Na obra “A divina comédia”, de Dante Alighieri, o autor caracteriza o inferno como espaço repleto de conflitos e de adversidades, aterrorizando até mesmo os leitores mais incrédulos. Analogamente, na hodiernidade, os riscos do uso do celular ao volante na sociedade brasileira – haja vista seu potencial mortal – aproximam o Brasil de tal local dantesco. Assim, faz-se necessário analisar a influência midiática e a negligência governamental que envolvem esse entrave na nação tupiniquim.
Nesse contexto, destaca-se o controle midiático como grande responsável pela utilização dos telefones móveis pelos motoristas brasileiros. Sob essa ótica, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação acerca dos perigos que o uso do celular no trânsito provoca, influencia na consolidação do problema, salientando a equivocada imagem de que um comportamento irresponsável no tráfego é algo positivo, a partir dos estilos de vida apresentados nas narrativas de filmes, novelas e séries, a exemplo da saga “Velozes e Furiosos”, enredo em que os personagens, portando carros luxuosos, dirigem cometendo diversos delitos que ameaçam a paz nas estradas, inclusive a utilização frequente do celular, e tendo em vista que são populares, suas condutas na trama com o propósito de competição e afirmação pessoal, podem influenciar a audiência a associar o uso de dispositivos móveis ao volante como instrumento de poder e a repetir o hábito. Consequentemente, motoristas imprudentes desrespeitam as condições mínimas da segurança viária, ameaçando a própria vida e do corpo social, haja vista o alarmante dado da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, de que o celular no trânsito mata 150 pessoas diariamente no país, fato que urge mitigação.
Ademais, o descaso do governo contribui significativamente com a permanência do uso de Smartphones no trânsito. Desse modo, o filósofo Thomas Hobbes afirma que o cidadão deve transferir o seu poder ao Estado, para que haja no intuito de mitigar as dificuldades que cercam a sociedade. Nesse viés, o Código de Trânsito Brasileiro configura a utilização de dispositivos móveis durante a condução como uma infração grave, sujeita à penalidade de setes pontos na carteira de habilitação e uma multa próxima de 300 reais. Entretanto, o que se vê é que tal medida é ineficiente para garantir que a prática seja abolida no país, uma vez que o Estado, seja pela corrupção instituída no âmbito político, seja pelo simples descaso com o indivíduo , haja vista que a PEC 241 – que congelou por 20 anos, os investimentos em setores essenciais, como o sistema viário, não promove políticas públicas de fiscalização eficiente das rodovias por parte dos órgãos do trânsito para conter e punir infratores, além da punição ser incapaz de intimidá-los como deveria, favorecendo a preocupante estatística que, cada uma hora, o Brasil registra 30 infrações por uso de celular ao volante, segundo “G1”. Assim, observa-se que a proposta de Hobbes não tem sido suficiente.
Torna-se evidente, portanto, que para solapar os riscos do uso de celular ao volante na sociedade brasileira, medidas exequíveis são necessárias. Nesse sentido, é imprescindível que o Estado alerte por meios de canais de comunicação, como as redes sociais, sobre os perigos acerca da utilização de smartphones durante a condução, além da promoção de políticas públicas de fiscalização das rodovias e de punição eficiente aos infratores, por meio de verbas oriundas do combate à corrupção, como a Operação Lava-Jato, a fim de conscientizar a população a respeito da ameaça e dos acidentes provocados por esse delito de afastar os infratores do tráfego. Assim, o Brasil afastar-se-á da sociedade dantesca descrita por Alighieri.
clas
– use termos menos complicados, lembre-se que a redação deve ser entendida por todos
– não use o termo nação tupiniquim, ele é usado mais em relação a população indígena não ao Brasil total
– há um erro de gramática no 1 parágrafo (hodiernidade) você quis falar modernidade ou isso é um termo muito complicado e específico ?
Analu2006
Não é recomendável usar o termo ”nação tupiniquim”(citado na introdução), apesar do Brasil ser um país miscigenado, esse nome é utilizado para grupos indígenas específicos, sendo que o tema aborda os brasileiros em geral. A redação é muito boa e os exemplos são excelentes, eu só trocaria algumas palavras meio complicadas, para facilidade da leitura.
Eduarda.
A redação consisti em um excelente domínio da estrutura da redação. O repertório utilizado foi produtivo. Na proposta de intervenção o único elemento da proposta de intervenção foi o detalhamento de um dos elementos poderia ser o agente, ou finalidade, por exemplo. Todavia, a redação está boa. Eu daria a nota 920.
Competência: 1- 200. 2- 200. 3- 200. 4- 160. 5- 160. Continue a persistir.
Aelindarosa
Muito agradável, mas não há necessidade de usar tantas palavras complexas, a intenção é que a redação seja entendida com facilidade.
Influência (segundo parágrafo) contém acento circunflexo;
Vírgula no terceiro parágrafo fora de lugar;
Encontrei essas divergências, mas gostei bastante de seu texto!