VIOLÊNCIA NO TRÂNSITO

A obra “Desespero” do pintor francês Gustave Coubert retrata um jovem com o semblante extremamente angustiado, como se pedisse socorro. De forma semelhante, esse é o sentimento daqueles que precisam enfrentar diariamente o comportamento repudiável e violento de inúmeros condutores brasileiros. Esse cenário caótico ocorre tanto pela falta de punição de crimes no transito, quanto pela presenca de ambientes estressantes, que estimulam comportamentos agressivos, assim, a ordem social do país é atravancada.
Segundo o artigo 5 da Constituição Federal de 1988, todo cidadão tem direito à vida.Entretanto, essa garantia é vilipendiada, visto que mesmo tendo cometido homicídios por pura ignorância e falta de empatia no trânsito, muitos motoristas seguem impunes, já que na maioria esmagadora dos casos são libertos com o pagamento de multa.Logo, o sentimento de impunidade é alimentado nesses criminosos, o que os encoraja a cometer crimes contra cidadãos inocentes.
Ademais, o ambiente nas grandes cidades é extremamente prejudicial ao bem-estar e equilibrio dos condutores, que são cercados por excesso de poluição, congestionamentos quilometricos, e inúmeros semáforos, o que gera estresse e, consequentemente comportamentos agressivos, que muitas vezes acabam em tragédias, como brigas ou assassinatos.Desse modo, a infraestrutura das cidades vai de encontro à ideia defendida pela Escola de Chicago, de que os grandes centros urbanos são ecossistemas e,portanto vivem em constante equilíbrio.
Destarte, é necessário que o Estado puna de forma efetiva crimes de trânsito, que são atentados contra a vida como qualquer outro, por meio do Poder Legislativo, que deve formular leis que transformem esse em um crime inafiançável, a fim de eliminar das ruas motoristas com comportamentos tão reprováveis.Cabe ainda a essa instituição de poder investir na qualidade das vias públicas, investindo, por exemplo, na duplicação de avenidas para dar mais espaço aos automóveis, a fim de diminuir o sentimento de desespero descrito por Coubert .