Os desafios de viver com as diferenças

Na série norte-americana “Elite” é apresentada a relação conflituosa entre jovens de diferentes etnias e classes, em um colégio de grande prestígio. Paralelo à obra fictícia, no cenário brasileiro hodierno, os desafios para garantir a vivência plena com as diversidades socioculturais se mostram um obstáculo para a integridade nacional. Dessa forma, convém discorrer sobre os fatores que fomentam a problemática, como a segregação social e a mascaração da realidade discriminatória.

Em primeiro lugar, vale mencionar que exclusão massiva de indivíduos fora dos “padrões etnocentricos” pré-estabelecidos é um agente propulsor da questão. Nesse sentido, consoante ao conceito de “Banalidade do Mal” elaborado pela filósofa Hannah Arendt, em que a causa para a adesão de uma atitude errada é sua ocorrência frequente, tal preconceito é praticado progressivamente, com cada vez menos punições das autoridades vigentes. Por conseguinte, ocorre a privação do direito constiticional de participação e a marginalização dos contrastes culturais brasileiros.

Em segundo plano, cabe citar que o falso apoio ao diferente, em prol da construção de uma imagem moralmente aceita, principalmente nos campos político e midiático, é fruto do desejo exacerbado da ampliação da influência popular. De maneira análoga, no livro “A Sociedade do Espetáculo” elaborado pelo escritor marxista Guy Debord, é evidenciada a mediação das relações interpessoais por imagens, percebida pela manutenção de uma postura incoerente ao caráter do indivíduo. Desse modo, há a manipulação da opinião pública pela criação fraudulenta de uma figura respeitadores dos contrastes regionais.

Portanto, iniciativas são imprescindíveis para mitigar o impasse. Logo, compete ao Superministério da Cidadania, em conjunto com as plataformas digitais de acesso populacional, promover a disseminação dos benefícios patriarcais da inclusão e aceitação dos demais aspectos originais e étnicos da população, por meio de páginas virtuais com conteúdo expositivo do abundante patrimônio histórico nacional. Com o fito de que o país seja dotado de uma interação social exemplar com as diferenças.