Texto 1
Cidadão de papel
A verdadeira democracia, aquela que implica o total respeito aos Direitos Humanos, está ainda bastante longe no Brasil. Ela existe apenas no papel. O cidadão brasileiro na realidade usufrui de uma cidadania aparente, uma cidadania de papel. Existem em nosso país milhões de cidadãos de papel.
(…)
Quando andamos pela cidade, encontramos diariamente meninos de rua. Alguns
não fazem nada. Outros estão lavando ou cuidando de carros. São engraxates ou
vendedores de balas nos semáforos. [protected]
Esta cena se tornou tão comum que nem chama mais a atenção. Prepare-se, agora,para uma pergunta que vai parecer maluca:
Existe algo de comum entre você e o menino de rua?
Certamente veio à sua cabeça a imagem de um menino dormindo na rua,
apanhando da polícia. Usa roupas velhas, está descalço, magro e sem tomar banho ou escovar os dentes. E aí, você vai achar a pergunta maluca mesmo. Afinal, você tem casa, estuda, come três vezes por dia, passa as férias na praia ou no campo. Suspeito que a pergunta pode lhe parecer tão boba que você já pensou em largar a leitura deste livro. Mas se você se der ao direito de ter dúvida, vai descobrir muitas coisas. Verá que, para ter a resposta, precisará mergulhar num conceito muito importante para o ser humano: a cidadania. E precisará olhar não apenas para as ruas, mas para dentro de sua própria casa. Até dentro de seu quarto. Nota-se a ausência de cidadania quando uma sociedade gera um menino de rua. (…)
(DIMENSTEIN, G. O cidadão de papel, Ed. Ática, São Paulo, 1993).
Texto 2
Cidadão, de Zé Ramalho
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
“Pai, vou me matricular”
Mas me diz um cidadão
“Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar”
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer
(…)
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Os recortes acima trazem uma palavra muito forte na nossa sociedade: cidadão. Eles mostram problemas em relação a ser cidadão de direito. Com base nos recortes e no seu conhecimento de mundo, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
As contradições de ser cidadão na contemporaneidade
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