Os desafios enfrentados perante pandemias

 A Gripe Espanhola chegou ao Brasil, em 1918, e as recomendações para evitar a transmissão do vírus não foram suficientes, o que causou milhares de morte e uma crise no sistema  de saúde , na economia e política, fazendo o país entrar em colapso. Nesse sentido, percebe-se que esse passado histórico continua presente, já que ainda há dificuldades no enfrentamento de pandemias, quadro que ocorre devido a fatores políticos e sociais, os quais carecem de solução urgente.

 De início, é importante ressaltar o desmonte da saúde pública e da ciência devido a retirada de investimentos em setores fundamentais como um dos responsáveis pelo problema. Como exemplo, cita- se a Proposta de Emenda Constitucional n* 55, de 2016, que limitou os gastos na saúde e na educação durante duas décadas, o que gera preocupantes consequências às pesquisas em diversas áreas do conhecimento e precariza o Sistema Único de Saúde, sendo que, ainda, ambos são essenciais para o combate às epidemias. Assim, os avanços na ciência podem não ocorrer conforme o necessário para desenvolver formas de tratamentos e prevenções contra tais doenças e ,assim, o todo o território nacional ser levado à crise.

 Convém destacar, também, a falta de empatia por parte da população no recrudescimento da problemática em questão. Ademais, o filósofo Zygmunt Bauman, em sua obra “Modernidade Líquida” , discute como a sociedade vive um egoísmo, impedindo que o indivíduo se coloque no lugar do outro. Isto explica, o fato de, muitas vezes, as pessoas não seguirem as recomendações dos governos e principalmente da Organização Mundial da Saúde, como em 2020, quando o novo coronavírus chegou ao Brasil e parte do comércios que, não deveria, continuou funcionando e muitos habitantes  usando o transporte público, facilitando a proliferação do vírus e colocando em risco grupos de pessoas mais vulneráveis (crianças, idosos, diabéticos, entre outros). Desse modo, é perceptível que os interesses pessoais da sociedade prevalecem ao bem comum.

 Portanto, para superar estes problemas, o governo deve investir nas áreas da saúde e da educação. Para isso é necessário liberar verbas e descongelar os gastos, para que o SUS possa auxiliar os doentes e junto aos meios de comunicação conscientizar a população para cuidados e prevenções.