O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que a existência de estigmas relacionados às doenças mentais na sociedade brasileira é acentuada, configurando-se como barreiras que dificultam a concretização dos planos de More. Esse cenário antagônico é fruto da desinformação sobre o tema e também da valorização de um padrão de vida perfeito presente nas redes sociais.

Precipuamente, é fulcral pontuar que a problemática em questão deriva do não conhecimento, ou apenas superficial, sobre o tema. De acordo com os pensadores iluministas, que criaram a Enciclopédia, Diderot e D’Alambert, a educação democrática é o principal instrumento no combate à alienação e garantia de efetiva liberdade às parcelas que articulam a sociedade, ou seja, os estigmas relacionados à saúde mental no Brasil são fruto de uma alienação generalizada, composta por desconhecimento, sendo atenuada apenas com a educação.

Ademais, é imperativo ressaltar que a hipervalorizarão da “vida perfeita” proposta nas redes sociais como promotor do imbróglio. De acordo com historiador brasileiro Leandro Karnal, a internet potencializa o ego dos indivíduos pós-modernos. Sendo assim, redes sociais como Instagram, promovem a perpetuação do quadro vigente, uma vez que há divulgação de um padrão de vida pouco tangente à maior parte da população.

Assim, medidas exequíveis são necessárias para conter o avanço da problemática persistente na sociedade brasileira. Dessarte, com intuito de mitigar o quadro hodierno, necessita-se, urgentemente, que o Ministério da Educação (MEC), elabore um plano educacional obrigatório em território nacional, denominado “Educa+Saúde10”, no qual ocorrerão palestras trimestrais apresentadas pelos alunos com acompanhamento dos professores sobre o temas relacionados à saúde mental, estimulando o senso científico no corpo estudantil, acompanhados da adesão de psicólogos nas instituições e atuantes de maneira integral. Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do cenário atual.