O ESTIGMA ASSOCIADO ÀS DOENÇAS MENTAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA -ENEM 2020

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde revela que cerca de 11,5 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Embora seja um número exorbitante, os problemas de saúde mental são extremamente estigmatizados – isto é, sofrem preconceito – por grande parte da sociedade, seja pela falta de informação sobre esse problema mundial, seja pelo modelo de felicidade idealizado pelas redes sociais.

Primeiramente, a desinformação sobre as doenças mentais, como ansiedade e depressão, gera pensamentos que banalizam essa epidemia global. De acordo com o médico Dráuzio Varella, a maioria das pessoas, por não conhecerem o resultado da interação social com o sistema nervoso e a psicologia humana, associam problemas de saúde mental a simples momentos de estresse ou de infelicidade da vida. Isso faz com que essas doenças sejam ridicularizadas e adjetivadas com termos como “frescura”, já que não são tratadas como enfermidade por parte da sociedade. Dessa forma, a estigmatização de pessoas com a saúde mental abalada se torna um resultado dessa banalização.

Ademais, o ideal de felicidade imposto pelas redes sociais faz com que os indivíduos reprimam seus verdadeiros sentimentos. Segundo o sociólogo Sigmund Freud, a imposição de uma cultura por uma sociedade a um indivíduo o faz suprimir seus próprios ideais e, assim, ele também passa a oprimir outros indivíduos que não aderem essa cultura. Analogamente, o modo vida considerado ideal pelas mídias sociais, como a felicidade nas publicações, obrigam as pessoas que possuem doenças mentais a não exporem seus verdadeiros sentimentos, além de fazer com que elas oprimam outras pessoas na mesma situação. Desse modo, ocorre uma não aceitação das doenças mentais na sociedade, estigmatizando ainda mais esse problema.

Portanto, o estigma associado as doenças mentais na sociedade brasileira ocorre devido a desinformação e a imposição cultural das redes sociais. Cabe, pois, ao Ministério da Educação promover palestras em escolas e bairros, por meio de aulas de médicos e psicólogos, para que as pessoas entendam a relação das interações sociais com a psicologia humana, haja vista que isso diminuirá o estigma e o preconceito com os indivíduos mentalmente abalados. Além disso, deve-se, também, ensinar os usuários de internet a não permitirem que sejam oprimidos pela imposição cultural virtual.