Os desafios para garantir a alfabetização na primeira infância

A constituição federal de 1988 – documento jurídico mais importante do país – prevê em seu artigo 6°, o direito à educação como intrínseco a todo cidadão brasileiro. No entanto, a maior parte da população se mostra afastada da realidade prometida pela norma constitucional, quando se observa os desafios na alfabetização da criança. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem o letramento infantil.

Nesse sentido, a filósofa Simone de Beauvoir construiu o conceito conhecido como a Invisibilidade Social, que fala sobre o processo de apagamento e marginalização sofrido por determinado grupo social. Dessa forma, o analfabetismo faz parte da invisibilidade proposta por Beauvoir, de modo que os indivíduos que não sabem ler, não conseguem bons empregos, uma boa renda e consequentemente estão sujeitos à opressão. Assim, enquanto o analfabetismo for a regra, a dignidade será exceção.

Ademais, é fundamental apontar a omissão do Estado como impulsionador da alfabetização infantil no Brasil. Segundo o cantor Gabriel o Pensador, em sua música “Estudo errado” aborda e crítica um modo de ensino ineficaz, em que o aluno frequenta a escola, porém não adquire conhecimento. Diante de tal exposto, substancial parcela das crianças brasileiras não recebe a alfabetização adequada nos anos iniciais da vida. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação, por intermédio de campanhas e programas, estimule a leitura de textos infantis e contos – dentro e fora de sala de aula– de forma gratuita, a fim de desenvolver a formação da criança, pois a leitura é de fundamental importância para o início da alfabetização. Assim, tornar-se-á possível a construção de uma sociedade permeada pela efetivação dos elementos elencados na Magna Carta.