedade o texto demonstrar, menos risco corre de não gabaritar a C4.
IV – Precisa organizar melhor essa proposta. Você escolheu trazer duas propostas, e o melhor seria fazê-las em separado. Aqui o corretor quer organização, ele quer sair anotando: agente-ação-meio-efeito e algum detalhamento. Por isso, não hesite em montar uma estrutura bem mecânica aqui. Inventar, na proposta, é pouco inteligente.
Curiosamente ficou faltando um agente, o que é raro, e você não pode perder esse ponto de bobeira, até porque ele costuma ser o primeiro a ser pensado após o tópico frasal. É importante, também, que a estrutura da proposta venha com um tom interventivo: é importante que o Agente… O Agente deve… É interessante que o Agente… Portanto, não corra o risco de ter a sua frase lida como “declaratória”, em vez de “propositiva”.
Além disso, faltou o detalhamento, que eu sugiro estudar no manual dos corretores, página 18 da competência 5, cujo link para o pdf está aqui: http://inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos
Bons estudos!
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Mr.Crozma
Vou tentar destrinchar um pouquinho a correção da Esterpx. De início, aponto um problema coesivo: Os conectivos que ligam os parágrafos são fundamentais. Não cogite de retirá-los. Você precisa de dois deles e, a depender de como escreve o primeiro parágrafo, aquele "em primeira análise" pode não serLeia mais
Vou tentar destrinchar um pouquinho a correção da Esterpx.
De início, aponto um problema coesivo: Os conectivos que ligam os parágrafos são fundamentais. Não cogite de retirá-los. Você precisa de dois deles e, a depender de como escreve o primeiro parágrafo, aquele “em primeira análise” pode não ser reconhecido como um conectivo que ligue estes dois parágrafos iniciais, e aí é fundamental ter um conectivo no último parágrafo, para garantir. Particularmente acho perfeita a estrutura “sob esse viés—além disso—portanto” e suas variações a estilo do candidato. Sua coesão é ótima, não perca pontos na C4, por gentileza.
O D1 traz uma estratégia argumentativa que não convence. A existência de escolhas não me diz de que forma ela se relaciona com as consequências. Continua um vácuo que seria preenchido melhor com a estratégia de exemplos, e não faltam exemplos famosos para este tema: Edmundo, o filho do Eike Batista… Lista longa. Não necessariamente as estratégias de argumentação precisam se excluir: você misturá-las de forma a fechar o argumento, só precisa ter habilidade e ser sucinta.
O D2 também apresentou dificuldades em estabelecer uma relação mais proveitosa entre o tópico frasal e os argumentos: por que os agentes de trânsito têm culpa na embriaguez? Agente de trânsito não é competente para fiscalizar boates, bares e semelhantes. Tome todas as precauções argumentativas se quiser amarrar bem os seus argumentos. Significa: explorar causas e consequências ao máximo que couber e fizer sentido nas linhas que tem.
A conclusão precisa ser melhor organizada, a começar pela ausência de tópico frasal. Ora, esse tópico serve à retomada da tese, que é função do parágrafo conclusivo. Escrever a proposta diretamente é falha de projeto textual.
Seguindo, lembre-se da possibilidade de usar pronomes demonstrativos, principalmente na conclusão, se não quiser escrever a frase dos 05 elementos sem pausar.
Por fim, lembro-te da importância de fazer um detalhamento bem bonitinho, isto é, estudar as formas de detalhamento da página 18 do manual dos corretores, observando não apenas as possibilidades, mas também a estrutura que eles grifam para identificar a estratégia de detalhamento. Promete que vai ler? Procura ali o manual 5.
http://inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos
Bom, agora é a hora da norma culta:
Na obra cinematográfica “Velozes e Furiosos” (1)é retratado(2) uma vivência em que as ruas tornam-se pistas de corrida, e a precaução com acidentes não é tão necessária. Entretanto, diferentemente dos filmes, quando tais situações ocorrem na realidade, muitas vezes por imprudências dos motoristas, causam acidentes desastrosos. À frente de tal problemática, nota-se(3)as irresponsabilidades dos automobilistas(4) juntamente com um déficit nos serviços de segurança pública(5) acarretando na(6) ocorrência de acidentes no trânsito do Brasil.
1 – Ponha vírgula na locução adverbial (circunstância) de lugar com mais de 03 palavras;
2 – A vivência é retratadA;
3 – As irresponsabilidades são notadas: notam-se;
4 e 5 – Vírgula: “juntamente” e “aliado” são usados como substitutos do “e” pela destaque que dão ao segundo elemento, e aí pedem vírgulas e o verbo que a eles se refere fica no singular;
6 – Tomar cuidado com verbos, como o “acarretar”, que são contraintuitivos, cuja regência vocês erram de bobeira.
Em primeira análise, cabe ressaltar que os motoristas são os principais responsáveis pelos acidentes de trânsito. Nessa perspectiva, nota-se que o ato de estar acima da velocidade permitida,(1) é de única responsabilidade do condutor do veículo, pois (2)segundo Jean Paul Sartre(3) estamos condenados ao livre arbítrio e a arcar com as consequências, que muitas vezes resultam em batidas entre automóveis, podendo levar pessoas a óbito.
1 – Vírgula é exceção e, por isso, precisa ser justificada. Qual é a justificativa para separar o verbo do sujeito aqui?
2 e 3 – Circunstâncias pedem destaque, principalmente as longas.
Em segunda análise, é possível alegar que a ineficiência dos serviços de segurança pública contribuem para tal problemática. Dessa forma, a notícia publicada pelo site Estadão reiterando que grande parte dos acidentes de trânsito acontecem devido a(1) embreaguez(2) dos motoristas,(3) é(4) em parte causada pela má execução dos serviços de agentes de trânsito. Logo, são ocasionados acidentes envolvendo não somente pessoas, mas também animais, além da deterioração do meio urbano, o que contribuí(5) para futuros acidentes.
1 – Crase;
2 – Nunca erre a ortografia de palavras que pode achar nos textos de apoio! Aqui é a embr i aguez mesmo;
3 – Nova vírgula sem muitas explicações: não era pra ser um “e” aqui, não?
4 – Como assim “é”?! Grande parte… acontecem e grande parte… SÃO. Questão de simetria;
5 – Erro de digitação/distração também é punido. Cuidado.
Visando(1) minimizar a violência no trânsito no Brasil, cabe a(2) Cettrans(3) (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) contratar mais profissionais para atuar como agentes de trânsito, por meio da abertura de um concurso público (4)juntamente com auxílio de verbas do governo federal(5) para realizar o pagamento de novos trabalhadores.(6) Afim(7) de que aja(8) mais servidores nas ruas, evitando acidentes envolvendo embreaguez(9). Ademais, as instituições de ensino(10) paralelamente com meios midiáticos(11) devem realizar palestras evidenciando os riscos da alta velocidade no trânsito. Sendo assim, haverá a diminuição de acidentes de trânsito(12) e a vivência de “Velozes e Furiosos” ocorrerá apenas nos filmes.
1 – “Visar” é outro contraintuitivo: verbo transitivo indireto aqui;
2 – Crase;
3 – Dispensasse a sigla e escrevesse direto o nome da companhia, ora; aliás, onde nos argumentos você me antecipa que falaria sobre ela na proposta, de alguma forma? O Enem não gosta de surpresas, mas isso é papo de coerência;
4 e 5 – Mesmo caso de vírgulas do “aliado…”;
6 – Ponto final indevido. Esta frase existe por si só? você consegue entrar no elevador e dar bom dia a um estranho citando essa frase? Lembre-se da dica dos pronomes demonstrativos;
7 – Afim junto é afinidade; se precisar driblar a própria mente, escreva: com a finalidade de;
8 – Aja é conjugação de agir; haja é conjugação do haver;
9 – Embriaguez de novo;
10 e 11 – As vírgulas dos aliados, dos juntamente…;
12 – O Enem não desconta este erro, mas não custa, porque você provou lá na primeira frase que conhece a vírgula antes do “e”. Mudou de sujeito, vírgula.
See lessA questão da fome no brasil e seus fatores motivadores
Mr.Crozma
Muito bem escrita. Procure diversificar os recursos coesivos (nesse sentido, nesse viés, sob essa ótica, afinal, além dos gerúndios): todos eles apresentam uma relação de continuidade que não indica a melhor relação de sentido entre as frases – é uma explicação, uma consequência, uma comparação? EssLeia mais
Muito bem escrita.
Procure diversificar os recursos coesivos (nesse sentido, nesse viés, sob essa ótica, afinal, além dos gerúndios): todos eles apresentam uma relação de continuidade que não indica a melhor relação de sentido entre as frases – é uma explicação, uma consequência, uma comparação? Esse conectivos ajudam a ilustrar qual estratégia argumentativa você está adotando, e uma eventual falha nesse sentido por causa de conectivos genéricos pode te fazer perder ponto bobo na C4. Habitue-se a ser o mais específico possível.
Tirando isso, sinto que deve se empenhar em reduzir os poucos erros de norma culta que comete e não serão percebidos pela maioria dos colegas aqui:
A Constituição Federal, documento que implica em(1) direitos e deveres, assegura a todos os brasileiros(2) assistência quando estiverem desamparados. Entretanto, essa garantia não é efetivada na prática, visto que(3) parcela da população não usufrui de condições dignas de alimentação, enfrentando a fome no contexto atual, o que é negativo para a sociedade civil caracterizada pela concentração de renda. Dessa forma, é preciso analisar o acúmulo de riquezas e a negligência governamental para mitigar o problema.
1 – Implicar é vtd aqui;
2 – Escreva sempre os artigos do substantivo. Eles ajudam na coesão textual e, por conseguinte, na leitura;
3 – Idem.
Em primeira análise, o processo histórico de divisão de terras motivou esse fenômeno. Acerca disso, é válido compreender a separação de terras feitas no Brasil Colônia, o(1) qual foram divididas 15(2) capitanias para 12(3) pessoas. Nesse viés, esse(4) processo negativo e arcaico resultou na concentração de renda que o país tem hoje, no(5) qual poucos indivíduos detém grande parte da riqueza produzida, apresentando-se como um grande obstáculo para superar a fome que acomete parcela da população. Afinal, enquanto essa conjuntura nociva permanecer nos dias de hoje (6)a fome persistirá.
1 – Problema de concordância grave aqui: refere-se a terras, né?
2 e 3 – Números pequenos costumam ser escritos por extenso (nem sei se tirariam pontos, mas… quinze e doze);
4 – Eco. Nesse e esse. Evite, pelo menos quando estiverem próximos;
5 – Outro erro de concordância: refere-se a concentração de rendas, e talvez o “em” não seja a melhor preposição aqui. Tenha cuidado com estas substituições irrefletidas, elas atrapalham a coesão;
6 – Faltou vírgula. É oração adverbial.
Além disso, a inobservância Estatal agrava o impasse. Sob essa ótica, o escritor Gilberto Dimenstein definiu como “Cidadania de Papel” a inefetividade das leis na prática, sendo apenas garantida na teoria. Nesse sentindo(1), embora a Carta Magna assegure a assistência aos desamparados (2)alguns brasileiros não conseguem se alimentar por carência de recursos financeiros, não obtendo nenhuma forma de ajuda através das políticas públicas por falta de conhecimento de cadastramento nesses programas governamentais. É, portanto, inaceitável o Brasil ser uma potência agrícola e não ter alcançado o bem estar(3) do seu povo.
1 – Erro de digitação/escrita não é tolerado, especialmente em quem briga pelo mil;
2 – Mais um caso de vírgula em oração adverbial;
3 – Hífen. Vai perder ponto bobo, hein!
Logo, é necessário atenuar o problema. Para isso, o Estado, responsável por executar as premissas constitucionais, deve criar um órgão de cadastramento de informações complementares abrangendo todos os cidadãos, com referências à renda, (1)condições de habitações e (2)uso de recursos humanos,(3) a exemplo(4) recenseadores para coletar informação dos indivíduos sem a documentação regular para o exercício da cidadania, através de verbas para políticas públicas, a fim de de(5) minimizar o problema da fome. Espera-se, com isso, a superação desse impasse e a erradicação da Cidadania de Papel denunciada por Dimenstein.
1 e 2 – Simetria na preposição e no artigo: a a renda, a as condições e a o uso;
3 – Aqui cabia uma pausa maior, quem sabe um ponto-e-vírgula;
4 – E precisava da pausa maior, incluindo ponto final, porque aqui era bom o dois-pontos;
5 – Repetir palavras é um erro fatal. Você não quer cometer esse erro aqui de jeito nenhum se quiser tirar 200 na C1.
Corrija essas bobeiras e você estará na briga pelo mil.
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