A miscigenação cultural é um fenômeno amplamente presente em âmbito brasileiro. Enfatiza-se o inicio desse fato no século XVI, com a colonização exploradora de Portugueses e o advento do uso da mão de obra de índios e de negros escravizados, o que gerou a fusão de elementos orais e escritos, culminando em uma língua rica, com matrizes europeias, indígenas, africanas e árabes. No entanto, no Brasil hodierno, tal amplitude de culturas é tangenciada por inúmeros preconceitos dentre eles, o linguístico, causado pelo desconhecimento e pelo etnocentrismo.
Em princípio, ressalta-se que uma das vias dos prejulgamentos linguistas no país é a xenofobia. Segundo relatórios da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, em 2015, houve um aumento de mais de 600% nas denúncias contra atos xenofóbicos. Tais atos englobam os desrespeitos contra a oralidade dos habitantes de determinadas regiões do país , como por exemplo, cidadãos do interior mineiro, nordestinos e também do centro-oeste brasileiro. Comumente generalizados como “intelectualmente inferiores”, possuem sua linguagem, cheia de regionalismos próprios, marginalizada pelos falantes cuja língua não é acometida pelos mesmos maneirismos, o que contribuí para o relativismo cultural Brasil adentro.
Além disso, colaborando para a problemática, há o preconceito de classes. No livro “Preconceito Linguístico: O que é, como se faz”, o autor e linguista Marcos Bagno explica que, por causa da maior permanência e acesso à uma educação qualitativa, é gerado um senso equivocado de superioridade na população mais rica em detrimento dos mais pobres. As altas taxas de evasão escolar, associadas à pobreza e a necessidade do ingresso precoce no mercado de trabalho, prejudicam o conhecimento da norma padrão da linguagem. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística , em 2019, o abandono escolar foi 8 vezes maior entre os jovens de famílias com menores possibilidades econômicas. Isso faz com que os falantes da norma culta, menosprezem os brasileiros que possuem conhecimento apenas das formas coloquiais da oralidade.
É evidente portanto, a relação entre o preconceito linguístico e os prejulgamentos regionais e de classes no Brasil. Por conseguinte, é de responsabilidade do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos promover no ambiente educador, ou seja, nas escolas, políticas que estimulem o conhecimento das regionalidades. Por meio do fomento à leitura de obras regionalistas, como o livro “Sagarana”, do autor João Guimares Rosa será possível abranger as peculiaridades falantes dos brasileiros, além de considerar sua importância cultural. Ademais, também é importante que esses orgãos instruam o corpo docente à considerar os dialetos e também ensinar o quão fundamental é o respeito dentre os cidadãos e sua fala, independente do grau de escolaridade. Essas medias, em conjunto, irão contribuir para atenuar a problemática e para que o respeito ao cidadão, previsto na Constituição Federal, seja cumprido.
Vhgujkjkh
Olá,sua introdução está muito boa,contextualizada,citou os argumentos que serão desenvolvidos,parabéns
Seu d1 e d2 estão bons também ,mas ficaram um pouco longos,será que caberiam nas trinta linhas do Enem?
Sua p.I está perfeita,contém todos os elementos necessários ,muito bom,entretanto,sugiro fazer apenas dois períodos ,um para a primeira ação e um para a segunda.
Em geral,seu texto está muito bom mesmo.
Gislaine289
Seu texto foi bem desenvolvido. Contudo, presenciei alguns falhas:
1. Os problemas citados na introdução, não entram em comum acordo com os trabalhados ao longo da redação, fazendo seu texto ficar desconexo.
2. Apresenta poucos desvios gramaticais e de convenções na escrita, entretanto, podem prejudicar na avaliação da nota dessa competência.
3. Na conclusão, você expõe duas proposta de intervenção. Na primeira, faltou citar de qual modo/meio será realizada a ação. A segunda, ficou incompleta, necessitando de um agente, modo/meio e, por fim, uma finalidade.
Em suma, apesar de apresentar deslizes, demonstra ter um bom repertório sócio-cultural, boa estrutura e conhecimento de mecanismos linguísticos.
Avaliaria sua com redação: 880
C1: 180
C2: 200
C3: 160
C4: 200
C5: 140
“É evidente portanto”, acho melhor: “Portanto, fica evidente”, é preciso você citar na introdução a relação econômica com o preconceito linguístico, como por exemplo dizer que também é uma relação socioeconômica. Nenhuma intervenção para as pessoas que largam os estudos por questões financeiras, aquelas que possuem linguagem colonial e muitas vezes analfabetas. Redação extensa, eu acho impossível escrever isso em 30 linhas. Você escreve muito bem mesmo, boas ideias e argumentação, o problema maior é que é muito extenso seu texto.
Gabriela_Lima_de_Jesus
Assim, a propósito, você escolheu um excelente tema, porém noto que você não tem o tal domingo desse tema, a inclusão de palavras difíceis, fez, com que seu texto perdesse o sentido, coloque palavras mais fáceis, embora as palavras difíceis sejam bonitas e incomuns, não é em qualquer texto que devemos usá-las. Já na sua conclusão você adicionou muito agente, é aceitável no mínimo 2 agentes, por fim, faltou mais detalhamento e finalidade, com intuito de que essas medidas devem ser feitas?
Barbara Klaus
Desde quando a inclusão de um vocabulário culto faz com que o texto perca sua coerência? Em que pontos isso aconteceu? Sugiro que, caso não consiga fazer a correta interpretação dos termos, melhore seu conhecimento. Além disso, não existem mais que dois agentes na P.I, que contem as consequências das medidas sugeridas. Sua correção é muito leviana.