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O sucateamento das universidades públicas

O sucateamento das universidades públicas

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Coloque-se no lugar de um estudante do Ensino Médio que, depois de ler as notícias abaixo, decide escrever um comentário no seu Facebook, apresentando o seu ponto de vista sobre a atual situação das universidades públicas.

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Texto 1 

Algumas das mais importantes instituições de ensino do País atravessam a maior crise financeira de sua história. Para pagar os salários dos funcionários, contratos, contas de luz e telefone, a Universidade de São Paulo (USP) gasta cerca de R$ 90 milhões a mais do que recebe do Estado por mês. Nesse ritmo, estima-se que até o final do ano será gasto mais de R$ 1 bilhão acima da receita. O aumento das despesas pode ser explicado, em parte, pela incorporação de novos campi e novas contratações. De 2010 a 2013, por exemplo, foram admitidos mais de 2.400 servidores técnicos e 395 docentes. Hoje a conta não fecha e a universidade destina 105,33% de seu orçamento para o salário dos funcionários. O cenário de altas despesas não é diferente em outras instituições. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) emprega 95% de sua receita com a equipe e a Universidade de Campinas (Unicamp) compromete 97% da folha de pagamento com servidores e docentes. “Se continuarmos sem investimentos e a administração se mantiver intransigente, em dois ou três anos vamos assistir a avaliações negativas do Ministério da Educação em instituições que eram centros de referência internacionais”, afirma Tamara Naiz, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos. (Disponível em https://istoe.com.br/377868_O+COLAPSO+DA+UNIVERSIDADE+PUBLICA/)

 

Texto 2

(…)Ao acessar o site “Uerj Viva”, a primeira impressão é de que o portal se dedica à arrecadação de dinheiro para a Universidade, já que logo de início encontra-se a descrição: “Financie sua mobilização”. No entanto, a iniciativa pretende conscientizar a população sobre a dimensão da crise financeira da universidade.

A “vaquinha” não recebe contribuições, e mostra que, para manter a faculdade funcionando, seria preciso 10 mil doadores bancando R$ 9 mil por mês. A ideia é reforçar que mesmo com ajuda voluntária, a Uerj não conseguiria sair da crise. O portal incentiva as mobilizações em defesa da instituição, e pede para que haja uma pressão ao governo, para que este tome providências. 

“Algumas pessoas pensam que é só juntar dinheiro e resolver o problema. Esse tipo de ação voluntária não funciona não só para a Uerj, como para diversas universidade do mundo. Mesmo os sistemas norte-americanos recebem financiamento do estado. A proposta do site é mostrar a dimensão do problema. A Uerj tem hoje 66 anos. Imagina quantas pessoas ela já formou? Qual o tamanho do impacto social que ela tem?”, questiona o professor de Letras da Uerj, à frente do movimento Uerj Resiste, René Forster. 

O déficit nas contas da instituição é preocupante. O orçamento da universidade em 2016 previa gastos de 1,1 bilhão de reais, mas 35% desse valor não foi repassado e agora a dívida está em R$ 360 milhões, o que envolve fornecedores, custeio, manutenção, limpeza, servidores e bolsistas. Só em pessoal, estão pendentes pagamentos na ordem de R$ 212,4 milhões, que representam 18,9% do orçamento total.

Os servidores não receberam o salário de dezembro nem o 13º, o refeitório universitário foi fechado com uma dívida de R$ 2 milhões referente a oito meses, e as bolsas de R$ 400 para os 9 mil alunos de baixa renda foram cortadas. Os 65 programas de pesquisa sediados na instituição não viram nada dos R$ 32 milhões que deveriam ter sido repassados no último ano. Nos campi da universidade, as condições são péssimas: a falta de higiene, coleta de lixo e vigilância, entre outros, geram ambientes sujos, acúmulo de lixo e insegurança. Sem recursos, a Uerj também sofre com redução de leitos no Hospital Pedro Ernesto (Hupe). Dos mais de 500 leitos, apenas 92 estão disponíveis para pacientes, o que tem prejudicado aulas práticas e o atendimento à comunidade.

“Além da violência contra a atividade de ensino e pesquisa, tem também um desprezo para com as famílias, para com o cidadão que é usuário desse serviço. O Hospital Pedro Ernesto oferece procedimentos que só ele realiza. Isso significa que, no Rio, essas pessoas que dependem desses procedimentos podem morrer. A insensibilidade do governo não é só com estudantes e técnicos, é com a população diretamente”, enfatizou a professora.  

Além das dívidas a saldar, o segundo semestre letivo de 2016 não aconteceu por conta da crise e de uma extensa greve. O reinício das aulas, que foi adiado pela terceira vez nesta sexta-feira (27), está previsto para o próximo dia 6 de fevereiro, mas sem garantia. A reitoria afirma que o custeio mínimo mensal da Uerj para que as atividades funcionem precariamente, sem incluir o Hupe, é de R$ 15 milhões por mês.

“Eu nunca tinha visto um governo desrespeitar de uma maneira tão solene uma instituição desse porte, sem abertura nenhuma para o diálogo. Como o ciclo da economia do estado do Rio não é estável, o governo é obrigado a implantar medidas mais duras de ajustes fiscais e, no entendimento equivocado dele, a universidade não está no hall de prioridades. Não fomos nós que produzimos essa crise. Pelo contrário, nós prestamos o nosso trabalho com excelência, para hoje recebermos isso em troca”, frisou Tatiane.  (Disponível em http://www.jb.com.br/rio/noticias/2017/01/28/uerj-de-referencia-ao-sucateamento/)

 

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