Violência policial

Em outubro de 1992, ocorria o Massacre do Carandiru em São Paulo, onde uma intervenção da Polícia Militar, para conter uma rebelião que ocorria, matou mais de 200 pessoas. Pesquisas apontam que a invasão possuía a ideia de extermínio e era totalmente desnecessária. No contexto atual, a violência policial ainda está intrínseca no Brasil. Que se dá tanto pelo preconceito e marginalização, tanto pelo sentimento autoritário e hierárquico presente no sistema policial.

Primordialmente, é preciso analisar que operações policiais possuem uma herança histórica baseada no controle social e autoritário. No fim dos anos 60, a Ditadura Militar no país, conhecida como “Anos de Chumbo”, era marcada pela força militar contra manifestantes, através de técnicas de tortura e opressão. O fim da ditadura veio, mas a os resquícios de práticas violentas continuaram. Por consequência disso, muitos agentes de segurança pública se veem no direito de fazer justiça com as próprias mãos até ultrapassando os limites da lei.

Ademais, é necessário reconhecer que policiais agem de forma diferente, a depender da região ou estereótipo físico. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 90% das mortes pela Policia Militar acontecem na periferia da cidade. Portanto, fica clara a marginalização de áreas periféricas, pois não se vê operações policias da mesma forma em bairros nobres. O que afirma a análise do sociólogo Boaventura em seu livro “A Gramática do Tempo”, dizendo que “o policial que ajuda o menino de zonas civilizadas a atravessar a rua é o mesmo que persegue e mata o menino da zona selvagem”.

Urge, portanto, que autoridades competentes cooperem para mitigar coma violência policial no Brasil. Cabe ao Ministério Público Federal fiscalizar mais fortemente as Corregedorias de Policias Militares do país, para que elas cumpram seu papel e passem a ouvir denuncias devidamente e punam policiais de modo eficaz. Sendo assim, as ações violentas da policia serão minimizadas.