Os perigos da automedicação na cultura brasileira

Na série americana “13 reasons why”, Clay – personagem principal – se automedica para conseguir lidar com a morte de sua amiga. De maneira analóga à ficção, assim como Clay, muitos cidadãos brasileiros se automedicar por conta da demora do atendimento nas unidades públicas de atendimento (UPA) e a carência de informação em lugares carentes de saneamento básico.

De acordo com a Constituição Federal, promulgada em 1988 – artigo 6 – a saúde é direito social de todo cidadão brasileiro. Dessa forma, o sistema único de saúde (SUS) foi criado com o intuito da universalização e equidade do acesso à saúde sem custos adicionais, como ocorre em centros médicos privados. Entretanto, o sobrecarregamento de pacientes e a falta ou precaridade dos equipamentos necessários para as consultas, ocasiona na espera do atendimento. Diante dessa problemática, algumas pessoas decidem comprar remédios em farmácias que autorizam a venda de medicamentos sem pescrição médica.

Nesse sentido, a famosa frase de Pitágoras – matemático grego -, “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”, expõe a importância da informação através da educação. Sob tal ótica, é imprescindivel que a população seja educada sobre os perigos da automedicação com o objetivo de evitar ou diminuir problemas futuros. Todavia, lugares sem estrutura básica, por exemplo, favelas e zonas rurais distantes dos centros urbanos, dificilmente conseguem acessar facilmente notícias verídicas acerca dos problemas de se automedicar.

Portanto, faz-se mister que o Ministério da Saúde, por meio de verbas governamentais, e em conjunto com a mídia, amplie as campanhas midiáticas expondo os malefícios da ingestão de medicamentos sem receita médica, ocasionando a conscientização populacional. Ademais, através de denúncias dos consumidores, as unidades policiais poderiam investigar as farmácias que comercializem medicamentos sem receita médica.