Obstáculos à implementação de uma educação financeira no Brasil // Modelo ENEM

A lei da inércia, de Isaac Newton, afirma que um corpo tende a permanecer em seu movimento até que uma força suficiente atue nele, parando seu trajeto. Fora da física, analogamente, há a deficiente educação financeira no Brasil, carecendo dos impulsos de medidas que interrompam o percurso desta lástima. Portanto, faz-se necessário analisar os alicerces que sustentam essa problemática, que compromete as finanças do brasileiro, para, então, propor uma intervenção compatível.

Em primeira análise, convém destacar a falta de discussão presente na questão. Isso porque, segundo Habermas, a linguagem é uma verdadeira forma de ação. Por outro lado, a nítida ignorância a respeito da gerência do dinheiro revela a ausência de debate acerca do tema, uma vez que muitos desses cidadãos sequer sabem o que é investir, por pensarem que a única forma de usar o capital é gastando-o, sem conhecimentos aprofundados de saúde financeira. Dito isso, é inadmissível a subsistência desse cenário.

Ademais, outro obstáculo encontrado é a questão sociocultural. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de pensar. Nesse sentido, grande parte da população que sabe da possibilidade de conduzir suas finanças para render, apenas conhece a poupança como opção. Isso se dá ao fato de, várias vezes, essa sabedoria advém do senso comum ou de seus pais que não possuem uma boa educação financeira pra ensinar aos seus filhos sobre maiores rentabilidades. Logo, urge alterações nesse aspecto.

Destarte, é indubitável a necessidade de intervenções nesse panorama. Cabe ao Ministério da Educação, junto à mídia – instrumento de ampla abrangência -, promover informações sobre a utilização correta do dinheiro,  como vídeos didáticos e dicas, por meio da internet, apropriando-se de “hashtags”, a exemplo de “#R$Salvo”. Essa divulgação deve ocorrer também em propagandas televisivas em horário nobre, a fim de alcançar um público maior. Dessa forma, o povo ficará mais consciente e terá um domínio melhor sobre o assunto, graças às discussões e desconstrução de tabus acerca do financeiro que a proposta acima fomentará. Quiçá, tais ações funcionarão como a força descrita por Newton, mudando o percurso dos obstáculos à implementação de uma educação financeira no Brasil, da persistência à extinção.

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