O PERIGO MUNDIAL DAS CELEBRIDADES DIGITAIS

Recentemente, o debate sobre os influencers esteve em alta; não só pelo seu aumento em popularidade nos últimos anos, mas pelas questões sobre o nível da influência que eles exercem sobre seus milhões de seguidores. Antes da internet, influenciadores já existiam — cronistas expondo suas visões no jornal, famosos fazendo propagandas de marcas e produtos, a lista é extensa. O que diferencia, no entanto, estes influenciadores dos digital influencers é o seu alcance. Atualmente, um só tweet pode ser lido pelo mundo inteiro. Logo, quando estas celebridades digitais propagam ideias imorais e estilos de vida questionáveis, causam impacto mundial.

Durante o isolamneto social devido à pandemia do Coronavírus, a influenciadora digital Gabriela Pugliesi deu uma grande festa, ignorando as recomendações de saúde. Não muito tempo atrás, Pugliesi fora ao casamento de sua irmã apesar da pandemia, o que resultou na contração do vírus por vários convidados, incluindo a própria influencer. Gabriela excluiu sua conta no Instagram após receber críticas ao seu comportamento, mas isso não apaga o fato de que ela reforçou a ideia de que a situação da COVID-19 não é algo sério, quando em realidade já matou milhares de pessoas.

Nos EUA, o youtuber Jake Paul causou polêmica ao passar a propagar, em seus vídeos e em seu último tour, a ideologia de que a escola é inútil e que o sistema de educação acadêmica é falho. É importante frisar que seus fãs são, majoritariamente, o público infantil. Influenciados pelo youtuber, muitas crianças podem começar a negligenciar a educação e, desta forma, prejudicarão seu futuro. De fato, um diploma não é um fator decisivo no sucesso de um indivíduo, mas até figuras como Steve Jobs e Bill Gates, que abandonaram a faculdade, afirmam que a educação e a busca por conhecimento é vital na jornada ´para um futuro melhor.

Por fim, é nítido a necessidade de controlar o poder dos influenciadores digitais. No entanto, não cabe às redes sociais censurá-los toda vez que dizerem uma opinião controversa. Aliás, tal ação seria ferir a liberdade de expressão no espaço digital. A solução, portanto, fica nas mãos das empresas que patrocinam os influencers. Ao deixar de apoiá-los financeiramente, os influenciadores não terão outra escolha além de reavaliarem suas ações e o conteúdo que eles oferecem a seu público.