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Fome no Brasil, como enfrentar esse problema? (Se possível coloquem nota pfv).
Mr.Crozma
I - Frases gigantes. II - Organização argumentativa. III - Nota I - Frases que ultrapassam o limite de 02 linhas (25 palavras, mais ou menos) combinam diversas orações que pedem construções complexas o suficiente para lhe dar uma bela de uma dor de cabeça. Limite o tamanho das suas frases e você verLeia mais
I – Frases gigantes. II – Organização argumentativa. III – Nota
I – Frases que ultrapassam o limite de 02 linhas (25 palavras, mais ou menos) combinam diversas orações que pedem construções complexas o suficiente para lhe dar uma bela de uma dor de cabeça. Limite o tamanho das suas frases e você verá que os erros de norma culta diminuirão, além de você provavelmente perceber mais facilidade para organizar os pensamentos, reler o que escreveu, para não se perder. O leitor também agradece.
II – Escrever primeiro um tópico frasal; após, uma explicação desse tf; após, o aprofundamento. Essa parece ser uma fórmula que garante a coerência.
O primeiro argumento trata de uma negligência estatal, mas que não foi provada. O Estado não funcionar e o Estado não cumprir a Constituição são quase repetições de uma mesma ideia. Talvez a Constituição servisse de ênfase pontual no aprofundamento, mas eu, pelo menos, gostaria de vê-la explicando o que é essa negligência estatal, por que ela acontece, como ela acontece, que tipo de relação se estabelece entre essa negligência e a fome, qual é o problema de as pessoas terem que migrar… Enfim, isso tudo são opções de abordagem argumentativa que você tem. Obviamente não precisa responder a tudo, só àquilo que você achar mais importante para o seu argumento – e, claro, aquilo que você melhor conseguir escrever.
O segundo traz a pandemia para a discussão, e eu não sei até que ponto devemos pensar nessas circunstâncias temporárias para argumentar no Enem, já que o problema da fome é antigo no Brasil. Dificilmente, inclusive, o Enem traz temas com recorte temporário. Esses são problemas que persistem ou persistirão, independentemente dessas circunstâncias.
Está proibida de pensar em covid como argumento? Claro que não. A pandemia vai marcar a nossa geração em vários aspectos, mas tome sempre o cuidado de não torná-la o seu centro argumentativo em temas cuja força infelizmente parece resistir ao tempo, para demonstrar que conhece o “pré-pandemia”.
III – Senti que as notas dos colegas foram rigorosas. Sem dúvidas a C1 poderia receber 120, mas as 400 palavras também pedem um equilíbrio. Encontrei 25 erros, alguns que não foram apontados pelos outros, mas também não acho que deva ser o seu foco nos estudos agora. Imagino que, na prova, receberia 160.
C2 seria 200 pelo repertório introdutório, apesar de eu não curtir essa estratégia. Entendo a sua dificuldade argumentativa e, então, o seu maior esforço na introdução. Argumentos são guiados por perguntas; você deve saber se fazer essas perguntas que o corretor pode fazer.
C3 imagino com 160, mas também poderia receber 120, já que não vislumbrei desenvolvimento do primeiro argumento, mas esse sou eu, do Direito. Ah, sei lá o quanto a faculdade influencia a minha leitura sobre argumentos constitucionais.
C4, 160. Aqui, eu estaria sendo rigoroso pela repetição de algumas palavras, como “junto com”, “família” e uma sequência de pois-pois-pois ali entre o 2º e o 3º parágrafos que dava pra evitar.
C5, 200. Você parece estar sabendo o que faz, aqui.
Caso tenha alguma dúvida, não se importe de me perguntar.
See lessAs lacunas da adoção no Brasil
Mr.Crozma
Como estratégia de prova e ciente de que o mil é alcançável com menos de 400 palavras, sempre vou sugerir que reduza o número de palavras, de forma a ganhar tempo de prova, reduzir o estresse e diminuir as chances de o corretor encontrar alguma discordância de norma culta que ultrapasse os 03 errosLeia mais
Como estratégia de prova e ciente de que o mil é alcançável com menos de 400 palavras, sempre vou sugerir que reduza o número de palavras, de forma a ganhar tempo de prova, reduzir o estresse e diminuir as chances de o corretor encontrar alguma discordância de norma culta que ultrapasse os 03 erros que tiraram o seu mil no último exame. Como são poucos os que seguem essa sugestão, talvez eu devesse usar outros argumentos, mas os desconheço no momento, e então devo pedir desculpas por não convencê-la disso.
A nota do Angelo me chamou a atenção, e aí fui verificar o que ele tinha visto de errado no seu texto. Dou alguma razão às duas notas abaixo de 200 dele.
Sobre a C1, três* desvios podem justificar um 160:
– “liderados” ou “vivia” (1º parágrafo, 1ª frase): eu sinceramente não sei se contaria como desvio, mas a concordância, que era opcional, cobrava, portanto, uma opção; seria curioso dar 160 por causa disso;
– “fica” (2º parágrafo, 3ª frase): por caracterizar, pra mim, uma oralidade;
– ausência de vírgula após a oração adverbial deslocada “para obter o progresso social” (mesmo parágrafo, 4ª frase);
*menção especial a “vai ao encontro de Lassalle”, que, numa leitura rápida, pode sinalizar um erro, já que veio num contexto de contradição. Não foi um erro, mas em busca de tirar o mil de alguém, me parece que aqui o corretor teria uma oportunidade.
Sobre a C3, uma primeira observação sobre algumas palavras que você deveria evitar. “Evidente”, “indubitável”, “somente”; tudo isso chama uma responsabilidade para o que você disse que não era necessária, e aí gera perguntas que podem tirar o 200 da C3 de bobeira.
Como assim um exemplo de novela torna “evidente” um problema? Novela é prova? Um exemplo, sozinho, é suficiente para tornar incontestável algum argumento?
Sobre o “indubitável” eu até eu levei um susto; não se comprometeu, mas poderia, de tal forma que eu nunca recomendaria o uso dessa palavra numa argumentação, ainda mais sobre leis.
Por fim, o “somente”, que aí beira o desrespeito com outras propostas que não a sua e é facilmente contestável, até porque o Enem só propõe temas que têm mais de uma saída, que não têm resposta pronta.
Agora, sobre a estratégia argumentativa. Eu vejo que muitas linhas foram gastas desenvolvendo informações que não agregavam tanto assim. Lembro do meu professor dizendo que exemplo bom é aquele de uma linha, que serve para ilustrar algo que o próprio escritor já disse. Quando vejo 3, 4 linhas de narrativa, fico incomodado. Dela, me surgem as perguntas:
– por que adolescentes são “teoricamente mais difíceis de educar”? Por que a ênfase no teoricamente? Mas, de fato, elas não são mais difíceis de educar?
– o que explica o fato de haver adolescentes a serem adotados? Por que não foram adotados quando tinham menos de 12 anos? Menos de 4 anos?
Em seguida, a citação sobre igualdade e progresso: não houve uma exposição argumentativa sobre o que leva os mais jovens a serem adotados, então como posso chegar à conclusão comparativa de há desigualdade de tratamento entre crianças e adolescentes?
Não explorar aquele “teoricamente” fez muita falta para entender o seu critério de igualdade, até porque o princípio inclui tratar os desiguais de forma desigual. Será que estamos fazendo certo ao esperar que o mesmo processo adotivo sirva para crianças de 03 anos e crianças de 11 anos? Acho que era um debate possível de ser feito aqui.
Sobre o segundo argumento, tenho um preconceito especial com o “isto é”, tal qual com o “ou seja”. Você não deve perder espaço explicando algo que já disse; numa argumentação, é quase que uma confissão de que não explicou bem na primeira declaração, e aí você vai gastar mais linhas dizendo a mesma coisa e, talvez, chamando o leitor de burro, como se ele não tivesse entendido a primeira frase, desperdiçando o tempo dele.
O centro da sua argumentação aqui era apresentar outra contradição, mas você não aprofundou essa correlação entre lei e realidade, em que, nesse caso, eu sequer imagino ser o caso de culpa da lei ou de seu descumprimento. A realidade brasileira é um tanto complicada no que tange à compatibilidade.
É um tema difícil, que fique claro, e talvez por isso nunca seja cobrado no Enem, já que as propostas nem mesmo o Poder Judiciário consegue resolver. Seja como for, parece que há um padrão argumentativo em ti, de buscar contradições para contra-argumentar. Eu sugiro, portanto, que não se deixe driblar por palavrinhas mágicas que nada trazem argumentativamente, como o “indubitável”, e explique com mais profundidade o cerne das contradições que você promete explorar.
Para responder a mais perguntas, imagino que precise reduzir alguns trechos. Vejo possibilidades em quase todas as frases, e aí uma menção honrosa à conclusão, que até excede a quantidade de elementos a cumprir.
Mas era um tema difíci,l e eu entendo esses excessos como demonstração fiel de que você é uma ótima estudante. Não sinto ser possível que você tire menos de 920.
Parabéns, uma das melhores relações palavras-erros que já encontrei.
See lessA prática de bullying nas escolas do Brasil
Mr.Crozma
Li que sua dificuldade é argumentar e vim ver o que estava acontecendo com a sua escrita. Uma primeira mudança que sugiro é enxergar os argumentos não como "causas", mas "ideias a serem explicadas". As suas ideias. Então, o tema – bullying nas escolas – não é um consenso. Há uma divergência da qualLeia mais
Li que sua dificuldade é argumentar e vim ver o que estava acontecendo com a sua escrita.
Uma primeira mudança que sugiro é enxergar os argumentos não como “causas”, mas “ideias a serem explicadas”. As suas ideias.
Então, o tema – bullying nas escolas – não é um consenso. Há uma divergência da qual se deve extrair uma tese problematizante (qual adjetivo você atribui ao bullying nas escolas?). Digo isso porque há seres incivilizados que argumentarão que o bullying não é um problema, e aí é importante visualizar essa opinião contrária para conseguir se situar no campo argumentativo: você está argumentando porque há quem defenda um posicionamento contrário.
Pensando nesse adjetivo (o bullying é bom ou ruim?), talvez você se sinta mais no papel de apresentar argumentos, e não “causas” de um problema que, pelo menos a princípio, não é um consenso, por mais que a gente queira que seja. Numa dissertação-argumentativa, você se coloca no papel de convencer alguém.
Então, não é “tem como causas o preconceito e a falta de debates”, mas “pode ser explicado pelo preconceito e pela falta de debates”. Talvez, assim, você consiga assumir uma postura de compromisso com essa síntese argumentativa, que virá em forma de tópico frasal.
A estrutura do desenvolvimento, então, é tópico frasal + explicação do tópico frasal + aprofundamento argumentativo. Isso quer dizer que, primeiro, você apresenta a síntese da sua ideia, depois explica o que quer dizer com ela e, por fim, usa técnicas argumentativas para demonstrar a força dessa sua ideia.
No primeiro argumento, me parece que a relação entre a primeira e a segunda frase não ficou clara, já que ele prometeu argumentar que o preconceito extrapola os limites do colégio, mas, logo em seguida, apresenta um dado referente ao preconceito dentro das escolas e fica por isso mesmo, trazendo, em seguida, uma consequência que não explica os motivos de a síntese do argumento citar o “meio social”.
Além disso, vejo neste argumento uma limitação da produtividade à mera explicação de uma consequência, sem aprofundar as chamadas “causa da causa” e “consequência da consequência”. Lembre-se de que o exemplo não é, por si só, uma força. O exemplo é só um complemento facilitador do argumento, mas ele, por si só – insisto -, não é forte, arrebatador, encerrador de questionamentos, brechas, contra-argumentos que, enfim, vão pesar na nota da C3.
No que se refere ao segundo argumento, não há uma explicação do tópico frasal. Eu não consigo entender o que é o silenciamento familiar e a citação trazida no lugar da explicação piora ainda mais o meu entendimento: a família produz silêncio ou mau exemplo? Ela se omite ou contribui ativamente para o bullying nas escolas? Isso, a priori, é uma contradição que você devia explicar com mais cuidado.
Mais cuidado seria guardar a citação para o aprofundamento. Aqui no começo as suas palavras são ainda mais bem-vindas, porque é você explicando um resumo de argumento que foi traduzido em forma de tópico frasal. Após a explicação é que você será capaz de definir se a citação tem pertinência para convencer ou se será necessário o uso de outra técnica argumentativa.
Falando sobre técnicas argumentativas, há uma variedade grande o suficiente para ser combinada, caso você sinta que precisa dar mais força ao seu argumento. O aprofundamento argumentativo nasce da baixa persuasão que tem uma mera exposição de argumento (tópico frasal) e a sua explicação. Daí surgem a causa da causa e as consequências; a interdisciplinaridade (uso de conceitos de alguma matéria, como a biologia, a história, a psicologia etc.); o exemplo; a analogia; a autoridade; os dados estatísticos; a contra-argumentação; a dedução; a indução… A lista é longa, mas deu pra passar a ideia do que quis dizer sobre combinar estratégias de argumentação, né?
Espero ter oferecido um caminho para te deixar mais à vontade para argumentar e me coloco à disposição para eventuais dúvidas.
A propósito, a nota da Liliane ficou um tanto pesada; a sua nota aqui, olhando por alto, seria por volta de 800. Me atrevo a dizer que ninguém aqui do site tiraria 80 em qualquer uma das competências, exceto os que tangenciarem o tema.
See lessA falta de solidariedade
Mr.Crozma
I - 231 palavras. II - Tema Enem. III - Conectivos. IV - Proposta. I - Essa quantidade de palavras deixaria o seu texto com umas 8 linhas sobrando. Isso significa que, no mínimo, uma má impressão você estaria deixando para o seu corretor. Não me parece que você não saiba escrever, então pode ser queLeia mais
I – 231 palavras. II – Tema Enem. III – Conectivos. IV – Proposta.
I – Essa quantidade de palavras deixaria o seu texto com umas 8 linhas sobrando. Isso significa que, no mínimo, uma má impressão você estaria deixando para o seu corretor. Não me parece que você não saiba escrever, então pode ser que a folha em que esteja treinando não seja a adequada, o tamanho da letra ou da caneta está muito grande… Enfim, reveja essa questão, porque a busca pela produtividade ideal demanda umas 100 palavras a mais. Produzir mais significa fechar brechas argumentativas, cumprir as promessas da introdução, demonstrar conhecimento argumentativo. Quanto mais escrever, mais “estratégico” ele fica. Combine estratégias argumentativas, se for o caso, e explore mais as causas das suas ideias: isso tudo é exigência de C3.
II – O tma que você escolheu é um pouquinho aberto e me faz desconfiar que você não está treinando para o Enem, mas, como não falou nada, pressuponho que seja Enem e aí lhe peço que tome cuidado na hora de escolher os temas. O tema Enem traz um problema social mais concreto, mais focado. “Solidariedade” está mais para assunto, do qual puxo vários tópicos nos mais diferentes aspectos da vida em sociedade. Treinar com temas assim pode atrapalhar a sua percepção na hora da prova, te fazendo correr um risco bobo de tangenciar o tema por não se acostumar a escrever sobre um problema mais específico.
III – Outra competência em que você deve pensar quando produz a argumentação é a C4. Há diversos momentos nos quais senti falta de um operador argumentativo. qual é a relação entre a primeira e a segunda frase da introdução? A relação entre o primeiro argumento e a explicação dele é um “de fato” mesmo? Alimento estragando na geladeira é um problema da “atualidade”? Quais mais recursos argumentativos você pode me demonstrar? Uma relação de causa, cadê? Intensidade? Uma comparação? Bom, essas coisas caberiam mais se houvesse mais palavras, entende? É isso que quero dizer, que quanto mais variedade o texto demonstrar, menos risco corre de não gabaritar a C4.
IV – Precisa organizar melhor essa proposta. Você escolheu trazer duas propostas, e o melhor seria fazê-las em separado. Aqui o corretor quer organização, ele quer sair anotando: agente-ação-meio-efeito e algum detalhamento. Por isso, não hesite em montar uma estrutura bem mecânica aqui. Inventar, na proposta, é pouco inteligente.
Curiosamente ficou faltando um agente, o que é raro, e você não pode perder esse ponto de bobeira, até porque ele costuma ser o primeiro a ser pensado após o tópico frasal. É importante, também, que a estrutura da proposta venha com um tom interventivo: é importante que o Agente… O Agente deve… É interessante que o Agente… Portanto, não corra o risco de ter a sua frase lida como “declaratória”, em vez de “propositiva”.
Além disso, faltou o detalhamento, que eu sugiro estudar no manual dos corretores, página 18 da competência 5, cujo link para o pdf está aqui: http://inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos
Bons estudos!
See lessduvida se sai do tema ou não, estigmas associados a doenças mentais no Brasil(enem2020), correção com as competências pfv
João Luiz Franzon
Tirei 920 pessoal, muito obrigado quem tirou um tempo para me ajudar na correção!!! ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,Leia mais
Tirei 920 pessoal, muito obrigado quem tirou um tempo para me ajudar na correção!!!
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MEDIDAS PARA REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO NO BRASIL
Mr.Crozma
Vou tentar destrinchar um pouquinho a correção da Esterpx. De início, aponto um problema coesivo: Os conectivos que ligam os parágrafos são fundamentais. Não cogite de retirá-los. Você precisa de dois deles e, a depender de como escreve o primeiro parágrafo, aquele "em primeira análise" pode não serLeia mais
Vou tentar destrinchar um pouquinho a correção da Esterpx.
De início, aponto um problema coesivo: Os conectivos que ligam os parágrafos são fundamentais. Não cogite de retirá-los. Você precisa de dois deles e, a depender de como escreve o primeiro parágrafo, aquele “em primeira análise” pode não ser reconhecido como um conectivo que ligue estes dois parágrafos iniciais, e aí é fundamental ter um conectivo no último parágrafo, para garantir. Particularmente acho perfeita a estrutura “sob esse viés—além disso—portanto” e suas variações a estilo do candidato. Sua coesão é ótima, não perca pontos na C4, por gentileza.
O D1 traz uma estratégia argumentativa que não convence. A existência de escolhas não me diz de que forma ela se relaciona com as consequências. Continua um vácuo que seria preenchido melhor com a estratégia de exemplos, e não faltam exemplos famosos para este tema: Edmundo, o filho do Eike Batista… Lista longa. Não necessariamente as estratégias de argumentação precisam se excluir: você misturá-las de forma a fechar o argumento, só precisa ter habilidade e ser sucinta.
O D2 também apresentou dificuldades em estabelecer uma relação mais proveitosa entre o tópico frasal e os argumentos: por que os agentes de trânsito têm culpa na embriaguez? Agente de trânsito não é competente para fiscalizar boates, bares e semelhantes. Tome todas as precauções argumentativas se quiser amarrar bem os seus argumentos. Significa: explorar causas e consequências ao máximo que couber e fizer sentido nas linhas que tem.
A conclusão precisa ser melhor organizada, a começar pela ausência de tópico frasal. Ora, esse tópico serve à retomada da tese, que é função do parágrafo conclusivo. Escrever a proposta diretamente é falha de projeto textual.
Seguindo, lembre-se da possibilidade de usar pronomes demonstrativos, principalmente na conclusão, se não quiser escrever a frase dos 05 elementos sem pausar.
Por fim, lembro-te da importância de fazer um detalhamento bem bonitinho, isto é, estudar as formas de detalhamento da página 18 do manual dos corretores, observando não apenas as possibilidades, mas também a estrutura que eles grifam para identificar a estratégia de detalhamento. Promete que vai ler? Procura ali o manual 5.
http://inep.gov.br/web/guest/enem-outros-documentos
Bom, agora é a hora da norma culta:
Na obra cinematográfica “Velozes e Furiosos” (1)é retratado(2) uma vivência em que as ruas tornam-se pistas de corrida, e a precaução com acidentes não é tão necessária. Entretanto, diferentemente dos filmes, quando tais situações ocorrem na realidade, muitas vezes por imprudências dos motoristas, causam acidentes desastrosos. À frente de tal problemática, nota-se(3)as irresponsabilidades dos automobilistas(4) juntamente com um déficit nos serviços de segurança pública(5) acarretando na(6) ocorrência de acidentes no trânsito do Brasil.
1 – Ponha vírgula na locução adverbial (circunstância) de lugar com mais de 03 palavras;
2 – A vivência é retratadA;
3 – As irresponsabilidades são notadas: notam-se;
4 e 5 – Vírgula: “juntamente” e “aliado” são usados como substitutos do “e” pela destaque que dão ao segundo elemento, e aí pedem vírgulas e o verbo que a eles se refere fica no singular;
6 – Tomar cuidado com verbos, como o “acarretar”, que são contraintuitivos, cuja regência vocês erram de bobeira.
Em primeira análise, cabe ressaltar que os motoristas são os principais responsáveis pelos acidentes de trânsito. Nessa perspectiva, nota-se que o ato de estar acima da velocidade permitida,(1) é de única responsabilidade do condutor do veículo, pois (2)segundo Jean Paul Sartre(3) estamos condenados ao livre arbítrio e a arcar com as consequências, que muitas vezes resultam em batidas entre automóveis, podendo levar pessoas a óbito.
1 – Vírgula é exceção e, por isso, precisa ser justificada. Qual é a justificativa para separar o verbo do sujeito aqui?
2 e 3 – Circunstâncias pedem destaque, principalmente as longas.
Em segunda análise, é possível alegar que a ineficiência dos serviços de segurança pública contribuem para tal problemática. Dessa forma, a notícia publicada pelo site Estadão reiterando que grande parte dos acidentes de trânsito acontecem devido a(1) embreaguez(2) dos motoristas,(3) é(4) em parte causada pela má execução dos serviços de agentes de trânsito. Logo, são ocasionados acidentes envolvendo não somente pessoas, mas também animais, além da deterioração do meio urbano, o que contribuí(5) para futuros acidentes.
1 – Crase;
2 – Nunca erre a ortografia de palavras que pode achar nos textos de apoio! Aqui é a embr i aguez mesmo;
3 – Nova vírgula sem muitas explicações: não era pra ser um “e” aqui, não?
4 – Como assim “é”?! Grande parte… acontecem e grande parte… SÃO. Questão de simetria;
5 – Erro de digitação/distração também é punido. Cuidado.
Visando(1) minimizar a violência no trânsito no Brasil, cabe a(2) Cettrans(3) (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) contratar mais profissionais para atuar como agentes de trânsito, por meio da abertura de um concurso público (4)juntamente com auxílio de verbas do governo federal(5) para realizar o pagamento de novos trabalhadores.(6) Afim(7) de que aja(8) mais servidores nas ruas, evitando acidentes envolvendo embreaguez(9). Ademais, as instituições de ensino(10) paralelamente com meios midiáticos(11) devem realizar palestras evidenciando os riscos da alta velocidade no trânsito. Sendo assim, haverá a diminuição de acidentes de trânsito(12) e a vivência de “Velozes e Furiosos” ocorrerá apenas nos filmes.
1 – “Visar” é outro contraintuitivo: verbo transitivo indireto aqui;
2 – Crase;
3 – Dispensasse a sigla e escrevesse direto o nome da companhia, ora; aliás, onde nos argumentos você me antecipa que falaria sobre ela na proposta, de alguma forma? O Enem não gosta de surpresas, mas isso é papo de coerência;
4 e 5 – Mesmo caso de vírgulas do “aliado…”;
6 – Ponto final indevido. Esta frase existe por si só? você consegue entrar no elevador e dar bom dia a um estranho citando essa frase? Lembre-se da dica dos pronomes demonstrativos;
7 – Afim junto é afinidade; se precisar driblar a própria mente, escreva: com a finalidade de;
8 – Aja é conjugação de agir; haja é conjugação do haver;
9 – Embriaguez de novo;
10 e 11 – As vírgulas dos aliados, dos juntamente…;
12 – O Enem não desconta este erro, mas não custa, porque você provou lá na primeira frase que conhece a vírgula antes do “e”. Mudou de sujeito, vírgula.
See lessA questão da fome no brasil e seus fatores motivadores
Mr.Crozma
Muito bem escrita. Procure diversificar os recursos coesivos (nesse sentido, nesse viés, sob essa ótica, afinal, além dos gerúndios): todos eles apresentam uma relação de continuidade que não indica a melhor relação de sentido entre as frases – é uma explicação, uma consequência, uma comparação? EssLeia mais
Muito bem escrita.
Procure diversificar os recursos coesivos (nesse sentido, nesse viés, sob essa ótica, afinal, além dos gerúndios): todos eles apresentam uma relação de continuidade que não indica a melhor relação de sentido entre as frases – é uma explicação, uma consequência, uma comparação? Esse conectivos ajudam a ilustrar qual estratégia argumentativa você está adotando, e uma eventual falha nesse sentido por causa de conectivos genéricos pode te fazer perder ponto bobo na C4. Habitue-se a ser o mais específico possível.
Tirando isso, sinto que deve se empenhar em reduzir os poucos erros de norma culta que comete e não serão percebidos pela maioria dos colegas aqui:
A Constituição Federal, documento que implica em(1) direitos e deveres, assegura a todos os brasileiros(2) assistência quando estiverem desamparados. Entretanto, essa garantia não é efetivada na prática, visto que(3) parcela da população não usufrui de condições dignas de alimentação, enfrentando a fome no contexto atual, o que é negativo para a sociedade civil caracterizada pela concentração de renda. Dessa forma, é preciso analisar o acúmulo de riquezas e a negligência governamental para mitigar o problema.
1 – Implicar é vtd aqui;
2 – Escreva sempre os artigos do substantivo. Eles ajudam na coesão textual e, por conseguinte, na leitura;
3 – Idem.
Em primeira análise, o processo histórico de divisão de terras motivou esse fenômeno. Acerca disso, é válido compreender a separação de terras feitas no Brasil Colônia, o(1) qual foram divididas 15(2) capitanias para 12(3) pessoas. Nesse viés, esse(4) processo negativo e arcaico resultou na concentração de renda que o país tem hoje, no(5) qual poucos indivíduos detém grande parte da riqueza produzida, apresentando-se como um grande obstáculo para superar a fome que acomete parcela da população. Afinal, enquanto essa conjuntura nociva permanecer nos dias de hoje (6)a fome persistirá.
1 – Problema de concordância grave aqui: refere-se a terras, né?
2 e 3 – Números pequenos costumam ser escritos por extenso (nem sei se tirariam pontos, mas… quinze e doze);
4 – Eco. Nesse e esse. Evite, pelo menos quando estiverem próximos;
5 – Outro erro de concordância: refere-se a concentração de rendas, e talvez o “em” não seja a melhor preposição aqui. Tenha cuidado com estas substituições irrefletidas, elas atrapalham a coesão;
6 – Faltou vírgula. É oração adverbial.
Além disso, a inobservância Estatal agrava o impasse. Sob essa ótica, o escritor Gilberto Dimenstein definiu como “Cidadania de Papel” a inefetividade das leis na prática, sendo apenas garantida na teoria. Nesse sentindo(1), embora a Carta Magna assegure a assistência aos desamparados (2)alguns brasileiros não conseguem se alimentar por carência de recursos financeiros, não obtendo nenhuma forma de ajuda através das políticas públicas por falta de conhecimento de cadastramento nesses programas governamentais. É, portanto, inaceitável o Brasil ser uma potência agrícola e não ter alcançado o bem estar(3) do seu povo.
1 – Erro de digitação/escrita não é tolerado, especialmente em quem briga pelo mil;
2 – Mais um caso de vírgula em oração adverbial;
3 – Hífen. Vai perder ponto bobo, hein!
Logo, é necessário atenuar o problema. Para isso, o Estado, responsável por executar as premissas constitucionais, deve criar um órgão de cadastramento de informações complementares abrangendo todos os cidadãos, com referências à renda, (1)condições de habitações e (2)uso de recursos humanos,(3) a exemplo(4) recenseadores para coletar informação dos indivíduos sem a documentação regular para o exercício da cidadania, através de verbas para políticas públicas, a fim de de(5) minimizar o problema da fome. Espera-se, com isso, a superação desse impasse e a erradicação da Cidadania de Papel denunciada por Dimenstein.
1 e 2 – Simetria na preposição e no artigo: a a renda, a as condições e a o uso;
3 – Aqui cabia uma pausa maior, quem sabe um ponto-e-vírgula;
4 – E precisava da pausa maior, incluindo ponto final, porque aqui era bom o dois-pontos;
5 – Repetir palavras é um erro fatal. Você não quer cometer esse erro aqui de jeito nenhum se quiser tirar 200 na C1.
Corrija essas bobeiras e você estará na briga pelo mil.
See lessCyberbullying
Mr.Crozma
Vocês têm que fazer um filtro do que presta e do que não presta para o tema de vocês das redações nas quais se espelham. Pense que cada uma dessas redações nota mil veio de um colégio excelente, que permite ao aluno reflexões múltiplas e, com isso, ele vai conseguir aplicar autores com muita proprieLeia mais
Vocês têm que fazer um filtro do que presta e do que não presta para o tema de vocês das redações nas quais se espelham. Pense que cada uma dessas redações nota mil veio de um colégio excelente, que permite ao aluno reflexões múltiplas e, com isso, ele vai conseguir aplicar autores com muita propriedade para aquele tema específico do Enem.
Frase sobre alienação e vigilância aplicava-se perfeitamente ao tema que o Felpi trabalhou em 2018. Não é o mesmo caso de cyberbullying. E se for para escrever com as suas palavras, se baseando em texto de apoio, é melhor isso do que colocar autores que fogem do tema e vão, no mínimo, criar mau humor no corretor, que sabe de onde vêm essas construções randômicas. No fim das contas, basear-se em texto de apoio e citar um autor nada a ver dão os mesmos 120 pontos na C2. O problema de citar autor nada a ver – e, pior: desenvolvê-lo – é correr o risco de tangenciar o tema. O uso aleatório de trechos copiados de redações nota mil deve ser o último dos últimos recursos do qual você deve se socorrer.
Tangência ao tema é uma coisa que o corretor enem adora: 40 pontos em C2, C3 e C5. E seria uma pena, porque no terceiro parágrafo você demonstrou saber escrever.
See lessO fanatismo como forma de retrocesso (MODELO FUVEST,NOTAS PFVR)
Mr.Crozma
Vamos lá, Anne. Escolhi essa, mas analisei superficialmente todas as suas redações e constatei um dado assustador: você está reduzindo o número de palavras. A título de curiosidade, a sua primeira redação tem 216 palavras; a última tem 150! Considerando que a média de palavras por linha nos cadernosLeia mais
Vamos lá, Anne. Escolhi essa, mas analisei superficialmente todas as suas redações e constatei um dado assustador: você está reduzindo o número de palavras.
A título de curiosidade, a sua primeira redação tem 216 palavras; a última tem 150! Considerando que a média de palavras por linha nos cadernos de todos é de 11 palavras por linha, a última redação ocuparia menos da metade do espaço da folha de prova.
Eu tenho a desconfiança de que você possa estar se intimidando com as correções que recebe na parte de norma culta, operando num “na dúvida, não escreve”. O problema é que você tem obrigações paragrafais a cumprir.
Um outro problema que poderia explicar essa queda é a sua alta produtividade de textos. Você pode estar cansando: foram 10 redações em 18 dias! Sabe por que isso é um problema? Porque, no começo dos estudos, o ideal é entender a estrutura da dissertação-argumentativa, de preferência dissertando sobre temas fáceis – reescrevendo, se for necessário –, porque a sua preocupação no começo não pode ser com o conteúdo ou com a pesquisa de informações sobre o tema, mas justamente com as funções de cada parágrafo.
Não é fácil argumentar, ainda mais numa prova, sem consulta, com nervosismo… Então, duas sugestões:
i) não ter vergonha de errar. Não é possível aprender sem expôr todas as suas fraquezas. Quanto mais você erra, mais pode aprender.
ii) dedicar as suas leituras ao estudo da matéria Redação. É descobrir quais são as funções da introdução, qual é a estrutura esperada no desenvolvimento, quais são as estratégias conclusivas possíveis, o que significa argumentar.
Farei uma exposição bem básica das funções e estratégias.
A) Introdução
Aqui é uma parte em que você manda bem e costuma, inclusive, colocar mais palavras do que no D1. Aparentemente entendeu a estrutura, apesar de eu não ter visto tão bem assim neste tema do fanatismo:
i) apresentação/contextualização do tema
– o que é o problema proposto pela frase-tema?
– de onde ele vem?
– desde quando ele acontece?
Há técnicas de apresentação de tema, são algumas delas:
– base histórica
– dados estatísticos
– questionamentos
– tradicional
– definição
– flashes
– citação
– situação concreta
Você parece estar variando entre elas, e espero que defina a de sua preferência, para que se especialize. Eu não recomendo apostar em técnicas que são de difícil memorização, como a técnica dos dados. Se você faz consultas na internet, está se enganando. Se copia textos motivadores, cada banca pune do seu jeito.
ii) tese/ponto de vista
– explícita (única possível no enem, por causa da proposta de intervenção)
– implícita
– suspensa
Essa é a linha de pensamento que guia os seus argumentos. É para onde você olha quando não sabe mais o que escrever. É para onde o corretor olha quando sente que você está se perdendo. É a cabine de comando.
Se não estou enganado, a sua intenção com este texto aqui foi suspender a tese, para, só no final, expô-la, o que foi bem legal de ler.
iii) fios soltos/encaminhamentos/spoilers
Se texto vem de têxtil, eu não abro mão de chamar de fio solto, que será puxado pelo desenvolvimento, mas que chamem do que quiserem: ele tem um ar de suspense que, pra mim, cabe em qualquer estilo de prova, e aí faltaram tanto aqui neste texto quanto no texto mais recentemente publicado. A ideia é demonstrar planejamento. Você já fez fios soltos em algumas ocasiões. Reputo a demonstração do caminho, para evitar a leitura do inesperado, obrigatória.
B) Argumentação
Aqui é onde mais você tem potencial para evoluir. Não raro seus textos iniciam o primeiro argumento com um “desse modo”, como se o argumento fosse uma conclusão natural do seu posicionamento, e aí você corre o risco de encaminhar um desenvolvimento expositivo, porque o argumento não é uma conclusão do seu ponto de vista. Seu ponto de vista não é um fato do qual se possa extrair uma conclusão. O argumento é uma ideia de convencimento.
Cada parágrafo argumentativo divide-se em:
i) tópico frasal
– frase curta, direta e objetiva que explica o seu posicionamento
– argumento-em-si
– é o que dá base ao suspense dos fios soltos
ii) explicação do tópico frasal
Já que nenhum argumento explica-se por si só. Recomendo trabalhar essa segunda frase do desenvolvimento com um “isso (acontece) porque”, para indicar ao corretor que você sabe o que está fazendo. É essa a função dos operadores argumentativos.
iii) aprofundamento argumentativo
– causas e consequências
– dedução
– indução
– contra-argumentação
– exemplificação
– analogia
– citação de autoridade
– prova concreta
– dados estatísticos
– interdisciplinaridade
Recomendo, na sobra de espaços para o desenvolvimento, combinar as estratégias argumentativas; e, novamente, o recado dado lá no começo: não estude focando em estratégias de difícil aplicação numa prova. Você deve se preparar para um tema sobre o qual não tenha nenhum conhecimento específico, e é por isso que é um problema estudar fazendo consultas.
C) Conclusão
No Enem é óbvia, na fuvest você já aparenta ter estratégia.
i) retomada/apresentação de tese
ii) estratégias conclusivas para manter o leitor interessado
– proposta de intervenção
– referência cultural
– metáfora
– ressalva
– reflexiva
– ironia
D) Comentários finais
Eu fiz toda essa exposição para dizer que não entendi muito bem quais são as estratégias em que você está se especializando.
O maior problema nesta redação aqui é sair atropelando com informações, sem nem explicar o que é o problema do fanatismo, como se o leitor tivesse obrigação de entender o que está acontecendo. Calma aí, apresenta o tema: é sobre eleições, linchamentos, políticas de extermínio, pessoas atravessando a rua porque um idiota decidiu avançar o sinal fechado (odeio isso)? Por que ele é relevante de se falar agora? Onde ele ocorre? Como ele ocorre?
Essas são algumas questões que você deve responder, porque você deve imaginar que a sua redação está sendo lida por alguém que achou o seu papel no chão de um parque público e sentou na cadeira pra ler. Você não quer assustar o seu leitor com um tiroteio de informações, até mesmo para evitar distorções: então o ser humano não deve trabalhar em grupo porque fica burro e fanatizado? Trabalho em grupo no colégio é tentativa de emburrecer os alunos? Ou então, a razão é a solução dos problemas da humanidade enquanto grupo? Goya, Goya.
Outro ponto que precisa melhorar é o uso de operadores argumentativos. Eles aparecem principalmente no desenvolvimento, então não podem os parágrafos argumentativos serem pequenos. Você precisa produzir mais, nem que pra isso tenha que usar mais de uma estratégia argumentativa. E aí é importante seguir a fórmula Tópico Frasal + Explicação + Aprofundamento, porque é assim que você aquece o leitor para o que vai vir.
Além disso, é complicado iniciar um parágrafo argumentativo já com uma citação de autoridade, simplesmente porque o texto dissertativo pede autoria, pede a sua marca, e você não deve deixar o leitor pensar que o seu texto é mera exposição da ideia de alguém. Ao contrário, você deve expor a sua marca e fazer o leitor pensar que é a autoridade que está concordando com você, que é a sua força argumentativa que se impõe; do contrário, correrá grandes riscos de ser lida como expositiva.
Por fim, eu teria alguns pontos da norma culta a consertar, mas como desconfio de alguma relação entre isso e a sua redução de produtividade, fico aberto a pedidos nesse sentido pela caixa de mensagens.
A qualidade das informações que você traz no texto está contrastando com a norma culta. Faça muitos exercícios de português. Você gosta de escrever e não pode se intimidar com o desconhecimento. E não deixe de treinar nas condições da prova, com tema surpresa, cronômetro e solidão.
Bom, acho que era isso. Tentei trazer informações que compatibilizassem os seus dois propósitos, com uma preocupação com uma produtividade que me parece ser comum a ambas as provas.
Abraço!
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Mr.Crozma
Salve, Dio! Eu lhe propus um passeio pelas Competências para que você possa entender como as notas funcionam, seja para auxiliar os colegas, seja para ajudar a si próprio na hora da prova. A Competência 01 é a mais difícil de gabaritar. Ela divide-se em dois tipos de análises: a dos desvios e a dasLeia mais
Salve, Dio! Eu lhe propus um passeio pelas Competências para que você possa entender como as notas funcionam, seja para auxiliar os colegas, seja para ajudar a si próprio na hora da prova.
A Competência 01 é a mais difícil de gabaritar. Ela divide-se em dois tipos de análises: a dos desvios e a das falhas estruturais. Quanto a estas, você pode ficar tranquilo, pois são falhas que travam a leitura (frase que não termina na hora certa, frase que termina cedo demais e repetição ou omissão indevida de palavra). Quanto àquelas, porém, já faço uma ressalva sobre a excelente correção da Rosa: a informalidade conta como desvio de escolha de registro (página 43). Erre uma pontuação ou outra e está aí a impossibilidade de ganhar 200 pontos na C1, que só permite até 02 desvios. Sua nota aqui, então, é 160 (poucos erros, principalmente considerando as 409 palavras do texto, que são contadas proporcionalmente) Talvez não valha a pena grilar com isso, mas, quanto mais palavras escrever, mais chances de o corretor encontrar erros aqui.
A Competência 2 é uma das mais tranquilas. Ela receberá 40 se houver tangência ao tema – assim como as Competências 3 e 5 –; 80 se houver cópia integral dos textos de apoio; 120 se o candidato apenas mudar algumas palavras dos textos de apoio, escrever inverdades (falta de respaldo, legitimidade) ou trouxer informações que nem tocam numa das palavras da frase-tema; sua missão para o 200 é trazer um repertório original, conectado ao tema e que traga alguma contribuição concreta para o teu argumento. Se faltar produtividade, ganha 160. Completo, 200. Bem tranquilo.
A Competência 3 toca nas questões que a Rosa mais gosta de explorar. Trata-se da coerência, das ideias fechadas, da sensação de que o seu texto é incontestável. Quem gabarita essa Competência não deixa perguntas importantes do seu projeto de texto sem respostas.
Quando leio que há um problema constitucional na atuação dos políticos (Argumento 01), eu vou querer entender qual é a relação entre ambos, mas isso foi esquecido com a citação. Há uma certa pressa aí. Primeiro o tópico frasal; depois a explicação do tópico frasal; e aí você pode aprofundar com as técnicas que domina. Do contrário, grandes chances de se perder.
Da mesma forma, a questão da passividade/ignorância cidadã (Argumento 02): de onde vem essa sua percepção? O que explicaria tal acontecimento? Não é a citação que explica o seu argumento em si, mas apenas o contextualiza – justifica o “destaque”, e não a ignorância/passividade. É possível dizer, até, que esse segundo argumento é problemático, já que vemos a população participando cada vez mais da política nas redes, contribuindo com informações para CPI! Posicionando-se contra ou a favor de uma Copa América…
Enfim, dá pra discutir esse argumento aí, e isso é um problema de C3. Outro problema de C3 é quando a proposta não é antecipada de uma forma mais clara. Em que momento foi apontado que o problema da não transformação pelo voto é a falta de educação? É importante saber o que vai propor como intervenção antes de expôr os seus argumentos.
Bom, tudo isso (somando, aqui, os pertinentes apontamentos da Rosa) é o que separa o 160 do 200 nessa competência. O 160, porém, é certo que você conquistará. Basta desenvolver a maior parte das informações. Ou seja, ponha a informação e demonstre a importância dela para o seu argumento.
A Competência 4 é outra que você tem a obrigação de gabaritar. Os requisitos são simples. Há uma diferença entre recursos coesivos (gênero) e operadores argumentativos (espécie). Isso é importante para não sair por aí falando que o texto de alguém não tem conectivos, pois o uso de sinônimos é técnica coesiva, assim como conjunções, artigos – eu vejo que você come alguns artigos, e o ideal é não comê-los, ok? –, pronomes, entre outros. Operadores argumentativos, porém, são os clássicos da página 14. São chamados assim porque atribuem sentidos aos termos que ligam, e isso é importante numa dissertação-argumentativa. É a sua marca. Recomendo ler a página 19 a respeito dos requisitos para cada nota e chamo a sua atenção para a repetição de palavras que ocorreu no parágrafo 3º, mas lembrando que não há uma vigilância excessiva quando o texto está fluido (página 6), então o único cuidado que eu realmente espero de você é na hora de atribuir o sentido correto à frase ligada pelo operador argumentativo.
Por fim, a conhecida de todos, Competencia 05: os 05 elementos da Proposta. Peço que se atente à página 18, em que eles trazem vários exemplos de identificação do detalhamento e perceba que eles sempre negritam uma frase com um operador (afinal, a exemplo, na condição de, uma vez que, como…); então vou te pedir pra organizar melhor essa parte porque o corretor vai ler em 3-10 minutos, ele quer que você o ajude. Essa é uma dica simples que está faltando pra muita gente aqui e vai tirar 40 pontos delas por puro desconhecimento daquele manual, o que é triste. Corretor bonzinho faz um esforço nessa parte, e é o que o próprio manual recomenda, mas nem todos devem ter essa paciência de decifrar os sentidos que o candidato não deu ao elemento.
Bom, com tudo isso, é tranquilo afirmar que o texto acima tiraria 920, pecando em C1 e C3, que são os grandes desafios de um enem que tem um monte de gente já tirando 900, a ponto de virar top trending no twitter. Enfim, foi apenas um passeio, até porque os manuais já são bem didáticos se você quiser aprofundar a tua ajuda aos colegas, mas vejo que a tua meta é olhar sempre pro 200 quando pegar aqueles materiais.
Abraço, xará! Eu sou Dio num joguinho aí haha
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