Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

           Na obra “Utopia” do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, que se caracteriza pela ausência de conflitos. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea, onde a vida dentro da rede parece impecável é, justamente o oposto do que prega o autor. Esse cenário antagônico é fruto tanto do comportamento dos usuários, quanto da falta de amparo do governo nesse quesito. Diante disso, uma discussão do tema se torna imprescindível.

                  Primordialmente, a liberdade na rede é, por muitas vezes limitada pelos próprios usuários dela. Por exemplo, um criador de conteúdo digital, perde a noção dos limites públicos e privados de sua vida, ao continuar se expondo cada vez mais na internet. Concomitante, surgem cada vez mais casos parecidos com o youtuber de brasília Lucas Lira, que possuem milhões de inscritos em seus canais e, como consequência tem uma invasão brusca em sua privacidade, onde literalmente “fãs” invadiram a residência de Lucas. Logo, urge uma reformulação nas politicas de privacidade online.

             Ademais, é imperativo ressaltar o governo, que não oferece o devido amparo aos internautas. De acordo com o pensador Thomas Hobbes o Estado deve garantir o bem-estar social da população. Partindo desse pressuposto, assegurar que quando se navegue na rede, seja uma experiência segura é, o mínimo. Tudo isso retarda a resolução de uma convivência harmônica na rede, já que o governo continuar a contribuir para perpetuação deste quadro deletério.

          Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática. Portanto, urge que o Tribunal de Contas da União, direcione verba para o Ministério da Comunicação que em parceria das escolas estaduais, incentivem as crianças e adolescentes, através de palestras educativas sobre bom comportamento digital, tenham como resultado cidadãos mais conscientes de suas ações online. Dessa maneira, a médio e longo prazo atenuar-se-á o problema e a Utopia de More será alcançada.