Os tratamentos desumanizados feitos no Manicômio de Barbacena, um dos principais locais de tratamento psiquiátrico do século passado no Brasil, marcaram para sempre a história nacional. O episódio foi tão violento que ficou conhecido como “Holocausto Brasileiro”. Em outro contexto, ao analisar a vigente sociedade tupiniquim, torna-se evidente que estigmas associados às doenças mentais ainda são latentes, frutos de uma cultura que supervaloriza apenas a saúde física, aliado à falha de importantes instituições.
Frente a tal panorama, cabe salientar que a visão estigmatizada dada às doenças da mente está intimamente relacionada com a cultura de priorização da saúde física e de atribuição de pouca relevância à saúde mental. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define “saúde” como sendo “o estado de bem-estar físico e mental, e não apenas o de ausência de doenças”. Todavia, é explícito que a realidade do Brasil distoa de tal definição quando – na maioria das vezes, por ignorância – o culto à integridade física adquire, na vida dos cidadãos, papel central, enquanto o lado psicoemocional é deixado em segundo plano. Portanto, forma-se, em território nacional, uma massa de pessoas com problemas psicológicos que, por uma visão marcada pelo preconceito, renuncia à própria qualidade de vida. É o que mostra, por exemplo, dados da OMS de 2017: o Brasil é o país com maior índice de depressão da América Latina inteira.
Ademais, também é importante destacar que tal problemática é agravada e enraizada nas bases culturais brasileiras pela falha de importantes instituições sociais, destacando-se a escola. Sob tal ótica, o sociólogo francês Émile Durkheim argumenta acerca do papel fundamental exercido pelo ambiente escolar: pelo seu forte caráter socializador, as escolas fomentam a construção da criticidade e da reflexão acerca do contexto em que o indivíduo se insere, contribuindo, dessa forma, para a harmonia social e para a eliminação de fatos sociais patológicos. Entretanto, é notável que as escolas brasileiras se mostram fragilizadas frente à tese do sociólogo, já que há ausência da abordagem integrada sobre as enfermidades de ordem mental. Tal problemática contribui para a perpetuação de estigmas e de informações incorretas – como a falsa ideia de que a atuação do psicólogo ou psiquiatra pode facilmente ser substituída pela de líderes religiosos ou espirituais.
Dessa forma, urge a necessidade da tomada de atitudes corretivas, uma vez que sem políticas que visem à desconstrução de preconceitos, tem-se a limitação dos direitos de integridade física e mental previstos pela Constituição de 1988. Portanto, cabe ao Poder Executivo, por meio do Ministério da Educação, em parceria com o da Saúde, promover medidas que busquem erradicar os estigmas relacionados às doenças mentais no Brasil. Tal ação pode se concretizar por meio da implementação de calendários de acompanhamento psicoemocional dos alunos em todas as escolas, cujo preenchimento ficaria a cargo dos próprios estudantes, docentes e familiares e a análise sob responsabilidade de um psicólogo. Também é ideal que tal intervenção venha acompanhada de projetos pedagógicos que estimulem o debate acerca da importância da saúde da mente. Dessarte, poderá ser projetada uma sociedade que passe a valorizar também a integridade mental e que esteja ciente da necessidade da procura por ajuda ao manifestar sintomas.
O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
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matheusjss.16
Há poucos erros na C1 – ( uma vez que,…., );
O repertório da introdução deveria ser reiterado na conclusão (C2)
Selecione melhor seus argumentos, haja vista ter vários repertórios em um mesmo parágrafo tratados superficialmente. (C3)
Há repetição dos conectivos: Dessa forma, portanto. Troque por outros com os mesmos valores coesos —-> Assim, logo, desse modo; (C4)
Sua intervenção tem os cinco elementos necessários, entretanto você introduz a CF88 sem ter mencionado anteriormente e, em contraponto, não retorna o repertório da introdução. (C5)
O SEU TEXTO É BEM ELABORADA, SELECIONE E APROFUNDE MELHOR SEUS REPERTÓRIOS.
MINHA AVALIAÇÃO
C1. 160;
C2: 160
C3: 160
C4: 160;
C5: 200;
———–
840
CASO ESTA TENHA SIDO SEU TEXTO NA PROVA DO ENEM, PROVALMENTE, TERÁ UMA NOTA SUPERIOR, ACREDITO EU QUE SERÁ NESTA FAIXA DE PONTUAÇÃO: 840~920.