Tema: Violência urbana: um desafio a ser enfrentado pela sociedade brasileira

No período colonial (1540-1822), a Coroa portuguesa valia-se da força para escravizar indígenas e negros, bem como para manter a centralidade política. No entanto, tal processo gerou reflexos culturais e institucionais que persistem na contemporaneidade brasileira, sendo a violência urbana uma marca negativa do país. Nesse sentido, um grave problema permanece intrínseco na realidade por fatores como a desigualdade social e a falência das ações de segurança pública.

De início, é importante analisar a disparidade socioeconômica como causa latente do impasse. Acerca disso, o médico e escritor Dráuzio Varella, em seu artigo “Violência epidêmica”, expõe que as condições de vida nos bairros pobres viabilizam uma verdadeira epidemia de violência urbana. Sob tal óptica, a vivência condicionada pela pobreza reflete a busca incansável por recursos mínimos à sobrevivência, na qual o crime passa a ser visto, muitas vezes, como uma opção viável e indispensável num contexto carente de caminhos e perspectivas. Logo, presente nesse meio de adversidades, o indivíduo torna-se inevitavelmente refém às práticas violentas.

Paralelamente, a deficiencia da política nacional de segurança pública desencadeia a guerra de facções. Em Janeiro de 2017, um confronto entre membros da Familia do Norte (FDN) e do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixou 89 mortos. Nesse contexto, a lacuna de ações governamentais protecionistas sufoca a ordem social na medida que corrobora a ascensão de grupos criminosos, cujos objetivos fundam-se na disputa pelo poder mediante à expansão de domínios territoriais. Assim, tal situação acarreta duradouros embates envolvendo corporações rivais, provocando um crescimento voraz nos índices de violência.

Portanto, é preciso que esforços sejam somados para atenuar esses percalços no Brasil. A fim de atenuar o número de envolvidos na criminalidade, cabe ao Governo Federal lançar um projeto de geração de empregos. Isso deverá ser realizado com investimentos financeiros no desenvolvimento de empresas estatais, de modo a expandi-las para as regiões mais debilitadas, visando a promover oportunidades e a possibilitar a geração de renda. Dessa maneira, um grande passo será dado para a dissolução da herança violenta do país.