Corrijo de volta – O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira – enem 2020

Para o pai da psiquiatria, Freud, o conceito de “histeria” – ligado ao considerado insano comportamento feminino, que expressasse raiva ou tristeza profunda – e os tratamentos para tal condição eram precipitados e errôneos. Diferentemente da visão do filósofo, na atualidade brasileira enxerga-se essas atitudes como sinais de loucura, sem sequer imaginar que podem ser as consequências de um transtorno mental, negligenciando esses indivíduos. A problemática pode ser dividida em duas: o preconceito com aqueles que têm essa condição – gerando grande exclusão social – e o descaso dos profissionais para com os pacientes – que pode agravar o quadro da doença.

Nesse contexto, a discriminação da população em relação a esses indivíduos é prejudicial à socialização deles. Desse modo, a pessoa afetada pela doença psiquiátrica é vista como “louca” e é excluída até mesmo de conversas rotineiras nos ambientes em que convive, sendo forçada a se manter em isolamento social. Um exemplo disso ocorre na série ”Modern Family”, onde a personagem Alex tem uma crise de ansiedade e é afastada de seus irmãos por sentirem medo dela.

Ademais, a negligência dos que atendem ás pessoas com essa condição é passível de piorar a situação do paciente. A partir dessa noção, o psiquiatra ao não dar a devida atenção ao indivíduo, trata-o erroneamente, podendo passar remédios que não condizem com a doença da pessoa e consequentemente agravar seu estado. Essa problemática é visível no livro “Holocausto Brasileiro” de Daniela Arbex, que retrata a angústia de diversos indivíduos adoentados mentalmente que sofreram uma internação forçada e foram expostos a diversos tratamentos inadequados, muitos tendo a morte como fim.

Infere-se que, portanto, o preconceito e o descaso relacionados a pessoas com transtornos mentais é prejudicial e indevida. Diante disso, a grande mídia deve, por meio de sua verba, contratar indivíduos com transtornos psiquiátricos para fazerem propagandas retratando pessoas com a mesma condição realizando tarefas cotidianas, objetivando desassociar a imagem de anormalidade que paira sobre esses indivíduos. Espera-se que dessa forma o ocorrido na série “Modern Family” permaneça na ficção.