Tema: participação política do jovem no Brasil contemporâneo

A série “The Policitian”, pertencente ao catálogo da Netflix, retrata a história de um rapaz ambicioso com o sonho de se tornar presidente dos Estados Unidos da América. Ao longo da trama, a narrativa revela como a participação política de jovens, hodiernamente, é importante para a construção não só de um mundo melhor, mas de pessoas melhores para a civilização. Entretanto, fora da ficção, o cenário retratado não pode ser relacionado ao quadro atual brasileiro, pois a falta de debate político no corpo social – o qual gera a escassez de informação – ocasiona a desmotivação da juventude na relação de assuntos públicos pelas configurações sociais.

Sob esse viés, denuncia-se o tabu social implementado na política do Brasil – decorrente da falta de entendimento sobre a relevância do debate na vida humana – como ampliador do desinteresse do jovem em sua participação pública. Segundo C.S. Lewis, romancista irlandês, “a tarefa do educador moderno não é derrubar florestas, mas irrigar desertos”, dado que a população, ao negligenciar a influência governamental no cotidiano humanitário, promove o desmatamento civil. Associado a isso, a sociedade não representa a educação moderna, haja vista que sua ignorância se relaciona a atitudes que impedem a evolução do ser humano e, assim, contribui para a diminuição da participação política na juventude. Logo, a função populacional é promover a esperança no desenvolvimento, que é proporcionada pelo debate político não estigmatizado.

Ademais, as configurações sociais na política brasileira contemporânea – comportamentos exercidos pelos órgãos públicos – colaboram para a irrelevância dos adolescentes em debates. Segundo Aristóteles, filósofo grego, “a política não deveria ser a arte de dominar, mas de fazer justiça”, visto que, atualmente, o Estado representa uma construção da corrupção, a qual incentiva o desinteresse da participação pública do jovem. De modo conjunto, a imposição do controle estatal revela a injustiça na formação de um futuro, o qual distancia a inclusão de jovens na política, tendo em vista que, no contexto ético, o indivíduo tende a se afastar do que não concorda. Dessa forma, a caracterização do âmbito público deve ser reformulada para possibilitar a participação de adolescentes na política do Brasil.

Portanto, é mister que o Estado tenha atitudes para aumentar a posição de jovens na política. Para aniquilar os estigmas sobre cargos e posicionamentos públicos, urge que o Ministério da Educação crie, por meio de alterações na Base Nacional Comum Curricular, matérias escolares que expressam a eminência do jovem no debate político. Tais ensinos terão como intuito promover educadores modernos na constituição de pessoas melhores, que, lado a lado, necessitam do auxílio governamental para mudar os comportamentos antiéticos do governo brasileiro. Somente assim, será possível irrigar desertos, ou seja, construir um mundo melhor – quadro observado em “The Policitian” na ambição do protagonista ser alguém mais capacitado para seu país.