Durante a Segunda Revolução Industrial, surgiu um novo modelo de manufaturação, o fordismo, no qual tinha como principal característica a produção em massa de produtos duráveis. Entretanto, os estoques ultrapassavam o nível de consumo da população, gerando, consequentemente, a Grande Depressão de 1929. Nessa perspectiva, surgiu a obsolescência programada, cuja finalidade principal consistia em reduzir, propositalmente, a durabilidade dos aparelhos, principalmente, eletrônicos. Nesse sentido, esse panorama é preocupante, uma vez que ele manipula a decisão do consumidor, além de aumentar a quantidade de lixo eletrônico gerado.
Primeiramente, deve-se pontuar como uma consequência dessa problemática a manipulação sobre a escolha do usuário. Conforme Pierre Bourdieu, que foi criado para ser um instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Desse modo, pode-se observar que as marcas dos aparelhos, em vez de deixar o consumidor escolher espontaneamente quando deve trocar seu dispositivo, ela interfere na decisão ao diminuí a vida útil do aparelho ou ao deixá-lo ultrapassado. Por consequência, isso gera no consumidor a constante necessidade de manter-se “atualizado”, tornando-se oprimido pelo grande sistema capitalista.
Ademais, esse consumo descomedido gerado pela obsolescência planejada resulta no amontoado de lixo eletrônico, e-lixo. No filme de animação ” Wall-E “, é representado um planeta inabitável, resultado da enorme quantidade de gases tóxicos na atmosfera gerados pelo acúmulo de lixo. Paralelamente, fora da ficção, é notório semelhanças na realidade, uma vez que a quantidade de e-lixo vem aumentando constante, segundo dados da ONU ( Organização das Nações Unidas), no qual revelou que, em 2014, a quantidade de lixo eletrônico no Brasil utrapassava 1,4 milhões de toneladas. Dessa maneira, é extremamente importante que subterfúgios possam ser encontrados a fim de resolver esse impasse.
Infere-se, portanto, a necessidade de medidas efetivas ao combate da obsolescência programada. Logo, é preciso que o Ministério da Tecnologia e Comunicação, em parceria com as escolas, promova um espaço para rodas de conversa e debates sobre os efeitos da obsolescência planejada no meio ambiental e social. Tais eventos devem ocorrer no período extraclasse, por meio da presença de convidados especialistas no assunto e professores, com o fito de que mais pessoas compreendam a temática e se tornem cidadãos mais atenuantes na busca de soluções. Assim, será possível que os efeitos da obsolescência tecnológica possam ser amenizados.
Giovanna Magalhaes
Introdução: (a recomendação é de no máx. 6 linhas porém, eu entendo que o site pode prolongar o seu texto).
-você poderia deixar mais claro o porquê a obsolência programada busca reduzir a durabilidade dos produtos.
-lixo eletrônico gerado (? lixo gerado pelo que…ficou um pouco vago).
desenvolvimento 1:
– conforme Pierre…*o* que foi criado…(você esqueceu a vogal e deu a entender que quem ou o que foi criado foi o filósofo).
-em “ela interfere na decisão ao diminuí a vida útil do aparelho ou ao deixá-lo ultrapassado”, você retira esse “ela” e faz a concordância do sujeito com o verbo, ou seja, fica “*interferem* na decisão ao *diminuírem*….”. Você precisa fazer isso pois o seu gente é “as marcas”, no plural.
desenvolvimento 2:
– a palavra descomedido significa inconveniente ou desrespeitoso, eu mudaria ela pois não se encaixou muito no contexto (Sugestão: descontrolado, tendo em vista que você vai falar do acúmulo de lixo eletrônico).
-aumentando “constantemente”.
-dica: coloca agentes mais específicos, “escolas” ficou um pouco generalizado (isso não necessariamente vai te tirar pontos mas quanto mais específico, melhor).
-Além disso, a educação não foi citada em nenhum dos seus parágrafos de argumentação. Tenta procurar outro agente 2 e outra ação, em outro ambiente. Ou então, faz com que algum dos seus parágrafos fale que isso não é enfatizado nas escolas, algo assim.
Observações:
-Sua escrita é muito boa;
-Gostei da estrutura do seu texto, as informações foram bem expostas e não ficou nada confuso.
-Te compreendo e também sou vestibulanda, se eu errei em alguma parte da correção, me perdoa. Espero que você alcance seu MIL em breve.
– Sua nota para essa redação está acima de 800. Como eu não sei avaliar por competências, eu prefiro não me meter muito nessa parte, mas eu gostei muito!
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Sara Suzany
Oi, tudo bem? Não sou corretora mas identifiquei alguns problemas na construção do seu texto, como alguns desvios gramaticais como “manufaturação”, o correto é manufatura, e “utrapassava”. A sua redação está cheia de marcas de informalidade em expressões como “em vez de” evite isso ao máximo. O seu segundo parágrafo de desenvolvimento ficou bem argumentativo enquanto o primeiro tá mais pra expositivo, se seu foco é o enem tenta focar na estrutura que a banca quer. Sua conclusão está muito bem, apresentando Agente, ação, modo, meio e detalhamento. Parabéns e continue escrevendo, você está no caminho certo