O estigma associado a doenças mentais na sociedade brasileira

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       Em “A Metamorfose”, Franz Kafka, através da transformação de Gregor Samsa em um inseto, simboliza o sofrimento daqueles que não se enquadram nos padrões estabelecidos pela sociedade. Esse retrato kafkiano reflete a realidade de pessoas que sofrem com doenças mentais, frequentemente estigmatizadas e excluídas em uma sociedade que vende a aparência de “normalidade” e perfeição. A negligência com a própria saúde mental e a omissão daqueles que não se encaixam no molde ilusório, se dá, por vezes, à incessante comparação com a vida idealizada nas redes sociais. Nesse contexto, é imprescindível abordar o estigma associado às patologias psíquicas no sistema social para promover a inclusão.

    A priori, Percebe-se que ao longo da história as doenças mentais são mal compreendidas e estereotipadas. Pessoas com estas enfermidades enfrentam constantes discriminações no ambiente de trabalho, na escola e até mesmo dentro da própria família. Tal estigmatização pode levar à exclusão social e o agravamento dos sintomas, dificultando o acesso a tratamentos adequados e aumentando o risco de comorbidades, como o abuso de substâncias e enfermidades físicas. Além disso, o medo do julgamento social leva muitos a esconderem suas condições, evitando buscar ajuda, perpetuando um ciclo de sofrimento silencioso.

    Em segundo lugar, é evidente a incansável analogia à vida perfeita fantasiada nas mídias sociais, tal comparação corrobora para o sentimento de inferioridade e a insatisfação por uma perfeição ilusória inalcançável. Essa situação é análoga à sociedade distópica retratada no episódio da série “Black mirror”, onde a vida dos personagens é constantemente avaliada por meio de classificações nas redes, determinando status e oportunidades, oferecendo uma representação crítica da pressão social para manter uma imagem perfeita.

    Depreende-se que, para combater o estigma e promover uma sociedade mais inclusiva, é essencial fortalecer e ampliar a implementação da Lei 8080 do SUS, garantindo que as condições para a promoção, proteção e recuperação sejam efetivamente aplicados na saúde mental. Campanhas de cuidado e educação quanto a transtornos psíquicos são fundamentais para dismistificar preconceitos e incentivar a população a buscar ajuda. Programas educativos nas escolas podem ensinar sobre empatia e respeito às diferenças. Às redes sociais, por sua vez, podem ser aliadas na disseminação de informações corretas e na promoção de uma cultura de aceitação e apoio, incentivando a expressão autêntica. Além disso, políticas públicas devem garantir acesso universal a serviços de psicologia e psiquiatria de qualidade, aumentando a disponibilidade de profissionais e recursos adequados, garantindo que todos tenham acesso ao cuidado necessário e possam viver com dignidade num ambiente mais inclusivo.

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2 Correções

  1. C1 – 160
    C2 – 180
    C3 – 180
    C4 – 180
    C5 – 200
    =======
    900
    Redacao muito boa, porém, os períodos saíram enormes, reveja essa parte!

    Sucesso sempre, tmj, corrija a minha também!
    Continue treinando e chegará à perfeição!!!!!@@@@@@@@@

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    A minha redação é a última q fiz

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  2. O uso de “a priori” não é necessário aqui. Uma versão corrigida poderia ser: “Percebe-se que, ao longo da história, as doenças mentais são mal compreendidas e estereotipadas.” As referências a “A Metamorfose” e “Black Mirror” são boas, mas poderia haver uma conexão mais direta entre esses exemplos e a realidade das doenças mentais. Poderia-se mencionar especificamente como o isolamento de Gregor Samsa em “A Metamorfose” simboliza o isolamento social vivido por pessoas com doenças mentais ou como o episódio de “Black Mirror” reflete a pressão das redes sociais na vida real. A conclusão é abrangente, mas poderia ser mais incisiva ao reforçar a necessidade de mudanças concretas. Poderia-se concluir com um chamado mais enfático à ação, enfatizando a responsabilidade da sociedade em combater o estigma e melhorar o sistema de saúde mental. A conclusão é abrangente, mas poderia ser mais incisiva ao reforçar a necessidade de mudanças concretas.
    Sugestão: Poderia-se concluir com um chamado mais enfático à ação, enfatizando a responsabilidade da sociedade em combater o estigma e melhorar o sistema de saúde mental.
    O texto é bem estruturado e apresenta uma argumentação coerente, mas pode ser melhorado com ajustes gramaticais, exemplificação mais clara e aprofundamento das ideias.

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