O impacto dos jogos eletrônicos na vida dos jovens

         A obra “O Grito”, do artista norueguês Edvard Munch, coloca em destaque um ser que parece experimentar extremo desconforto e pânico diante do desconhecido. Essa representação vai de encontro à ausência do sentimento de estranhamento social diante do impacto negativo dos jogos eletrônicos na vida dos jovens, visto que, contrário ao pensamento do personagem, a sociedade não mais se espanta, sendo indiferente a compreensão do assunto. Nesse sentido, torna-se evidente que essa situação proporciona uma dependência em jogos eletrônicos e internet. Assim, entre os fatores que contribuem para que essa situação persista, pode-se destacar a falsa ilusão de prazer e a falta de aconselhamento.

           Em uma primeira análise, deve-se ressaltar à ausência de infraestruturas políticas e familiares para aconselhar os jovens. Nesse sentido, segundo o contrato social -proposto por John Locke-, cabe ao estado fornecer medidas que garantem o bem-estar coletivo. Contudo, a falta de orientação fazem com que os adolescentes usem estes equipamentos de maneira exacerbada,  que os tornam cada vez mais antissociais e ignorantes. Tendo em vista que a sociedade e o Estado não se importam com que os jovens desfrutem de uma vida saudável, como o acesso responsável a jogos eletrônicos, o que infelizmente acontece no Brasil.

                Somando a isso, parte dos jovens provém de um ensino ineficaz e muita das vezes inexistente que acarreta a falta de conhecimento sobre os malefícios dos jogos eletrônicos. No livro “Vidas secas” de Graciliano Ramos, o protagonista Fabiano, desprovido do acesso ao conhecimento, acabava sendo explorado e humilhado por aqueles que detinham o saber. Nesse sentido, sendo a internet e os “games” uma reprodução da realidade, hoje são milhares de fabianos no Brasil. Logo, é inadmissível o acesso abusivo as estas tecnologias continue a perdurar.

                   É fácil perceber que existe a necessidade de combater esses obstáculos. Para isso, é imprescindível que a população entenda o risco do uso exagerado de jogos eletrônicos e promovam palestras educativas através das escolas direcionada aos jovens, com o intuito do controle dessa tecnologia. E ainda, cabe que o Estado invista, por meio de verbas governamentais, para atingir os usuários que fazem uso destes equipamentos.