Tema: A persistência do racismo na sociedade brasileira

          “O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles”. Essa afirmação da filósofa existencialista Simone de Beauvoir pode servir de metáfora à persistência do racismo na sociedade brasileira, uma vez que por mais escandaloso que seja esse problema, poucos são os esforços destinados a resolvê-lo. Diante disso, indubitavelmente, tal conjuntura advém do descaso por parte do Estado e do silenciamento social.

          É imprescindível compreender que a negligência por parte do Estado é causa notória dessa temática. Nesse sentido, é de conhecimento geral que, a Constituição Cidadã de 1988 garante o direito à não discriminação de qualquer indivíduo em razão de raça, bem como prevê a pena deste crime em lei. Todavia, o Poder Executivo não efetiva esse direito, sendo visível que a prática de racismo ainda é uma realidade na sociedade brasileira, fazendo o direito permanecer apenas no papel.

          Outrossim, nota-se que o emudecimento social é fator primordial para a continuidade desse problema. Nessa lógica, na visão do sociólogo e político Florestan Fernandes, a persistente segregação dos negros começou com a escravidão no período colonial, e nunca foi superada. Com efeito, o que o sociólogo denunciava era o racismo estrutural, que mesmo tendo um forte predomínio, durante anos, era “imperceptível”, ao passo que a massa se calava perante a essa total injustiça. Assim, uma mudança nos valores da sociedade se torna fundamental para transpor as barreiras fundadas há séculos.

          Portanto, medidas devem ser tomadas para solucionar o revés. Cabe, não apenas ao Poder Executivo assegurar o direito da Constituição de 1988, exercendo a função que lhe é de responsabilidade, mas também, concerne ao Poder Judiciário fiscalizar o cumprimento do mesmo fazendo o uso da responsabilidade ortogada a ele. Ademais, a mídia deve promover uma exposição das consequências da persistência do racismo na sociedade o qual promova debates a respeito desse problema – uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador -, a fim de que a massa no geral, por conseguinte, conscientize-se. Desse modo, espera-se que a afirmação de Simone de Beauvoir deixe de fazer sentido na realidade.
*Por favor, quem corrigir, pode colocar a pontuação em cada competência? Desde já, agradeço!