Obesidade e sobrepeso no Brasil – ENEM

A Constituição Federal de 1988 é um documento que, apesar de recente elaboração,  possui representatividade internacional pela sua vanguarda jurídica em garantir que a população brasileira tenha acesso aos direitos elementares importantes, como a saúde. Todavia, mesmo mediante esse arcabouço normativo, os desafios para combater a obesidade, o sobrepeso e os estigmas relacionados ao problema demonstra limitação prática desse código legal. Nesse sentido, é conspícuo que a visão capitalista figura como origem da problemática. Assim, não só o imediatismo social, como também o sistema educacional ineficaz aprofundam esse cenário.

O imediatismo da sociedade, desse modo, contribui para o crescimento do sobrepeso e da obesidade no Brasil. Isso acontece porque, de acordo com o filósofo Byung-Chul Han, o corpo social hodierno convive em constante busca por ascensão socioeconômica em detrimento da saúde e das relações sociais, intitulada como “sociedade do desempenho”. Dessa forma, como consequência desses hábitos ditos pelo pensador, o cidadão pueril tende em se alimentar com comidas não saudáveis, como alimento industrializados, e não praticar exercícios físicos, fazendo, assim, crescer o percentual de gorduras no corpo, desencadeando aumento do peso.

Por outro lado, o sistema educacional falho é um agente perpetuador desse algoz nacional. Essa situação surge da priorização de atividades teóricas, visando a formação para o mercado de trabalho, e, eventualmente, da secundarização de tarefas práticas, haja vista que a escola ministra os conhecimentos básicos de nutrição, entretanto não fomenta a utilização real desse saber. Essa reflexão pode ser confirmada com a afirmação de Charles Chaplin, no filme “O Grande Ditador”, o qual apresenta que “preciso de um mundo de razão, em que a ciência e o progresso levem todos à felicidade”, uma vez que, mesmo que ciência seja ensinada nos centros educacionais, ainda há crescimento do sobrepeso e do preconceito vivenciado por essas pessoas.

Portanto, inferem-se ações do Poder Público para mitigar a situação vigente. Dessa maneira, urge que o Governo Federal reformule, por intermédio do Ministério da Educação, o sistema de educação brasileiro disponibilizando cursos para os docentes e modificando a grade curricular dos estudantes, buscando tornar as atividades práticas a vanguarda do ensino no pais. Quem sabe assim, o acesso à saúde deixará de ser apenas um texto constitucional e se aplicará à realidade.