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Argumentos a favor e contra o adiamento do Enem

Argumentos a favor e contra o adiamento do Enem

Texto 1

(Disponível em https://www.facebook.com/lezio.junior?__cft__[0]=AZVajjw_umIaTIq2C_2IHMUZ36V0APjGTPQNEhpDhR05B2nrwgFz23v82GgBw40iG_yc6-9ECzwomCJ1vR_q4-Z8fTNgKqGVho843zf-8t_VyQ&__tn__=-UC%2CP-R. Disponível em 18 mai 2020)

 

Texto 2

Atualmente, escolas e universidades estão fechadas em 186 países, afetando 74% de todos os estudantes do mundo, o que representa 1,3 bilhão de pessoas, segundo dados da Unesco, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) voltada para a educação. Como não existe vacina ou remédios para a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, o isolamento social é a única forma de evitar o colapso dos sistemas de saúde. O Brasil tem seguido essa orientação, defendida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Uma decisão liminar da Justiça Federal de São Paulo, de 17 de abril, determinou o adiamento da prova por causa da pandemia. Segundo a juíza Marisa Claudia Gonçalves Cucio, “é evidente que os alunos de escola pública estão privados de aulas e acesso às suas escolas, locais onde a informação é compartilhada”. Na decisão, ela diz ainda não ser possível afirmar que mesmo as escolas particulares estariam “disponibilizando aulas por vídeo ou atividades similares”. Na terça-feira (28), o Tribunal Regional Federal da 3ª Região derrubou a decisão e afirmou que o calendário não deve ser alterado. Ainda cabe recurso.

Em 18 de abril, Weintraub afirmou em suas redes sociais que o Brasil não podia parar. Segundo ele, o Enem será, sim, realizado. Em 20 de abril, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação divulgou uma carta criticando a falta de apoio do MEC aos estados e defendendo o adiamento do exame para evitar prejuízo, especialmente para os alunos mais pobres.

O Conselho Nacional de Educação também defendeu, em parecer divulgado na terça-feira (28), que os cronogramas de provas como o Enem considerem as interrupções nas aulas definidas pelas redes de ensino.

O efeito nas redes pública e privada

A paralisação das aulas não afeta de forma igual os estudantes brasileiros, embora o ministro diga o contrário. Para Weintraub, as dificuldades de acesso à internet não interferem em nada na realização da prova, pois o quadro hoje é igual ao observado dois ou três anos atrás, sendo que as inscrições sempre foram feitas pela internet.

Os dados revelam outra realidade. A mais recente pesquisa realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação em domicílios brasileiros mostrou que, em 2018, apenas 9% das famílias das classes D e E possuíam computador em casa. Na classe A, o número é de 98%.

Em relação aos telefones celulares que permitem acesso à internet, apenas 40% das classes D e E estavam conectadas, enquanto o percentual era de 99% na classe A. No ensino médio, 80% de todos os alunos vêm da rede pública, que concentra as faixas mais pobres da população. O número equivale a 16 milhões de jovens.

Os estados têm tentado minimizar o impacto da paralisação. O governo de São Paulo, por exemplo, iniciou na segunda-feira (27) um programa de ensino remoto direcionado aos 3,5 milhões de alunos da rede pública estadual. Eles assistem às aulas por um aplicativo e por dois canais abertos de TV.

Além de ter apresentado problemas no acesso do material, a iniciativa recebeu críticas por disponibilizar conteúdos padronizados que desconsideram as diferentes trajetórias escolares e contextos socioeconômicos dos alunos.

Enquanto isso, muitas escolas privadas estão realizando aulas com transmissão ao vivo para os alunos e mantêm plataformas on-line que permitem interação entre os alunos.

Uma análise sobre o adiamento do Enem

Para discutir o impacto do isolamento social no ensino médio e na realização do Enem, o Nexo conversou com Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional.

Qual o impacto do isolamento social para os estudantes que vão fazer o Enem?

OCIMAR ALAVARSE – Não tenho como dimensionar com toda precisão necessária e desejável os efeitos da pandemia, inclusive porque ela está em curso. Mas, para esboçar uma resposta, eu começaria destacando uma questão: o que é o Enem? Apesar do seu nome, é um processo de medição de competências, de capacidades, em quatro áreas e em redação. De onde vêm essas competências que são medidas no Enem? De duas fontes principalmente: do estudo e do ensino. Eles podem se combinar, mas são coisas distintas. A pandemia está comprometendo o processo de estudo, porque o estudo implica inclusive condições em que as pessoas possam estudar, e o ensino, porque, em muitos lugares, as aulas estão suspensas. À primeira vista, poderia parecer que está afetando todo mundo, portanto, em qualquer momento que fosse realizado o Enem, não haveria diferenças. No entanto, nós temos informações, e ainda que não tenha toda a extensão disso, de que alguns alunos estão podendo estudar, ainda que de forma remota. Alguns estão tendo ensino e outros não. A medida mais acertada é prorrogar a realização do Enem. (Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/04/28/Os-efeitos-da-pandemia-no-ensino-m%C3%A9dio-e-na-realiza%C3%A7%C3%A3o-do-Enem. Acesso em 18 mai 2020)

 

Texto 3

Entrevista com o presidente do INEP Alexandre Lopes realizado pela UOL:

UOL – Estamos com as aulas suspensas em todo o país — em alguns lugares, inclusive, há mais de um mês. Até o momento, não existe nenhuma perspectiva de quando as aulas presenciais voltarão a acontecer. O Inep vai manter o calendário do Enem?

Alexandre Lopes – O mais importante para nós, neste momento, é cumprir as etapas necessárias para que a gente tenha o Enem. O objetivo do Inep, do MEC, é que tenha o Enem. Para isso, a gente tem que cumprir várias etapas. Temos que publicar o edital. Nós encerramos agora a etapa do pedido de gratuidades, temos que fazer as inscrições. Depois das inscrições a gente faz o ensalamento, a gente manda para a gráfica para poder imprimir e distribuir as provas. Esse é um trabalho complexo, que demora muito tempo, envolve várias pessoas. O importante é ir preparando o terreno para que a gente tenha a prova, porque eu não consigo fazer o Enem começando [o processo] apenas quando as aulas voltarem. A gente não consegue fazer o Enem se isso acontecer.

UOL – O MEC e o Inep não cogitam nem uma mudança de data, possivelmente, mais para a frente, a depender do tempo que a gente permaneça nessa situação de quarentena?

Alexandre Lopes – O ministro, inclusive, já publicou no seu Twitter que está atento à situação, e se for necessário ele altera as datas. Mas, por enquanto, as datas estão mantidas.

(…)

UOL – O senhor mencionou uma fala do ministro de que nenhum aluno vai ser prejudicado. Mas muitos educadores e inclusive os secretários de educação demonstram receio com a manutenção da data do Enem, porque isso poderia de alguma forma prejudicar os alunos mais pobres. O Inep não tem receio de que isso aconteça?

Alexandre Lopes – O nosso papel é a garantir a prova, uma prova de qualidade. Vários sistemas de cotas das universidades utilizam o Enem como um instrumento de acesso. Se não tiver o Enem, aí sim esses alunos serão prejudicados. Se não tiver o Enem, como o aluno da escola pública vai fazer para ter acesso a política de cotas da universidade pública? O maior prejuízo para a sociedade é não ter essa política pública que é o Enem. As pessoas também subestimam o brasileiro, o aluno.

Quando várias pessoas, vários especialistas disseram que os alunos não iam conseguir fazer os pedidos de isenção porque não têm computador em casa, são pessoas totalmente fora da realidade, porque 70% dos pedidos foram feitos pelo celular. Então, eu acho que são pessoas que falam em nome das pessoas mais necessitadas sem conhecer efetivamente a realidade deles.

Agora, a gente tem que levar em consideração também que o Enem é uma avaliação de final da educação básica. Existem vários problemas na educação básica, desde o ensino fundamental. Creditar ao Inep, ao Enem, resolver todos os problemas da educação básica, da educação pública, acho que está errado. (Disponível em https://educacao.uol.com.br/noticias/2020/04/17/permanecemos-com-plano-a-diz-presidente-do-inep-sobre-enem-em-novembro.htm. Acesso em 18 mai 2020).

Os textos acima apresentam argumentos contrários e favoráveis ao adiamento do Enem 2020 devido às medidas sanitárias para o combate ao COVID-19. Com base nos textos acima e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo posicionando-se a favor ou contra o adiamento do Enem 2020. É importante que, em seu texto, você apresente argumentos que sustentem a sua tese e apresente proposta de intervenção para o problema.

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