No livro “Vidas Secas”, do modernista Graciliano Ramos, é evidenciado o preconceito linguístico sofrido pelo personagem Fabiano, que possui muita dificuldade em se expressar de forma clara e objetiva. Devido a essa entrave, o preconceito torna-se comum no cotidiano do protagonista que é frequentemente enganado e excluído de discussões. Analogamente, a construção linguística brasileira na mentalidade social e nas escolas, tornam cada vez mais comuns situações como as vivenciadas por Fabiano na sociedade brasileira.
Em primeira análise, é evidente que a mentalidade social baseada em esteriótipos negativos exerce influência sobre o preconceito. Essa situação ocorre pois a construção linguística do país está fundamentada no português europeu, mesmo sendo este ultrapassado e superficial, mas que é sustentando por uma elite intolerante. Como consequência disso, nota-se que são atribuídas qualidades inferiores ao falante da língua informal, que, ao utilizar gírias e dialetos regionais, é tido como intelectualmente inferior. Um exemplo disso, é o preconceito sofrido pela região nordeste do país, que por ter o sotaque forte é frequentemente representado com escárnio e desprezo.
Em segunda análise, o ensino da língua é um fator determinante para o avanço da descriminação. É inegável que as escolas não abordam a variante linguística brasileira, sendo está muito diversificada, o que acentua o preconceito linguístico nas instituições. Dessa maneira, tanto docentes quanto alunos, põem em prática o preconceito, corrigindo erroneamente os demais colegas que não seguem a norma padrão. Assim, as classes mais escolarizadas utilizam do conhecimento mais amplo sobre a língua para ridicularizar as demais classes.
Diante do exposto, é necessário reconhecer que tanto a desigualdade social quanto a escolar influenciam a ocorrência do preconceito linguístico. Dessa forma, faz-se necessário que o Ministério da Educação implemente medidas para que haja uma maior diversidade cultural na sala de aula, com estudos e debates mais aprofundados em que serão apresentados aos alunos as culturas brasileiras e suas línguas, para que os estudantes conheçam e entendam os diversos grupos sociais e seus dialetos. Ademais, a mídia como propagadora de informação, pode ter um papel importante ao comunicar-se com os telespectadores de forma clara e simples, para que todos os grupos sociais entendam o que está sendo transmitido. Evitando, portanto, que preconceitos como os sofridos por Fabiano, sejam comuns na sociedade.
NatallyIniciante
O preconceito linguístico na sociedade brasileira
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mariaclaraaugustonelli
Achei a sua introdução perfeita, os corretores do Enem gostam muito de clássicos da literatura brasileira como alusão histórica. No geral a sua redação está boa, mas acho que se você citar mais alusões, tanto do desenvolvimento como na conclusão, o seu texto ficaria muito mais rico.Ademais, deve atentar-se mais em relação a pontuação.
C1: 120
C2:160
C3:120
C4:160
C5:160
NOTA: 720