TEXTO I
“O processo de musealização é apresentado, pelos teóricos da museologia, como o movimento dotado de reflexão em que o produto humano (artefato ou mentefato), utilizado e expressado em suas diversas atividades, passa a fazer parte da coleção de um espaço institucionalizado, que é denominado museu. Para a museologia, este processo ressignifica o produto humano atribuindo-lhe um novo estatuto, tornando-o “objeto de museu” ou “musealia”. Nesta condição, o item da cultura material, se torna único, eleito por sua condição simbólica, como o representante de sua categoria. Através dele, seria possível reconstituir contextos sociais, econômicos, políticos, culturais, religiosos etc.
Segundo o ICOM, os testemunhos materiais e imateriais são objetos de análise, investigação e comunicação, e o museu é o espaço permanente que explora essas potencialidades. Para compreender o fenômeno museu, tem que se considerar a tendência museológica contemporânea que estabelece a origem do termo museu à ideia de “templo das Musas”, em decorrência do radical da palavra que a origina.
No que diz respeito à origem etimológica do termo, deve-se ter em vista sua ‘genealogia tradicional’ decorrente da descrição de Pausânias, que ‘[…] em sua ‘Descrição da Grécia’, fala de um pórtico na ágora de Atenas que era uma espécie de museu ao ar livre, assim como da Pinacoteca dos Propilus, na Acrópole […]’, identificada por Dominique Poulot, como o seu mito de origem, relacionado posteriormente à ideia de ‘templo das Musas’. […] Espaço, segundo a mitologia grega, em que as musas, filhas de Zeus com Mnemosine, divindade da memória, possuíam obras de arte expostas que auxiliariam, conjuntamente às suas danças, músicas e narrativas, os homens a se dedicarem às artes e às ciências, sobretudo ao saber filosófico”.
Fonte: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/mosaico/article/view/65900/66865 – Acesso em 02.02.2021.
TEXTO II
“No arcabouço literário da Grécia Antiga o papel da memória se revela na 1ª geração de mitos, sob a deusa Mnemosyne, a Memória, significada como mãe de musas como Clio, a História. Numa relação íntima entre Memória e História, a Memória ocupa um relevante papel estrutura social, tendo como algumas de suas funções a seleção de informações que seriam transmitidas (ROSÁRIO, 2002). No século XIX, a História, a magistra vitae, é elevada ao estatuto de Ciência, tendo como uma de suas principais funções a interligação entre passado-presente-futuro. Pautada nessa relação aparentemente evidente de um tempo, os sujeitos eram convocados a repensar suas práticas, quer para melhor se situar no presente, quer para construir novas possibilidades futuras.
Trazendo consigo o cetro da sabedoria, a Memória é, por sua vez, significada como a base fundamental para a relação do homem com o seu tempo. Numa relação aparentemente retilínea entre passado-presente-futuro, de acordo com Vernant (1990), outra atribuição da Memória era convocar o passado no presente, a fim de direcionar as ações futuras. A Memória estava, assim, muitas vezes ligada à aprendizagem acerca das experiências apreendidas no passado, e a sua divinização tinha um caráter utilitário não apenas de imortalizar os acontecimentos sociais, como também o poder de transformar a história. E foi o conjunto de transformações sociais advindas do século XX uma das responsáveis para uma reconfiguração na relação linear entre passado-presente-futuro. […]
Constituído por arquivos – físicos ou digitais – previamente selecionados, e meticulosamente dispostos neste espaço, o museu reconta a História dos (e para) sujeitos, convocando um público imaginário a percorrer um caminho (sobre)determinado. […] Na atualidade, mais que um lugar de mera transmissão de valores, o museu assume um papel preponderante na produção, constituição e circulação de sentidos na estrutura social, visto que produz diferentes modos de significação”.
Fonte: DARÓZ; SOUSA. No museu, o Amanhã no entrelaçamento entre história e memória. Revista Letras Raras, v. 8, n. 2, 2919. – Acesso em 03.02.2021.
TEXTO III
O Museu Nacional e a memória material: por que é tão importante preservar?
“Eram 20 milhões de itens, entre eles Luzia, o mais antigo fóssil encontrado nas Américas. É a instituição científica mais antiga do País, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi residência de D. João VI e de seus descendentes imperiais. Sediou a assembleia constituinte republicana no fim do século 19. Completou seu bicentenário em junho deste ano.
Os noticiários não cansam de repetir cada uma dessas palavras, talvez na tentativa de tornar clara a dimensão do tamanho do estrago que o fogo, seguido pela água utilizada para combatê-lo, causou a documentos, objetos, coleções, estudos e ao mobiliário do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro.
O acumulado destas informações relevantes, claro, nos faz prestar mais atenção à história da instituição. E acredito ser difícil alguém, hoje, negar a importância do edifício e de seu acervo. O que me questiono é se conseguimos compreender realmente o sentido da preservação da memória, o sentido de mantermos espaços – bastante custosos ao erário, é verdade – que se dediquem a guardar, estudar e compartilhar com o conjunto da sociedade conhecimento infinito”.
Fonte: https://viagem.estadao.com.br/blogs/viagem/o-sentido-que-nos-damos-ao-museu-nacional/ – Acesso em 03.02.2021.
A partir da leitura dos textos motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do tema: A importância dos museus para a preservação da memória social. Selecione e organize fatos e argumentos relacionados a distintas áreas do conhecimento que contribuam para a defesa de um ponto de vista. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
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saletewalter
A importância dos museus para a preservação da memória social.
A temática a respeito da importância dos museus para a preservação da memória social tem sido amplamente discutida no contexto nacional já que envolve políticas e investimento público, ao manter museus na tentativa de preservar o patrimônio material e contribuir assim com o processo de preservação dos materiais possibilitando o conhecimento de determinadas sociedades e tempos históricos.
O historiador Jacques Le Goff ao escrever a obra História e memória (1924) enfatiza que a partir da documentação armazenada em museus é possível reconstituir, estudar e transmitir a história dos homens no tempo. Mas o autor chama atenção pelo fato de que é necessário escrever uma história considerando todos os sujeitos históricos que participaram desta, e não enaltecendo somente alguns, numa tentativa de torna-los heróis do processo.
O autor contribui também enfatizando a importância da manutenção e preservação dos materiais que auxiliam a contar a história de nossos antepassados principalmente pelo fato de na atualidade o que vivemos hoje é resultado da influência e vivência de nossos de sociedades antigas como os povos egípcios, gregos e romanos.
Destarte é necessário em nossa sociedade projetos de iniciativa pública tendo como objetivo investir na preservação e manutenção dos museus e centros históricos nacionais, tendo em vista que se faz necessário manter viva a história humana ao longo do tempo, como também seus vestígios em forma de cultura material.
saturnoff10
redações assim tem que problematizar?
malu03
O contexto que voce apresentou esta muito bem elaborado, trouxe citaçao, o que é um ponto bem bacana. O que eu te recomendo a prestar mais atençao, é na pontuaçao e na organizaçao dos paragrafos, separar o incio, do meio e do fim. E acrescentaria tamebm uma ”soluçao” para esse problema. De resto esta tudo bem legal :)