Obstáculo para a doação de sangue no Brasil

A artista Frida Kahlo pintou com detalhes, os problemas vivenciados por ela e a sociedade, exigindo uma reflexão sobre os fatos. Nesse contexto, a sociedade e o estado demonstram não ter o mesmo cuidado que a pintora, tendo em vista que os índices de doação de sangue no Brasil, estão abaixo dos recomendados pela OMS, cerca de 3 a 5% da população, o que caracteriza um problema de saúde pública complexo que requer atenção. Desse modo, entre os obstáculos que contribuem para esse cenário negativo, estão a naturalização de problemas e a lacuna educacional.
Primeiramente, vale ressaltar que a naturalização de problemas contribui para a inconsciência da população acerca da doação de sangue. Com base reflexiva no quadro “O Grito” de Edvard Munch, há uma naturalização de problemas a partir de quando a sociedade não se choca mais com determinadas adversidades. Nessa linha de pensamento, é necessário um “grito” para alertar a população em relação a importância de comparecer aos postos de doação de sangue, pois inúmeras pessoas necessitam dessa ajuda para permanecerem vivos, além disso, estimular a união da população é de suma importância, algo que dificulta a igualdade de todos os doadores é o fato de que os homossexuais precisam ficar em abstinência sexual durante 1 ano para realizar a doação, tornando arduamente difícil a prática para essas pessoas, o que deve ser evitado, pois Toni Reis defende que a opção sexual não deve ser um critério avaliado para determinar a capacidade de uma pessoa doar sangue, mas sim o seu comportamento de risco. Dessa forma, é necessário impedir que o impasse abordado se torne algo natural.
Ademais, a problemática provém, bastante, da continua base educacional lacunar. No livro “Tartarugas Até Lá Embaixo” de John Green, é retratada a síndrome de TOC semelhante á uma espiral, ilustrada por Aza Holmes em um ciclo de comportamento repetitivo. Nesse sentido, a carência de instruções educativas a respeito da doação de sangue, em grande parte das instituições de ensino é análoga à espiral do livro, já que o problema advém de muito tempo, e o baixo incentivo para que jovens sejam futuros adeptos a doação de sangue, contribui para formar adultos que não pratiquem a doação. Logo, o diálogo sobre a doação de sangue deve ser um assunto cada vez mais abordado nas escolas.
Portanto, fica evidente a necessidade de intervir para que os obstáculos para a doação de sangue não sejam mais realidade. Para isso é preciso que Ministério da Saúde em parceria com o MEC, forneça benefícios aos doadores de sangue que permanecerem ativos e orientá-los a conversar com mais pessoas sobre a importância desse ato, por meio de investimentos dedicados a área da saúde, e campanhas nas mídias digitais, a fim de aumentar o estoque de sangue nos hospitais e também o número de doadores. A ação deve vir acompanhada da disponibilização de conteúdos educativos nas escolas, como brincadeiras que simulem hospitais e postos de doação de sangue, estimulando o censo crítico dos jovens, similar ao que era transmitido por Frida Kahlo.