A doação de órgãos no atual cenário brasileiro se encontra precária e pouco noticiada para a maioria da população. Muitas pessoas, mesmo com diversos dados e pesquisas, ainda acreditam em vários mitos acerca da doação de órgãos, dificultando a vida de diversos pacientes que necessitam dessa contribuição. Sendo assim, a desinformação por parte da sociedade e a escassa discussão em relação ao tema contribuem para o baixo índice de doação de órgãos no Brasil.
A princípio, o fato de muitos cidadãos não terem o real conhecimento sobre esse tema contribui para muito preconceito e ignorância. Como disse Cícero, advogado da República Romana, “A ignorância é a maior efemeridade do gênero humano”. Desse modo, a falta de informação é a principal causa para as pessoas recusarem doar órgãos, acreditando em teorias da conspiração, mitos e notícias falsas; por exemplo, diversas pessoas ainda acreditam que doar órgãos deforma o corpo. Consequentemente, esse desencontro de informações entre a ciência e o senso comum se torna extremamente nocivo tanto para o conhecimento científico como para os indivíduos que necessitam dessas doações, que muitas vezes é um caso de vida ou morte.
Outrossim, a baixa divulgação da mídia e dos meios de comunicação sobre esse tema prejudica o estímulo a doação de órgãos no cenário brasileiro. À medida que a mídia possui uma grande influência no pensamento da população, sendo muitas vezes responsável por pensamentos irreais acerca de assuntos polêmicos, o atual trabalho acerca do tema não se demonstra eficiente. Isto é, existe uma falta de divulgação de informações corretas e científicas acerca da doação de órgãos, o que contribui para o pensamento ignorante de uma grande parcela da população, dificultando o serviço de diversos hospitais e profissionais da saúde. Dessa forma, devido a grande responsabilidade da mídia, é preciso que os dados transmitidos apoiem a doação de órgãos e desmistifique a opinião de muitos indivíduos.
É evidente, portanto, que medidas estratégicas precisam ser tomadas para amenizar essa situação. Logo, é necessário que o Ministério da Saúde, com o auxílio dos diversos meios de comunicação, crie campanhas que tenham como objetivo refazer o pensamento da população sobre esse assunto. Essas campanhas devem ser no estilo “verdadeiro ou falso”, tendo como foco as opiniões mais disseminadas mas que não possuem provas científicas e veracidade. A partir dessas ações, espera-se reduzir o preconceito acerca desse tema no Brasil atual.
Mr.Crozma
É muito difícil imaginar este texto recebendo notas menores do que 900, mas eu incorporo o corretor rigoroso e gosto de apontar tudo o que sinto que você é capaz de resolver.
Um grande problema que eu vejo na sua argumentação é separar duas ideias que estão intimamente ligadas, a falta de informação e a falta de divulgação. É fácil imaginar uma relação de causa e consequência entre os dois fatores, de tal maneira que vejo como falha argumentativa distanciá-las com um “outrossim”. Também não é aconselhável produzir dois parágrafos em relação de causa e consequência, porque esta é uma técnica de aprofundamento argumentativo, e aí espera-se que ela seja aplicada dentro de um mesmo parágrafo, com o intuito de preservar a ideia de que você deve trabalhar dois argumentos distintos. Um tema como esse é difícil porque é específico, demanda conhecimentos que não estão na nossa rotina, então não deixe de buscar informações direcionadas a ele.
Isso eu peço até porque o argumento da “pouca divulgação” é complicado de comprovar, e eu acho que você concorda com isso pois usou a expressão “isto é”, revelando, conscientemente ou não, uma dificuldade de desenvolvimento daquela informação. Sim, todo “ou seja” é mal visto numa dissertação-argumentativa e você deve evitá-lo com todas as suas forças, porque você está revelando que não conseguiu escrever bem a frase anterior.
Buscando entender qual seria o problema da divulgação sobre doação de órgãos, li um texto acadêmico sobre o maior impacto que elas têm quando feitas em novelas, e talvez esse fosse um caminho mais adequado do que simplesmente dizer que não há informações o suficiente. Isso é difícil de afirmar até mesmo porque vivemos na Era Informacional, não é? O que não falta é oportunidade de aprendizado; talvez, sim, falta de sensibilidade (sentir o outro) e empatia (ajudar o outro).
Um passo pra trás na sua argumentação, quero dizer que a citação não contribuiu para o seu argumento, certamente não tanto quanto o exemplo. Uma maneira que eu encontraria de dar à citação o papel que ela merece num desenvolvimento seria tirar as aspas, transformando-a em citação indireta, para misturar uma ideia sua com a ideia trabalhada na citação. Haveria formas de trabalhar o impacto que a “enfermidade” tem no tema, especialmente porque o argumento era sobre doação de órgãos (!). Essa foi uma perda de oportunidade que eu lamentei, e eu acho que vocês se distanciam muito da frase por causa das aspas, do ponto final, dos dois-pontos… Enfim, uma maneira mais íntima de tratar a frase que impactou vocês nos estudos pode gerar ótimos resultados para a ideia de “texto estratégico”.
No mais, errinhos bobos de português e um perigoso “desse modo” ao qual você precisa se atentar para não correr o risco de receber 200 na C4 por inadequação.
A doação de órgãos(1) no atual cenário brasileiro(2) se encontra precária e pouco noticiada para a maioria da população. Muitas pessoas, mesmo com diversos dados e pesquisas, ainda acreditam em vários mitos acerca da doação de órgãos, dificultando a vida de diversos pacientes que necessitam dessa contribuição. Sendo assim, a desinformação por parte da sociedade e a escassa discussão em relação ao tema contribuem para o baixo índice de doação de órgãos no Brasil.
1 e 2 – Vírgulas no adjunto adverbial com mais de três palavras. Cada uma delas conta como desvio; portanto, tenha atenção nisto aqui.
A princípio(1), o fato de muitos cidadãos não terem o real conhecimento sobre esse tema contribui para muito preconceito e ignorância. Como disse Cícero, advogado da República Romana, “A(2) ignorância é a maior efemeridade do gênero humano”. Desse modo(3), a falta de informação é a principal causa para as pessoas recusarem(4) doar órgãos, acreditando em teorias da conspiração, mitos e notícias falsas; por exemplo, diversas pessoas ainda acreditam(5) que doar órgãos deforma o corpo. Consequentemente, esse desencontro de informações entre a ciência e o senso comum se torna extremamente nocivo tanto para o conhecimento científico como para os indivíduos que necessitam dessas doações, que muitas vezes é um caso(6) de vida ou morte.
1 – Não é um erro, mas uma oportunidade para a seguinte dica: não invente com conectivos. Um erro neles é 160 na C4. Eleja os recomendados pelo seu professor e fica com eles até o fim, por mais tediosos que sejam.
2 – Eu não sei se algum corretor tiraria pontos disso, mas a citação que não é introduzida por dois-pontos se inicia com minúscula, como se fosse uma continuação da fala, não fazendo sentido em iniciar com a maiúscula. Obviamente não tenho material para confirmar isso, mas é assim que leio em teses de doutorado, pelo menos. Eu, na dúvida, iria pelo caminho da citação indireta, até pelos motivos que indiquei anteriormente.
3 – Aqui é o problema do conectivo automático. O que é o “desse modo”? Indicador de conclusão. Como eu posso concluir que a falta de informação é a principal causa da baixa doação de órgãos a partir dessa citação? Mais: se a ideia era usar um conectivo neutro, eu primeiro não recomendo (porque o corretor quer ver você estabelecendo essas conexões de sentido entre frases), segundo não ajuda a construir produtividade; a frase tende a ficar solta após um conectivo inerte, gerando as tais “brechas”.
4 – Recusarem-se a. Tenho pouquíssimas leituras a fazer sobre esta observação aqui, apenas sei que o verbo reflexivo é quando o objeto do verbo é a própria pessoa que conjuga o verbo. Bom, aqui você pode ter ficado em dúvida sobre quem doa, se a própria pessoa ou se é a família kkkk. Eu certamente deixaria passar este erro, mas a manifestação de vontade da pessoa em vida é (ou deve ser, constitucionalmente falando pelo respeito às decisões do falecido) o que decide. O problema é que as pessoas não se manifestam, e aí a lei manda a família decidir, e a família tende a não decidir, ou seja, não doar.
5 – Aqui é uma repetição do radical “acreditar”. Há outras repetições ao longo do texto que não estão contidas na frase-tema e merecem a sua atenção, como a mídia. Palavras que envolvem o centro do seu argumento têm se repetido.
6 – Doações, que muitas são casos. Plural.
Outrossim, a baixa divulgação da mídia e dos meios de comunicação sobre esse tema prejudica o estímulo a(1) doação de órgãos no cenário brasileiro. À medida que a mídia(2) possui uma grande influência no pensamento da população, sendo muitas vezes responsável por pensamentos irreais acerca de assuntos polêmicos, o atual trabalho acerca do tema não se demonstra eficiente. Isto é(3), existe uma falta de divulgação de informações corretas e científicas acerca da doação de órgãos, o que contribui para o pensamento ignorante de uma grande parcela da população(4), dificultando o serviço de diversos hospitais e profissionais da saúde. Dessa forma, devido a grande responsabilidade da mídia, é preciso que os dados transmitidos apoiem a doação de órgãos e desmistifique(5) a opinião de muitos indivíduos.
1 – Sempre que puder, coloque a crase, ou, mais genericamente, o artigo. Demonstração de conhecimento; aprimoramento da coesão; facilitação da leitura – motivos não faltam.
2 – Palavra repetida.
3 – Já comentei o “ou seja”, “isto é” no plano teórico, mas aqui tem o erro de que essas expressões explicativas não iniciam frases, pelo menos formalmente. Ponto-e-vírgula no máximo.
4 – Palavra diferente repetida.
5 – Plural. Desmistifiquem.
É evidente, portanto, que medidas estratégicas precisam ser tomadas para amenizar essa situação. Logo, é necessário que o Ministério da Saúde, com o auxílio dos diversos meios de comunicação, crie campanhas que tenham como objetivo refazer o pensamento da população sobre esse assunto. Essas campanhas devem(1) ser no estilo “verdadeiro ou falso”, tendo como foco as opiniões mais disseminadas(2) mas que não possuem provas científicas e veracidade. A partir dessas ações, espera-se reduzir o preconceito acerca desse tema no Brasil atual.
1 – Palavras rigorosas/restritivas (devem, é necessário, é claro, é óbvio…), apesar de recomendadas para enfatizar um posicionamento, evito de recomendá-las porque podem levantar uma brecha óbvia: como assim “só podem ser no estilo verdadeiro ou falso”? Kkkk. Aqui eu recomendo incorporar o espírito de proposta feita em debate público, que está sendo realizando em conjunto com milhões de pessoas… Podem, é interessante, é útil, pode se demonstrar eficaz… E assim vai.
2 – Rara ausência indevida de vírgula – acredito que por cansaço.
Daria 880, com 160 na C4 pelo uso incorreto do “desse modo”, bem como pela repetição de algumas palavras.