Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, observa-se o personagem Fabiano, que vivia na miséria e não tinha nenhuma formação educacional. Além disso, desprovido do acesso ao conhecimento, o protagonista acabava sendo explorado e humilhado por aqueles que detinham o saber. Analogamente, na atual sociedade brasileira, vê-se o analfabetismo pautado na alienação dos indivíduos frente a contextos sócio-políticos e na falta de justiça social. Assim, é necessária a compreensão de tal panorama.
Mormente, vale salientar que o analfabetismo é reflexo de uma massa social sem poder de ação e, principalmente, não questionadora. Nessa perspectiva, parafraseando a filósofa Hannah Arendt, a mediocridade do não pensar faz com que o indivíduo somente cumpra ordens e seja refém da sociedade. Sob essa ótica, entende-se que os analfabetos, demonstram um comportamento submisso face às mudanças sociais que ocorrem à sua volta, pois, sem nenhum senso crítico, não têm posicionamento político e consequente exercício pleno de sua cidadania. Dessa forma, é imprescindível a relação entre analfabetismo e alienação político-social de tais indivíduos.
Ademais, a falta de iguais ensejos aos cidadãos brasileiros aliada ao hodierno cenário geoeconômico global ocasiona uma manutenção no analfabetismo. Sendo assim, conforme o contratualista John Rawls, a democracia só ocorre a partir de uma equidade de oportunidades e, sobretudo, adesão dos mais desfavorecidos à sociedade. Não obstante, entende-se cada vez mais o distanciamento de conceitos democráticos e aproximação de injustiças sociais, uma vez que, decorrente de um mundo globalizado, no qual empresas valorizam majoritariamente o intelecto do indivíduo, o analfabeto recorre a trabalhos informais, notoriamente desprovidos de benefícios sociais e mal remunerados. Destarte, fica evidente a marginalização e a desvantagem dos analfabetos no atual contexto sócio-econômico.
Logo, pode-se perceber que o debate acerca do analfabetismo no Brasil é indispensável para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa. Nesse sentido, urge a atuação do Ministério da Educação em consonância com o Ministério da Economia para a construção de escolas destinadas especialmente aos analfabetos – de todas as faixas etárias. Diante disso, seria ensinado o básico – alfabeto e números – e o principal, de maneira extremamente detalhada: a importância do aprendizado para o ser humano. Com essas medidas, talvez, Fabiano e os analfabetos do Brasil saiam dessa condição e o analfabetismo seja superado.
Rafael21
Olá, vim corrigir sua redação.
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Parabéns, você possui um domínio bom sobre a linguística.
Seus repertórios foram adequados a proposta e foram bem articulados.
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Sua introdução foi bem estruturada e sua conclusão bem elaborada.
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No geral, não há muito o que mencionar.
Continue assim!