Os Desafios de Combater a Depressão no Brasil

No livro “O alienista” de Machado de Assis, o personagem Simão Bacamarte apresentava indícios de desordem mental em pequenas situações do dia a dia. A atitude do médico mostra quão tênue é o limite entre as fragilidades individuais e os transtornos psíquicos, questões essas amplamente exploradas no realismo, a exemplo da depressão. Com isso, é notório que existem impasses a serem combatidos acerca dos tipos de distúrbios psicológicos enraizados na sociedade, seja pelo fato dos indivíduos não reconhecerem que possuem a doença, seja pela ausência de empatia. Por isso, faz-se necessário as políticas de saúde que visem informar a população sobre essa adversidade cerebral.

Em primeiro plano, a depressão é uma pandemia que afeta mais de 30% do público brasileiro, segundo o Ministério da Saúde. Entretanto, o preconceito imposto pela sociedade dificulta que a população perceba quem sofre com essa patologia mental, pois o egocentrismo herdado do sistema capitalista, o que contribui para o crescimento desse índice, uma vez que, é um desafio de enormes dimensões. Desse modo, é lamentável, que os indivíduos que sofrem com essa problemática não busquem o diagnóstico para realizar o tratamento adequado.

Em segundo plano, a falta de empatia é um desafio que impede o autorreconhecimento dessa psicopatologia para maioria das pessoas que não tem conhecimento sobre o impasse. Nesse contexto, o escritor Augusto Cury disserta no livro “Ansiedade”, que a cultura é fundamental para a identidade de uma nação, porém se ela nos impossibilita de se colocar no lugar do outro e pensar antes de reagir, torna-se escravizante, já que a população não sabe como é estar com uma patologia mental. Assim, os indivíduos devem buscar informações para entender o cotidiano dos seres humanos que possuem essas disfunções. Dessa forma, infelizmente, os malefícios que esse tipo de transtorno tem afetado todas as faixas etárias, triste fato que rodeia e torna-se corriqueiro.

Portanto, pode-se concluir que várias ações poderiam ser tomadas. De início, cabe às escolas trabalharem disciplinas de formação cidadã, com às competências socioemocionais, desenvolvendo a empatia e proporcionando educação e auxílio para os indivíduos que sofrem com problemas, como a depressão. Além disso, à família deve ficar mais atenta a qualquer comportamento que não seja uma característica do indivíduo, devendo assim buscar ajuda no CAPS, centro de atenção psicossocial, para obter a psique saudável diferente de Simão, que acreditava que todos eram loucos, mas no final percebeu que a loucura estava nas pessoas sadias e não nos internos que estão sãos.