Na obra “Utopia”, do autor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que o assédio sexual ainda presente no século XXI apresenta barreiras, as quais dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto ora pelo descaso estatal, ora pela cultura patriarcal. Nesse sentido, evidencia-se a necessidade de serem tomadas atitudes pelas autoridades competentes para reverter essa problemática.
Em primeira análise, é incontestável que a inoperância governamental corrobore como o precursor do problema. De maneira análoga, nota-se que o Poder Público não cumpre o seu papel enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, visto que negligencia um amplo apoio às mulheres que sofrem assédio em determinados locais por falta de segurança. Segundo o contratualista John Locke, tal caso caracteriza-se como uma “violação do contrato social”, haja vista que o Estado não cumpre com essa prerrogativa. É, pois, inadmissível que, um país signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos como Brasil, as mulheres sejam desrespeitadas de forma tão flagrante, sem a devida reação do Estado.
Ademais, é imperativo ressaltar que a cultura de se manter uma sociedade patriarcal está como promotor do aumento de índices de assédio no tecido social brasileiro. Consoante a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bourdieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está – sobretudo- na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da pessoa humana. Isso ocorre porque cultiva-se a ideia de que o homem tem hierarquia em relação à mulher, tendo em vista que acreditam que as tradições medievais passadas de geração em geração ainda persistem no século XXI, ocasionando-se, por exemplo, o machismo. Logo, lê-se como nociva que em um território oficialmente democrático, o assédio ainda persista normalmente no segmento social.
Nessa perspectiva, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço do assédio sexual na sociedade brasileira. Desse modo, o Tribunal de Contas da União deve direcionar capital que, por intermédio do Ministério da Mulher – responsável pela formulação de políticas e ações voltadas aos direitos femininos- será revertido em propagandas que incentivem-as a denunciarem, com campanhas publicitárias na mídia para apoiá-las, bem como o Governo fortalecer a lei que garante os seus direitos. Espera-se, com isso, diminuir os índices de assédios sexuais no Brasil. Assim, fazer-se-à com que a sociedade alcance a “Utopia” proposta por More.
Tema: Assédio sexual ainda presente no século XXI
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Gabriele César
Sua redação ficou muito boa, você apresenta boa argumentação, apresentou conteúdo e repertório muito bons. Você tem uma grande capacidade de conjugação verbal, apresentou uma ótima proposta de intervenção. Muito boa mesmo.
Tome um pouco de cuidado com o texto muito grande, pois você pode colocar muita informação que não seja interessante. Você citou argumentos filosóficos e isso faz com que seu texto fique mais rico.
devisson
Gostei da redação, você apresentou conteúdo e repertório ao seu texto, só toma cuidado para também não ultrapassar o número de linhas na hora da prova, apresentou uma boa proposta de intervenção para o problema, demonstrando quem irá fazer, o que ira fazer e para quê, se eu fosse um redator sua nota seria 880
FlaviaCostaSardinha
Muito boa sua redação ,pois e notável na estrutura que você possui argumentos para questionar e encontra -se muito bem entendido do assunto .
Um dos pontos muito importante na sua redação e que mesmo diante de um tema complexo conseguiste sitar argumentos de filósofos sem sair do contexto.
Gostei muito pois você tem um habilidade muito boa para conjugar os verbos .Se fosse para dar um nota á sua redação seria 890.