TEXTO I
“O conceito ‘clássico’ de “desindustrialização” foi definido por Rowthorn e Ramaswany (1999) como sendo uma redução persistente da participação do emprego industrial no emprego total de um país ou região. Mais recentemente, Tregenna (2009) redefiniu de forma mais ampla o conceito ‘clássico’ de desindustrialização como sendo uma situação na qual tanto o emprego industrial como o valor adicionado da indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente.
A primeira observação importante a respeito do conceito ampliado de ‘desindustrialização’ é que o mesmo é compatível com um crescimento (expressivo) da produção da indústria em termos físicos. Em outras palavras, uma economia não se desindustrializa quando a produção industrial está estagnada ou em queda, mas quando o setor industrial perde importância como fonte geradora de empregos e/ou de valor adicionado para uma determinada economia. Dessa forma, a simples expansão da produção industrial (em termos de quantum) não pode ser utilizada como ‘prova’ da inexistência de desindustrialização.”.
Fonte: OREIRO, J. Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro. Dez. 2009. – Acesso em 16.04.2021.
TEXTO II
“A crise econômica dos últimos anos afetou vários segmentos da indústria nacional, como os de máquinas e equipamentos, automação e até mesmo o setor de alta tecnologia. Para o pesquisador em Gestão de Automação da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), Ricardo Caruso Vieira, nosso país tem passado por um processo geral de desindustrialização, e o impacto maior dessa realidade recai sobre as indústrias de alta tecnologia. ‘O conhecimento de alta tecnologia tem sido pouco estimulado no Brasil, nos últimos tempos, e isso vai um pouco na contramão do trabalho feito em outros países do mundo’, os quais apostam no setor como a base da industrialização.
O fato é que a indústria nacional sofre com isso e com a perda da competitividade. E o mais grave é que o problema não é somente operacional, mas principalmente educacional, já que os recém-formados mais qualificados acabam deixando o país e dificilmente retornam com o conhecimento adquirido lá fora, observa Vieira, que faz um alerta: ‘O grande desafio talvez não seja tanto tecnológico, mas de recursos humanos, a gente precisa que a indústria nacional tenha não só técnicos capazes de lidar com as novas tecnologias, mas gestores capazes de entender a aplicação dessas novas tecnologias e implantá-las em novos projetos’.”.
Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-passa-por-processo-de-desindustrializacao/. Acesso em 16.04.2021.
TEXTO III
“A fragilidade da indústria brasileira ficou mais exposta com a chegada da pandemia de covid-19 ao país. Em um momento em que se abriu uma disputa mundial por itens que iam desde produtos como álcool em gel e oxigênio até respiradores e insumos para vacinas, o Brasil mostrou o tamanho de sua dependência externa. E os efeitos de um longo processo de desindustrialização.
Um dos exemplos que ilustra a situação foi a busca pelos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs). São matérias-primas essenciais para a produção de imunizantes cuja produção hoje se concentra em países como China e Índia. No Brasil, a Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o Instituto Butantan são as duas únicas instituições que produzem vacinas. Mas, das 17 distribuídas, apenas quatro não dependem da importação de IFAs. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos, o país só fabrica 5% dos insumos para atender à demanda interna de medicamentos.”.
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2021/03/desindustrializacao-brasil-impactos-pandemia/. – Acesso em 16.04.2021.
TEXTO IV
“É possível entender a economia separada da sociedade que a movimenta? Que a afeta e é por ela afetada? Quais os efeitos e riscos da pandemia para estas duas frentes? Com mediação de Mario Vitor Santos, jornalista e diretor da Casa do Saber, o analista da MGA e mestre em administração pública João Villaverde pontua as grandes questões socio-econômicas da crise atual
João Villaverde: Duas dimensões são importante para a gente ter em mente; uma dimensão é a socio-econômica dessa pandemia no Brasil; e a outra dimensão é política. Dentro da dimensão econômica e social, quando o vírus chegou aqui, não estávamos em um momento de solidez econômica, de quase pleno emprego. Se para famílias de classe alta já é difícil ficar nesse contexto, imagina para a maior parte dos brasileiros, que não são de classe média?”.
Fonte: Casa do Saber – Link: https://www.youtube.com/watch?v=ez8r5P2dozg. – Acesso em 16.04.2021.
A partir da leitura dos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma-padrão, a respeito do tema: Os impactos econômicos e sociais da desindustrialização no Brasil. Selecione e organize fatos e argumentos relacionados a distintas áreas do conhecimento que contribuam para a defesa de um ponto de vista. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Quer ter sua redação corrigida?
Comente
You must login or register to add a new comment.