Saúde pública no Brasil

O filósofo inglês John Locke, destaca que é dever do Estado assegurar os direitos e o bem-estar da população. Todavia, em virtude do descaso com a saúde pública ser uma realidade na sociedade brasileira, é válido reconhecer como Poder Público não atua de modo efetivo e, pior, não exerce seu papel social conforme os ideais de John Locke. Nessa lógica, é possível analisar a má gestão e o subfinanciamento como impulsionadores desse problema.
De início, percebe-se que a má gestão, fomenta a permanência do entrave na sociedade, dado que resulta em desperdício de recursos financeiros, humanos e materiais que poderiam ser utilizados para melhorar a qualidade dos serviços de saúde. Isso inclui gastos inadequados, aquisições desnecessárias e má administração de fundos. Nessa ótica, ao destacar a ideologia do filósofo Platão, especificamente sobre o uso da razão para combater os problemas sociais, nota-se como essa conduta não é realizada pelos brasileiros, sobretudo quando o assunto é saúde pública . Isso porque, lamentavelmente, o individuo não questiona a realidade na qual está inserido,tendendo a gerar uma conformidade no mesmo.
Além disso, é importante ressaltar o subfinanciamento como um fator que dificulta a superação deste desafio. Com recursos limitados, o sistema de saúde enfrenta sobrecarga, resultando em filas de espera longas, tempo prolongado de atendimento em situações de emergências e uma carga excessiva de trabalho para os profissionais de saúde. Conforme Pierre Bourdieu, sociólogo francês, argumentou, a sociedade internaliza as estruturas sociais ao longo do tempo, reproduzindo comportamentos e pensamentos com naturalidade. Isso se reflete na persistência do descaso com a saúde pública no Brasil, uma vez que a população, acostumada a esse cenário, muitas vezes tolera essa problemática devido à sua banalização e à aceitação passiva dos fatos. Portanto, torna-se inerente a implementação de medidas eficazes para enfrentar esse desafio.
Nesse sentido, o governo federal deve fortalecer os investimentos em saúde, por meio de parcerias público-privadas que não apenas facilitam a gestão, mas também ampliam significativamente o acesso aos serviços de saúde. Essa abordagem desempenhará um papel crucial na promoção do bem-estar e na melhoria da qualidade de vida da população. Ao estabelecer um Estado eficiente e ativo, a realização da visão de Locke poderá, sem dúvida, tornar-se evidente em nosso país.